Pedro Augusto
De acordo com moradores, comerciantes e empresários, apesar de comportar equipamentos bastante importantes para a economia e a segurança da Capital do Agreste, já há um bom tempo que o Bairro Agamenon Magalhães não estaria recebendo a devida atenção por parte do poder público, no que diz respeito ao seu acesso de entrada. Em audiência realizada no último dia 26, no Ministério Público de Caruaru, os reclamantes tiveram a oportunidade de explanar a promotora de Justiça, Gilka Miranda, e aos representantes do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e da Secretaria Municipal de Urbanismo e Obras, as principais dificuldades enfrentadas.
Atualmente para se ter acesso à entrada do Agamenon Magalhães, o motorista pode utilizar a BR-104 ou a Avenida José Pinheiro dos Santos. O principal problema, de acordo com o empresário Sérgio Gomes, tem sido a falta de infraestrutura que vem imperando já há alguns anos neste trecho específico. “Devido a sua precária situação, o acesso deste bairro tão importante para Caruaru vem provocando até acidentes. Se não bastasse a falta de sinalização e a iluminação precária, reparos na sua pavimentação precisam ser realizados o mais urgente possível, haja vista que buracos já estão tomando conta há bastante tempo”, criticou.
Segundo o empresário Marcos Oliveira, a precária situação do acesso não vem apenas ocasionando acidentes, mas também prejuízos financeiros para os empreendimentos locais. “Além de servir como comunidade para um número elevado de moradores, o Agamenon ainda comporta a Rodoviária de Caruaru, o 4º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, o Batalhão do Corpo de Bombeiros, dois hotéis, bem como diversos estabelecimentos comerciais. Então, necessita ter uma atenção maior. Sou proprietário de um desses hotéis e reclamações não têm faltado por parte dos hóspedes por causa justamente desse acesso horrível. A maioria reclama da falta de sinalização e dos inúmeros buracos e muitos deles têm até evitado se hospedar por aqui. Lamentável!”, disse.
Também proprietário de um hotel no Agamenon Magalhães, Sérgio Gomes, ressaltou a dificuldade dos hóspedes em terem acesso ao bairro. “Na maioria dos casos, os nossos clientes são do Recife e de Maceió, ou seja, chegam através da BR-232 e precisam pegar a BR-104 para vir até o nosso hotel. O grande problema é que de lá para cá, eles estão tendo que encarar dificuldades enormes por causa das condições precárias de acesso. Nesta última Semana Santa, por exemplo, o nosso movimento foi bastante pequeno por conta desses problemas”, acrescentou. “Não só os comerciantes, mas também todos os moradores que necessitam trafegar diariamente por esse trecho não aguentam mais essa situação”, emendou o popular Fábio Oliveira.
No intuito de obter respostas sobre as responsabilidades e o que poderá ser feito para qualificar o local, VANGUARDA entrou em contato esta semana com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Obras, com a Destra e com o DER. As duas pastas ligadas ao Executivo municipal informaram à nossa reportagem que tanto as melhorias a serem adotadas na pavimentação como a aplicação de sinalização no trecho são de responsabilidade do DER, em conjunto com o Dnit. “Isso porque este acesso ainda se encontra no perímetro urbano da BR-104, que corresponde a 80 metros de largura sendo 40 para cada lado. Como o DER é o responsável pela execução da obra de duplicação desta rodovia, ele também é o responsável por fazer as melhorias necessárias”, explicou a representante da Destra, Adriana Leite.
Em contrapartida, no que diz respeito às críticas relacionadas ao sistema de iluminação do local, elas seriam direcionadas, de acordo com os reclamantes, ao número reduzido de postes instalados nas imediações da Rodoviária. Em resposta às indagações dos populares, o DER informou, através de nota, que “vai realizar um levantamento junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre as pendências relacionadas às obras de duplicação e restauração do trecho remanescente da BR-104, no perímetro urbano de Caruaru”.
Em paralelo, o DER também terá de entregar à 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Caruaru um relatório circunstanciado contendo as melhorias que deverão ser feitas. Tal medida foi definida durante a audiência realizada no MP.