Por Maurício Assuero
Outra novela chega ao fim e Eduardo Cunha está onde deveria estar: fora do congresso! Logo após o resultado Cunha deu uma entrevista culpa meio mundo de gente, menos ele próprio. Ele considera que o resultado foi fruto de uma ação política porque ele acatou o pedido de impeachment que culminou com o afastamento de Dilma Rousseff da presidência. É absurdo essepensamento. Primeiro porque as pessoas que votaram pelo afastamento de Dilma são as mesmas que votaram pela cassação deles, ou seja, ele contou com 367 deputados para encaminhar o processo de impeachment de Dilma (137 votaram contra) e agora, somente 10 deputados votaram a favor dele, logo, caro ex-deputado, essa linha de argumentação na tem sustentação.
Concluída a votação, o ex-deputado deu uma entrevista coletiva na qual deixou transparecer nas entrelinhas que a novela apenas mudaria o roteiro e o autor. Elencar os personagens do impeachment, bem como sua participação. O que mais se lamenta em tudo isso é a população continuará à margem das preocupações do governo, ou seja, cada fio de esperança que se renova é cortado por uma tesoura invisível que age em benefício próprio de quem a empunha.
São dois momentos importantes para a reorganização do país. Dilma não teria mais a menor condição de continuar o governo porque a Câmara não aprova suas propostas, o mercado não queria sua volta. A cassação de Eduardo Cunha faz justiça ao homem público que mentiu, enganou, recebeu propina, etc.. e, principalmente, foi o grande artífice da derrocada econômica do país. Eduardo, eleito, perseguiu adversários e graças a isso fragilizou a articulação política do governoa ponto de colocarem o atual presidente para desempenhar este papel. Eduardo aprovou o que queria na câmara eque ele queria estava sempre na direção contrária do governo e do povo.
O problema é que a fragilidade política desse governo continuará. Cabe lembrar que o Superior Tribunal Eleitoral tem uma posição definida de que os recursos escusos da campanha presidencial são responsabilidade de Dilma, Michel Temer e do tesoureiro da campanha, logo Temer não pode ser desvinculado disso. Daí, em 2017 corre-se o risco do TSE cassar a chapa Dilma-Temer e o presidente do Brasil ser o presidente da Câmara que será eleito em fevereiro/2017. Por tudo isso não tem como a gente acreditar que tudo está resolvido sem que se olhe atentamente para os possíveis substitutos de Rodrigo Maia.
No mais, a economia continuará fragilizada, agora pela metralhadora giratória que Cunha pretende empunhar. Entre mortos e feridos restarão poucos!