A dura realidade do DD Agreste

Foto - Leonardo Cícero (12)

Pedro Augusto

Os bons tempos do Disque-Denúncia Agreste já não existem mais. Embora ainda exerça um papel imprescindível ao auxiliar as polícias no combate à violência, atualmente o órgão vem operando a duras penas devido ao corte de recursos realizados pelo Governo Estadual. Para se ter ideia da realidade agora nada fácil, hoje os poucos funcionários que permanecem atuando no serviço se encontram com os salários atrasados, bem como atuando em um local emprestado e sem ventilação adequada. As dificuldades financeiras do DD Agreste não vêm refletindo apenas nas condições de trabalho dos colaboradores, mas também no quantitativo de informações repassadas pela população.

De acordo com o levantamento do próprio órgão, após a interrupção promovida pelo Governo do Estado no tocante ao repasse de recursos – em meados de julho do ano passado –, o volume de denúncias registradas no canal diminuiu em torno dos 47% em comparação com o último semestre de 2015. Isso porque o órgão precisou reduzir o seu quadro de funcionários passando a operar somente de segunda a sábado com expediente das 7h até as 19h. Antes do corte, o DD Agreste atendia as demandas da população durante todos os dias da semana no período de 24 horas.

Até pouco tempo, ele vinha sendo apoiado financeiramente pela Prefeitura de Caruaru, entretanto, devido a um processo licitatório, passou a contar recentemente apenas com o apoio de empresas privadas. A Prefeitura aguarda os trâmites legais para voltar a auxiliar o serviço, já que se mostrou interessada na sua manutenção e, é claro, caso ele vença o processo, porém, até agora, o Governo do Estado ainda não se posicionou oficialmente a respeito da situação alarmante em que se encontra o Disque-Denúncia local. Presente na comitiva que recebeu o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, na última quarta-feira (27), em Caruaru, a diretora do órgão, Carmela Galindo, chegou a falar com ele sobre o assunto, mas nada ficou definido.

“O secretário se mostrou sensível e interessado em resolver a nossa questão, porém não estipulou data nem valor a ser repassado para o serviço. Continuamos na mesma, o que é bastante lamentável, haja vista que quem perde mais com esta situação é a própria população. Afinal, o Disque-Denúncia Agreste é um canal bastante importante no combate à violência. Para se ter ideia, após a redução no seu expediente, o número de denúncias realizadas a respeito da perturbação de sossego caiu em torno dos 302%, enquanto as informações referentes à prática de homicídios diminuíram em pouco mais dos 82%”, lamentou Carmela.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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