Toritama quer comercializar jeans com americanos

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Na manhã da terça-feira (14), Toritama recebeu o Cônsul dos Estado Unidos, Richard Reiter e sua comitiva. Ele veio a Capital do Jeans e foi recebido pelo prefeito Edilson Tavares, o vice Romero Filho, vereadores e secretários. O Cônsul visitou o Núcleo Gestor, a Lavanderia Mamute, o Parque das Feiras e a Loja Rone Jeans.

O primeiro local de encontro entre as autoridades foi no Núcleo Gestor, onde na oportunidade Edilson Tavares, apresentou alguns dados sociais do município e o potencial que representa a economia do jeans de Toritama no Brasil. O prefeito revelou ainda a sua intenção de exportar o jeans ou estabelecer parcerias com empresas multinacionais revendedoras de roupas, além de facilitar a aquisição de tecnologias de produção e químicos que são utilizados na produção de roupas.

Na sequência de visitas, as comitivas seguiram para a Lavanderia Mamute. Lá Edilson demonstrou o exemplo de sistema de reutilização de água. Depois o grupo seguiu para o Parque das Feiras que percorreu os corredores e foram ao encontro do Prudêncio Gomes, presidente do empreendimento. A loja da Rone Jeans também recepcionou a comitiva estrangeira. Ao final do encontro o prefeito Edilson e o Cônsul Richard concederam entrevistas a Rádio Parque.

Senado aprova PEC que regulariza situação das vaquejadas

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O Plenário do Senado aprovou ontem (14) uma Proposta de Emenda à Constituição que permite a realização das vaquejadas, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a prática. O texto foi aprovado em dois turnos de votação pela ampla maioria dos senadores, que se revezaram para defender o esporte. Agora, a PEC segue para a Câmara dos Deputados.

A PEC 50/2016 muda o artigo 225 da Constituição, que trata do meio ambiente, para descaracterizar a prática de crueldade associada ao esporte. O texto foi apresentado em outubro de 2016, logo após a decisão do STF. No julgamento de ação do Ministério Público contra a lei que regulamentava as vaquejadas no Ceará, o relator, ministro Marco Aurélio, considerou haver “crueldade intrínseca” contra os animais.

De acordo com a PEC, não serão consideradas cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais previstas na Constituição e registradas como integrantes do patrimônio cultural brasileiro. A condição para isso é que sejam regulamentadas em lei específica que garanta o bem-estar dos animais.

Defesa

A matéria foi aprovada com várias manifestações favoráveis de senadores, especialmente os do Nordeste. Quase todos os líderes de bancada encaminharam a votação favorável à matéria. As exceções foram o PT, que liberou a bancada, e a Rede Sustentabilidade, que orientou o voto contrário.

Apesar de reafirmar seu respeito pelo STF, o autor do texto, senador Otto Alencar (PSD-BA), citou os prejuízos causados pela decisão. Ele explicou que a cadeia da vaquejada engloba produtores de ração e feno, vaqueiros, tratadores, produtores de couro, artesãos que fazem selas e arreios. Além deles, também estão envolvidos no processo os produtores de festas, os ambulantes que vendem alimentos nesse tipo de evento, os donos de haras e as empresas de leilões.

– A vaquejada expandiu-se por todo o Brasil e hoje tem uma cadeia produtiva que deve empregar, entre empregos diretos e indiretos, algo em torno de um milhão de trabalhadores. Nesse período, desde que houve a decisão do Supremo, muitas Vaquejadas foram canceladas de forma abrupta – lamentou.

Raimundo Lira (PMDB-PB) fez um apelo aos senadores para que votassem a favor da PEC. O senador disse que o Nordeste enfrenta o sexto ano consecutivo de seca e que a região precisa do apoio do resto do país.

A pedido de Otto Alencar, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, foi substituído na presidência da sessão para que pudesse registrar seu voto favorável à PEC, que disse considerar importante para a cultura nordestina.

Sofrimento

A líder do PT, senadora senadora Gleisi Hoffman criticou o texto. Para ela, o que a PEC faz é dizer que esportes considerados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade não causam maus-tratos, ainda que, na prática, causem. A senadora lembrou que mesmo no abate de animais para a alimentação já se procura minimizar o sofrimento dos animais. Para ela, não se justifica maltratar um animal apenas para a diversão humana.

Gleisi levou fotos ao Plenário e citou os danos causados aos bois que são usados no esporte, como fraturas nas patas, arrancamento de cauda, ruptura de ligamentos e de vasos sanguíneos, e comprometimento da coluna vertebral. Ela também contestou os argumentos de que, se esportes como o MMA machucam humanos, seria normal a vaquejada machucar animais.

– Os seres humanos lutam o MMA, telecatch, boxe porque têm livre arbítrio, porque querem, porque entram na arena para fazê-lo. Não são colocados para fazê-lo sob força, para dar diversão aos seres humanos – contestou a senadora.

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Armando Monteiro (PTB-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) citaram aprimoramentos no esporte que procuram garantir a integridade física dos animais. Para eles, as vaquejadas regulamentadas não trazem mais os danos que as antigas competições do gênero causavam aos bois.

Eles afirmaram que há evoluções e defenderam a regulamentação do esporte para que não haja exageros e nenhum tipo de maltrato aos animais.

Cultura

A questão cultural foi lembrada por Roberto Muniz (PP-BA). O senador explicou que a vaquejada aglutina diversas outras manifestações culturais, como o repente, o cordel e a música nordestina. Na opinião do senador, não é possível deixar morrer algo que surge da população mais pobre e que faz parte da raiz do orgulho nordestino.

– É por isso que nós temos aqui que pedir aos Senadores que não fiquem de costas, não façam o que muitos fazem: esquecer a importância da nossa raiz, a raiz da cultura, que vem do interior e dos grotões. É claro que os empregos são importantes, é claro que a economia é fundamental, mas tão fundamental quanto o emprego e a economia é deixar pujante a cultura popular – afirmou.

Apenas a Rede Sustentabilidade fechou posição contrária ao texto. O líder do partido no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), leu uma nota em que a Rede critica o esporte. Na nota, o partido afirma que não pode haver cultura no sentido positivo e justo quando se aceita a violência contra os animais. Este seria, de acordo com o texto do partido, o primeiro passo para o desrespeito à vida humana.

– Minha origem é nordestina, tenho parentes nordestinos, e respeito, inclusive, parentes que assim pensam e quem pensa diferentemente, mas há de se distinguir aqui o que é cultura do que é, de fato, a prática reiterada de maus-tratos aos animais – argumentou o senador.

Cônsul dos EUA visita o Polo de Confecções

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Ontem (14), o Cônsul dos Estados Unidos da América Richard Reiter visitou o Polo de Confecções, passando por Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Na Capital da Moda, o diplomata visitou o Moda Center Santa Cruz, o Calçadão Miguel Arraes de Alencar, além da fábrica e da loja a fábrica da Rota do Mar.

Em uma visita institucional do deputado estadual Diogo Moraes ao Consulado Americano ainda em 2016, o parlamentar falou sobre o desenvolvimento econômico conquistado pela região do agreste com a confecção e os fabricos. Diogo destacou ainda que a região ganhará ainda mais força após a aprovação de lei do poder executivo que proporcionará aos produtores a segurança de emissão de notas fiscais através de um Expresso Cidadão da Moda, que será instalado no Moda Center.

“O Cônsul ficou curioso e interessado em conhecer o Polo. Essa articulação durou muitos meses e resultou em uma visita onde os empresários locais apresentaram as potencialidades de Santa Cruz do Capibaribe e Toritama”, pontua Diogo Moraes. A comitiva que iniciou a visita pela Rota do Mar, contou com a presença do casal Arnaldo Xavier e Marta, diretores-fundadores da empresa. Em uma breve palestra para o Cônsul, Arnaldo destacou a relação econômica que a empresa já desenvolve com os EUA. “Hoje a Rota do Mar é a empresa que mais emprega no Nordeste em seu segmento. E possuímos liberação para comercializar com os Estados Unidos”, disse o empresário.
Arnaldo falou ainda sobre a capacidade de produção da empresa. “Produzimos mensalmente 200 mil peças. Sem mencionar que empregamos hoje mais de 900 colaboradores diretos e indiretos”, informou.

A comitiva visitou em seguida os 120 mil metros de área coberta do Moda Center Santa Cruz. No local, que reúne mais de 10 mil pontos comerciais, entre boxes e lojas, Richard Reiter falou sobre a suas impressões após a visita ao Polo de Confecções. “Todo mundo é muito comprometido com este projeto, acho muito impressionante. Dá para ver o motivo de tanto sucesso. Dá para exportar e vender para outros estados, é um projeto muito bem feito”, avaliou. Questionado sobre interesses do mercado americano no setor, Reiter comentou que os norte-americanos são muito receptivos. “Por enquanto essa é uma visita inicial para começar o diálogo. Mas, claro que o mercado americano está muito aberto e muito competitivo”, destacou o cônsul.

Para finalizar as visitas, a comitiva foi ao Calçadão Miguel Arraes de Alencar conhecer a obra que reúne 5 mil bancas, e é fruto da ação do deputado Diogo Moraes junto a Prefeitura Municipal e com o aporte de R$ 15 milhões enviados pelo falecido Governador Eduardo Campos. No local o prefeito Edson Vieira falou sobre o Calçadão. “Aqui era na poeira, não tinha banheiro e quando chovia era terrível. Graças a Deus temos sim problemas mas temos que ter equilíbrio”

Na ocasião, o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira e a primeira-dama Alessandra Vieira também estiveram presentes, além de integrantes do Consulado Americano e representantes do deputado acompanharam a agenda consular. O deputado Diogo Moraes não pôde estar presente junto à comitiva consular por conta da matéria discutida e votada nesta terça-feira em regime de urgência na Alepe, que trata sobre o reajuste do soldo dos Policiais Militares. Integrante da base governista, o deputado não poderia se ausentar de um tema de grande relevância para os pernambucanos. Na ocasião foi representado pela superintendente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Cristiane Alves.

Bezerros recebe pacote de obras da Secretaria de Agricultura

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A segurança hídrica e o fortalecimento da agricultura familiar de Bezerros foram garantidos pela Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária. Atendendo pleitos do deputado federal Danilo Cabral e do deputado estadual Waldemar Borges, o secretário Nilton Mota esteve na prefeitura municipal ao lado do prefeito Severino Otávio para entregar um pacote de ações em benefício da zona rural do município. As intervenções totalizam R$ 700 mil, e vão atender a aproximadamente 7 mil pessoas.

Foram assinadas ordens de serviço para a perfuração de 10 poços no cristalino de cinco comunidades rurais, e ainda para construção de uma barragem no assentamento Boas Novas. Os poços vão beneficiar 1 mil pessoas de Sapucarana, Vila dos Remédios, Boas Novas, Serra Negra (Serra Velha) e Cajazeira. O prazo de execução é de 30 dias a partir da emissão da ordem de serviço. Já a barragem, que vai contemplar 2,5 mil pessoas, tem previsão de estar concluída num prazo de três semanas.

Também foram assinados os termos de adesão ao Programa de Aquisição de Alimentos – PAA Leite, que prevê a distribuição de 500 litros de leite por dia, e ao Programa de Aquisição de Alimentos com Doação Simultânea – PAA Alimentos, para a aquisição de 32 mil quilos de alimentos, beneficiando 1 mil pessoas.

“O nosso Estado tem sofrido ao longo de seis anos com a estiagem, sendo o Agreste uma das regiões mais castigadas. Porém, o governador Paulo Câmara está empenhado em minimizar o sofrimento da população e, para isso, vem trabalhando forte nas parcerias com o Governo Federal e os municípios, realizando ainda os ajustes fiscais e financeiros necessários nesse momento de dificuldades”, pontuou o secretário Nilton Mota.

Senado reconhece vaquejada como patrimônio cultural

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Com o voto favorável do líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), a Casa aprovou, na terça-feira (14), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reconhece a vaquejada como patrimônio cultural brasileiro. A matéria, que recebeu 55 votos a favor no primeiro turno e 53 no segundo, segue para a Câmara dos Deputados.

Na avaliação do senador, que se reuniu com diversos representantes de entidades responsáveis pela vaquejada, de conselhos regionais de veterinária e demais envolvidos com o evento desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a atividade, em outubro, os animais recebem tratamento adequado durante as vaquejadas.

“Tive a oportunidade de ouvir inúmeras pessoas nesse período e procurei me informar tanto com os argumentos favoráveis quanto com os contrários à realização do evento, tradicional na minha região. Agora, estou absolutamente convencido e tranquilo em relação ao meu voto”, afirmou.

O assunto veio à tona depois que os ministros do STF, em decisão apertada por seis votos a cinco, consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente. A corte julgou uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada.

Humberto ressalta que o evento segue normas rígidas e tem de disponibilizar, por exemplo, um veterinário o tempo inteiro que possa, em qualquer situação em que se preveja a possibilidade de sofrimento do animal, impedir que isso aconteça. Ele lembra que também é obrigatória a presença de zootecnistas e que há uma área reservada onde cavalos e bois ficam sob proteção.

“São garantidos, inclusive, alimentação, medicação e tudo o que for necessário. Tudo isso é feito com outros padrões, mais seguros e sofisticados, em relação ao que era feito anteriormente”, resumiu. O parlamentar observa ainda que o evento, no qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo pela cauda, impulsiona a economia.

De acordo com a Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ), o evento movimenta R$ 600 milhões por ano, gera 120 mil empregos diretos e 600 mil indiretos. Cada prova de vaquejada mobiliza cerca de 270 profissionais, incluindo veterinários, juízes, inspetores, locutores, organizadores, seguranças, pessoal de apoio ao gado e de limpeza de instalações.

Comércio eletrônico: mais de 45 mil lojas virtuais foram criadas

Em 2016, o número de pessoas que abriram uma loja virtual no estado de São Paulo cresceu quase 30% comparado com 2015. Segundo levantamento feito pela Loja Integrada (www.lojaintegrada.com.br) – plataforma para a criação de lojas virtuais mais popular do país com mais de 400 mil lojas hospedadas –, só em 2016 foram criadas 45.362 lojas online. O número de pedidos na internet também deu um salto: de 388.852 em 2015 para 911.298 no ano passado, quase o triplo.

O levantamento mostrou ainda que o segmento que mais se destacou em São Paulo durante o ano passado foi o de cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais. Em 2016, esse nicho faturou quase 30 milhões de reais só na plataforma. Outros segmentos que também apresentaram bons resultados foram Moda e Acessórios, com crescimento de 14,67% e Casa e Decoração com um faturamento 10,37% maior que em 2015.

“O e-commerce vive um bom momento no país porque cada vez mais as pessoas compram pela internet. A economia e a praticidade são algumas das vantagens para quem compra. Para quem vende, o investimento inicial e o risco são muito baixos. Abrir uma loja virtual é simples e prático”, conta Adriano Caetano, especialista em comércio eletrônico e diretor da Loja Integrada.

Quem achou no comércio eletrônico uma “grande saída” foi a lojista Sibelle Alves de Assis, da Sibelle Modas (www.sibellemodas.com.br/#). A empresária está há 19 anos no mercado, mas só há três abriu a loja virtual. “Eu vendia de porta em porta e não tinha um retorno tão bom. Com as vendas pela internet, o negócio prosperou de um jeito que eu tive que, além de alugar uma sala para perto das confecções para o estoque, também tive que contratar mais duas pessoas para me ajudar”, conta.

Para quem pretende investir no e-commerce em 2017, acontece em São Paulo, no próximo dia 16 de fevereiro, o Ciclo MPE.net. Durante todo o evento, serão ministrados seminários gratuitos para capacitar micros e pequenos empreendedores interessados em abrir uma loja na internet ou aprimorar o seu negócio.

Entre as palestras, o especialista em comércio eletrônico Adriano Caetano vai falar de como escolher a plataforma ideal para o seu e-commerce. O Ciclo MPE é iniciativa da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net).

Água do São Francisco avança até a 4ª estação de bombeamento

Falta pouco para a água do Projeto de Integração do Rio São Francisco beneficiar a população de Pernambuco e da Paraíba. Neste domingo, o ‘Velho Chico’ chegou à quarta estação de bombeamento (EBV-4) do Eixo Leste, na cidade de Custódia (PE), completando um percurso de 96,5 quilômetros deste trecho. De lá, seguirá por gravidade até a quinta elevatória (EBV-5), localizada em Sertânia (PE). A expectativa do Ministério da Integração Nacional é atender Monteiro (PB) no próximo mês de março.

Desde o último dia 30, a água avançou por mais de 60 quilômetros entre a terceira (EBV-3) e a quarta estação de bombeamento (EBV-4) do eixo, passando por três reservatórios Salgueiro, Muquém e Cacimba Nova) e um aqueduto (Jacaré). A EBV-3 foi acionada pelo presidente da República, Michel Temer, e pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, em Floresta (PE). Leia mais.

Prioridade do Governo Federal, a maior obra de infraestrutura hídrica do País, quando totalmente concluída, vai atender mais de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Polícia Federal realiza Operação ‘Cosa Nostra’ em cidades do Agreste de PE

G1 Caruaru e Região

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (15) a Operação “Cosa Nostra”, que tem por objetivo desarticular uma organização criminosa que se instalou em diversas prefeituras dos municípios do agreste pernambucano. Desde às 6h, 70 policiais federais e dez membros da Controladoria Geral da União estão cumprindo a 17 Mandados de Busca e Apreensão nos municípios de Agrestina (03), Caruaru (06), Garanhuns (07) e São João (01).

Os mandatos buscam arrecadar e apreender material comprobatório (documentos, planilhas, mídias de computador) para subsidiar as investigações que estão em andamento. Além da PF, paricipam da ação o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União-CGU, e Tribunal de Contas do Estado.

As investigações da Polícia Federal iniciram em junho de 2016 e foram baseadas em relatórios da CGU, sendo motivadas por denúncias de um vereador de um dos municípios investigados. Foram constatadas, segundo a PF, diversas irregularidades envolvendo a contratação de empresas, valendo-se de favorecimento a determinado cartel compostas de sócios-laranjas, que de forma reiterada vinha se sagrando vencedoras em licitações para execução de obra públicas com verbas federais especialmente na área da saúde e da educação e infraestrutura.

De acordo com a PF, a organização criminosa contava com a participação de agentes públicos municipais para fraudar processos licitatórios com direcionamento de seus resultados. Os valores de recursos públicos destinados às empresas investigadas de modo a beneficiar políticos, parentes e empresários gira em torno de 100 milhões de reais em empenhos suspeitos envolvendo 10 prefeituras.

Serão indiciados oito pessoas suspeitas entre políticos, representantes de empresas e servidores públicos, os quais serão responsabilizados na medida de sua participação nos crimes de frustação de caráter competitivo de licitação, fraude na contratação, corrupção ativa e passiva, crime de responsabilidade, cujas penas somadas ultrapassam os 30 anos reclusão.

Fernando Lyra faz muita falta

Por Magno Martins

Passou despercebido, ontem, o quarto ano da morte do ex-ministro Fernando Lyra. Se ainda aqui estivesse em sua missão terrestre, Lyra, que era, sem exagero na afirmação, um animal político, certamente, mesmo sem mandato, estaria dando uma importante contribuição na discussão que o País vive, hoje, uma das maiores crises do período republicano. O Brasil está pobre de quadros políticos. Há um vácuo enorme de lideranças com espirito público, estadistas e pensadores.

Com a morte de Lyra, perdeu o País, a política ficou mais pobre. Pernambuco, seu Estado natal, ainda derrama a última lágrima de saudade. Primeiro ministro da Justiça da redemocratização, Lyra foi o responsável pelo fim da censura oficial, passo fundamental na reconquista da liberdade de expressão no País. Exímio articulador político, um dos expoentes da formação da Aliança Democrática. Teve atuação relevante na Assembleia Nacional Constituinte e representou com brilho os eleitores de Pernambuco na Câmara dos Deputados por 28 anos.

Muito ajudou na implantação das primeiras leis que abriram o Brasil para os ventos da liberdade. Na transição democrática, Lyra revelou ao País a sua face mais brilhante, a de articulador político, coordenando as articulações que levaram Tancredo Neves ao poder. A rigor, não se pode contar a história recente do Brasil – a luta contra a ditadura, a luta pelas diretas já, o restabelecimento da democracia e a convocação da Assembleia Nacional Constituinte – sem mencionar o papel destacado que Fernando Lyra teve em todo esse processo. A história ficaria incompleta, desfalcada.

Ao se recordar esse período – um dos mais densos e tensos da história do País – não há como não pensar nele, em sua proximidade e estreita parceria com Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Leonel Brizola, Miguel Arraes e tantos outros que auxiliaram a recolocar o Brasil na trilha democrática, entre os quais Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos. Fernando Soares Lyra foi um desses homens públicos seminais, que inspirou lideranças jovens e fertilizou os caminhos por onde passou.

Não nasceu para ser coadjuvante. Foi sempre líder, desde o início de sua carreira, quando se elegeu deputado estadual em 1966. Havia se formado em Direito justamente no ano do golpe, em 1964. De imediato, perfilou-se na luta contra o regime militar. Os partidos políticos haviam sido extintos pelo Ato Institucional nº 2, em 1965, restando apenas à opção de duas legendas para abrigar toda a diversidade político-ideológica do País: o MDB e a Arena.

O MDB exerceria a oposição e a Arena, a situação. Fernando Lyra filiou-se ao MDB. Sabia-se que o objetivo do regime era gerar uma encenação democrática, mantendo o Congresso, as Assembleias e as Câmaras Municipais abertas, mas já despojadas de suas principais lideranças, cassadas, exiladas, silenciadas. Eleições diretas para presidente nem pensar.

Mesmo assim, era preciso resistir. Fernando Lyra foi um dos que entenderam que não devia ser desperdiçada a oportunidade, por mínima que fosse, de ocupar o espaço oposicionista disponível, no caso, o MDB, ainda que privado dos instrumentos essenciais para que a luta política se exercesse efetivamente. Esses instrumentos haveriam de ser criados, e, de fato, foram na luta obstinada e corajosa nos estreitos espaços de legalidade disponíveis. Caberia aos oposicionistas da estirpe de Fernando Lyra ampliar esses espaços de ação e influência.

Na dimensão pessoal, a presença de Fernando Lyra faz muita falta. Figura humana inconfundível. Tinha o segredo e a magia do gosto de conviver. Amou o Brasil, Pernambuco e sua Caruaru, especialmente, numa paixão ardente e correspondente. Vivia fazendo declarações de amor à sua Caruaru. Era, sobretudo, alegre, viveu a vida sem limites. Tenho certeza que não se arrependeu de nada do que fez.

Unesco: 758 milhões de adultos não liam ou escreviam uma frase simples em 2015

Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil
Apesar do avanço nas políticas de aprendizagem e de educação de adultos nos últimos anos, 758 milhões de adultos, incluindo 115 milhões de pessoas com idade entre 15 e 24 anos, não tinham capacidade de ler ou escrever uma simples frase em 2015. É o que mostra o 3º Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos (Grale III), divulgado hoje (15) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).De acordo com o levantamento, a maioria dos 144 países signatários do Marco de Ação de Belém, assinado em 2009 no Brasil, informou não ter alcançado a meta da Educação para Todos (compromisso global firmado por 164 governos reunidos na Cúpula Mundial de Educação, em Dakar, em 2000), de atingir 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos até 2015.

Aprovado por ocasião da 6ª Conferência Internacional de Aprendizagem e Educação de Adultos, no Marco de Ação de Belém os países concordaram em melhorar a aprendizagem e a educação de adultos em cinco áreas: políticas, governança, financiamento, participação e qualidade. Os signatários do acordo se comprometeram a adotar ações em aprendizagem e educação de adultos por meio de políticas públicas e leis.

Segundo o Grale III, a maioria dos países signatários relatou progressos na implementação de todas as áreas do acordo. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, segundo a Unesco, especialmente na redução da desigualdade de gênero. Conforme o levantamento, a maioria dos excluídos da escola é formada por meninas: 9,7% das meninas de todo o mundo estão fora da escola, índice comparado a 8,3% dos meninos.

Da mesma forma, mostra a pesquisa, 63% dos adultos com baixas habilidades de alfabetização são mulheres. “A educação é essencial para a dignidade e os direitos humanos e é uma força para o empoderamento. A educação de mulheres também tem grande impacto nas famílias e na educação das crianças, influenciando o desenvolvimento econômico, a saúde e o engajamento cívico de toda a sociedade”, diz trecho do Grale III.

Segundo a Unesco, 81% dos países que responderam às perguntas do levantamento disseram que suas políticas tratam de adultos com baixos níveis de alfabetização e habilidades básicas. “Entretanto, vários grupos continuam marginalizados: as políticas de aprendizagem e educação de adultos de apenas 18% dos países tratam de minorias étnicas, linguísticas e religiosas. Somente 17% dos países tratam de imigrantes e refugiados e somente 17% tratam de adultos com deficiências”.

Conforme o estudo, 75% dos países relataram ter melhorado significativamente suas políticas e leis em aprendizagem e educação de adultos desde 2009. Em contrapartida, 70% disseram ter aprovado novas políticas nessa área desde 2009. Para 85% dos países, a alfabetização e as habilidades básicas são prioridades dos programas de aprendizagem e educação de adultos. Na Europa Central e no Leste Europeu, por exemplo, somente 57% dos países dão prioridade a essa área.

A terceira edição do Grale tem como tema “O impacto da aprendizagem e da educação de adultos na saúde e no bem-estar, no emprego e no mercado de trabalho e na vida social, cívica e comunitária”. O estudo apresenta dados e exemplos práticos que demonstram que a aprendizagem e a educação de adultos ajudam o indivíduo a se tornar e se manter mais saudável, a melhorar as perspectivas econômicas e a se tornar cidadão mais informado e ativo, onde quer que viva no mundo.