9º Festival de Música Instrumental anima Conservatório Pernambucano de Música

Os apreciadores da música instrumental poderão curtir a programação do fim de semana do Conservatório Pernambucano de Música. Neste sábado (15) e domingo (16), acontece a 9ª edição do Festival de Música Instrumental, no Auditório Cussy de Almeida, na sede da escola de música. O compositor Henrique Albino e o arranjador André Mehmari são as atrações do sábado. O pianista Hércules Gomes e o grupo Treminhão farão concerto no domingo. O evento é aberto ao público.

“Existem poucos eventos no Brasil dedicados à música instrumental, a maior parte deles ancorada no Jazz. Este festival é um dos poucos que têm, como proposta inicial, apresentar democraticamente todas as tendências e gêneros instrumentais, sejam eles tipicamente brasileiros (como o frevo e o choro), sejam eles universais. A música instrumental brasileira é reconhecida mundialmente, mas carece de divulgação em sua própria casa, especialmente nos jornais, rádios e TVs. Entre os convidados, selecionamos sempre músicos de destaque de Pernambuco, sejam veteranos ou revelações, e grandes nomes brasileiros, quase sempre desconhecidos do grande público. É uma oportunidade única também para os amantes da boa música, e principalmente para os estudantes, que podem ter contato com instrumentistas consagrados”, destaca a gerente geral do conservatório, Roseane Hazin.

A partir das 17h do sábado, Henrique Albino apresenta composições autorais com influência da música universal e das novas tendências rítmicas do jazz contemporâneo. Com Henrique Albino na flauta e no sax, Alex Santana na tuba e Gilú Amaral na percussão, a formação da banda possibilita uma estética que passeia entre o frevo, o coco de roda, o forró e outros gêneros pernambucanos com uma abordagem mais dissonante e de ritmo frenético. Durante a apresentação, novas composições podem surgir e se misturar com interações com o público.

Logo depois, é a vez do compositor, pianista arranjador e produtor carioca André Mehmari fazer o seu concerto instrumental. O músico apresenta, ao lado de Neymar Dias (baixo elétrico e viola caipira) e Sérgio Reze (bateria), arranjos inspirados nos discos mundialmente conhecidos como marcos na música brasileira, composições próprias e recriações de clássicos do jazz. Com muito lirismo e virtuosidade, esses três amigos animam a cena instrumental brasileira e são aclamados no Brasil e no mundo.

Apontado como um dos mais originais e completos músicos brasileiros de sua geração e premiado tanto na área erudita quanto popular, André teve suas composições e arranjos tocados por solistas como Maria João Pires, Ricardo Castro, Emmanuele Baldini, Christopher O’Riley e muitos grupos orquestrais e de câmara. Além de uma vasta e premiada discografia, Mehmari possui uma ativa carreira internacional como solista e criou duos expressivos com músicos como Antônio Meneses, Gabriele Mirabassi, Hamilton de Holanda e Maria Bethânia.

DOMINGO

O concerto do pianista capixaba erradicado em São Paulo, Hércules Gomes, começa às 16h do último dia do evento. Ele é considerado um dos mais representativos pianistas brasileiros da atualidade e se destaca pelas fortes influências de ritmos brasileiros, jazz e da música erudita presentes em seu estilo. O artista interpretará músicas do seu primeiro trabalho solo, “Pianismo”, lançado em 2013 e também do seu segundo álbum, “No tempo da Chiquinha”, em comemoração aos 170 anos da pianista e compositora Chiquinha Gonzaga, lançado no ano passado.

Já se apresentou em alguns dos mais importantes festivais de música no Brasil e no exterior como o Festival Piano, Piano (Buenos Aires, Argentina); o Festival Internacional Jazz Plaza (Havana, Cuba); o Brazilian Music Institute (Miami, EUA), o Festival de Inverno de Campos do Jordão (São Paulo, Brasil); e o Savassi Festival (Belo Horizonte, Brasil). No Brasil foi vencedor do 11º Prêmio Nabor Pires de Camargo e do I Prêmio MIMO Instrumental. Em 2015 participou do projeto Gravação dos Concertos Cariocas de Radamés Gnattali no qual interpretou o Concerto Carioca nº 2 com a Orquestra Sinfônica de Campinas.

Encerrando a programação do festival, o grupo instrumental Treminhão trabalha as influências de outras culturas como a música eletrônica, blues e jazz de forma singular, junto com os ritmos regionais de Pernambuco. A banda, formada por Breno Lira, Ricardo Fraga e Jefferson Cupertino ao palco alimentando todas as possíveis formas de musicalidade, exprimindo a cada acorde o paradoxo entre a densidade e a leveza nos movimentos de ida e vinda da sonoridade da música que transita entre o local e o universal.

O trio vai apresentar as composições dos dois álbuns lançados, Treminhão e Panelada. Gravado no ano de 2005, o CD Treminhão traz 13 composições, direção musical e arranjos assinados pela própria banda. A Panelada, nome que dá título ao segundo CD, tem a mesma essência do primeiro, mas com um tempero novo absorvido pelo grupo: o eletrônico. Também com 13 composições, o álbum conta com arranjos e direção musical autorais da banda. É com muito trabalho e dedicação e que o grupo vem ganhando espaço na mídia e na cena da música instrumental. Em 2011, o trio lançou o primeiro DVD que contou com as participações especiais de Carlos Malta (pífano e sax soprano) e Silvério Pessoa(voz).

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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