Carros-pipa começam a atender municípios do Agreste

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A partir desta segunda-feira (9), os municípios de Belo Jardim, Sanharó e Tacaimbó, no Agreste, passarão a receber água apenas por carros-pipa. A interrupção do fornecimento pela rede da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foi motivada pelo colapso do Sistema Bitury, ocorrido na última semana de abril. Formado pelas barragens Bitury e Pedro Moura Júnior, o sistema não resistiu à forte estiagem, que já é responsável pela pior crise hídrica do estado desde 1999.

O colapso do Sistema Bitury estava previsto para o início de abril, mas o abastecimento pela rede foi prolongado em quase um mês graças a chuvas isoladas e manobras técnicas da Compesa. Essas manobras, aliás, vêm sendo feitas desde 2011, quando ocorreu a última chuva significativa na localidade. Para ampliar a vida útil dos mananciais de Bitury e Pedro Moura Júnior, a Compesa estabeleceu, no último ano, um rodízio ainda mais rigoroso, sendo de apenas dois dias com água por mês para cada localidade.

No último domingo (1), Bitury chegou a zero de acumulação e Pedro Moura, a 0,3%, volume insuficiente para captar água com qualidade para o consumo. Para garantir a continuidade do atendimento, a Compesa já contratou 50 carros-pipa para Belo Jardim, 14 para Sanharó e oito para Tacaimbó. “Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para não deixar a população sem água”, afirmou o diretor Regional do Interior, Marconi Azevedo. A água que vai abastecer os caminhões-pipa virá de Garanhuns e Agrestina, no Agreste Meridional, onde a situação dos mananciais é melhor, assim como na Zona da Mata.

São Bento do Una – Também atendido pelo Sistema Bitury, o município de São Bento do Una permanece com o rodízio de dois dias com água para 28 sem água graças à entrega parcial do Sistema Pau-Ferro/São Jacques. O atendimento ao município por esse sistema começou a ser feito desde o último domingo (1), com uma vazão de 30 litros por segundo. Atualmente, esse sistema atende Lajedo com 60 litros por segundo, conforme rodízio de cinco dias com água para 25 sem água.

A obra que está sendo realizada visa ampliar o Sistema Pau-Ferro/São Jacques, dobrando a vazão de água para São Bento do Una. Consiste na implantação de três quilômetros de adutora da barragem de São Jacques a Lajedo, onde será feita uma interligação à adutora já existente, que vai de Lajedo a São Bento do Una. Também serão instalados um segundo conjunto motor-bomba e uma subestação de 300 KVA. São Jacques tem capacidade para acumular 400 mil metros cúbicos de água e está com 10% de sua capacidade. Pau-Ferro, por sua vez, pode juntar 14 milhões de metros cúbicos e está com 95% de seu total.

Temer reúne cúpula do PMDB e Meirelles no Jaburu

O vice-presidente Michel Temer recebeu hoje (8), no Palácio do Jaburu, sua residência oficial em Brasília, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles – ora apontado para o Ministério da Fazenda de um eventual governo Temer – e integrantes da cúpula do PMDB. A reunião começou por volta das 17h e entrou pela noite, com duração de mais de 6 horas.

Além de Meirelles, participaram do encontro o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os peemedebistas Eliseu Padilha (RS), Geddel Vieira Lima (BA) e Moreira Franco (RJ). Todos cotados para ministérios, caso se confirme o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, no decorrer desta semana.

A reunião ocorreu três dias antes da votação no Senado, prevista para quarta-feira (11), que pode admitir a denúncia contra a presidenta, de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, e, consequentemente, afastá-la do cargo por até 180 dias – período em que o processo por suposto crime de responsabilidade deverá ser julgado.

Temer passou o fim de semana em sua residência particular, em São Paulo, e chegou ao Jaburu às 16h35.

Violência contra mulher supera em três vezes agressões contra homens

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgou nesta semana um levantamento feito pelo Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violências (Nepav) e pelo Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) do órgão. Os dados mostram que a violência contra a mulher é cerca de três vezes maior que contra o gênero masculino. Isto é, dos 1.694 casos de violência notificados nas unidades da capital em 2015, 1.230 foram direcionados ao gênero feminino. Ou seja, 72,6% do total.

Entre os ataques, o que predomina é a violência física contra as mulheres. Depois, os casos de abuso sexual e, em seguida, as ocorrências que caracterizam negligência ou abandono. O quarto ponto que chama a atenção é a violência psicológica e moral. A pesquisa mostrou ainda que entre as 1.230 mulheres agredidas, os abusos se concentraram na faixa etária de 10 a 39 anos, que somaram 852 ocorrências.

Criança e adolescente

A análise também trouxe um recorte sobre a situação da criança e do adolescente. Essa parcela das vítimas abrange ambos os sexos menores de um ano e jovens até 19 anos. Nesse cenário elas somaram 915 (54%) dos casos de agressão atendidos pela rede pública de saúde do DF. Ao separar os abusos por gêneros, mais uma vez, existe abismo entre meninas (68,85%) e meninos (31,14%).

Histórico

Em 2014, as notificações de agressões também eram majoritariamente contra o sexo feminino. Das 2.423 ocorrências, 1.680 foram direcionadas às mulheres. O principal abuso à época foi o sexual, com 500 ocorrências; seguido da violência física, que teve 276 ocorrências relatadas por mulheres.

Votação do impeachment: “muro da vergonha” retorna à Esplanada

O governo do Distrito Federal já começa a montar o esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios para a primeira votação sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que ocorrerá esta semana no Senado.

As grades que vão dividir o público contrário e favorável ao impeachment já estão no gramado em frente ao Congresso Nacional. Um muro de metal dividindo a Esplanada ao meio deve começar a ser erguido neste fim de semana, nos mesmos moldes do isolamento que foi feito para a votação no plenário da Câmara, no último dia 17. Manifestantes pró e contra o governo devem comparecer para acompanhar a decisão do plenário do Senado sobre o afastamento da presidenta.

O esquema de segurança também deve incluir um vão dos dois lados do muro, onde poderão ser feitos atendimentos de emergência pelo Corpo de Bombeiros, caso seja necessário. Além disso, o gramado logo em frente ao Congresso Nacional ficará isolado, com os manifestantes sendo mantidos distantes do prédio.

Nesta semana foi aprovado o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma na Comissão Especial do Impeachment no Senado. A aprovação abre caminho para a votação do parecer no plenário. A sessão deverá começar na quarta-feira (11), mas a votação só deve ocorrer na quinta-feira (12

Temer poderá redistribuir para aliados 10 mil cargos de petistas

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que está prestes a assumir o comando do país em caso de confirmação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, terá à disposição cerca de dez mil cargos comissionados (por indicação política) ora ocupados por petistas no governo federal – algo em torno de 10% dos postos de segundo e terceiro escalões. É o que mostra levantamento feito pelo jornal O Globo deste domingo (8), com base em um universo de 107.121 funcionários distribuídos nos três Poderes, estatais, autarquias e outros órgãos.

A partir da próxima quarta-feira (11), quando o Senado vai votar em plenário a instauração do processo de impeachment de Dilma – e, como até o governo admite, com muita probabilidade de aprovação –, Temer vai poder distribuir a fatia do bolo entre partidos, substituindo os petistas por indicações de partidos aliados. O trabalho de coleta de dados do jornal fluminense foi feito por meio do cruzamento de nomes de filiados ao PT, segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a lista de servidores comissionados disponível o Portal da Transparência, página do próprio governo federal na internet.

Segundo O Globo, também os servidores concursados filiados ao PT que exercem funções de confiança no governo federal foram incluídos no levantamento. Devido a “disparidades” entre os dados fornecidos pelo TSE e os do Executivo, ressalva o jornal, “a lista pode conter homônimos”. “Ainda assim, os números encontrados podem estar abaixo do real tamanho da fatia petista na administração federal, pois não estão contemplados cargos de confiança de indicados pelo PT que não são filiados”, acrescenta a reportagem assinada pelos repórteres Gabriela Allegro, Stella Borges, André de Souza e Tiago Dantas.

Odebrecht: Mantega e Coutinho usaram BNDES para pedir doações

Em enredo inicial para firmar delação premiada na Operação Lava Jato, o herdeiro e ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, relatou a investigadores que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Luciano Coutinho, encarregavam-se de pedir doações para a campanha eleitoral que reelegeu a presidente Dilma Rousseff, em 2014. Preso desde junho de 2015 no Paraná, base da Lava Jato nos inquéritos de primeira instância, Marcelo disse que Mantega e Coutinho dividiam a função de obter compromisso de doação junto a empresários contemplados com financiamentos do BNDES para realização de projetos no exterior.

 

Com os relatos, Marcelo pretende conseguir benefícios por ter colaborado com as investigações, como progressão de regime prisional e redução de pena. Ele foi condenado a 19 anos e quatro meses de detenção em regime fechado, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Mas a delação premiada ainda não foi aceita pelo Ministério Público Federal, que considera ainda insatisfatório o conjunto de informações do empreiteiro – os investigadores querem, por exemplo, que Marcelo detalhe o esquema de financiamentos do BNDES para empresas brasileiras com projetos no exterior.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo publicadas neste domingo (8), a força-tarefa da Lava Jato tem elementos para acreditar que Marcelo Odebrecht vai contribuir com informações nesse sentido. A reportagem lembra que o ex-presidente Lula defendia, no exterior, interesses de empresas brasileiras na disputa de projetos e empreendimentos na África e na América Latina.

Ainda segundo o jornal, em 2007, a partir do segundo mandato do governo Lula, houve um aumento no volume de obras financiadas pelo BNDES e tocadas pela Odebrecht fora do Brasil: entre 1998 e 2006, a média anual de financiamento para obras da empresa no exterior era de US$ 166 milhões; de 2007 a 2014, o valor chegou a US$ 1 bilhão.

“Por meio da delação de executivos da Andrade Gutierrez, os investigadores da Lava Jato já sabem que o PT cobrava propina de 1% de empréstimos concedidos pelo BNDES para financiar obras fora do país. A empresa, porém, isentou o banco de participar de um esquema de corrupção. Coutinho e Mantega nega qualquer conversa sobre doações de campanha”, registra trecho da reportagem