A esperança agora é o São João

Pedro Augusto

O aporte no calendário do Maior e Melhor São João Mundo não estava sendo aguardado ansiosamente apenas pelos forrozeiros de plantão. Nem de longe. A contagem regressiva para o início do evento mais popular do Nordeste também foi realizada com bastante atenção pelos lojistas da rua 15 de Novembro, no centro de Caruaru. Não só pela lucratividade alta que tradicionalmente é observada nesta época nas lojas – considerada na cidade a segunda melhor do ano em termos de vendas -, mas ainda pelo impacto alentador que deverá provocar nos cofres dessas empresas na difícil temporada de 2015. Se nos últimos cinco meses, o clima foi de fim de festa no comércio do município, agora a expectativa é de dias melhores no segmento.

E neste ano os comerciantes não se encontram nem tão exigentes quanto aos desempenhos de vendas para o período junino. Se após a queima da última fogueira, no Dia de São Pedro (29), eles tiverem conseguido ao menos registrar faturamento semelhante ao de 2014, já estará de bom tamanho. Foi o que ressaltou a supervisora da Parceria Premium, Marilu Beltrão. “Sentimos um acréscimo no fluxo de consumidores desde a última quinzena de maio, mas, diante dessa crise financeira, não sabemos se iremos superar o desempenho do ano passado. Se conseguirmos ao menos empatar, já ficaremos satisfeitos, até porque 2015 está sendo muito difícil para todo o comércio.”

Com discurso similar ao da supervisora, o gerente da Essencial, Erisvan Silva, espera confirmar o otimismo somente nas próximas semanas. “A festa começou no último fim de semana, mas até agora, infelizmente, nos encontramos no vermelho. Torcemos para que o movimento melhore nos próximos dias, até porque investimos bastante para a época. Contratamos mais mão de obra, bem como adquirimos novos produtos. Com essa crise, se alcançarmos resultado semelhante ao do São João do ano passado, já será positivo.” Por conta dela, a rede de calçados acabou contratando 10% menos em relação ao mesmo período de 2014.

Apesar da queda na assimilação de mais mão de obra, a Essencial poderia ser considerada como uma exceção na regra diante do atual cenário do setor. “Fazendo um comparativo com os cinco primeiros meses de 2015 e o mesmo intervalo de 2014, observamos que houve uma queda brusca nas vendas. Consequentemente, o desemprego aumentou e o número de contratações diminuiu. Para se ter ideia, atualmente o volume de desemprego no comércio e na indústria local encontra-se 20% maior em relação a 2014. As lojas que decidiram manter o mesmo quadro de funcionários é porque investiram em capacitações e não querem perder a mão de obra qualificada”, explicou o presidente da CDL de Caruaru, Márcio Porto.

Assim como os lojistas, ele aguarda que o São João impulsione as vendas do comércio. “O momento atual do país é de recessão, a economia vem passando por uma crise, mas com a chegada do período junino, há a expectativa de um habitual crescimento na demanda. Em termos gerais, não contamos com uma estimativa oficial, mas se o volume de vendas 2015 ficar no mesmo patamar do de 2014 poderemos afirmar que alcançamos um bom resultado”, finalizou Márcio.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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