ARTIGO — Como preservar o desempenho das empresas em meio ao coronavírus?

Com tanta informação disponível diariamente sobre o novo coronavírus (Covid-19), um tema pouco abordado até o momento fica para o desempenho das empresas neste período de resguardo pela saúde das pessoas. A ideia não é trazer verdades absolutas, mas expor algumas medidas que considero interessantes de serem aplicadas no contexto atual.

Elas começaram a ser aplicadas na Ramper nesta semana e acredito que podem ser úteis para outros líderes de empresas. Parto do princípio que nem todos tiveram tempo de pensar com profundidade sobre o assunto por conta da quantidade de demandas do dia a dia. Por isso, compartilho abaixo algumas observações. Confira:

Acompanhamento do trabalho remoto
Uma medida que tomamos na Ramper foi criar uma cadência de acompanhamento diário com cada um dos departamentos. O propósito desse compromisso não é monitorar o trabalho das pessoas – isso também se faz necessário, principalmente se a equipe ainda não têm o hábito de fazer home office e/ou não se dá muito bem com isso. A ação serve principalmente para garantir que os colaboradores tenham todas as informações necessárias para trabalhar, checar se os obstáculos são compreendidos e endereçados pelos líderes, além de verificar se os resultados estão sendo atingidos – e caso contrário verificar porque não estão.

Elabore planos de ação para cenários diferentes
É fato que o mercado não vai se comportar da maneira habitual durante as próximas semanas e é responsabilidade dos líderes levar isso em consideração. Existem serviços que são primariamente impactados e, se a sua empresa atua com eles ou fornece para quem atua, já deve estar sentido os efeitos. Mesmo empresas que estão um pouco mais distantes dessa realidade devem estar preparadas, já que novas camadas da economia vão sendo afetadas aos poucos – o chamado efeito cascata.

Obviamente é quase impossível traçar cenários precisos em um momento de tanta incerteza. Ainda assim, é válido as empresas pensarem nas seguintes implicações:

Otimista: o que acontece se a empresa conseguir manter um ritmo “normal” de operação e crescimento – quais oportunidades podem ser exploradas?

Realista: quais são as implicações se as vendas tiverem uma leve desaceleração e alguns clientes atrasam – a empresa tem caixa pra isso?

Pessimista: quais são os impactos se as vendas e entradas de receita caírem de forma mais acentuada – quais as medidas para atravessar o período e qual será o plano de retomada?

Catastrófico: o que acontece caso a empresa tenha uma queda significativa de faturamento e/ou precise ficar um período sem operar – o que ela fará para preservar sua existência?

Monitoramento das operações de missão crítica

Considero muito importante também que a empresa viva um dia de cada vez. Isso significa acompanhar, em uma base diária, como estão se comportando os principais vetores da empresa como novas vendas, cancelamentos, movimentações de caixa, índice de inadimplência, entre outros indicadores. Além de monitorar diariamente esses vetores e discuti-los com as respectivas áreas para que a tomada de ação seja rápida. É importante também triangular essas informações com todas as áreas envolvidas para que estejam sincronizados e cientes da realidade um do outro. Por fim, a cada nova posição diária, vale revisitar os cenários para identificar a direção que a empresa está apontando.

Ricardo Corrêa, CEO e sócio-fundador da Ramper

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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