ARQUIVO — Parceria entre empresas e Universidade

Por Maurício Assuero

No último dia 12, uma comitiva da UFPE formada pelo Reitor, por mim e um pesquisador do departamento de Química, estive reunida com o prefeito eleito de Toritama para desenvolver um projeto de cooperação conjunta que seja capaz de equacionar os principais problemas do município, com destaque o desenvolvimento da indústria têxtil. Ao longo da conversa ficou notório o tamanho da necessidade, que não é um caso particular o isolado de Toritama, mas da sociedade como um todo.

A nítida impressão que se tem é que a universidade vive produzindo para si mesmo, ou seja, basta o professor dar as aulas previstas, o aluno colar grau e pronto cada qual fez sua parte. Não é bem assim. Os professores da universidade dedicam grande parte do seu tempo a pesquisas que irão contribuir com o desenvolvimento do país. Não se pode deixar de reconhecer que as grandes empresas de tecnologia possuem seus pesquisadores internos, no entanto, seria infantil demais acreditar que isso é mais do que suficiente para determinar o crescimento tecnológico. Tem como negar a participação da universidade nas pesquisas na área de saúde? Tem como não reconhecer que os milagres que a medicina faz, diariamente, são devidos as pesquisas realizadas na universidade?

No caso específico de Toritama levamos um projeto a ser desenvolvido com uma lavanderia de jeans. O resultado desse projeto visa fornecer mecanismos de otimização dos corantes utilizados na lavagem, eliminando o excesso, ou seja, irá se chegar a tonalidade do jeans desejadas usando menos insumos, usando a quantidade de insumos na dosagem certa e, principalmente, controlando a emissão de dejetos nos rios. Isso será, sem sombra de dúvidas, apenas o “ponta pé” inicial visto que fomos percebendo, durante a visita, uma variedade de ações que podem ser realizadas na área de energia, tais como controle, redução de gastos e geração própria e outros estudos mais direcionados na área de Design, Meio Ambiente, Sistemas, Turismo, etc. Toritama será um laboratório, todavia, a UFPE estará atenta a outras necessidades surgidas em qualquer espaço do estado de Pernambuco.

O fato importante que queremos destacar aqui é que nos países desenvolvidos é estreita a relação entre universidade e empresas. Em Portugal, por exemplo, o desenvolvimento da indústria têxtil ocorreu graças a relação com as universidades. Dizendo em termos mais simples: os problemas da indústria têxtil foram levados à universidade que, com pesquisas, gerou soluções. Queremos algo semelhante para nosso estado.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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