Entidades anunciam plano para melhorar segurança

Representantes de entidades públicas e instituições ligadas ao comércio,
além das polícias civil e militar e da Prefeitura de Caruaru, estarão
reunidos nesta quarta-feira (14), a partir das 8h, no Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja), para anunciar um plano de
ação para melhorar a segurança no comércio e na Feira da Sulanca em
Caruaru.

De acordo com o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, coronel
Roberto Galindo, experiências anteriores evidenciaram que a manifestação
das organizações envolvidas fortalece o trabalho da polícia. “Nós
estamos unidos com o objetivo de melhorar a segurança na Feira da
Sulanca e se expandir para a área de comércio central da cidade”,
destacou.

Para o delegado regional Erick Lessa, o mais importante é coibir a
insegurança que atormenta compradores e lojistas, o que será feito com a
presença das instituições policiais. “Estão todas as entidades e
instituições, na coordenação do Sindloja, efetivamente empenhadas para
semear a sensação de segurança para a população”, garante.

A iniciativa de discutir a violência crescente nesses locais partiu do
Sindloja, que promoveu duas reuniões na semana passada, em que foram
definidas as estratégias para a segurança, principalmente tendo em vista
as grandes feiras de fim de ano.

A ação integrada é encabeçada pelo Sindloja Caruaru, com o apoio da
Acic, OAB-Caruaru, CDL, Sindicato dos Feirantes, Associação dos
Sulanqueiros, Sincovac Caruaru, Destra, Prefeitura, Sindecc, Polícia
Civil, Polícia Militar, e ainda deve ser fortalecida com o Corpo de Bombeiros, SAMU e Polícia Rodoviária Federal.

Prefeito de Bezerros entrega ambulância no distrito de Cajazeiras

O veículo ficará na unidade de saúde para atender as ocorrências durante toda a semana (Foto: Divulgação)

O prefeito de Bezerros, Branquinho (PSB), esteve no distrito de Cajazeiras, na última sexta (9), para fazer a entrega de uma ambulância. O veículo ficará na unidade básica de saúde para atender as ocorrências durante toda a semana – nos casos de transferência e atendimento de urgência para a Unidade Mista São José.

“A ambulância é exclusiva para remoção dos casos de urgência. Ela vai ficar disponível a qualquer hora do dia ou da noite para fazer o socorro de quem precise”, disse Branquinho. Além da entrega, ele visitou a unidade de saúde recém-reformada. Foram restaurados todos os ambientes, como sala médica, enfermaria, sala de medicação e recepção.

Essa é a quarta ambulância que a prefeitura faz a entrega na zona rural. Já foram contemplados os distritos de Boas Novas, Sapucarana e Sítio dos Remédios.

Gravatá: Vereador deve sair do PSB para disputar prefeitura

Da Folhape

Filiado ao PSB, o vereador do município de Gravatá, Fernando Resende, deve migrar para o PR e se candidatar a prefeitura da cidade nas eleições do próximo ano. A sua saída do Partido Socialista Brasileiro deve ocorrer por conta de dois motivos: o primeiro é sua ligação com o secretário de Transportes de Pernambuco e um dos líderes estaduais do Partido Republicano, Sebastião Oliveira; o segundo motivo é a provável candidatura do deputado Waldemar Borges, do PSB, ao mesmo cargo. A decisão de se transferir para outra sigla só ocorreu agora por conta da prorrogação do prazo de filiações a outras legendas seis meses antes do pleito.

No sábado (10), o vereador Fernando Resende reuniu diversas lideranças políticas para anunciar o apoio de cinco partidos a sua pré-candidatura à Prefeitura de Gravatá. Na ocasião, confirmaram adesão ao seu projeto as seguintes legendas: DEM, PR, PV, PROS e Solidariedade. Nos próximos dias, Resende informa que em breve o grupo será reforçado com a chegada de outros partidos aliados. Fernando Resende, faz oposição ao prefeito Bruno Martiniano (Sem partido).

“Gravatá tem um enorme potencial, mas é preciso ser gerenciada por pessoas competentes e comprometidas. Chega de retrocesso. É necessário resgatar a confiança e o orgulho do nosso povo, que é trabalhador e talentoso”, ressaltou Resende.

“Esse apoio é fruto de muita articulação e conversas, cujo objetivo é unir forças em prol do município. A nossa missão será fazer com que a nossa cidade volte a trilhar o caminho do desenvolvimento”, concluiu Fernando Resende.

Marcaram presença Elson Campos (vereador e presidente do DEM), Gustavo da Serraria ( vereador e presidente do PV), Gilmário de Uruçu (ex-vereador e presidente do PROS), Ademir de Gonçalo (ex-vereador e presidente do PR), Carlinhos de Amaro João (suplente de vereador e vice-presidente do Solidariedade – representando o presidente Marcelo Motos), Angélica de Ademir (vereadora) e Ivan da Farmácia (suplente de vereador).

Câmeras para evitar fraudes em autoescolas devem entrar em vigor

Da Folhape

A partir do dia 26 de outubro, os 278 Centros de Formação de Condutores de Pernambuco (CFCs) deverão contar com câmeras de monitoramento nas salas de aula. Numa segunda etapa, os ocupantes dos veículos utilizados nas atividades práticas também serão fiscalizados por equipamentos. A medida, definida em resoluções e portarias do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE), tem como meta fiscalizar os estabelecimentos para garantir que os alunos cumpram a carga horária mínima exigida para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) – 45 horas de aula teórica, mais 25h/práticas para a primeira habilitação. Entre os dias 19 e 23, representantes de autoescolas serão treinados sobre o funcionamento do sistema, que pretende inibir fraudes.

Segundo o presidente do Sindicato dos Centros de Formação, Ygor Valença, as câmeras nas salas de aula e nos carros serão de alta resolução, com capacidade para fazer reconhecimento facial e, também, de contar quantas pessoas estão no local. “A ação é positiva. Vai permitir o controle das atividades e garantir que o aluno esteja realmente preparado, evitando os acidentes que estavam correndo nos pátios de provas práticas”, afirmou.

O representante reconhece que pode haver um aumento no custo para o usuário, mas justifica que o reajuste estaria dentro do limite de valores estipulados por um estudo feito pelo Sebrae e publicado numa outra portaria do Detran. “Vamos cobrar o preço justo, pois uma carteira por R$ 500 é fraude.”

No caso dos carros das aulas práticas, será utilizado um GPS para verificar todo o percurso que o veículo realizou com aluno e o instrutor. “Eles serão fotografados e filmados, sem saber, em dez pontos diferentes, para observar se estavam realmente fazendo a aula”, disse Ygor. O representante lembra que as novas normas são determinações dos órgãos.

Para o diretor-geral do Detran-PE, Sebastião Marinho, o monitoramento será fundamental para a qualidade da formação. “Ocorria que se pagava um valor menor e não eram realizadas todas as aulas. O que, consequentemente, gera um candidato despreparado”, destacou. A empresa que fornecerá o sistema foi contratada pelo sindicato e vai operar em conjunto com setor específico do Detran-PE.

Duplo comando para evitar acidentes

O Detran-PE regularizou a situação dos carros utilizados nos exames práticos na semana passada. Como determina a resolução 168/04 do Conselho Estadual de Trânsito (Contran), foram disponibilizados veículos com duplo comando e a permanência de examinadores. Esses itens, aliados à qualidade da formação, seriam aspectos motivadores para acidentes ocorridos nos últimos meses.

Para coibir a divulgação de fatos do tipo, o órgão estadual emitiu um comunicado proibindo os servidores de reproduzirem fotos e vídeos do local feitos por celulares ou câmeras fotográficas. O Sindicato dos Servidores do Detran-PE acredita que tantos acidentes ocorrem por conta dos problemas no momento das provas práticas. A norma detalha que o candidato precisa estar acompanhado durante toda a prova por, no mínimo, dois membros da comissão instituída pelo órgão de trânsito, sendo pelo menos um deles habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo motorista.

No acidente mais recente, segundo o Detran-PE, um auxiliar de logística da empresa terceirizada do órgão foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões, onde foi constatada fratura na perna esquerda. Ele foi liberado em seguida.

Inflação da terceira idade acumula alta de 10,21% em 12 meses

Do G1

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a variação de preços de indivíduos com mais de 60 anos de idade, ficou em 1,23% no terceiro trimestre deste ano. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 10,21%. Os números foram divulgados nesta terça-feira (13) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre de 2015, a taxa do IPC-3i registrou decréscimo de 1,23 ponto percentual, passando de 2,46% para 1,23%.

A variação do custo de vida dos idosos ficou acima da taxa acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), de 9,65%, no mesmo período.

Esse índice de preços ficou acima da inflação oficial, de 9,49%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice está bem superior ao teto da meta de inflação do Banco Central, que é de 6,5%.

Contribuíram para o decréscimo de preços os grupos alimentação (2,34% para 0,54%), saúde e cuidados pessoais (3,47% para 1,82%), despesas diversas (9,31% para 0,67%), habitação (2,53% para 1,97%), educação, leitura e recreação (2,73% para 0,94%), vestuário (1,98% para 0,24%) e transportes (0,69% para 0,35%).

Na contramão, avançou o grupo comunicação (0,26% para 0,77%).

Veja a variação de preços de alguns itens:
Hortaliças e legumes (-16,33% para 11,85%)
Medicamentos em geral (6,08% para 0,24%)
Jogo lotérico (55,92% para 0%)
Condomínio residencial (3,85% para 2,54%)
Passagem aérea (12,35% para -5,76%)
Roupas (2,39% para 0,21%)
Automóvel novo (2,01% para -0,36%)
TV por assinatura (1,89% para 4,36%)

Horário de verão começa no dia 18 de outubro e vai durar até 21 de fevereiro

Do G1

O horário de verão vai começar no próximo dia 18 e vai durar até o dia 21 de fevereiro de 2016. À 0h (meia-noite) de sábado para domingo, os moradores de 10 estados, além do Distrito Federal, terão que adiantar os relógios em uma hora.

O Ministério de Minas e Energia informa que a versão 2015/2016 do horário de verão seguirá as regras estipuladas no decreto 6.558, de 2008, revisado em 2013, que fixa a duração de quatro meses, entre o terceiro domingo de outubro de cada ano e o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.

Pela legislação, o horário de verão irá vigorar nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nos etados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

Esta será a 39ª edição do horário de verão no país. A primeira vez ocorreu no verão de 1931/1932. O objetivo é estimular o uso racional e adequado da energia elétrica.

“A estimativa de ganhos com a adoção do horário de verão supera o patamar de R$ 4 bilhões por ano, que representa o valor do custo evitado em investimentos no sistema elétrico para atender a uma demanda adicional prevista, de aproximadamente 2.250 MW no parque gerador nacional, um valor certamente muito expressivo”, informa o Ministério de Minas e Energia.

Segundo o ministério, nos últimos dez anos, o horário diferenciado em parte do país durante o verão tem possibilitado uma redução média de 4,6% na demanda por energia no horário de pico.

Consumo de energia em queda em 2015

O ano de 2015 tem sido marcado pela queda do consumo de energia no país, em meio a uma atividade econômica em recessão e também à forte alta das tarifas de energia.

Por conta da escassez de chuvas, que prejudicou o armazenamento nas represas das principais hidrelétricas do país, o governo vinha mantendo ligadas todas as térmicas disponíveis desde o final de 2012. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação do valor das contas de luz.

Também ajudou a aumentar os custos no setor elétrico o plano anunciado pelo governo no final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%. É que, para chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente pagos. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, e o custo tem sido repassado ao consumidor final por meio da elevação das tarifas.

‘Apesar da crise, o Brasil não vai acabar’, diz Bertoldi

Do Estadão Conteúdo

Em meio ao turbilhão da crise econômica e política pelo qual o Brasil passa, Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Pinheiro Neto Advogados, um dos maiores escritórios de advocacia do País, especializado em negócios, não acredita em um futuro catastrófico.

Do posto de observação privilegiado, acompanhando as fusões, aquisições, quebras e reestruturações financeiras dos maiores grupos empresariais do País, Bertoldi acha que estamos vivendo um momento de transição.

Muitos vão quebrar, grandes grupos nacionais vão encolher, multinacionais japonesas e coreanas vão aproveitar que as empresas estão baratas para avançar no Brasil. E, ao fim do processo, as companhias estarão mais fortes. “O Brasil sairá da crise e, quando sair, será rápido”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. vê o atual momento pelo qual o Brasil passa?

Minha referência é um modelo liberal, com pouca intervenção do Estado na economia. Só que não acredito que esse modelo, por si só, vá diminuir as distâncias sociais. Esse era um problema muito grande.

Vejo como grande mérito a melhora na parte social nas duas gestões do governo Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e da Dilma (Rousseff). Não sei se agora, com tudo que está acontecendo, vai haver uma devolução dos ganhos conquistados.

Mas acho que o modelo liberal puro não necessariamente garante uma diminuição. Ele melhora a economia, melhora o PIB, vai criar mais oportunidades. Mas, para um País que tinha uma situação tão grave, uma distância tão grande, não sei se o liberal puro, por si só, vai resolver.

O sr. diz que há coisas boas olhando para a frente. O que seriam?

Não sou otimista. Talvez não seja tão pessimista. Tem algumas coisas que vejo que são boas. A principal delas, e acho que não é enaltecida o suficiente, é a força e a resiliência das instituições do Brasil.

É interessante ver que a Polícia Federal tem autonomia para investigar quem quer, desde empresários influentes, políticos e até ministros. Não ouvi, até agora, nada que interrompa o trabalho da PF. Um juiz também consegue, bem ou mal, levar as investigações que são sensíveis e ninguém questiona.

A divisão dos poderes está bem respeitada. As instituições se mostraram muito fortes, talvez até mais do que a gente supusesse.

Mas o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir que o Tribunal de Contas da União avalie as contas da presidente Dilma.

Isso não é decisão. O governo quer criar argumentos para que isso não ocorra. Faz parte do jogo. Tentar influir, mas dentro das regras. Se fosse uma canetada… Mas tentar construir argumentos para que isso ocorra, acho válido.

Como o sr. vê essa discussão do impeachment? Há motivos legais para se tirar a presidente?

Pessoalmente, sou contra. Houve eleição, mas muita gente não gostou do resultado, que deve ser respeitado. O impeachment não é necessariamente um processo legal. É um processo muito mais político.

Muitas pessoas justificam a necessidade dele por ter de aguentar mais três anos de governo, que está muito fraco.

Se houver algo sério, sob o ponto de vista legal, passaria a ser a favor. Mas por questões meramente políticas e econômicas, prefiro que as instituições sejam preservadas.

Do jeito que está, com o TSE falando em analisar as contas da campanha presidencial, corre-se o risco de judicialização do mandato? A presidente pode ficar pendurada por uma liminar?

Acho que pode haver discussões. A Dilma ou qualquer outro presidente não sai por uma decisão do Judiciário. É uma decisão do Congresso. Ou seja, política. O que pode haver são discussões jurídicas que podem alimentar a discussão política e até dar argumentos para que o impeachment seja exercido. Dificilmente vejo como uma decisão jurídica.

Como os investidores veem esse cenário?

Há alguns anos, o Brasil virou o País da moda. Ficava até constrangido de ver os (grupos e fundos) estrangeiros pagando preços irreais e até injustificáveis pelos ativos aqui. Se olhar agora, temos uma crise política enorme e uma crise econômica – essa, sim, não me surpreende. A intensidade da crise política, para mim, é uma grande surpresa. Essa combinação é perigosa. Temos dois tipos de investidores.

Comparo com o período de 2002, quando havia indefinição se o Lula iria ser ou não eleito, e ninguém sabia o que iria acontecer. Quem entrou no Brasil naquele momento fez excelentes negócios.

Os investidores mais cautelosos, que não estão comprometidos com o Brasil, tiraram o pé do acelerador. Por outro lado, há investidores que veem essa crise como oportunidade. Há negócios muitos bons, como agronegócios, e setores que devem ser consolidados, como papel e celulose.

Temos um mercado interno grande que não vai desaparecer. Além disso, há ativos que serão vendidos por necessidade, por causa de endividamento, e outras (empresas) envolvidas na Lava Jato.

A volatilidade atual do câmbio prejudica as transações?

O câmbio alto torna os ativos brasileiros bastante atraentes, mas enquanto não se estabiliza, complica mais. Corre-se o risco de entrar por R$ 4 e sair por R$ 3 ou entrar por R$ 3 e sair por R$ 4. Mas existe um grupo de investidores que já está aqui e olha para o País a médio e longo prazo.

Vai ter um movimento de concentração e, com a situação das empreiteiras, muitas concessões vão mudar de mãos. Vejo com otimismo outras áreas que não decolaram no Brasil porque havia uma interferência muito grande do Estado e, pelo que parece, o BNDES vai interferir menos por falta de caixa.

Vejo duas áreas fundamentais para a maturidade do País : ‘project finance’ (captação de recursos no mercado financeiro para financiar infraestrutura) e mercado de capitais. Antes, era mais fácil correr para o BNDES, arrumar um sócio, ou um empréstimo com condições mais vantajosas, sem ter um projeto tão arredondado.

Haverá uma mudança de perfil das empresas?

Teremos empresas melhores. Elas terão de ser boas para entrar no mercado de capitais. Pode demorar um pouco. O Brasil precisa de investimento em infraestrutura. Essa rodada de negociações vai precisar de dinheiro privado.

Claro que estamos sem o grau de investimento, mas não acho que inviabilize os projetos. Há grupos com visão de médio e longo prazo. Uma certeza eu tenho: o Brasil não acabou com essa crise. A gente já passou por outras. E acho que o Brasil vai voltar. E quando voltar, será rápido.

Mesmo com esse cenário pessimista, há oportunidades para entrada de novos investidores? Ou só os mais tradicionais ficam?

Os dois casos. Países como Japão e Coreia do Sul têm vontade de aumentar a participação deles no Brasil. A China já não está tão pujante. As empresas querem vir para o Brasil para ganhar dinheiro.

Se entram em um momento de baixa e conseguem comprar ativos que vão se valorizar um dia, tem muito negócio a ser feito. Há muitos grupos que estão comprometidos e que têm parte relevante da receita gerada aqui ou não podem mais crescer nos seus países de origem. Além de grupos novos que veem o Brasil como oportunidade.

Mas, neste caso, o câmbio não afugenta?

Há mecanismos financeiros de proteção, que são caros. Não precisa ter um câmbio fixo, mas é preciso ter uma ideia de até quando testar os limites. Quando tiver com a banda (mais clara), dá para fazer as contas.

O que está claro é que não vamos ver, até pelo menos 18 meses, uma queda significativa da taxa de juros. Então, o dinheiro no Brasil vai ficar bem caro, o que pode ser inibidor para investimentos locais. Talvez abra mais oportunidades para os estrangeiros.

O sr. falou de empresas em dificuldade que estão vendendo ativos e de oportunidades para investidores de fora. Tem comprador para tudo isso?

Depende do setor e da empresa. Há empresas que não estão em dificuldade, mas estão planejando o futuro. Quando se tem queda de receita, como várias tiveram, a proporção de sua dívida em relação ao seu faturamento explode e há problemas para se administrar essa dívida.

Tem a questão do endividamento externo. Embora muitos grupos tenham aprendido com a crise de 2008 (sobre os derivativos), por incrível que pareça há empresas que não têm todas as suas posições “hedgeadas” (protegidas). E tem gente ganhando com câmbio. Infelizmente, alguns grupos vão sair desta crise bem menores e bem mais fracos do que são hoje, e vão falar que estão mais focados.

Os escândalos de corrupção paralisaram muitos negócios.

Em um primeiro momento, há um impacto muito negativo na economia Há paralisação de alguns setores na expectativa de ver o que acontece. Corremos o risco de pecar pelo excesso de investigações. Sabemos como começa, mas não onde acaba.

Os acordos de leniência vão crescer mais?

Tudo o que aconteceu no Brasil envolvendo essa questão de corrupção pode trazer maior transparência em negócios que envolvem o Estado, principalmente, e a concorrência entre as empresas.

Faz parte de um movimento que está em um caminho muito certo. No médio prazo, vai melhorar muito a situação aqui. Teremos preços mais justos, obras públicas realizadas com valores mais realistas, uma competição maior e efetiva.

As empresas vão sobreviver a esse processo?

Vão. Estamos falando de empresas grandes, como Petrobrás, Eletrobrás e outras. No fundo, a Petrobrás teve muito azar. Se o barril de petróleo estivesse a US$ 100, a situação seria diferente hoje.

É o mesmo que está acontecendo com o Brasil. Temos uma crise econômica, política, preços das commodities muito baixos. Se os preços das commodities estivessem um pouco melhores, a situação seria diferente também. É uma conjunção desfavorável.

Tivemos um cenário extremamente favorável há cinco, seis anos. E, mais do que reclamar do momento atual, a gente tem de se lamentar de não ter aproveitado a conjunção favorável lá atrás.

Como deveriam ser os acordos de leniência? Punir pessoas físicas e preservar as empresas? Ou as empresas têm de ser punidas até o limite da solvência?

Não é uma coisa extremamente lógica penalizar só os indivíduos. Quem obteve o grande lucro foi a empresa. Acho que não se pode tirar totalmente a culpa do indivíduo, mas o foco das investigações deveria ser nas empresas, que se beneficiaram disso.

Mas a punição tem de ser proporcional. Boa parte das penalidades é baseada na receita da empresa, mas, em muitos casos, a receita não tem a ver com o lucro das empresas. Há empresas que têm margens muito pequenas e as multas que se aplicam são absolutamente impagáveis. Então, acho que teria de ter um bom senso de se aplicar multas que sejam doídas, mas que não aleijem as empresas.

O efeito educativo da Lava Jato é suficiente para atacar o problema de corrupção no Brasil?

Tivemos vários efeitos educativos no Brasil contra a corrupção. Sempre achamos que aprendemos, mas não. Sem dúvida, o Brasil vai emergir desse tsunami da Lava Jato para um País menos corrupto. Acho que o tamanho da corrupção é diretamente proporcional ao tamanho da interferência do Estado na economia.

A Lava Jato tem um efeito didático muito interessante. No mínimo, vão pensar duas ou três vezes no futuro antes de fazerem coisas que antes eram feitas quase no automático.

Quase 60 milhões de brasileiros têm dívidas em atraso, diz Serasa

A lista de devedores pessoas físicas somou, em agosto, 57,2 milhões e o volume financeiro ficou em R$ 246 bilhões, informou a Serasa. Os atrasos nos pagamentos de empresas totalizaram 4 milhões de casos, que alcançaram R$ 91 bilhões.

Quase a metade (46%) das empresas com dívidas em atraso é da área do comércio (setores de bebidas, vestuário, veículos e peças, eletrônicos, entre outros). Também há expressiva parcela (44%) concentrada no setor de serviços (bares, restaurantes, salões de beleza e turismo, entre outros) e 9% na área industrial.

Os dados são de um estudo feito pela Serasa Experian. A empresa alerta que hoje (10) é o último dia para que os empresários renegociem o pagamento por meio do Feirão Limpa Nome Online. Para isso basta acessar o endereço: www.limpanomeempresas.com.br.

O serviço é gratuito e permite que os devedores chequem se têm alguma pendência com 90 credores cadastrados, façam renegociações e obtenham propostas de pagamento em condições especiais, com chance inclusive de conseguir descontos vantajosos de até 80%.

Este é o segundo evento do gênero e, de acordo com a Serasa Experian, a procura foi dez vezes maior do que no feirão anterior. A maioria dos interessados, 89%, é formada por micro ou pequenas, das quais 44% estão instaladas em São Paulo. Em seguida, vêm o Rio de Janeiro (9%), Minas Gerais (8%) e Paraná (6%). Por região, o Sudeste aparece lidera a lista, com 63%; seguido pelo Nordeste, com 14%; Sul, com 1, 3%; Centro-Oeste, com 6%; e Norte, com 4%.

As empresas que se cadastrarem ganharão o direito de usufruir por 30 dias, gratuitamente, o serviço MeProteja Empresas. Nesse serviço, o empresário pode ser avisado sobre qualquer alteração nos documentos cadastrados; receber alertas sobre inclusão ou exclusão de protestos, pendências financeiras, recuperações judiciais e extrajudiciais, falências e ações cíveis.

Além disso, as empresas cadastradas são informadas sobre a inclusão de dívidas bancárias e não bancárias em nome da companhia, antes da divulgação ao mercado. Isso confere às empresas tempo hábil para a tomada de decisões que possam reverter a situação. “Cadastro Positivo pode ajudar as empresas na tomada de crédito”, diz a nota do Serasa.

Comércio prevê queda de vendas e de contratações no Natal

Da Agência Brasil

O Natal deste ano deverá ser pior que o do ano passado para o comércio brasileiro, de acordo com estimativas de entidades e especialistas do setor. A  Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, prevê que as vendas nesse período caiam 4,1%. Segundo a CNC, será primeira queda desde o início da série histórica sobre vendas de comércio, em 2004.

A retração será acompanhada de queda de 2,3% no número de vagas para contratação temporária, acrescenta a CNC. “O emprego temporário é uma aposta que o comerciante faz no Natal. Quanto maior o crescimento das vendas, maior o aumento das contratações”, explicou o economista da CNC Fábio Bentes. As contratações para o Natal costumam começar em setembro e se estendem até novembro.

De acordo com a CNC, um dos segmentos mais afetados é o de móveis e eletrodomésticos, em razão da desvalorização cambial, da alta da inflação e, em especial, do encarecimento do crédito. A retração projetada este ano para as vendas do segmento atinge 16,3%. “A situação não deve melhorar até o Natal”, afirmou Bentes. Como a taxa básica de juros (Selic) não deve cair até o fim do ano, Bentes disse que isso consolida a taxa de juros recorde atual, o que afeta de forma negativa as vendas e, indiretamente, o emprego temporário no setor.

O economista citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais o comércio registrou redução das vendas de 2,4% de janeiro a julho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. No fim do ano, a previsão da CNC é queda de 2,9%, piorando nas festas natalinas, quando as vendas devem cair 4,1%. Bentes lembrou que os produtos vendidos no Natal têm maior relação com a variação do dólar do que ao longo do ano. É o caso de alimentos importados, brinquedos e até vestuário. “Com o dólar em torno de R$ 4, isso coloca uma dificuldade muito grande. No Natal passado, o dólar estava em R$ 2,65.”

Para o economista, o Natal ainda vai induzir o varejo a produzir números mais negativos do que os apresentados até agora, porque, além do crédito caro, há o dólar alto, e os dois fatores empurram as vendas para baixo. No ano passado, quando o cenário era diverso, tanto as vendas quanto as contratações temporárias no Natal subiram 1,8%.

Sebrae promove semana de inovação e tecnologia

Nos dias 19 e 20 de outubro acontece a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, hotel Golden Tulip Recife Palace, das 8h30 às 18h. O evento é voltado à aproximação da tecnologia e inovação com os pequenos negócios e os empreendedores, por meio do compartilhamento de experiências bem-sucedidas para inspirar o surgimento de mais inovações nos empreendimentos. Como parte das atividades o Sebrae Pernambuco realizará, no dia 19, o evento “Compartilhar para Inspirar: Inovar para Crescer”.

Serão abordadas as questões mais comuns que os empresários têm quando se confrontam com o processo da inovação, a partir da criatividade necessária para perceber as oportunidades no mercado. Essas questões compõem os blocos das palestras: “O que minha empresa ganha quando inova?”, “Preciso fazer tudo sozinho para inovar ou posso contar com o suporte externo?” e “Com que recursos financeiros poderei inovar?”. Em todos os blocos haverá a participação de instituições que apoiam o processo da inovação e dos empresários que contaram com esse apoio para inovar e concretizar seus sonhos.

O evento “Compartilhar para Inspirar: Inovar para Crescer” se constitui em uma oportunidade única de troca de experiências para os empresários que desejam inovar para alcançar os resultados desejados. As inscrições são gratuitas e seguem até o dia 16/10, pelo telefone 0800 570 0800.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia tem o objetivo de apresentar novas temáticas e tendências em gestão para as empresas de pequeno porte (EPP’s), proporcionando intercâmbio entre os empresários e debatendo formas de gestão para o desenvolvimento e a expansão das EPP’s.