ARTIGO — Balanço local

Por Maurício Assuero

Há duas semanas do fim de 2016, cabe refletimos um pouco sobre a economia do estado de Pernambuco, incluindo perspectivas. Começamos o ano com um corte de R$ 300 milhões em despesas na tentativa de ajustar o orçamento em função do péssimo ano de 2015. Consumimos as reservas obtidas ao longo do governo anterior, oriundas dos investimentos privados em Suape e na Mata Norte do estado, para atenuar os graves problemas causados pela estiagem que assolou o estado. O crescimento que tivemos foi o maior dos estados a região nordeste e foi maior do que a taxa de crescimento do Brasil.

O mergulho do país na crise política, embalado pelas inúmeras denúncias de corrupção em investimentos estruturais para o estado, como o caso da Refinaria, do Estaleiro, etc. afetou absurdamente o crescimento do estado. Não obstante, o esforço do governo em manter o estado longe do cenário visto no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul ou Minas Gerais que declararam estado de calamidade financeira, Pernambuco não consegui se reerguer ao longo do período e o aumento de arrecadação obtido foi decorrente de políticas adotadas na arrecadação do ICMS e não por consequência do aumento da atividade produtiva. Todos os setores encolheram e mantendo-se a conjuntura atual, dificilmente escaparemos de uma recessão mais forte em 2017.

Todos os estados, não apenas Pernambuco, esperam que a moratória de 3 anos para pagamento das dívidas junto ao governo federal seja aprovada no congresso. Isso será muito bom para dar fôlego aos estados, no entanto, os mecanismos de amortização precisam estar bastante claros, agora, porque três anos significa até dezembro de 2019 e se continuarmos com essa crise política, dificilmente falaremos em recuperação antes de 2022.

Não há outra forma de melhorar a economia senão atraindo investimentos. Também parece prioritário definir políticas regionais. Observemos o caso do agreste. O incentivo ao crescimento econômico de Caruaru, por exemplo, teria impacto natural nas cidades circunvizinhas (“as abelhas sentem o cheiro do mel”). Capacitar empresas para exportar, formalizar vínculos com empresas estrangeiras, etc.. seria uma forma mais segura de incrementar o crescimento econômico. Se observarmos o comportamento do governo ao longo desse tempo vamos notar que a ausência de políticas regionais. E isso agravo a situação do estado como um todo. Pernambuco pode sair da crise antes que outrosestados; pode até não se chamuscar fortemente, mas para isso é preciso trabalhar de sem pensar em 2018. A necessidade é agora.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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