Diálogo é a chave para lidar com mudanças na governança corporativa, aponta estudo

Submeter-se ao comando de um investidor ativista é tarefa difícil para os executivos. E não é para menos. De acordo com estudo realizado pela consultoria global Bain & Company, mais de 75% das intervenções de investidores acontecem por questões de governança corporativa, como substituir ou nomear um CEO ou diretor, por exemplo.

Entretanto, a participação de uma figura externa na liderança não significa necessariamente que o clima de guerra está instaurado na empresa. Segundo a pesquisa realizada pela Bain, a melhor estratégia para se lidar com esse cenário é o diálogo – “Bons líderes começam ouvindo calmamente quais são as preocupações do ativista e procuram manter a conversa em particular sempre que possível”, aponta o estudo.

O material ainda exemplifica citando o caso da Heinz, a empresa alimentícia famosa pelo Ketchup; “Quando Nelson Peltz e a Trian Fund Management receberam uma posição no comando da Heinz, a gerência inicialmente foi contra. Ao término do conflito, Peltz já fazia parte do corpo de diretores, prestou suporte durante uma reestruturação e passou a contar com William Johnson, CEO da empresa na época, como seu homem de confiança”.

Todavia, a pesquisa leva em conta também os casos nos quais os ativistas não são tão amistosos. Nessas situações, a consultoria orienta a elaborar uma resposta detalhada entre 30 e 90 dias. Esta, por sua vez, deve ser nos mesmos termos, conter análises e ser bem embasada. Não apenas uma defesa com pontos gerais e não aprofundados. Por mais óbvio que esses pontos pareçam, de acordo com a Bain & Company muitas empresas não dão a devida atenção a eles e perdem a chance de agregar valor e minimizar possíveis danos à gestão.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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