ARTIGO — A energia como moeda empresarial

Por Tadeu Longo

Atualmente, os CFOs e CEOs enfrentam encargos crescentes de despesas com energia, que podem representar até 80% dos gastos operacionais e de manutenção. Mas não é só isso, os regulamentos de conformidade mais estritos sobre as emissões de gases do efeito estufa, resíduos e água também entram na lista de preocupações das empresas, que têm buscado reforçar o resultado financeiro ao identificar as ineficiências energéticas e buscar formas de melhorar a eficiência operacional. O que leva a necessidade de entender melhor as demandas de energia, capacidades de conservação, e a desenvolver uma estratégia abrangente de sustentabilidade.

Até pouco tempo, muitas empresas gerenciavam a energia de forma muito fragmentada. Hoje, para determinar as causas do gasto e do desperdício de energia e aprovar programas com o objetivo de reduzir e prevenir gastos em excesso, as organizações precisam de procedimentos sistêmicos para determinar o uso de energia em seus recursos operacionais como parte integrante do gerenciamento diário dos seus ativos.

Os EUA, por exemplo, perdem dois terços de cada quilowatt de energia que é produzido, o que chega 20% do desperdiçado no mundo todo. Reduzir a demanda e melhorar a eficiência operacional para uma ampla gama de equipamentos usados na operação das instalações e processos de manufatura são formas diretas e econômicas de economizar energia. Essa abordagem também é adequada para resolver questões ambientais pelos próximos 40 anos, até que haja um avanço mundial em termos de energia limpa, confiável e escalável.

A energia desperdiçada muda de forma quando não é usada para a finalidade pretendida e acrescenta um custo igualmente importante. Os custos ambientais para gerar a energia necessária – seja desperdiçada ou não – e o impacto ambiental da energia recém-transformada (calor, vibração, maior utilização de energia pelos recursos) contribuem para aumentar a pegada de carbono da empresa. Mas esse valor não é medido em dólares, e sim em moeda de gases do efeito estufa e no potencial de mudança climática.

Antes, as empresas tinham a visão de que a energia representava um custo fixo para os negócios, mas isso tem mudado. Hoje, as organizações perceberam que o uso da energia é baseado em recursos, e que é a eficiência individual que determina o custo final. Desse modo, olhar para o estoque excessivo, tempo de inatividade e outros fatores materiais que visam reduzir o desperdício total sem integrar o desempenho energético não tem sido suficiente, e as organizações que deixam de abordar sua eficiência energética correm um grande risco econômico.

Uma abordagem de boas práticas para o gerenciamento de recursos, chamada de sustentabilidade global de recursos, tem ajudado empresas a gerenciar os recursos e determinar se eles consomem mais energia que o esperado, o que ajuda a otimizar o desempenho e impulsionar os resultados financeiros. Ao usar uma tecnologia avançada de gerenciamento de recursos empresariais (EAM), as empresas podem projetar essa importante tarefa de forma mais rápida e eficaz. E com muitos dados gerados sobre o uso de energia dos processos comerciais de ponta a ponta, os sistemas avançados de EAM também podem ajudar a reunir, documentar e analisar sistematicamente essas informações, além de identificar não conformidades, comunicar e contabilizar os dados usando métodos precisos, reproduzíveis e oportunos para atender necessidades pontuais nas organizações.

É importante reunir dados quantitativos e qualitativos sobre o uso de energia, pois dados quantitativos representam uma visão “após o fato” do resultado financeiro do uso de energia, mas a informação qualitativa abrange informações de recursos individuais e a sustentabilidade de cada recurso para atingir as expectativas projetadas de ciclo de vida. Por isso, o uso de energia tem um impacto dramático no resultado financeiro e na lucratividade da empresa.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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