Investidores estrangeiros mantêm interesse em colocar dinheiro no Brasil, para a economia real. Eles têm recebido bem os projetos apresentados por fundos de participações locais que estão captando recursos para investir em empresas que precisam crescer ou melhorar seus balanços após a recessão. No entanto, estão condicionando o envio do dinheiro a um cenário eleitoral mais claro. Mais precisamente, disseram para alguns estruturadores desses fundos que, se o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, for o novo presidente do Brasil, não fecharão negócio. Eles alegam dificuldades de prever como seria um governo Bolsonaro, considerado “nacionalista”. Como o investimento nesses fundos de participações é de longo prazo, preferem esperar para ver.
“Alguns podem até dizer que Bolsonaro é um nacionalista. Mas sabem que eu sou um liberal e que ele me apoia”, afirma Paulo Guedes, coordenador econômico da campanha do candidato do PSL. Guedes afirma que tem recebido “centenas de pedidos” de reuniões de parte de investidores estrangeiros. “O que eles me dizem é diferente. Falam que não investem hoje no Brasil em razão da corrupção na política e da estagnação na economia”, diz.
O economista diz ainda que os estrangeiros “saem entusiasmados” das conversas, depois de ouvirem que o país, num eventual governo Bolsonaro, perseguirá a economia de mercado.