De janeiro a maio de 2016, foram extintos mais de nove mil postos de trabalho no setor, que concentra empresas de projeto, consultoria e gerenciamento. Em Pernambuco, o saldo no período ficou negativo em cerca de 200 posições; mas considerando o acumulado desde janeiro de 2015, foram extintos mais quase quatro mil empregos com carteira assinada no estado.
O saldo de movimentação do emprego no setor de arquitetura e engenharia consultiva (A&EC) voltou a registrar baixa: de janeiro a maio de 2016 foram fechados 9.690 postos de trabalho formais. Ao longo de 2015, o setor – que reúne empresas de projetos, consultoria e gerenciamento – havia registrado um dos piores resultados da série histórica iniciada em 2007. Foram extintos 38.601 empregos com carteira assinada.
Os dados constam no levantamento da unidade de Estudos Econômicos do Sinaenco (Sindicato Nacional da Arquitetura e da Engenharia Consultiva), que foi realizado com base nas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Ainda segundo o estudo do Sinaenco, a perda de dinamismo no mercado de trabalho da A&EC se deu em praticamente todas as regiões do país nos primeiros cinco meses de 2016. O Sudeste foi responsável por 58% dos desligamentos, seguido pela região Sul, 12,5% e Nordeste, 18%. Em Pernambuco, o saldo de movimentação do emprego ficou negativo em 254 posições somente neste ano. O mercado de trabalho local havia eliminado outros 3,6 mil empregos em 2015.
Entre os fatores por trás do encolhimento das equipes estão a redução de investimentos diretos em infraestrutura por parte do setor público, a contração dos investimentos do setor privado, com destaque para a queda acentuada na atividade do segmento imobiliário, e mesmo a frustração dos programas de concessões e PPP’s.
O encolhimento do setor de projetos e consultoria se acentuou a partir de 2014. No cômputo geral, foram eliminados cerca de 59 mil postos de trabalho desde aquele ano. “As empresas terão dificuldades para repor esses profissionais. Essencialmente, estamos perdendo capacidade técnica acumulada ao longo dos últimos anos”, afirma o presidente nacional do Sinaenco, José Roberto Bernasconi. “Esse processo é lamentável, ainda mais quando consideramos que o setor é o responsável por projetar e planejar os empreendimentos de infraestrutura, que são imprescindíveis para o desenvolvimento do país”.