Especialista dá dicas para sair das dívidas e ainda começar a guardar dinheiro

Marcelo Ciampolini, CEO da Lendico, plataforma online de crédito pessoal, aponta que quem está endividado, primeiro é necessário ter plena consciência do quanto ganha, fazer as contas do que realmente entra na conta corrente – para assalariados, por exemplo, o correto é calcular sua renda de acordo com o salário líquido e não o bruto.

Com esse valor em mãos é preciso então pensar em custos fixos como aluguel e contas de serviços para planejar entradas e saídas e entender quanto resta por mês e aí planejar gastos mais supérfluos e um valor para investimento.

Nenhum segredo até aí, correto? Errado! Segundo Ciampolini, 40% os brasileiros que fazem pedidos de empréstimo através da Lendico majoram sua renda mensal em 40%, ou seja, acham que ganham mais do que realmente recebem. Um erro muito comum são autônomos que confundem faturamento com o que realmente retiram da empresa. Outro são assalariados que incorporam na renda entradas eventuais, como o das férias.

Como não têm noção do quanto ganham de fato, essa pessoas enrolam em dívidas. Ainda segundo o especialista, a grande maioria não age por ma-fé, mas por desconhecimento. Para quem já está devendo, principalmente para pessoas que estão com débitos no cartão de crédito e cheque especial – o País iniciou 2017 com 60 milhões de brasileiros com dívidas atrasadas – as dicas são valiosas:

– Saiba exatamente o quanto você deve e o tempo dessas dívidas. Se for possível, pesquise o quanto será necessário para quitar a dívida de uma vez.

– Desafiar-se a poupar dinheiro para pagar as dívidas. Por exemplo, separe 15% da renda para este fim. Quando as dívidas terminarem, a disciplina servirá para guardar algum dinheiro.

– Controle é fundamental. Não faça novas dívidas e priorize as mais importantes.

– Negocie. Procure seus credores e tente chegar a um acordo com descontos em juros ou um melhor parcelamento, por exemplo.

– Para os menos controlados, deixe o cartão de crédito em casa e saia somente com o que pretende gastar naquele dia.

Outra dica fundamental é e melhorar o serviço da dívida. Troque dívidas caras por outras mais baratas. Some tudo o que deve e faça um empréstimo pessoal com juros muito menores que os praticados pelos cartões de crédito, por exemplo.

Caso a pessoa esteja com restrição de crédito, procurar a empresa para negociar. “No cenário atual de crise muitas empresas estão com boas ofertas de negociação de débitos para reaver o dinheiro “perdido””, afirma Ciampolini.

Para o especialista outra coisa que não faz sentido é ter dívidas caras e investimentos. “Antes de poupar a pessoa precisa quitar suas dívidas. Isso porque a pessoa possivelmente pagará mais juros com a dívida do que receberá em juros do investimento”, aponta.

Enfim sabendo exatamente o quanto ganha, o quanto gasta e sem dívidas, a pessoa pode investir de acordo com suas expectativas de ganho e necessidade de movimentação.

Sobre a Lendico

A Lendico é uma plataforma online de empréstimo pessoal que tem como missão oferecer as melhores taxas de juros do mercado. Aliando alta tecnologia e inteligência de mercado a empresa oferta taxas de juros justas, mudando a forma como as pessoas enxergam o empréstimo pessoal. Desde sua fundação no Brasil, em julho de 2015, a Lendico já atendeu mais de 11 mil clientes e emprestou mais de R$ 650 milhões. Além do Brasil, a Lendico está presente em mais quatro países (Holanda, Áustria, Alemanha e Suíça). O modelo de negócio da Lendico mostra que crédito inteligente e um solucionador de problemas financeiros, desde a saída de um endividamento ruim até a realização de sonhos.

1ª Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem em Saúde visa diminuir a judicialização da Saúde

Normalmente, os processos judiciais tendem a demorar anos para serem julgados e, com isso, as partes envolvidas também tardam a receber o parecer sobre suas reclamações ou defesas. Essa situação pode se tornar muito grave quando se trata de uma ação relacionada a questões de saúde, comprometendo o bem-estar e, às vezes, a vida das pessoas.

Com a limitação no atendimento e nos serviços do sistema público de saúde e as negligências na cobertura dos planos de saúde, os consumidores necessitam acionar a Justiça para que os ajude a reclamar por seus direitos, mas sem passar pela angústia de intermináveis audiências e da longa espera por uma resolução. Para tal objetivo, foi criada a Peacemaker, a 1ª Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem especializada em saúde.

A Câmara Peacemaker tem por objetivo conciliar em saúde, resolvendo conflitos de forma presencial e online antes de chegar ao Poder Judiciário. Os conflitos são resolvidos amigavelmente: pacientes que necessitam de tratamento médico, dissolução de sociedades médicas e odontológicas, pejotização, conflitos hospitalares, atendimento aos profissionais de saúde, casos de erros médicos, enfim todas as demandas relacionadas à saúde podem ser tratadas e resolvidas administrativamente antes de chegar à Justiça.

“É uma maneira fácil, rápida e barata de buscar negociações prévias antes de se recorrer à Justiça. Conseguimos promover a pacificação de um conflito de forma extrajudicial, o que torna tudo muito mais célere, sigiloso e com muito menos custo do que ocorreria por intermédio da Justiça”, afirma a advogada Tatiana Viola de Queiroz, conciliadora da instituição.

As Câmaras de Conciliação, Mediação e Arbitragem, como o próprio nome já diz, têm a função de executar a conciliação – solução obtida pelas partes envolvidas por negociação rápida – para conflitos de menor complexidade, a fim de agilizar processos relativos a problemas rotineiros que, frequentemente, são levados a juízo.

Segundo uma pesquisa recente da Universidade de São Paulo (USP), a judicialização contra as operadoras de planos de saúde aumentou 631% no estado de São Paulo desde 2011. Essa sobrecarga do sistema judiciário intensifica ainda mais o quadro de estagnação, burocracia, morosidade nos processos ao qual tem que se submeter o beneficiário que decide entrar com uma ação para reclamar por um atendimento de mais qualidade. “Interposição infinita de recursos, falta de autonomia para negociações pacificadoras, lentidão do processo e uma grande exposição e desgaste emocional são situações bem comuns a quem já precisou recorrer à justiça”, descreve a especialista.

A 1ª Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem em Saúde tem como norte diminuir as ações judiciais na área da saúde colaborando com a pacificação dos conflitos.

“A ideia é promover uma relação saudável entre a Saúde (Pública e Suplementar), os pacientes e os profissionais de saúde, o que torna tão necessárias tentativas de solução extrajudicial do conflito antes que ele se torne um pesadelo para todos os envolvidos” declara a conciliadora da Peacemaker.

Diferenças

É importante mencionar que apesar de contarem com a atuação de um terceiro, os processos de arbitragem, mediação e conciliação, na resolução de conflitos, são diferentes. “O mediador ajuda as partes envolvidas a chegarem a um consenso, já o árbitro, escolhido pelos conflitantes, atua como juiz, sentenciando e resolvendo o conflito”, explica a Dra. Tatiana.

E tanto na conciliação quanto na mediação, o terceiro visa que os conflitantes cheguem a um consenso, no entanto, na primeira, o conciliador tem mais iniciativa para propor acordos e não é preciso manter uma relação anterior, como no caso de uma batida de carro, por exemplo. “Já na mediação, há necessidade de preservar a relação anterior entre as partes na maioria das vezes”, ela finaliza.

A conciliação está prevista na Lei de Mediação (n° 13140/2015) e a arbitragem foi criada pela Lei nº 9307/1996, a Lei da Arbitragem.

Para mais informações sobre a Câmara Pacemaker, acesse o site www.camarasaude.com.br ou entre em contato pelo telefone (11) 2283-4161.

Vendas do varejo de material de construção crescem 3% no primeiro quadrimestre

As vendas no varejo de material de construção cresceram 3% no primeiro quadrimestre de 2017, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, o setor apresenta retração de 8%. Os dados são da Pesquisa Tracking mensal da Anamaco, que entrevistou 530 lojistas entre os dias 25 a 30 de abril.

De acordo com o relatório, em abril o setor teve desempenho estável na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já na comparação sobre março, o setor apresentou retração de 15%. “Tivemos um mês de março muito superior a março do ano passado, por isso já esperávamos retração no mês de abril, que é um mês de vendas mais modestas, se comparado ao restante do ano. Os diversos feriados, assim como a tensão gerada pela greve em plena sexta-feira, véspera de um feriado longo, prejudicaram o desempenho do setor no final do mês”, explica o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

Conz ressalta que os resultados apresentados pelo setor estão muito próximos dos previstos pela Anamaco no início do ano, que era de crescer neste primeiro semestre cerca de 3%. “Os dois últimos anos foram muito complicados para a cadeia da construção como um todo. O setor está reagindo, mas ainda bem abaixo dos números apresentados nos últimos 10 anos. Estamos também em um momento em que as pessoas seguraram por muito tempo as reformas, por medo da crise, mas a casa continua precisando de reparos, e quanto mais tempo essa reforma for adiada, pior será o estrago. Os bancos privados também iniciaram uma ofensiva no sentido de facilitar o crédito ao consumidor que quer construir ou reformar. Fora isso, estamos começando a sentir o efeito da investida do governo em programas como o Cartão Reforma, que soltou seu primeiro edital, de R$ 100 milhões, com distribuição na primeira cidade, Caruaru. A previsão é de um edital por mês, até atingir o teto de R$ 1 bilhão em 2017. Isso deve ter um impacto muito positivo no nosso setor”, explica o presidente da Anamaco.

De acordo com o a pesquisa da Anamaco, todas as regiões apresentaram resultados desfavoráveis em abril, com relação ao mês de março. Todos os segmentos pesquisados também apresentaram retração no período.

Para maio, no entanto, 65% dos entrevistados espera que o setor recupere parte das vendas. Já o otimismo do setor com relação às ações do Governo nos próximos meses continua em 44%.

O estudo também indica que cerca de 32% dos entrevistados pretendem fazer novos investimentos em 2017. Já a intenção de contratar novos funcionários diminuiu de 13% para 10%.

A Pesquisa Tracking Anamaco tem o apoio da Anfacer, Abrafati e Instituto Crisotila Brasil.

Centrais sindicais se reúnem hoje para discutir reformas trabalhista e previdenciária

As centrais sindicais se reúnem hoje, dia 3, com o senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, para discutir as reformas trabalhista e previdenciária. A reunião será na liderança do PMDB no Senado.

Às 14h30, os presidentes das centrais apresentam o Calendário de Lutas, por mudanças nas propostas de reformas trabalhista e previdenciária. Os dirigentes sindicais vão se reunir na sala da liderança do PDT, na Câmara dos Deputados.

AGENDA: Reunião das centrais com senador Renan Calheiros

Data: hoje, dia 3
Horário: 14 horas
Local: Liderança do PMDB no Senado

Reunião dos presidentes das centrais

Data: hoje, dia 3
Horário: 14h30
Local: sala da liderança do PDT na Câmara dos Deputados

Hospital Santa Efigênia amplia número de leitos de UTI em Caruaru

Santa

Dando continuidade ao processo de modernização, o Hospital Santa Efigênia inaugurou, ontem (02), duas novas alas da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cada uma com 10 leitos. Agora, o Hospital conta com três alas que juntas somam 30 leitos. Em cada uma das novas alas, um dos leitos fica na Sala Vermelha, ambiente de isolamento para casos de extrema gravidade.

A grande novidade nas novas alas de UTI do Santa Efigênia é que cada leito tem um ponto de diálise, o que faz do Hospital o único de Pernambuco com este recurso.

Todos os leitos são equipados ainda com cama hospitalar elétrica; colchão pneumático, que evita a formação de feridas nos pacientes; ventilador pulmonar; monitor multiparamétrico interligado a uma Central de Monitoramento; barra de gases com pontos elétricos e de rede; e televisor de 22 polegadas para os pacientes.

A equipe profissional que vai atuar em cada ala é formada por oito médicos, seis enfermeiros, 20 auxiliares de enfermagem e quatro auxiliares de limpeza. De acordo com a direção do Hospital Santa Efigênia, o próximo passo será a reforma da primeira ala da UTI para que tenha os mesmos recursos das duas novas.

Mudanças significativas

Desde que passou a ter nova direção, em abril de 2015, o Hospital Santa Efigênia vem passando por uma grande transformação física. Ganhou um Centro de Hemodinâmica, um dos mais modernos do Estado; criou o Laboratório de Análises Milton Chaves, que atende ampla rede de convênios; reformou toda a Emergência, que ganhou nova recepção, cinco consultórios, ala de observação com seis camas e dez poltronas; duas salas vermelhas para casos mais graves e uma sala de procedimentos. Na emergência, há médicos ortopedistas e cardiologistas 24h. O Santa Efigênia conta também com cirurgia geral 24h, Unidade de Dor Torácica e a Pediatria 24h que funciona na Rua Ibicuí, nº 25, no Maurício de Nassau (ao lado do Hospital).

Preso, ex-secretário de Cabral diz que usou ‘sobras de caixa dois’ de Pezão

Da Folhape

O ex-secretário de Obras do Rio Hudson Braga afirmou ontem (2) que usou em benefício pessoal R$ 3 milhões provenientes de “sobras de caixa dois de campanha” do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Negociando delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), Braga foi coordenador de campanha de Pezão em 2014 e braço-direito do governador quando este ocupava o cargo de secretário de Obras, na gestão de Sérgio Cabral (PMDB) -Cabral e Braga foram presos em novembro na Operação Calicute, desmembramento da Lava Jato.

Não é a primeira menção a caixa dois na campanha de Pezão. A informação consta também na delação de executivos da Odebrecht, segundo a qual ele foi beneficiário de R$ 23 milhões via caixa dois. A contribuição, segundo os depoimentos, foi solicitada por Cabral.

O nome do peemedebista também já havia sido identificado em bilhetes apreendidos durante a operação, que indicam supostos pagamentos mensais do esquema.

Os R$ 3 milhões, segundo Braga, estava guardado na Transexpert, empresa de guarda de valores. O ex-secretário disse que usou os recursos para adquirir um empreendimento em Volta Redonda.

O Ministério Público Federal questionou se havia mais recursos disponíveis na empresa e quem tinha poder para usar as “sobras de campanha”. Braga disse que só responderia questões sobre o processo de Operação Calicute, que trata de propinas pagas pela Andrade Gutierrez.

“Esses fatos estão relacionados a outros fatos. Quero colaborar, mas em outra situação”, disse ele.

Salários

Braga assumiu também que cobrou da Andrade Gutierrez 1% dos valores dos contratos da empreiteira com o Estado como propina, a chamada de “taxa de oxigênio”.

Ele disse que a taxa tinha como objetivo “melhorar o salário das pessoas envolvidas” nas grandes obras do Estado. Segundo ele, recebiam os valores presidentes de empresas públicas, subsecretários, superintendentes e assessores especiais.

Ele afirmou que a iniciativa da cobrança e definição do percentual partiu do ex-secretário Wilson Carlos, braço-direito de Cabral. Todos estão presos desde novembro após a deflagração da Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato.

“O Wilson Carlos me chamou no fim de 2007, início de 2008, e disse que era para ser cobrado o valor. Existiam queixas de salário pagos pelo Estado. Essa taxa era para melhorar o salário das pessoas envolvidas nos projetos. Eu organizava isso com o Wagner Garcia [assessor da pasta, também preso]”, disse Braga ao juiz Marcelo Bretas.

Ele mencionou especificamente o pagamento da Andrade Gutierrez pelas obras na favela de Manguinhos, parte do chamado PAC das Favelas.

Governo prevê superávit comercial de US$ 55 bilhões em 2017

O governo projeta superávit (exportações maiores que importações) de US$ 55 bilhões para a balança comercial brasileira em 2017. A previsão foi divulgada ontem (2) pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços, Abrão Neto. Se confirmado, o valor superará o saldo positivo de US$ 47,69 bilhões registrado em 2016, que atualmente representa o maior superávit da balança desde o início da série histórica, em 1989.

Neto apresentou a estimativa ao comentar os dados de abril da balança comercial. No mês passado, houve saldo comercial positivo de US$ 6,969 bilhões, o melhor para meses de abril desde 1989. O resultado foi possível graças ao aumento de 27,8% das exportações ante abril de 2016, segundo o critério da média diária, que leva em conta o valor negociado por dia útil. “É a maior taxa de crescimento para meses de abril desde 2011”, afirmou o secretário.

Entre os destaques nas vendas externas no mês estão soja, minério de ferro, petróleo bruto, automóveis de passageiros e aviões. “Para a soja, houve recorde mensal no volume de embarques, que ficou em 10,4 milhões de toneladas”, acrescentou Abrão Neto.

No primeiro quadrimestre deste ano, segundo o secretário, alguns produtos da pauta de exportações tiveram recorde no volume vendido ante igual período do ano passado. Foram registradas, ainda, elevações nos preços. “[Houve] recorde no volume de soja em grão, minério de ferro e petróleo bruto. Foi o maior volume exportado no primeiro quadrimestre, além de [ter havido] aumento de preços”, disse. O valor vendido em automóveis de passageiros também foi recorde para os primeiros quatro meses do ano, registrando elevação de 48,6%.

Carne Fraca

A quantidade exportada do grupo carne – bovina, suína e de frango – caiu em abril, no entanto. De acordo com Abrão Neto, o resultado ainda pode ser efeito da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal. Segundo o secretário, este não é, contudo, o único motivo a influenciar a queda.

Houve recuo de 13,3% na quantidade de carne vendida em abril deste ano na comparação com abril de 2016, conforme o critério da média diária, que leva em conta a quantidade de carne vendida por dia útil.

“Todos acompanharam a operação [Carne Fraca]. Houve uma ação muito pronta do governo e, ao longo do tempo, espera-se normalização. Mas houve impacto no volume e pode haver uma relação. No entanto, há outros elementos. Em alguns casos, como o da carne bovina, existe restrição de pagamento em alguns países, como o Egito”, afirmou Neto.

Retomada econômica

Em abril, pelo critério da média diária, as importações brasileiras cresceram 13,3% em relação a abril de 2016. De acordo com o secretário, a alta nas aquisições dos chamados bens intermediários (16,5%), utilizados pela indústria na produção, sinaliza uma recuperação da economia.

“O perfil das importações sinaliza um crescimento da economia, dada a retomada dessa importação de insumo. Foram principalmente insumos para o setor agrícola, indústria química e eletroeletrônicos”, informou Neto.

Gilmar Mendes diz que não cabe a procurador pressionar o STF

André Richter – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou ontem (2) o anúncio do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba de nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu na Operação Lava Jato. Durante o julgamento em que a Segunda Turma do tribunal garantiu liberdade a Dirceu, Mendes disse que não cabe a procurador da República pressionar a Corte e classificou a apresentação da denúncia de “quase uma brincadeira juvenil”.

Ontem (2), a força-tarefa de procuradores da Lava Jato no Paraná, chefiada pelo procurador Deltan Dellagnol, apresentou nova denúncia contra o ex-ministro, na qual acusa Dirceu de receber R$ 2,4 milhões em propina. Durante entrevista coletiva, os procuradores citaram fatos que poderiam justificar a permanência de Dirceu na prisão.

Ao comentar o caso, Gilmar Mendes disse que, se a Corte fosse ceder à pressão do MPF, deixaria de ser Supremo, a última instância do Judiciário. “Creio que hoje o Tribunal está dando uma lição ao Brasil. Há pessoas que têm compreensão equivocada do seu papel. Não cabe a procurador da República pressionar, como não cabe a ninguém pressionar o Supremo Tribunal Federal, seja pela forma que quiser. É preciso respeitar as linhas básicas do Estado de Direito. Quando quebramos isso, estamos semeando o embrião do viés autoritário.”

No julgamento, por 3 votos a 2, a Segunda Turma do STF aceitou pedido de habeas corpus feito pela defesa de Dirceu e reconheceu que há excesso de prazo na prisão preventiva, que chega a quase dois anos.

PMDB e PSDB lideram bancada dos investigados no Senado

Do Congresso em Foco

Dos 44 senadores com acusações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF), mais da metade representa os três principais partidos do país: PMDB, PSDB e PT. Dono da maior bancada no Senado, o PMDB, do presidente Michel Temer, lidera o bloco dos investigados: 11 dos 22 peemedebistas respondem a inquéritos (investigações preliminares que podem resultar em processo) ou ações penais (processos que podem terminar em condenação) na corte. Desses, nove são alvos da Operação Lava Jato. Entre eles, o atual e o ex-presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

As delações da Odebrecht levaram o Senado a bater um recorde negativo. Pela primeira vez na história, mais da metade dos senadores (54% dos 81 integrantes da Casa) está na mira do Supremo. Os números podem ser ainda maiores, já que o STF mantém sob absoluto sigilo algumas investigações contra autoridades com foro privilegiado. Ao todo, 44 senadores são suspeitos de crimes. Só quatro dos 17 partidos com assento na Casa não têm parlamentares com pendências criminais. Coincidentemente, todos com apenas um representante – casos do PPS, de Cristovam Buarque (DF); do PRB, de Eduardo Lopes (RJ); o PSC, de Pedro Chaves (MS), e o PV, de Alvaro Dias (PR).

OS SENADORES INVESTIGADOS NO STF

O PSDB, dono da segunda maior bancada no Senado, com 11 senadores em exercício, tem sete dos seus senadores enrolados no STF. Todos eles são suspeitos de participar do esquema de corrupção da Petrobras ou de receber dinheiro de origem ilícita de empreiteiras. Apenas Aécio Neves (MG), presidente da Executiva Nacional do partido, acumula sete inquéritos no tribunal. A sigla tem mais um nome envolvido e que não está contabilizado entre os sete, trata-se do senador Aloysio Nunes (SP), que atualmente comanda o Ministério de Relações Exteriores.

Envolvido em denúncias desde a época do mensalão, o PT, dos ex-presidentes Lula e Dilma, é o terceiro em número de senadores investigados. Dos nove petistas (terceira bancada mais numerosa), cinco respondem a investigações criminais – quatro deles estão ligados à Lava Jato.

Condenado à prisão

A situação se repete no PP. Dos sete senadores do partido, quatro estão encrencados na Operação Lava Jato e em outras acusações na corte. Nessa conta não entra o senador Blairo Maggi (PP-MT), que está licenciado desde que assumiu o Ministério da Agricultura. O atual ministro teve inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República, com base nas delações da Odebrecht, na última remessa enviada ao STF, em março deste ano.

A legenda possui, inclusive, um senador condenado em pleno exercício do mandato. Com cinco inquéritos e três ações penais em tramitação no tribunal, Ivo Cassol (PP-RO) foi condenado a quase cinco anos de prisão pelo STF, em 2013, mas ainda se mantém em liberdade graças a um recurso ainda pendente de análise na corte. A condenação foi feita com base em denúncia por crime contra a Lei de Licitações. Cassol entrou, no último dia 14 de março, para a lista da Lava Jato.

Juntos, os 44 senadores investigados acumulam 107 inquéritos e 15 ações penais. Oito deles já são réus. Ou seja, tiveram denúncia aceita pelo Supremo, que entendeu haver indícios de que esses parlamentares cometeram os crimes atribuídos a eles pela Procuradoria-Geral da República. Entre os investigados, estão 28 suspeitos de receber dinheiro ilicitamente de empreiteiras ou do esquema de corrupção na Petrobras. Corrupção, lavagem de dinheiro, desvio ou apropriação de verba pública e crimes eleitorais e contra a Lei de Licitações são algumas das acusações que mais se repetem contra os senadores.

Veja a lista de senadores com pendências no STF, por partido:

PDT

ACIR GURGACZ (PDT-RO)

PSDB

AÉCIO NEVES (PSDB-MG)

ANTONIO ANASTASIA (PSDB-MG)

CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB-PB)

DALÍRIO BEBER (PSDB-SC)

EDUARDO AMORIM (PSDB-SE)

JOSE SERRA (PSDB-SP)

RICARDO FERRAÇO (PSDB-ES)

PP

BENEDITO DE LIRA (PP-AL)

CIRO NOGUEIRA (PP-PI)

IVO CASSOL (PP-RO)

GLADSON CAMELI (PP-AC)

PR

CIDINHO SANTOS (PR-MT)

VICENTINHO ALVES (PR-TO)

WELLINGTON FAGUNDES (PR-MT)

PMDB

DÁRIO BERGER (PMDB-SC)

EDISON LOBÃO (PMDB-MA)

EDUARDO BRAGA (PMDB-AM)

EUNÍCIO OLIVEIRA (PMDB-CE)

JADER BARBALHO (PMDB-PA)

MARTA SUPLICY (PMDB-SP)

KÁTIA ABREU (PMDB-TO)

RENAN CALHEIROS (PMDB-AL)

ROMERO JUCÁ (PMDB-RR)

VALDIR RAUPP (PMDB-RO)

ZEZÉ PERRELLA (PMDB-MG)

DEM

DAVI ALCOLUMBRE (DEM-AP)

JOSÉ AGRIPINO (DEM-RN)

PSB

FERNANDO BEZERRA COELHO (PSB-PE)

LÍDICE DA MATA (PSB-BA)

JOÃO CAPIBERIBE (PSB-AP)

ROMÁRIO (PSB-RJ)

PTC

FERNANDO COLLOR (PTC-AL)

PT

GLEISI HOFFMANN (PT-PR)

JOSÉ PIMENTEL (PT-CE)

JORGE VIANA (PT-AC)

LINDBERGH FARIAS (PT-RJ)

PAULO ROCHA (PT-PA)

PSD

OMAR AZIZ (PSD-AM)

SÉRGIO PETECÃO (PSD-AC)

REDE

RANDOLFE RODRIGUES (Rede-AP)

PCdoB

VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB-AM)

PTB

TELMÁRIO MOTA (PTB-RR)

Por reformas, Temer negocia manter imposto sindical e aposentadoria integral de servidores públicos

Do Congresso em Foco

O governo está disposto a ceder às entidades que representam as carreiras de Estado e aos sindicatos de categorias de trabalhadores do setor privado para conseguir aprovar as reformas na Previdência e nas leis trabalhistas que tramitam no Congresso. Para garantir os votos dos deputados ligados às centrais de trabalhadores, os líderes governistas na Câmara negociam a manutenção do Imposto Sindical por mais cinco anos.

Em troca dos votos dos parlamentares eleitos com o apoio das corporações do setor público, o governo estuda a manutenção da aposentadoria integral para quem ingressou no serviço público antes de 2003 sem o cumprimento da idade mínima.

A prorrogação da cobrança do Imposto Sindical por cinco anos foi proposta aos líderes governistas pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), fundador da Força Sindical e principal dirigente do Solidariedade. Com 14 deputados, a legenda é contra, tanto à reforma trabalhista, já aprovada na Câmara, quanto às mudanças nas regras da Previdência. A Força Sindical lidera categorias importantes como a os metalúrgicos de São Paulo.

Fator Paulinho

Por influência de Paulinho da Força, os parlamentares do Solidariedade poderiam votar a favor da reforma previdenciária na Câmara se os senadores mantiverem o Imposto Sindical por cinco anos. O tributo foi extinto no projeto de reforma trabalhista aprovado pelos deputados há duas semanas e em discussão pelos senadores que poder alterar o texto antes de virar lei.

Formado pelo equivalente a um dia de serviço de cada trabalhador dos setores público e privado, o tributo serve para financiar a estrutura sindical, inclusive dos empresários, como confederações patronais e centrais operárias. Em 2016 o Imposto Sindical arrecadado foi de R$ 3,5 bilhões. O dinheiro é distribuído a entidades patronais e sindicais em valores proporcionais ao tamanho de cada setor patronal ou de trabalhadores.

Para convencer a bancada do Solidariedade a votar a favor da reforma previdenciária, o deputado Paulinho da Força (SP) sugeriu ao presidente Michel Temer que a idade mínima para as aposentadorias de homens seja de 62 anos e de mulheres 58 anos. O relator da emenda na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), definiu no seu texto idade mínima de 65 anos para homens e 55 anos para mulheres das cidades. Para trabalhadores rurais a idade mínima prevista é de cinco anos menos para quem requerer o benefício nos próximos 10 anos.

Servidores

Os líderes governistas na Câmara, o ministro de Relações Institucionais do governo, Antônio Imbassahy, e o relator Artur Maia negociam com entidades que representam servidores públicos das carreiras de Estado a manutenção do direito à aposentadoria integral para quem foi admitido até 2003, mesmo antes da idade mínima de 65 anos (homens) e 60 anos (mulheres). No caso dos policiais, o relator Arthur Maia manteve a mesma idade mínima atual de 55 anos.

As aposentadorias integrais para quem entrou no serviço público antes de 2003 está prevista na legislação. Mas a emenda de reforma previdenciária prevê que o servidor dos três poderes trabalhe até atingir a idade mínima de 65 anos (homens) ou 60 anos (mulheres) para ter direito ao benefício igual ao último salário da ativa. O governo e seus líderes no Congresso acreditam que com estas modificações deputados e senadores que hoje resistem às mudanças propostas possam votar a favor das alterações nas outras regras para as aposentadorias.