Câmara aprova projeto de Humberto que tipifica crime de importunação sexual

O esforço conjunto do Senado e da Câmara para aprovar propostas que beneficiam diretamente as mulheres, em meio à comemoração do Dia Internacional da Mulher, nesta quinta-feira (8), incluiu um projeto de lei de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Oposição na Casa.

O texto, que já havia passado pelo crivo do Senado no fim do ano passado, foi apensado a outras matérias de conteúdo semelhante durante a sua tramitação na Câmara, onde foi aprovado nessa quarta (7). Agora, por conta das modificações, a proposição volta ao Senado.

O projeto prevê o crime de importunação sexual, que é praticar, na presença de alguém e sem a sua anuência, ato libidinoso, com o objetivo de satisfazer sua própria lascívia ou a de terceiro. A pena de reclusão é de 2 a 4 anos.

A ideia original de Humberto era criar a figura de crime de constrangimento ofensivo ao pudor em transporte público, algo que, até então, não aparecia tipificado na legislação. A intenção inicial segue prevista no texto.

“Ao aumentar a pena específica para esses casos em que pessoas desequilibradas se aproveitam de transportes públicos ou aglomerações para satisfazer de forma animalesca seus instintos sexuais deturpados, cremos que estamos dando uma resposta rápida à questão, reafirmando os direitos da mulher quanto à dignidade sexual e a inviolabilidade corporal”, declarou.

A proposta também tipifica o crime de divulgação de cenas de estupro e aumenta a pena para estupro coletivo. Poderá ser apenado com prisão de 1 a 5 anos, se o fato não constituir crime mais grave, aquele que oferecer, vender ou divulgar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outro tipo de registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável.

Já o caso de estupro coletivo passa a ser punido com 1/3 a 2/3 a mais da pena. Atualmente é de 1/4.

Mulheres são exemplo de comportamento seguro no trânsito

As mulheres se envolvem menos em acidentes fatais de trânsito. Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, programa do Governo de São Paulo responsável pela gestão do Infosiga SP, apenas uma em cada cinco vítimas são mulheres. E a explicação está no comportamento mais prudente e na tendência de menor agressividade e competição nas ruas e estradas.

“Certamente, a relação de homens e mulheres com os veículos é muito diferente. Na maioria dos casos, vítimas do sexo feminino são pedestres ou passageiras, em pouquíssimos casos conduzem veículos em acidentes fatais”, explica a coordenadora do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Silvia Lisboa.

Enquanto 93,1% dos condutores vítimas de acidentes são do sexo masculino, entre as mulheres esse índice é de apenas 6,4%. O principal tipo de acidente que vitimam as mulheres são os atropelamentos, que correspondem a 40% das fatalidades nesse grupo.

Prudência e paciência

Segundo Silvia Lisboa, fatores como agressividade e prática de infrações estão diretamente relacionados ao aumento de risco de acidentes de trânsito. “A agressividade tende a ser maior entre os homens e isso reflete em seu comportamento no trânsito”, analisa. “Basta ver a diferença de reação diante de uma ‘fechada’ ou acidentes. O homem sente-se agredido e tende a revidar. Já a mulher pode até reclamar, mas traz para si a responsabilidade e assume o dano”.

Outra característica feminina é a menor propensão a assumir riscos. “Mulheres são mais cautelosas, o que não quer dizer que sejam menos audazes. Mas elas tendem a considerar sempre as situações de risco e antever possíveis problemas no trajeto”, avalia a coordenadora do Movimento Paulista.

Exemplo a ser copiado

Segundo levantamento do Infosiga SP, o comportamento de condutores e pedestres é o maior fator de risco. Em 94% dos acidentes fatais, a falha humana é a principal causa, o que aponta para a necessidade de se ter mais cuidado e paciência no trânsito.

As estatísticas do Infosiga SP revelam, ainda, que quase metade das ocorrências fatais são colisões contra outros veículos. “Isso reflete o alto nível de competição e imprudência por parte dos condutores em geral”, destaca Silvia. “As mulheres, em sua maioria, nos dão o exemplo de como devemos nos comportar para evitar acidentes e fatalidades. Paciência, civilidade ao compartilhar o espaço e se colocar no lugar do outro são atitudes que devem marcar nosso comportamento em qualquer situação, principalmente no trânsito”, conclui.

Sobre o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito

Programa do Governo do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo reduzir pela metade os óbitos no trânsito no Estado até 2020. Inspirado na “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2011 a 2020, o comitê gestor do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove secretarias de Estado: Casa Civil, Segurança Pública, Logística e Transportes, Saúde, Direitos da Pessoa com Deficiência, Educação, Transportes Metropolitanos, Planejamento e Gestão, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. As secretarias são responsáveis por construir um conjunto de políticas públicas para redução de vítimas de acidentes de trânsito no Estado.

O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito envolve também a sociedade civil com o apoio de empresas – Abraciclo, Ambev, Arteris, Banco Itaú, CNseg, ProSimulador e Raízen – e do Centro de Liderança Pública (CLP).

SESI/PE estimula inserção feminina igualitária no mercado de trabalho no Agreste

A participação feminina no mercado de trabalho ainda enfrenta uma série de barreiras e alguns dos principais são a desigualdade salarial e a ascensão na carreira. O levantamento Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado na terça-feira (7) pelo IBGE, mostra que, embora as brasileiras possuam nível de formação superior aos homens, elas ainda são minoria em cargos de liderança nas empresas. De acordo com a pesquisa, 37,8% dos cargos gerenciais no país são ocupados por mulheres e elas ainda ganham 3/4 do valor do salário pagos aos homens.

Apesar disso, é possível mudar esse cenário com medidas de reconhecimento e valorização da competência. Um exemplo disso, é o que é realizado pelo Serviço Social da Indústria de Pernambuco (Sesi/PE). Na empresa, 53% dos cargos são ocupados por mulheres. Elas também respondem por 60% dos cargos de liderança, incluindo de diretoria. Em Caruaru, um dos cargos de destaque da unidade, o de administradora escolar, que seria equivalente à diretoria escolar, é ocupado por Robervânia Cordeiro. Em Belo Jardim, a supervisora pedagógica, espécie de gerente escolar, é de Izabelle Araújo, além de muitos outros talentos que fazem o Sesi no Agreste.

Outro ponto relevante é que no Sesi/PE, homens e mulheres recebem o mesmo salário ao exercerem a mesma função. “Para nós o que conta é a competência e o talento, não o gênero. É esse o exemplo que desejamos deixar para o mercado”, afirma o superintendente da entidade, Nilo Simões.

Sensibilização – Para disseminar essa visão, o Sesi/PE realizou, nesta quinta-feira (8), eventos de comemoração ao Dia da Mulher em suas escolas, a maior rede de Educação particular do Estado, formada por 12 colégios, e palestras para jovens estudantes dos cursos técnicos do Senai Jaboatão sobre mulher: valores e empoderamento.

Umas dicas importantes para igualdade de oportunidades para mulheres no mercado de trabalho que são dadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e praticadas pelo Sesi são:

1. LIDERANÇA: Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade entre gêneros

2. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE, INCLUSÃO E NÃO DISCRIMINAÇÃO: Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação

3. SAÚDE, SEGURANÇA E FIM DA VIOLÊNCIA: Assegurar a saúde, a segurança e o bem estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras

4. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres

5. DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL E PRÁTICAS DA CADEIA DE FORNECEDORES: Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres

6. LIDERANÇA COMUNITÁRIA E ENGAJAMENTO: Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa

7. ACOMPANHAMENTO, MEDIÇÃO E RESULTADO: Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.

Chuvas melhoram níveis de barragens no Agreste e Sertão

As chuvas espalhadas pelo Sertão e algumas áreas do Agreste estão colaborando para a melhoria dos níveis de barragens nessas regiões, inclusive, recuperando mananciais que estavam secos há anos. É o caso das Barragens Poço Fundo, em Santa Cruz do Capibaribe, e Sítio Luiza, em Jataúba, que estavam em colapso total há cinco e sete anos respectivamente. Poço Fundo registra 19,81% da sua capacidade de armazenamento, que é de 27,6 milhões de metros cúbicos de água, e Sítio Luiza está vertendo. Agora a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está realizando os ajustes operacionais para reativar os sistemas e voltar a abastecer pela rede de distribuição o distrito de Poço Fundo, em Santa Cruz do Capibaribe, e Jataúba.

Para o diretor Regional do Interior, Marconi de Azevedo, essa quantidade de chuvas dos últimos dias, mesmo de forma irregular, aponta para a ocorrência de um bom inverno neste ano, principalmente para a região Agreste, cuja quadra chuvosa está prevista entre os meses de abril a julho. Em Pesqueira, a chuva melhorou o nível da Barragem de Santana, responsável pelo atendimento de 70% da população da cidade. Santana tem capacidade para acumular 1,2 milhão de metros cúbicos e atingiu 15% do seu nível, volume suficiente para abastecer Pesqueira, no sistema de rodízio, pelos próximos quatro meses.

Duas barragens localizadas no município de Pedra, no Agreste, também acumularam água. A Barragem de Riacho do Pau (16,8 milhões de metros cúbicos), que atende a cidade de Arcoverde e estava com 37% da sua capacidade no mês de fevereiro, alcançou 49,85% do seu nível de armazenamento. Já a Barragem de Mororó, que abastece a cidade de Pedra, está agora com 63,81% de sua capacidade total (2,9 milhões de metros cúbicos). Essas melhorias no entanto, ainda não são suficientes para alterar o calendário de abastecimento de Arcoverde e, no caso de Pedra, que já conta com fornecimento de água diário para 80% da cidade, a Compesa está realizando obras para levar água para o restante da população.

Serra Talhada, no Sertão do Pajeú, que estava sendo atendida somente pela Adutora do Pajeú, graças às chuvas, voltará a ser abastecida pela Barragem Cachoeira II, que está registrando 28% do seu nível, volume suficiente para reativar o sistema local. A expectativa é anunciar um novo calendário de abastecimento para Serra Talhada na segunda quinzena de março. A Barragem de Brotas, que atende as cidades de Afogados da Ingazeira e Tabira por meio de um sistema integrado, aumentou o seu nível de reservação de 21,81% para 42,6%, nas últimas três semanas. Em função da alta turbidez da água, a Compesa ainda precisa aguardar cerca de 20 dias para aumentar a produção do sistema. O maior manancial para abastecimento humano de Pernambuco, a Barragem de Jucazinho, em Surubim, permanece seca.

Artigo: A delicada relação entre sócios em Escritórios de Advocacia

José Paulo Graciotti

Sócios de escritórios de advocacia são empreendedores com relação comercial das mais delicadas e sensíveis, comparando-a aos outros mercados. As razões são várias, mas apenas apontando a mais importante: escritórios de advocacia não são empresas patrimoniais onde a importância relativa ou a relação de poder é definida pela quantidade de cotas que cada sócio tem dos bens da empresa ou do valor que investiu.

Os fatores que determinam essa relativização, na sua maioria, não são objetivos. Atributos como conhecimento jurídico, experiência, relacionamentos, reconhecimento no mercado, capacidade de captação, são apenas alguns deles que interferem decisivamente na importância relativa do sócio e que são quase todos subjetivos e muito difíceis de serem avaliados. Alguns dos poucos fatores objetivos nessa complicada equação são faturamento próprio ou da equipe e percentual da carteira, que normalmente são utilizados pelos escritórios que utilizam o modelo “eatwhatyoukill”.

Em última instância, cada sócio “vale” na sociedade aquilo que todos os outros sócios “acham” que ele vale.

Outro fator que torna mais difícil essa relação é que tudo isso é mutável ao longo do tempo e à medida que o profissional vai se tornando mais experiente (e velho), vai também alterando a forma como encara suas ambições e sua própria vida pessoal. Tudo isso vai mudando o tecido societário de maneira lenta, quase imperceptível e uma situação de conforto entre sócios, definida num determinado momento, pode não garantir esta estabilidade para sempre.

Devemos lembrar que essa relação entre sócios é em princípio a base de tudo, pois os comportamentos dos principais formadores de opinião permeiam pela sociedade e vão, em última instância, determinar de forma explícita e/ou subliminar todo o comportamento da equipe, definindo assim a filosofia empresarial da mesma.

Toda essa subjetividade, aliada à diversidade de personalidades e às diferentes fases da vida de cada sócio, geram visões, às vezes, totalmente diferentes do que deveria ser a filosofia empresarial e dos objetivos a serem perseguidos.

Para que tudo isso conviva de uma maneira harmônica devem existir duas premissas básicas: respeito de todos sócio aos princípios da sociedade, a consciência de que os interesses do todo são maiores que os interesses individuais; e principalmente ter a real visão da relação entre sua contribuição à sociedade e sua participação (em termos de cotas ou percentual nos lucros) com a humildade de entender que a palavra sociedade dá o direito a qualquer outro sócio de solicitar esclarecimentos sobre as atitudes que interfiram na vida da empresa (accountability).

Resumindo: “é obrigação e direito de todo sócio dar e receber esclarecimentos sobre todas as suas atitudes e as de outros, que interfiram na sociedade”, ou em outras palavras: “o direito de saber é exatamente igual ao dever de explicar”!

José Paulo Graciotti é autor do livro “Governança Estratégica para escritórios de Advocacia” www.graciotti.com.br

Em reunião do PSC, André destaca o crescimento da sigla em Pernambuco

Faltando um mês para o final de prazo de filiação para as pessoas que pretendem disputar as eleições de outubro próximo, o PSC reuniu a sua Executiva Nacional para fazer um balanço preliminar de adesões e traçou as perspectivas eleitorais. Presidente do partido no Estado, o deputado e pré-candidato ao Senado André Ferreira, colocou os dados na mesa e a avaliação, no encontro, foi de que, em Pernambuco, o PSC poderá ter um dos melhores desempenhos do País.

André assumiu o comando da legenda há dois anos com números pouco animadores. Tinha poucos vereadores e nenhum deputado. Na primeira eleição que disputou com a nova direção, em 2016, o PSC elegeu 51 vereadores, sendo três no Recife, e dois vice-prefeitos.

A perspectiva para as eleições deste ano é que a sigla eleja um senador, o próprio André, dois deputados federais e entre seis e sete estaduais.

“Há três meses nós estamos trabalhando para construir a chapa para a Assembleia Legislativa. Ela contará com representantes de várias regiões e segmentos sociais do Estado. E a conta é eleger entre seis e sete deputados, sem brigar com a matemática”, destacou André Ferreira, após o encontro, ocorrido na final da tarde desta quarta-feira.

O PSC vem trabalhando para fortalecer a bancada na Câmara Federal. Na eleição passada foram eleitos 17 parlamentares. Durante a reunião, o presidente do partido, Pastor Everaldo, avaliou que a legenda fará ao menos 31 de deputados.

Relatório de Riqueza Global do Grupo Allianz: recuperação em tempos de turbulência

O Grupo Allianz divulgou a oitava edição do seu relatório sobre a riqueza global (em inglês, “Global Wealth Report”), que examinou em detalhes a situação de ativos e dívidas das famílias em mais de 50 países em 2016. Do ponto de vista político, foi um ano muito turbulento. No entanto, as fortunas privadas minimizaram esse aspecto: após um 2015 mais fraco (+4,7%), os ativos financeiros voltaram a crescer 7,1% em 2016, mais ou menos igualando a média observada após a crise de 2008. Em termos mundiais, os ativos financeiros atingiram um novo recorde, de quase 170 trilhões de euros.

Bolsas puxam o crescimento, mas poupadores preferem depositar seu dinheiro em bancos

O bom desempenho de 2016 se deveu, em grande parte, à corrida de final de ano nas Bolsas, especialmente em países industrializados. Quase 70% do crescimento de ativos de 2016 foram atribuídos a mudanças no valor das carteiras. Apenas 30% se deveram a poupanças originais, ao contrário do que se viu em 2015. A composição das novas poupanças é bastante surpreendente. Os poupadores privados venderam mais títulos do que compraram, porém, colocaram até dois terços de novos fundos nos bancos – o que representa uma nova alta recorde. “O comportamento poupador dos investidores privados ainda se mostra decididamente avesso a riscos”, comentou Michael Heise, economista-chefe do Grupo Allianz. “Enquanto os ativos financeiros cresceram ao longo dos últimos anos, sobretudo graças ao bom desempenho dos mercados de valores, o dinheiro novo é colocado principalmente em contas bancárias e em países industrializados. Aqui, no entanto, eles não deixam apenas de gerar retorno, como ainda sofrem perdas reais. Só em 2016, estima-se que os poupadores tenham perdido em torno de 300 bilhões de euros devido à inflação. Em 2017, com a inflação em ascensão, esse número pode duplicar. E na maioria dos mercados emergentes a situação não é muito melhor, com menos de 20% dos ativos financeiros estimados para serem investidos em produtos seguros e de longo prazo. Há uma necessidade generalizada de ação. A digitalização pode ser a chave para melhores processos de investimento”.

Ásia cresce com taxas que são, de longe, as mais aceleradas

A aceleração do crescimento em 2016 veio principalmente de países industrializados, onde duplicou e atingiu a marca de 5,2%. A Ásia (excluindo o Japão) foi mais uma vez a líder inconteste em 2016, com um crescimento de 15%; os ativos financeiros no Leste Europeu aumentaram 7,9%. Também em uma comparação de longo prazo, a Ásia (excluindo o Japão) é a região dominante, especialmente quando também levada a inflação em conta. Os ativos financeiros brutos per capita na Ásia (excluindo Japão) subiram em termos reais quase 11% ao ano na última década. As outras duas regiões emergentes, América Latina e Leste Europeu, obtiveram elevação de apenas 5%, o que ainda assim é mais que o dobro das taxas de crescimento na América do Norte (+2,1% de crescimento real desde 2006) e na Europa Ocidental (+1,4%). Por conseguinte, essas três regiões — América Latina, Leste Europeu e Ásia (excluindo Japão) responderam por pouco menos de 23% dos ativos financeiros brutos mundiais em 2016. Essa proporção mais do que duplicou nos últimos dez anos. Os mercados emergentes têm um peso ainda maior quando se trata do avanço de ativos, com 42% do crescimento atribuível a esse grupo de países na última década. No entanto, isso se deve em grande medida ao desenvolvimento na China que, sozinha, respondeu por cerca de 30% do crescimento mundial desde 2006.

Dívida cresce mais rápido do que a economia

O passivo global das famílias aumentou 5,5% em 2016, a taxa mais alta desde 2007. Isso significa que a dívida também avançou mais rápido do que os resultados econômicos nominais pela primeira vez desde 2009 e o índice de endividamento mundial aumentou quase 1 ponto percentual, atingindo 64,6%. O quadro variou amplamente entre as regiões. O crescimento acelerou levemente – a partir de um nível moderado – na Europa Ocidental, no Leste Europeu e na América do Norte. A América Latina vivenciou um declínio maior no crescimento. Na Ásia (excluindo o Japão), por outro lado, o crescimento da dívida subiu acentuadamente com mais 4 pontos percentuais, chegando a pouco menos de 17%; no topo ficaram as famílias chinesas, que ampliaram seus passivos em vertiginosos 23%. Isso significa que essa região é responsável por quase 20% dos passivos privativos mundiais que totalizam pouco menos de 41 trilhões de euros, comparado a menos de 7% há dez anos . “A situação do endividamento na China deveria ser monitorada de perto”, comentou Michaela Grimm, coautora do relatório. “Embora a taxa de endividamento das famílias ainda não esteja na zona de perigo, a dinâmica é alarmante: o índice saltou 17 pontos percentuais nos últimos cinco anos e quase seis pontos somente em 2016 – ambos são números que se destacam em termos mundiais. Apenas para comparar, nos cinco anos que antecederam a grande crise financeira de 2008, o índice de endividamento nos EUA aumentou cerca de 20 pontos percentuais. As autoridades chinesas deveriam tomar cuidado para não cometerem o erro de achar que a China estará imune a uma crise financeira – contramedidas oportunas seriam bem melhor.”

Apesar do aumento substancial da dívida, os ativos financeiros líquidos – que são os ativos financeiros brutos menos a dívida – alcançaram um novo recorde mundial, de 125 trilhões de euros no final de 2016. Isso representa um aumento de 7,6% face ao ano anterior. Embora isso esteja ligeiramente abaixo da média para os anos desde a crise, ainda assim está bem acima do crescimento de 4,8% de 2015. Em contraste, no Leste Europeu o crescimento dos ativos financeiros líquidos desacelerou para 9,7%.

Inflação pesa sobre acumulação de ativos no Brasil

O crescimento nos ativos financeiros das famílias brasileiras se recuperou e chegou a 19,5% em 2016 – bem mais rápido do que nos três anos anteriores, nos quais a média foi de 6%. Essa aceleração pode ser atribuída a dois fatores: primeiro, os passivos expandiram apenas cerca de 3% – bem abaixo da média no longo prazo que era de aproximadamente 13% ao ano desde 2006. À medida que o resultado econômico nominal superava o crescimento da dívida, a razão dívida-PIB baixou quase um ponto percentual, para 38,5%. Contudo, o endividamento privado no país segue bem acima da média regional de quase 29%. Em segundo lugar, as famílias, que detêm quase metade de seus ativos sob a forma de ações, fundos e outras participações acionárias, se beneficiaram do forte crescimento das Bolsas. As detenções de valores mobiliários tiveram um aumento substancial estimado em 17%, enquanto os recebíveis provenientes de seguradoras e fundos de pensão também tiveram crescimento de dois dígitos na esteira dos mercados de ações. Contrastando com isso, os depósitos bancários ficaram mais ou menos estagnados pelo segundo ano consecutivo, refletindo a crise econômica em curso. Mesmo assim, os ativos financeiros brutos dos brasileiros cresceram em torno de 12%, atingindo aproximadamente 1,7 trilhão de euros, o que representa cerca de metade de todos os ativos da região. Após a dedução da taxa média da inflação de quase 9%, no entanto, as famílias tiveram um crescimento bem modesto.

Brasil em 41o. lugar

O Brasil ficou em 41º lugar no ranking mundial dos países mais ricos, mantendo a classificação do relatório referente ao ano de 2015 (para os ativos financeiros líquidos per capita, ver tabela dos “Top 20”). Com 4.980 euros de ativos financeiros líquidos per capita, o Brasil está atrás do México, mas ainda à frente da Colômbia e Peru. Para alcançar o Chile (16.460 euros per capita em média), país que tem as famílias mais ricas da região, os brasileiros ainda têm muito caminho pela frente. No topo da lista ocorreu uma troca da guarda em 2016, com os EUA tomando o lugar da Suíça (por uma margem estreita). De resto, a lista dos mais ricos permanece a mesma, com os países escandinavos e asiáticos dominando o cenário.

Distribuição da riqueza global se iguala lentamente

A evolução na distribuição da riqueza global desde a virada do milênio tem sido definida por um fenômeno em particular: o crescimento galopante da classe média da riqueza global[2] .

O número de pessoas pertencentes a essa categoria mais do que duplicou durante esse período, passando de cerca de 450 milhões em 2000 para mais de 1 bilhão atualmente. A grande maioria dos que migrou provém da classe mais baixa de riqueza, totalizando quase 600 milhões de pessoas, que deram esse salto desde 2000. No entanto, se olharmos a nacionalidade dos que subiram de degrau, vemos que 80% deles são chineses; somente 6% são do Leste Europeu. Portanto, a duplicação da classe média da riqueza global reflete, basicamente, a ascensão da China.

A despeito da emergência de uma nova classe média da riqueza global, o mundo como um todo ainda está muito longe de uma distribuição “equitativa” da riqueza. Se dividirmos a população dos países que foram analisados em decis da população mundial com base nos ativos financeiros líquidos per capita, fica claro que os 10% mais ricos do mundo detêm, em conjunto, 79% dos ativos financeiros líquidos. Mesmo assim, a concentração da riqueza ainda se elevava a 91% em 2000.

O elefante não tem tromba

Esses decis de riqueza global podem ser usados para recriar o chamado “gráfico-elefante”, que mapeia o crescimento da renda para cada percentil da população mundial, em termos de crescimento de ativos. É impossível não notar as similaridades em relação ao gráfico original. Especialmente as famílias na porção média superior da distribuição da riqueza global – aspirantes à classe média em países emergentes – se beneficiaram do crescimento dos ativos nos últimos anos. Porém, há uma diferença gritante na extremidade superior da pirâmide da distribuição. O crescimento decresce consideravelmente no décimo decil, aquele dos 10% com os maiores ativos financeiros líquidos per capita. “O elefante não tem tromba”, declarou Heise. “Em contraste com a situação da renda, os ativos estão crescendo mais devagar na extremidade superior da escala do que no meio. No que se refere a uma distribuição de riqueza mais igualitária, essa é uma boa notícia. Contudo, é preciso não ter ilusões sobre um ‘mundo justo’. No decil superior os ativos financeiros líquidos médios per capita superam a marca de 200 mil euros; o 1% mais rico da população mundial possui em média ativos financeiros líquidos pouco acima de 900 mil euros. Pobres e ricos ainda são mundos completamente distintos e distantes.

Ebit espera crescimento de 10% nas vendas online no Dia do Consumidor

A Ebit, empresa referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro, estima um faturamento de R$223 milhões para o Dia do Consumidor neste ano, celebrado em 14 de março, alta de 10% ante o mesmo período em 2017, quando foram registrados R$202 milhões. O aumento deverá ser impulsionado pela previsão de número de pedidos, de 421 mil para 479 mil, já que o tíquete médio caiu de R$480 para R$466 comparado ao ano anterior.

A data, criada pelo Buscapé em 2014, chega ao quinto ano consecutivo no país e já é uma das mais importantes do calendário nacional do e-commerce. “Hoje o Dia do Consumidor só perde para a Black Friday em questão de faturamento, uma data fundamental para os varejistas online”, afirma André Dias, Diretor Executivo da Ebit.

Entre as categorias mais desejadas pelo consumidor estão a de Eletrônicos, com 8% de intenção de compras, seguida por Telefonia e Celulares e Cosmésticos/Perfumaria/Cuidados Pessoais. “Identificamos que 26% dos consumidores pretendem comprar na data e, apesar da queda de 7% comparado a 2017, percebemos que atualmente 42% conhece o que é o Dia do Consumidor no Brasil, aumento de 4% em relação ao ano anterior. O boom das redes sociais impulsionou a visualização da data, já que 28% dos consumidores tem acesso a data pela internet. A ideia é promover preços atrativos e que agreguem valor ao cliente”, comenta Dias.

O crescimento de importantes datas, como o Dia do Consumidor, deverá ser um dos principais fatores a impulsionar o crescimento do e-commerce em 2018. No relatório Webshoppers nº 36, lançado em agosto de 2017, a Ebit aponta crescimento de 10% para o setor no ano, com faturamento de R$21 bilhões.

Mulheres na política, um desafio

Por Renata Abreu

Todo ano é a mesma coisa: por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, chovem congratulações, homenagens e celebrações. Passada a efeméride, as brasileiras, em sua grande maioria, voltam ao cotidiano de subalternidade, discriminação, exploração e assédio.

A política é uma das inúmeras áreas em que a mulher está em uma situação de assimetria. Neste campo, a desigualdade de gênero pode ser percebida já na seguinte comparação: maioria na população brasileira (51,7%), as mulheres representam 44,27% dos filiados a partidos políticos.

Essa defasagem só piora na escolha de candidatos e nas eleições. Nas eleições municipais de 2016, somente 31,6% dos candidatos a cargos eletivos eram mulheres. O atual Congresso Nacional, eleito em 2014, tem apenas 10,94% de parlamentares do sexo feminino.

Para se ter uma ideia do que isso significa, basta verificar que a média mundial – média! – da representação feminina no Parlamento é 23,5%. Isso faz com que o Brasil ocupe o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela Inter-Parliamentary Union – uma associação dos legislativos nacionais de todo o mundo –, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e das Ilhas Polinésias.

Quais são os motivos que explicam tal situação? Sabemos que existe um gap econômico, social e cultural das mulheres que só recentemente vem sendo enfrentado. As mulheres ainda ganham menos que os homens no mercado de trabalho, têm menos acesso a cargos de chefia e muitas ainda sofrem violência doméstica. Mas há fatores institucionais que colaboram, e muito, para a manutenção dessa assimetria feminina em cargos eletivos.

A estrutura de poder dos partidos políticos brasileiros é, historicamente, dominada por homens. Nunca tivemos aqui uma Margaret Thatcher ou uma Angela Merkel. O Podemos é um dos poucos que é presidido por uma mulher. Dessa forma, as cúpulas partidárias distribuem as verbas reproduzindo as práticas discriminatórias da sociedade contra a mulher.

Como já acontece em muitos países desenvolvidos, o Brasil precisa adotar medidas corajosas para estimular a competitividade das mulheres nas eleições. “Empoderá-las”, para usar uma expressão em voga. Quais seriam essas medidas? Dois exemplos: cotas obrigatórias de cadeiras femininas no Parlamento e estímulos do poder público para que os partidos admitam mais mulheres em sua estrutura decisória.

A igualdade das mulheres na política beneficiará a sociedade como um todo. Pensem nisso: estudos recentes mostraram que, em regimes democráticos, quanto maior é a presença de mulheres no Parlamento e no governo, menor é a incidência de corrupção nessas instâncias.

Shopping Difusora recebe oficina “O Ator Criador”

O Shopping Difusora recebe evento de grande interesse dos mais familiarizados com o universo do cinema e da dramaturgia. Conectado com as artes, o mall oferece oficina “O Ator Criador”, ministrada pelo roteirista, ator e contista Guilherme Gonzalez. Os debates vão acontecer entre os dias 12 a 16 de março, das 18h às 21h30, no Piso 3, no Difusora Shopworking, situado no centro de compras. Os interessados em adquirir uma vaga deverá realizar um depósito de R$ 250, viaGS Instrutoria e Produção, equivalente aos cinco dias de curso.

A oficina tem como público-alvo entusiastas das artes cênicas – atores, dramaturgos e contistas – e explorará técnicas de interpretação por intermédio de metodologia de atores; alfabetização da linguagem corporal; alegorias técnicas de interpretação a partir do jogo teatral; e, por fim, desenvolvimento de uma prática assertiva de construção cênica com base em obras de grande renome literário.

Para Welter Duarte, gerente de Marketing do Difusora, a participação de Guilherme Gonzalez no evento é de extrema importância para a propagação da missão cultural e social do shopping, que figura como apoiador da reunião. “A oficina o Ator Criador foi uma iniciativa nossa em parceria com a GS Instrutoria e Produção para prestigiar os artistas cênicos da nossa cidade”, pontua.

Sobre o Palestrante:

Guilherme Gonzalez tem experiência na TV, teatro e como escritor de contos. Em sua passagem pelo teatro, atuou nas peças Morte e Vida Severina e Ó Pátria amada; dirigiu os espetáculos De luz e de Sombras e O Concílio do Amor. O seu êxito também percorreu a TV: integrou o elenco principal de tramas globais – Morde e Assopra; Sangue Bom; Velho Chico; Império; Rocky Story e muitas outras. Atualmente, concentra-se em roteiros cinematográficos e textos dramáticos para canais fechados.

Serviço

Oficina “O Ator Criador” com Guilherme Gonzalez

Local: Difusora Shopworking – 3º piso

Endereço: Av. Agamenon Magalhães, 444 – Maurício de Nassau, Caruaru

Quando: 12 a 16 de março

Horário: 18h às 21h30

Valor: R$ 250,00