ARTIGO — Controvérsias

Maurício Assuero

A Aloshop – Associação de Lojistas de Shopping divulgou que o volume de vendas neste Natal cresceu 9,54% comparado ao Natal do ano passado e outra associação, Ablos – Associação Brasileira de Lojistas Satélites, que é uma dissidência da primeira, se apressou em contestar estes números. Lojas satélites são diferentes de lojas âncoras que são aquelas atrativas para qualquer shopping e que possuem uma área ampla, ao contrário das satélites que, geralmente, possuem área de, até, 180 m2. Nitidamente, isso é fruto da falta de diálogo entre ambas e, eventualmente, pode ser que cada uma delas tenha razão nas suas considerações.

Tomando por base a recuperação lenta da economia, uma estimativa de crescimento em torno de 5%, nos principais shoppings de Pernambuco era algo esperado aqui na nossa economia. O problema é que não se esclarece se este crescimento é real ou bruto, ou seja, se considera ou não, a inflação. Se a gente considerar um crescimento nominal de 9,54% e levarmos em conta a estimativa de inflação em 3,34%, o crescimento real seria de 6%, aproximadamente. É possível que as lojas âncoras tenham vendido mais porque contam com uma estrutura de crédito mais ampla como aceitação de cartões com vendas divididas em 10 ou 12 parcelas sem juros, pela sua disponibilidade de capital de giro próprio ou por administradora de cartão da própria loja. Eu tenho convicção de que se houvesse um diálogo anterior, esse constrangimento poderia ser evitado.

Independente dessa controvérsia existe sinais de recuperação da economia e vários economistas já começam a concordar com esse fato. O Brasil precisa gerar emprego e renda, não necessariamente nessa ordem e torcer contra isso porque você discorda do presidente, não parece uma visão de futuro, porque o mandato termina e se não resolvermos agora não o faremos a partir de 2022 porque o próximo presidente vai precisar de tempo para adequar a economia, apresentar propostas e tudo mais.

Nenhuma passagem de ano faz milagre. Os problemas dos últimos dias de dezembro estarão presentes nos primeiros dias de janeiro, alguns continuarão ao longo do ano, como desigualdade. Muitas das pessoas que dormirão nas calçadas em 2019 são mesmas de 2018, 201, ou antes, no entanto, é preciso implantar políticas. A recuperação da construção civil é um bom sinal porque envolve uma cadeia interessante, inclusive permite aumento no volume de crédito, num momento que o mercado começa a colocar à disposição os fundos imobiliários.

Que venha 2020 e com ele que volte a solidariedade entre as pessoas. Não podemos dividir o país em lulistas e bolsonaristas. Somos um povo e se seu pai, sua mãe, seu irmão mais velho conseguir um emprego ou uma fonte de renda, agradeça. Feliz 2020 para todos e paraa competente equipe desse jornal. Trabalho, saúde e paz!

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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