Por Isabel Campos
Em tempos de crise econômica é natural que consumidores e empresas sintam-se inseguros. Trata-se de uma época de fortes emoções. O profissional de marketing deve estar atento e apto a compreender essas emoções, trabalhando para reduzir a insegurança sentida por seu público-alvo. Ajude seu cliente a se sentir mais seguro criando mensagens adequadas para o momento ou “re-empacotando” sua oferta.
Aqui estão cinco ideias – melhor dizer, lembretes – para ajudar você a avaliar que oportunidades podem estar presentes para a sua empresa.
1 – Necessidades X Desejos
Posicione sua oferta como atendendo a uma necessidade, ao invés de satisfazer a um desejo. Suprir uma necessidade é fundamental. Atender a um desejo pode ser apenas agradável e o consumidor pode adiar esse “agrado” até um momento mais oportuno. Alguns setores podem até levar vantagens em momentos de crise econômica. Porém, se sua oferta não está diretamente associada a necessidades consideradas de maior urgência – tais como as necessidades básicas ou de segurança – tente posicioná-la desta forma ou o mais próximo possível, possibilitando que seu cliente sinta-se mais seguro com a tomada de decisão. Por exemplo: se sua oferta está ligada à educação ou treinamento, ao invés de usar uma mensagem do tipo “aprenda algo novo”, você pode usar algo como “garanta seu emprego ampliando conhecimentos”.
2 – Pequenos Prazeres X Grandes Prazeres
Mesmo que a ordem seja controlar custos, os consumidores ainda estão em busca de prazer. A diferença é que talvez tenham que substituir grandes prazeres por prazeres mais simples. Bom momento para o consumo de sorvetes, chocolates, passeios nas proximidades e afins. Uma agência de viagens pode, por exemplo, focar na mensagem “o Brasil mais perto de você”, ao invés de tentar vender viagens internacionais com o dólar nas alturas. Um restaurante pode mudar seu cardápio baseando-o nos produtos da estação e garantindo melhores preços, o que pode ser divulgado num formato parecido com: “Alimente-se de forma saudável e econômica. Trouxemos a Primavera para o seu prato.”
3 – Apresente novo enfoque
Se sua oferta não pode ser posicionada para atender a uma necessidade de segurança ou para oferecer um pequeno prazer, ainda assim tente remodelar a mensagem de forma a assegurar uma percepção de segurança associada a ela. Por exemplo, alguém no segmento de pedras preciosas poderia passar o conceito “diamantes são um investimento para sempre”.
4- Segmente outra vez
Uma das máximas em estratégia diz “divida e conquiste”. Em tempos de crise, é bom voltar a ela. Reveja sua segmentação com o intuito de garantir maior fidelização, pois seu concorrente com certeza estará lutando ainda mais nessa fase para levar os seus clientes para lá. Divida mais e mais seu público-alvo e analise cuidadosamente cada uma dessas divisões. O que cada mínimo segmento deseja e que ainda não está atendido? Por exemplo: clientes que alugam DVDs de arte costumam ver o filme mais de uma vez. O que poderia agradá-los? Um prazo maior na locação pelo mesmo preço? Ou prefeririam um desconto ao locar o mesmo filme outras vezes? E as famílias que alugam para os pais e as crianças? Merecem um preço diferenciado no pacote ou outro tipo de diferencial? Foque cada mínimo segmento e crie vantagens específicas.
Você pode estar pensando: onde está a ideia (ou lembrete) número 5? Ela já vem. Até aqui viemos abordando ideias associadas ao momento de crise e insegurança. Porém, a última é diferente. Deve ser usada nos momentos difíceis e nos bons também:
5 – Meça os resultados de cada ação, sempre!
Apenas através de dados concretos você poderá avaliar acertos e erros e as necessidades de mudanças futuras, criando sempre novas estratégias para cada momento marcante em seu mercado.
Lembrando o ideograma chinês para a palavra crise, que é composto pelo ideograma que significa perigo unido ao ideograma que significa oportunidade, os resultados que sua empresa vai apresentar durante e depois desses momentos de turbulência dependem do enfoque que você decidir dar a eles.