Com a lenta recuperação da economia, o número de consumidores que conseguiram recuperar o crédito ainda é pequeno. Dados do Indicador de Recuperação de Crédito mensurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todo o país, mostra um leve crescimento de 1,6% em junho, considerando o acumulado dos últimos em 12 meses. O resultado ficou abaixo do registrado no mês anterior (2,2%), mas ficou acima do observado nos períodos mais agudos da crise, quando houve uma queda da recuperação de crédito.
Ainda que o volume de pessoas que pagaram as dívidas atrasadas tenha aumentado em junho passado, a quantidade de inadimplentes no país segue avançando. E a principal razão para esse cenário são as novas inclusões nos sistemas de proteção ao crédito. Ou seja, se por um lado algumas pessoas vêm quitando suas pendências financeiras, por outro há os que ingressam ou retornam ao cadastro de devedores.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados refletem a tímida retomada da economia, que ainda não foi suficiente para reduzir o desemprego. “A recuperação iniciada no último ano não foi suficiente para que o brasileiro observasse a evolução de sua renda ou a queda do desemprego. A situação das famílias ainda é de aperto e, apesar do aumento de consumidores que recuperaram o crédito, o ingresso de novos inadimplentes fez o número de negativados aumentar. Desta forma, a inadimplência só deve recuar na medida em que a oferta de empregos volte a crescer, assim como a renda da população”, ressalta a economista.