ARTIGO — Constatações

Maurício Assuero

Os momentos mais satisfatórios para nossa economia, este ano, vieram de medidas simples adotadas pelo governo: liberação do saldo das contas inativas do FGTS, liberação do saldo das contas do PIS/PASEP para todas as faixas etárias, aposentados ou não, e a liberação de uma fraça do 13º salário dos pensionistas e aposentados do INSS em agosto. Note que as três ações envolvem renda. Dentre os problemas cruciais do Brasil, o próximo governo vai encontrar o déficit público e o nível de desemprego. Como agravante teremos a tendência da economia mundial, destacando o caso da Argentina que elevou sua taxa de juros para 45% ao ano e que pediu socorro ao FMI – Fundo Monetário Internacional para equalizar as contas.

A geração de renda no Brasil deve ser prioridade e nesse instante não importa se ela vem através da formalização de contrato de trabalho. Fica muito claro que isso não vem por gravidade, ou seja, é preciso que se coloque em andamento reformas necessárias para adequar o Brasil. Temos a reforma tributária que nunca é colocada em pauta e temos a reforma previdenciária que foi preterida em relação a intervenção no Rio de Janeiro. Na verdade, o governo sabia que ela não seria aprovada.

O problema da reforma previdenciária é a proposta. Quando se fala de reforma a gente associa, imediatamente, a uma roupagem diferente ao que já existe. Talvez fosse mais viável para o Brasil criar um sistema de previdência novo para a geração que está entrando no mercado de trabalho. Deixaria o sistema antigo ir morrendo e dele migraria apenas os casos de viáveis. O Chile, nos idos de 1980 fez uma coisa parecida. O problema é: como cobrir os custos do sistema condenado? Com medidas austeras de controle do déficit e redução do tamanho do estado.

Um programa de privatização ajudaria o Brasil em muitas frentes dentre elas, a redução da corrupção, a redução dos gastos e a entrada de dinheiro no caixa. Isso sinalizaria para uma economia de mercado, onde o papel do estado seria atuar em questões puramente governamentais, como a segurança nacional. O governo concorre com a iniciativa privada ofertando serviços que poderiam feitos através de concessões. No fundo perde receita que poderia preponderante para reduzir déficit.

Olhando as propostas dos candidatos a presidência, a gente constata o quão distante das necessidades elas estão. Todos falam de reduzir o déficit, mas não passam credibilidade porque não dizem como fazer isso. O mercado reage negativamente e a economia paga o pato.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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