ARTIGO — Meta fiscal

Por Maurício Assuero

O governo tenta, de todas as formas, adotar mecanismos que além de equilibrar as contas públicas, favoreçam a retomada, pelo menos, do emprego. Faz tudo errado. Visando cobrir seu comprometimento com as emendas dos deputados que votaram contra a investigação de Temer pelo STF, tivemos o aumento do combustível. Até a semana passada o governo falou em aumentar a alíquota do imposto de renda. Retrocedeu diante a reação da sua base de sustentação. Falou-se em aumentar outros impostos e alguns se posicionaram contra.

Até a semana passada o Brasil dormiu no berço esplendido de um déficit de R$ 139 bilhões e agora se define um déficit de R$ 159 bilhões, além da grata notícia de que os funcionários públicos não terão aumento e o salário mínimo de R$ 979,00, será, na verdade R$ 879,00. Onde já se viu tamanha desorganização? Adicionalmente, essa deterioração das contas públicas não serão sanadas no curto prazo. O apelo é que as reformas sejam aprovadas, mas elas não dão segurança, e da forma que são propostas não se configuram como o melhor caminho a ser seguido.

A receita corrente líquida da União, com as deduções legais, teve no mês de dezembro passado seu baixo nível observando o período de junho/16 a maio/17, chegando a R$ 34,528 bilhões, passando para R$ 113,022 bilhões no mês de janeiro desse ano, mas nos meses subsequentes, volta a cair atingindo em maio o patamar de R$ 45,345 bilhões. Se não há indícios de aumento na arrecadação, não resta a menor dúvida de que este quadro vai complicar e não apenas pela situação econômica, mas, sobretudo, pela postura do presidente em aplicar recursos públicos em defesa própria.

Temer se mostra incapaz de conduzir o país. Comparativamente ele deve ser tão ruim quantoo presidente da Venezuela. Este tenta se manter no cargo matando pessoas, botando na cadeia os opositores, impondo uma ditadura. Temer faz uma coisa semelhante quando coloca a economia brasileira em segundo plano.

O Brasil está perdendo mais do que empregos. Vamos dizer mais uma vez: grandes universidades brasileiras só terão recursos até setembro. O CNPQ, responsável pelo fomento à pesquisa, já disse claramente que não tem dinheiro para pagar bolsas de pós-graduação depois de setembro. Já se fala numa fuga de “cérebros” do país porque grande parte de pesquisadores renomados devem sair do Brasil. O impacto disso é terrível porque são pessoas envolvidas com questão crucias para a saúde, para o sistema produtivo (como no caso das pesquisas em energia), etc., mas isso não é importante. Importante é Temer continuar no poder.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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