Do Brasil 247
Apesar do amplo apoio por parte do diretório do PSB em São Paulo, que chegou a 97%, em prol da candidatura presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e para que a legenda entregue os cargos que ocupa no governo da presidente Dilma Rousseff (PT) já em setembro, interlocutores do partido observam que a saída da base de apoio governista ainda não entrou na pauta de discussões. Qualquer movimento neste sentido não deverá ser tomado sem que antes seja feita uma análise criteriosa sobre o real cenário eleitoral de 2014.
Detentor de dois ministérios, Integração Nacional, comandado por Fernando Bezerra Coelho, e a Secretaria Especial de Portos, que tem à frente o cearense Leônidas Cristino, o PSB também ocupa espaços em estatais como a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), cujo presidente, João Bosco Almeida, foi indicado diretamente por Eduardo Campos. A posição adotada pelo diretório paulista do PSB, que acompanha a adotada pela legenda no Rio Grande do Sul, em defender uma candidatura própria tendo como cabeça de chapa o governador Eduardo Campos, e a entrega dos cargos que ocupa na administração federal ainda não teriam sido discutidas internamente, segundo o próprio Eduardo Campos.
De acordo com matéria veiculada pelo jornal Folha de Pernambuco, a movimentação do diretório do PSB visa não apenas fortalecer a pré-candidatura de Eduardo Campos rumo ao Planalto, mas, também, fortalecer a legenda na disputa pelo Governo do Estado, que tem o deputado federal e presidente estadual da sigla, Márcio França, como um dos principais interessados em se lançar na corrida pelo comando do Palácio dos Bandeirantes.
A decisão do diretório paulista para que o PSB lance uma candidatura própria para disputar a Presidência da República em 2014 foi tomada após uma pesquisa interna, feita junto aos 500 diretórios municipais da legenda no Estado, apontar que 97% dos filiados à legenda desejam que o partido se lance na corrida presidencial.
“Os mesmos 97% defendem a saída do governo Dilma em setembro”, assegurou França, nesta sexta-feira (9), no evento que afirmou o apoio do PSB paulista à candidatura do governador Eduardo Campos. Outros estados devem fazer consultas semelhantes ao seus filiados e, caso este apoio maciço seja mantido, a pressão para que Campos se candidate será fundamental para que o PSB entregue os cargos que ocupa no governo da presidente Dilma e abandone a base governista. Em seguida restaria apenas confirmar oficialmente a candidatura de Campos e partir para o embate, como já deseja boa parte da legenda pessebista.