ARTIGO — Cenário Internacional: Brasil e Chile

*Rene Berardi

“Padrões modernos e de alto nível” é a avaliação do novo Acordo de Livre Comércio assinado entre Brasil e o Chile, o qual contempla o que já está estabelecido no contrato entre o Chile e o Mercosul e visa facilitar o comércio entre os dois países. “Este é o resultado de uma convergência natural que existe entre os nossos governos”, disse o presidente brasileiro Michel Temer, na assinatura do acordo em Santiago. O destaque foi a rapidez de obter o acordo, em menos de seis meses. Por outra parte, o presidente chileno Sebastián Piñera comentou que “este é um acordo que vai além do estritamente econômico”, pois busca trazer e integrar nossos países do ponto de vista da cultura, colaboração política, solução e enfrentamento de problemas”.

O Acordo de Livre Comércio aborda questões relacionadas a telecomunicações, comércio eletrônico, serviços, meio ambiente, emprego e gênero, defesa, bem como cooperação econômica. O tratado beneficiará empresas chilenas de pequeno e médio porte que possam participar de licitações públicas no Brasil em igualdade de condições com fornecedores locais. Além disso, será facilitada a operação de provedores de serviços e produtos digitais chilenos no comércio eletrônico bilateral no Brasil. Nas telecomunicações, as tarifas de roaming serão eliminadas após dois anos do tratado.

O acordo incorpora novos capítulos sobre o progresso da tecnologia, cibersegurança, cooperação, incluindo a ligação entre o Oceano Atlântico com o Oceano Pacífico, desde Puerto Murtinho no Mato Grosso do Sul, passando pelo Paraguai e Argentina, até os portos do norte do Chile. O Brasil é o principal parceiro comercial do Chile, com um comércio que supera US$ 11 bilhões e também o principal destino para investimentos chilenos no exterior, com mais de US$ 31 bilhões.

Entre janeiro e agosto de 2018, o intercâmbio comercial cresceu 21%, totalizando US$6.808 milhões. O acordo negociado será um grande apoio para as Pequenas e Médias Empresas, PME, chilenas, pela proximidade cultural e geográfica com o grande mercado do Brasil. No entanto, estas empresas também devem prestar atenção às novas políticas de abertura e maior competitividade econômica que serão promovidas pelo novo governo, o qual pode ser uma barreira para a entrada no mercado brasileiro para as PMEs chilenas.

Outros capítulos do novo acordo considera a “facilitação do comércio”; “comércio eletrônico”; “política de concorrência”; “entrada temporária de pessoas”; “boas práticas de regulamentação”; “cooperação econômica comercial” e “micro, pequenas e médias empresas”. Na área de compras públicas, será possível que os fornecedores de PMEs chilenas participem de licitações no Brasil com a mesma proteção e tratamento que uma empresa brasileira.

Em relação ao e-commerce, poderão se beneficiar muito as PMEs, pois vai permitir regras que estabelecem o livre fluxo de informações e a proibição de exigir localização de servidores, bem como o reconhecimento de assinaturas eletrônicas emitidas pelos dois países, de acordo com suas leis nacionais, o que irá gerar uma redução significativa nos custos operacionais. Na área de produtos orgânicos, foi assinado um memorando de entendimento, conhecido como MOU, Memorando da Compreensão com o Brasil, no qual as semelhanças e analogias entre sistemas de certificação para orgânico em ambos os países, permitindo a livre comercialização dos produtos chilenos e brasileiros, ou seja, os produtos orgânicos que atendem os regulamentos chilenos podem entrar no Brasil, assim como os produtos brasileiros podem entrar no Chile com selo orgânico chileno.

Como podemos observar, o Tratado de Livre Comércio assinado é muito amplo e permite a ampliação do comércio entre Brasil e Chile, assim como vai incrementar o investimento externo entre os dois países. Pode ser considerado como um exemplo de futuros tratados que o Brasil vai desenvolver com intensidade com múltiplos países, dentro da estratégia ‘’guarda-chuva’’ de uma economia de princípios liberais de novo governo. Este processo poderá ser replicado com países fora do âmbito do Mercosul como Estados Unidos e Israel, no qual serão negociadas cláusulas de natureza econômica, segurança, comércio eletrônico, dentre outras.

Não devemos esquecer que o acordo assinado entre o Chile e o Brasil pode ser analisado como o início de outras ações estratégicas visando a implantação de políticas econômicas liberais que foram sucesso no Chile e que poderiam ser readequados para o Brasil. Acredito ser importante começar a ficar ‘’por dentro’’ destas experiências econômicas chilenas, tanto nas políticas macroeconômicas como microeconômicas, como forma de desenhar futuros cenários para o Brasil. Da mesma forma, o conteúdo liberal do novo governo também será expressado na Política Externa, na qual a negociação de amplos acordos comerciais de livre comércio serão sinalizadores de novas formas do posicionamento geopolítico do Brasil no cenário global.

*René Berardi é doutro em Sociologia e professor do ISAE Escola de Negócios

Nível de inglês baixo em brasileiros afeta futuro profissional

O inglês permanece tão importante como sempre foi. De fato, o idioma é o de maior relevância quando o assunto é globalização, tecnologia e qualquer outro tipo de relação internacional. Para as empresas, o inglês é peça fundamental na inovação e compartilhamento de ideias, que fazem total diferença dentro do mercado de trabalho.

À medida que estas relações ficam cada vez mais necessárias para o sucesso de um negócio, o valor da proficiência no inglês cresce juntamente com a competitividade. Atualmente, menos de um quarto dos falantes à nível mundial são nativos, e este número diminui ao passo que cada vez mais pessoas aprendem o inglês como idioma adicional.

O Brasil, que manteve durante anos uma colocação acima dos 40 países com maior domínio do inglês, ocupa atualmente a 53ª posição no ranking mundial, considerado baixo. O índice é medido todos os anos pela EF English Proficiency Index, promovida pela Education First.

Apesar da crise econômica recente, o Brasil se mantém como uma das maiores economias do mundo. Dentro de uma empresa, a relação entre o inglês e um salário melhor é mais próxima do que você imagina. Uma pesquisa realizada pela Catho, site de classificados de empregos, comprovou que um profissional brasileiro com fluência no inglês pode ter o salário até 61% maior do que alguém sem essa habilidade.

De acordo o supervisor e educador da rede de escolas KNN Idiomas, um profissional que fala inglês vai ainda mais longe: tem oportunidades de ascensão em todo o mundo. “Isso porque ele não se limita a questões culturais, linguísticas e geográficas. Grandes nomes do business, bem como personalidades e altos cargos administrativos têm o inglês como idioma secundário justamente pela facilidade em conhecer, se comunicar e fechar negócios com pessoas ao redor do planeta”, ressalta Marcelo.

“Mais que nunca, falar inglês é uma habilidade necessária para ter acesso a mais empregos em mais empresas do que nunca. Onde antigamente as habilidades com o idioma eram um requisito de trabalho para funções específicas em determinados níveis de senioridade, hoje em dia, hierarquias de cadeias de suprimento, suporte técnico, contatos com clientes, documentação e gestão cruzam fronteiras nacionais”, afirma relatório publicado pela EF, que pode ser conferido diretamente no site da empresa.

Doações da Vale a políticos somaram R$ 82 milhões em 2014

A Vale e suas mineradoras e empresas subsidiárias influenciaram em 25 Estados e no Congresso Nacional ao distribuir, por meio de doações oficiais e legalizadas, recursos que somaram R$ 82,2 milhões a deputados, senadores, governadores e aos três candidatos mais votados à presidência, segundo levantamento do Estadão Dados. No total, 139 parlamentares estaduais e 101 federais, além de sete governadores e dez senadores, foram eleitos em 2014 – para a legislatura que se encerra neste mês – com alguma participação dessas mineradoras em suas campanhas. Doações de empresas a políticos já não são mais permitidas.

O total colocou a Vale entre os maiores protagonistas de financiamento de campanha naquele ano, em patamar só comparável à JBS, empresa de alimentação que informou em delação premiada ao Ministério Público o caráter ilegal do dinheiro doado.

As doações da mineradora são concentradas em Estados onde a empresa desenvolve operações volumosas, como Minas (18%), Pará (8,8%) e Espírito Santo (8,2%), mas compreende diferentes partidos, do PT ao PSDB, com destaque para políticos do PMDB. No total, candidatos de 27 partidos diferentes receberam doação dessas mineradoras.

O cientista político da Fundação Getulio Vargas (FGV) Cláudio Couto vê ligação direta entre as doações e a defesa da agenda da doadora. “A empresa espera que o político defenda seus interesses, e isso não significa agir necessariamente de forma corrupta para facilitar algo. Mas que defenda um marco regulatório nos moldes desejados, por exemplo”, explica ele. “E isso não é peculiar à mineração. Acontece com vários setores”, acrescenta.

A miríade de doações fez com que políticos que receberam valores da Vale fossem maioria entre os eleitos, como é o caso do Espírito Santo, onde oito dos dez deputados federais receberam doações da empresa. A porcentagem é alta também entre eleitos para o Congresso por Minas (64,5%), Sergipe (50%) e Pará (47%). Nas assembleias estaduais, o padrão é o mesmo: 16 dos 24 deputados do Mato Grosso do Sul receberam dinheiro da Vale, 24 dos 41 no Pará e 45 dos 77 em Minas.

“A Vale nem me procura porque sabe que não vou aceitar”, diz o deputado estadual de Minas João Vítor Xavier (PSDB), autor de um projeto que previa maior rigor na fiscalização de barragens e pretendia desativar modelos como os de Brumadinho e Mariana – construídas com a técnica de alteamento à montante, considerada obsoleta e insegura. Em julho de 2018, sua proposta acabou reprovada na Comissão de Minas e Energia da Assembleia mineira por três votos a um. Dois dos três que votaram contra receberam doação da Vale em 2014.

“Durou 30 segundos a análise e eles votaram contra. Passamos oito meses desenvolvendo a proposta com população, Ministério Público e Ibama, mas eles não quiseram ouvir os argumentos técnicos e preferiram ouvir as mineradoras”, diz. Reeleito para mais um mandato, Xavier promete encampar novamente o projeto, dessa vez “esperançoso por mudança”.

Vale
A reportagem perguntou à Vale com que fins institucionais a empresa fazia as doações, como foram escolhidos os candidatos que receberam recursos, por que as doações são mais volumosas nos Estados onde há mais operações da mineradora, se a empresa manteve contatos com os parlamentares eleitos com ajuda da Vale e se há nova política para doação por pessoa física – única modalidade permitida pela lei atual. As perguntas não foram respondidas até a publicação desta matéria.

Marco Aurélio nega pedido de Flávio Bolsonaro para suspender investigações

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu negar, nesta sexta-feira, o pedido do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para suspender as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, que apuram movimentações financeiras consideradas “atípicas” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Na liminar concedida pelo ministro Luiz Fux, no dia 17 de janeiro, as investigações levantadas pela Coaf foram suspendidas e passaram a ter foro privilegiado. Acerca do assunto, Marco Aurélio declarou: “Os precedentes do meu gabinete deixam claro meu pensamento em relação a casos como este.

Investigações

Filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) voltou a afirmar que é vítima de perseguição em relação às investigações envolvendo seu nome e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, que aparece com movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em relatório do Coaf.

Ao ser questionado sobre quando iria ao Ministério Público prestar esclarecimentos, ele não respondeu. “Já falei o que eu tinha de falar, não tenho novidade nenhuma”, acrescentou.

Flávio Bolsonaro toma posse como senador nesta sexta-feira, 1 de fevereiro.

Cuidados com o coração devem ser redobrados na terceira idade

*Por Dr. Pedro Rubens Pereira Junior

Com o passar dos anos, é natural que nossa saúde fique cada vez mais frágil. Os músculos e órgãos do corpo simplesmente perdem a força depois de tantos anos trabalhando a todo vapor. Doenças cardiovasculares, por exemplo, tem maior prevalência na terceira idade. Por isso, para quem tem mais de 60 anos, é necessário redobrar a atenção quanto a este assunto.

O Brasil conta hoje com cerca de 27 milhões de idosos, o equivalente a 13% de sua população total. A estimativa é que, até 2060, esse número cresça para 73 milhões, o que, de acordo com previsões do IBGE, será o equivalente a 32% do total de pessoas no Brasil. Então, o cuidado com doenças cardiovasculares, que atingem principalmente a população idosa, nunca foi tão crucial quanto atualmente.

Como bem diz o ditado, prevenir é sempre melhor que remediar. Então, o primeiro passo é evitar os fatores de risco para doenças que afetam o coração. A falta de exercício físico e o consumo excessivo de sal, álcool, açúcar e demais alimentos gordurosos são duas das principais causas de transtornos como a insuficiência cardíaca, a hipertensão arterial, a cardiopatia isquêmica e a valvopatia. Outros fatores externos como o stress e o tabagismo também podem agravar os quadros de saúde. Então, antes de mais nada, fuja destes hábitos que podem ser nocivos a sua saúde.

Há também hábitos e alimentos que são fundamentais para manter a saúde do coração. Por incrível que pareça, por exemplo, uma boa higiene bucal pode ajudar demasiadamente. Um estudo realizado por cientistas italianos e ingleses publicado no jornal da Faseb, “The Federation of American Societies for Experimental Biology” mostrou que infecções na gengiva são grandes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças do coração. Além disso, adotar uma dieta mediterrânea, com muitos peixes, nozes, frutas e azeite de oliva contribui para o aumento o LDL (o famoso colesterol bom), diminui o HDL (colesterol ruim), e ainda ajuda a evitar a obstrução das artérias. Por fim, uma pequena dose de vinho tinto por dia contém uma quantidade sadia de resveratrol, uma substância antioxidante que ajuda a proteger o coração.

O mais importante, porém, é estar em constante contato com o seu cardiologista. As visitas ao médico devem ser pelo menos anuais a partir dos 60 anos, a fim de detectar alterações precoces que podem ser tratadas antes de se desenvolver um problema mais grave. Com o acompanhamento, tratamento e prevenções corretas, é possível viver bem na terceira idade e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

*Dr. Pedro Rubens Pereira Junior é cardiologista do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São Paulo

Prefeitura de Caruaru promove Encontro de Educação em Rede

Tendo em vista a proximidade do ano letivo e com a finalidade de assegurar o sucesso escolar, a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Educação, promove o Encontro de Educação em Rede que tem como tema: Competências Socioemocionais no Contexto Escolar.

O evento será realizado no Centro de Convenções – Senac Caruaru, das 8h às 12h e 13h30 às 17h, na próxima segunda-feira (04). O encontro, que faz parte do Juntos pela Educação, envolve professores das escolas municipais da cidade e do campo que participarão de diversas atividades com o propósito de trocar conhecimentos e experiências que estimularão as competências socioemocionais dos estudantes.

O objetivo é evidenciar a importância do acompanhamento pedagógico nos componentes de Língua Portuguesa e Matemática com base nos indicadores de avaliação, além disso, será um momento de entrosamento entre os profissionais, fortalecendo o diálogo.

A programação é vasta e envolve palestras e debates, entre eles, com o Mestre em Psicologia Social da Universidade de São Paulo (USP), João Roberto Araújo e a professora Gerliene Maia, coordenadora pedagógica da Editora Moderna.

Juntos pela Educação

Criado em 17 de julho de 2017 pela prefeita Raquel Lyra, o “Juntos pela Educação” é um movimento que visa transformar Caruaru pela Educação, impulsionando a qualidade e equidade da Educação Básica. Apartidário e plural, o programa tem a participação de representantes de diferentes setores da sociedade que são comprometidos com a garantia do direito a uma educação de qualidade para todos.

Divulgação dos novos números de acidentes com motos

Na próxima segunda-feira (04), o diretor do Comitê Estadual de Combate aos Acidentes de Motos (Cepam), médico João Veiga, e o diretor do programa Moto Amiga, Hipólito Gervásio, estarão dando entrevista coletiva para divulgar os novos números dos acidentes com motos. O encontro será às 9h, na Ciretran de Caruaru.
Segue convite em anexo.

Melhorar produtividade do trabalho passa por ensino profissional

Por João Paulo Machado

O Brasil precisa melhorar a produtividade do trabalho. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado pelo jornal “O GLOBO” no ano passado, o país está na 50ª posição em lista com 68 economias, quando é levado em conta a eficiência dos trabalhadores.

De acordo com o estudo, um empregado brasileiro gera, em média, US$ 16,80 por hora trabalhada. Em países como a Alemanha, por exemplo, os funcionários produzem US$ 64,40 por hora, e trabalham, em média, 340 horas menos por ano que o trabalhador no Brasil. Isso significa que os alemães são quase 4 vezes mais produtivos que os brasileiros.

O sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP) José Pastore, que estuda as relações de trabalho há mais de 50 anos, explica que a boa formação profissional é um fator crucial para a elevação da produtividade do trabalho no Brasil.

“Produtividade não é tudo para o crescimento, mas é quase tudo. Uma das coisas que o Brasil mais precisa no momento é melhorar a produtividade do trabalho. E no que entra na produtividade? Muitos fatores, entre os principais está a qualidade do trabalho. Com isso os salários sobem, gera-se mais emprego, as empresas competem melhor, vendem mais, os preços caem, a competitividade do país aumenta”, explica Pastore. Segundo ele, “a qualidade do profissional é fundamental para evitar o retrabalho, para evitar o desperdício e para fazer tudo com a maior qualidade possível”.

Formação de profissionais mais produtivos

O especialista afirma que, ao longo dos mais de 50 anos de experiência visitando instituições de ensino pelo país, as escolas do SESI e do SENAI no Brasil sempre se destacaram como exemplo a ser seguido. “Nunca vi uma escola dessa pichada, desleixada, com greves, com trabalhos por fazer. Ao contrário. Sempre os professores estão lecionando e utilizando equipamentos dos mais avançados possíveis para poder atualizar o aluno de acordo com novas tecnologias”, elogia Pastore.

Para o professor da USP, as escolas da rede SESI e SENAI deveriam, inclusive, servir de modelo para as instituições da rede pública, na implementação de um sistema de educação de qualidade. “Eu acho que o Brasil tem um grande capital na formação das pessoas e também na melhoria do capital humano que são as escolas do SESI e SENAI”, defende ele.
Desafios no Brasil

A sugestão de Pastore parece, à primeira vista, simples. Mas o problema é que até mesmo o ensino oferecido por estas instituições pode estar, em parte, ameaçado. Isso porque o governo federal tem sinalizado que irá executar cortes de 30% a 50% nas verbas repassadas a instituições do sistema S, do qual fazem parte o SESI e o SENAI.
Melhorar produtividade do trabalho passa por ensino profissional, afirma especialista.

Sociólogo da USP conta que a boa formação profissional é crucial para a elevação da produtividade do trabalhoSomente o Serviço Social da Indústria (SESI), por exemplo, conta uma rede de escolas de que beneficia 1,2 milhão de jovens com educação básica, principalmente de famílias de trabalhadores da indústria. Além disso, oferece prestação de serviços de saúde que inclui desde a oferta gratuita de vacinas, por exemplo, a exames de mamografia para trabalhadoras. Um corte nos recursos deste sistema pode acarretar na falta de atendimento para 1,2 milhão de pessoas, que teriam que buscar os serviços na rede pública ou custeá-los na rede particular, segundo informações do próprio SESI.

Fonte: Agência do Rádio

Trinta e seis socioeducandos se formam em cursos

“É uma oportunidade muito boa de aprendizado. Já que estou aqui, a hora de aproveitar os cursos e a escola que estão oferecendo pra gente é aqui dentro da Funase. Vou ter mais chance de trabalhar quando chegar lá fora”. Foi com essas palavras que o socioeducando C.H., de 18 anos, exprimiu a felicidade de ter concluído o curso de Montagem e Manutenção de Computadores, oferecido no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Cabo de Santo Agostinho. Nos últimos dois anos, a unidade, que é administrada pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), já inseriu 206 adolescentes e jovens nessa área de formação. A iniciativa vem dando tão certo que já viabilizou a capacitação profissional de cinco turmas de socioeducandos.

O grupo mais recente recebeu certificados na última quinta-feira (31), no auditório do Case Cabo. Foram 27 concluintes. A sexta turma do curso de Montagem e Manutenção de Computadores deve ter início neste sábado (2), com mais 40 alunos. As aulas acontecem no laboratório de informática da unidade socioeducativa. Também participaram da cerimônia de certificação outros nove socioeducandos do curso de Encadernação, totalizando 36 adolescentes e jovens beneficiados durante a solenidade. Ambas as formações foram certificadas pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). A articulação dos cursos ofertados por meio de parcerias com outras instituições é feita pelo Eixo Profissionalização, Esporte, Cultura e Lazer da Funase.

Na visão do secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco, Sileno Guedes, titular da pasta à qual a Funase é ligada, ações integradas como essa mostram o compromisso do Governo do Estado com a reinserção social de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. “O Governo Paulo Câmara vem investindo muito na melhoria do sistema socioeducativo, e o melhor retorno que pode existir é ver a juventude que está passando por esse atendimento abraçar as oportunidades que estão sendo oferecidas e se qualificar profissionalmente. Isso é apostar no futuro desses jovens”, avalia.

No mesmo sentido, a gerente do Case Cabo, Tatiane Moraes, destaca que a busca de gestores, técnicos, professores e agentes socioeducativos é por proporcionar oportunidades. “Apostamos forte em permitir que os socioeducandos tenham acesso à formação profissional e que possam continuar esse processo fora da unidade. Ocasiões como esta certificação mostram que as experiências estão sendo exitosas”, afirma Tatiane. “Queremos despertar neles a vontade de vencer na vida. Esses cursos mostram que eles têm muito potencial”, completa o professor do curso de Montagem e Manutenção de Computadores, Everaldo Bezerra.

Imagem: Marcelo Vidal/SDSCJ

49,2% dos estudantes pretendem aprender uma nova língua

Janeiro é um mês marcado por planejamento, metas e sonhos para os próximos meses. Aprender um novo idioma aparece como prioridade para 49,2% dos estudantes que responderam a uma pesquisa realizada pelo Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE entre os dias 4 e 24/01
de 2019.

Ser voluntário representa a pretensão de 16,5% dos entrevistados, enquanto que 8,7% desejam realizar uma viagem de intercâmbio cultural. Chama a atenção que mais de um quarto daqueles que responderam a pesquisa pretendem realizar as três experiências ainda este ano. Mais de 20 mil pessoas responderam a enquete.

Além disso, um segundo levantamento realizado no mesmo período e que contou com mais de 21 mil respostas, apontou que os jovens estão com grandes metas de estudo para 2019. Enquanto 42,6% querem entrar em uma faculdade, 23,7% ainda vão entrar em um curso superior e um total de 29,9% deseja realizar um curso extracurricular. Menos de 4% dos entrevistados responderam que não possuem nenhuma meta para este ano.

Sobre o CIEE

Desde sua fundação, há 54 anos, o CIEE se dedica à capacitação profissional de estudantes por meio de programas de estágio. Em 2003, abriu uma nova frente socioassistencial com a aprendizagem. Atualmente, administra o estágio de 200 mil estudantes e a aprendizagem de 100 mil adolescentes e jovens. Em paralelo, mantém uma série de ações socioassistenciais voltadas à promoção do conhecimento e fortalecimento de vínculos de populações vulneráveis.