ARTIGO — Cobrando milagres

Maurício Assuero

O Brasil tem, quase, 13 milhões de desempregados como decorrência da desgraça econômica do governo Dilma e da inoperância de Temer. Passados 5 meses desse novo governo, observamos inúmeras cobranças tanto dos partidos políticos que são responsáveis por esse caos quanto da sociedade, para qual não importa quem criou a desgraça, importa que apareçam empregos. Todos centralizam suas esperanças na aprovação da reforma da previdência, mas o que a gente percebe é que não há intenção de apoio ao governo. Tome-se como exemplo a medida provisória da reforma administrativa. Passou pelas câmaras, com o governo de joelhos, implorando a aprovação.

Não há dúvidas de que a reforma é ponto crucial no nosso futuro próximo. Mas, vamos nos convencer, desde já que não haverá milagres no dia seguinte. Os efeitos previdenciários são de longo prazo e a meta de economizar R$ 1 trilhão não é para dezembro de 2019 e sim para uma década. Agora, se não for implantada, vamos esquecer as coisas e cuidar de abandonar o navio. Quem tiver chance de sair do país, saia.

Certamente que caberia ao governo ter ações mais conclusivas na direção do crescimento econômico. Na pior das hipóteses, um plano B, bem detalhado para que fosse utilizado caso a reforma não seja aprovada, ou seja, alterada substancialmente, fugindo das necessidades básicas de equilíbrio. Até onde me lembro, o ministro Paulo Guedes havia prometido um programa acelerado de privatizações e uma proposta de concessões daquilo que não poderia ou deveria ser privatizado. Aí, voltamos ao problema do desemprego: privatizar significa demitir e tudo mais. Não há como equacionar estas questões sem boa vontade.

O fato é que estamos caindo dia a dia nas estimativas de crescimento para este ano. O fato é que o desemprego atingia pessoas sem um nível alto de escolaridade e agora atinge também pessoas com graduação com mestrado e doutorado. Várias pessoas com essa capacidade estão vivendo de aulas particulares, mas em qualquer país sério tais pessoas estariam alocadas, na pior das hipóteses, num centro de pesquisa. Dito isso passemos ao plano C.

O plano C é o investimento das empresas em pesquisa e desenvolvimento, fato bem dimensionado no âmbito da Lei N° 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Se houver esta sensibilidade por parte do empresariado, ideias podem se transformar em produtos ou serviços mais competitivos. Ganhariam no mercado interno e externo. A economia voltaria a flutuar de maneira mais coerente. Por exemplo: apesar da luz do sol, ainda nos valemos da energia produzida nas hidroelétricas. O custo de energia na produção é alto, mas ainda há relutância em instalar uma usina de energia solar.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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