2017 foi um ano de estabilização econômica

O ano de 2017 fechou com saldo positivo economicamente falando, fazendo com que venha a ocorrer a volta do crescimento neste ano de 2018. De acordo com Patrick Silva, membro do Comitê Macroeconômico do ISAE – Escola de Negócios, o IPCA acumulou 2,95% em 12 meses e a Selic fechou em 7%. “Tendo em vista que o IPCA de dezembro veio acima do esperado, em 0,44%, o corte na taxa de juros para a próxima reunião poderá ter que esperar, mas se vier a ocorrer a taxa pode buscar 6,75%”, explica.

Para ele, a grande surpresa inflacionária de dezembro foi no segmento de alimentação, que durante todo o ano esteve em regime de queda, mas acabou relaxando na dieta em dezembro e apresentou variação de 0,54%. Outro segmento que impactou negativamente a inflação de dezembro foram os transportes, com variação de 1,23%, fruto de mais aumentos em passagens aéreas e no preço da gasolina.

Entre as cidades que apresentaram maior variação no IPCA, destaque para Brasília e Goiânia, com 3,76% em 2017, seguidos por São Paulo e Curitiba, com 3,63% e 3,42% respectivamente. Na ponta de baixo com 1,14% aparece Belém com a menor inflação do país. As previsões de mercado para 2018 iniciam estimando o IPCA em 3,95% e para 2019 em 4,25%. “As top 5, que são as instituições de mercado que mais se aproximam dos resultados, estimam 2018 em 3,90% e 4,25% para 2019”, comenta Silva.

A taxa real de juros no Brasil fechou o ano em 4,05%, mas já chegou a estar acima de 7% em um passado recente. Caso as recentes projeções do relatório focus se concretizem, com Selic a 6,75% e IPCA em cerca de 3,90% para o ano de 2018, a taxa de juros reais poderão chegar a 2,85%. De acordo com o especialista, o Brasil está deixando de ser o país dos juros, o que pode favorecer fortemente o mercado financeiro e a economia.

“Os números gerais da economia mostram que os brasileiros continuam dando seu jeitinho, por meio da busca por trabalho informal e microempreendedorismo. De qualquer maneira, ficamos no aguardo dos resultados que virão nos próximos meses, em um ano que pode ser marcado por tensões geopolíticas globais e com as eleições presidenciais no Brasil”, conclui Patrick.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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