ARTIGO — Caruaru está aprendendo a lição

Por Pedro Augusto, jornalista

Na Capital do Forró, por vários anos, a chama do Carnaval esteve apagada. Embora tradição não faltasse no tocante à quantidade de eventos promovidos no passado, sejam nos intervalos pré ou até mesmo nos pontos altos da folia, as gestões públicas anteriores preferiram se render à premissa de que grande parte dos caruaruenses não possuía mais interesse de brincar a Folia de Momo no seu próprio solo. Análise esta, no mínimo, equivocada e porque não, ultrapassada, haja vista que bastou a atual Prefeitura de Caruaru voltar também as suas atenções para a festa mais popular do planeta para que a alegria retornasse às ruas e avenidas da Princesa do Agreste, sob os passos e as canções de um dos nossos principais ritmos, o frevo.

Vale ressaltar que a cidade ainda não conseguiu retomar as atividades carnavalescas durante o período oficial do evento, entretanto, se continuar neste ritmo animado, conforme a população local tem observado ao longo dos últimos anos, não tardará para também contar com Carnaval na sua agenda turística. Para os pessimistas e os contra de plantão, fica a pergunta: E por que não?
Hoje, a Capital do Agreste dispõe de uma semana pré-carnavalesca fortalecida, com o apoio da PMC e sendo aplaudida por vários segmentos da nossa economia. Neste ano, por exemplo, realizou o seu Baile Municipal, sendo comandado por ninguém menos do que o Rei do Axé, Bell Marques, homenageando ainda figuras importantes do nosso frevo como o compositor Carlos Fernando.

Em paralelo, não poderia deixar de se ressaltar o crescimento no número de blocos e desfiles que estão sendo realizados desde a primeira quinzena deste mês nos bairros e casas de eventos locais. Sem falar no ponto alto da festa, que ocorrerá neste sábado (23), com as edições 2019 da Confraria da Sucata, do Rec Beat e de vários outros atrativos. Bom não, excelente para a cadeia cultural e financeira da cidade.

Do tocador de trompete ao proprietário de restaurante, todos, sem exceção, se encontram contagiados pelo espírito de Carnaval, reoxigenando, sob os acordes do Vassourinhas, as suas energias para encarar de “peitos abertos” as dificuldades que vêm pela frente, garantindo, de quebra, lucratividade gordas muito bem-vindas em tempos ainda de instabilidade econômica.

Pena que num passado não tão distante, a população local foi obrigada a se contentar, nesta época do ano, com o silêncio dos ritmos e a ausência de faturamentos ainda mais significativos, devido às visões retrógradas desses mesmos, que você, leitor, se encontra imaginando. Ufa, porque hoje, a cidade se encontra sendo comandada por pessoas que têm os olhares voltados para o futuro!
Assim como num desfile de bloco, o percurso de qualquer cidade tem de ser feito caminhando para frente. Caruaru está aprendendo a lição!

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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