ARTIGO — Nem tanto para se comemorar

Pedro Augusto

De acordo com os dados da Secretaria de Defesa Social, que foram divulgados no último domingo (15), em março o quantitativo de CVLIs (Crimes Violentos Letais e Intencionais) registrados esteve menor em 33,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ainda segundo o balanço da SDS, 89 municípios de Pernambuco não registraram homicídios no mês passado. Outras 76 cidades apresentaram redução nos números de homicídios.

De acordo com a análise, as principais motivações para os homicídios no Estado continuaram a ser o envolvimento com o tráfico de entorpecentes, acertos de contas entre quadrilhas e outras atividades criminosas, que tiveram relação com 72,4% dos óbitos. Segundo a SDS, dos 366 crimes de morte contabilizados no mês passado, em PE, apenas cinco, ou 1,4% do total, foi resultado de algum tipo de confronto com policiais.

Este balanço positivo pode até trazer um alento a mais para a população pernambucana, que já há alguns anos vem sofrendo bastante com a violência que tem feito diariamente milhares de vítimas em todas as regiões, porém é muito pouco diante das demandas urgentes que ainda necessitam ser atendidas pelo governo Paulo Câmara no tocante à questão da segurança no Estado.

Isso porque grande parte das delegacias se encontra sucateada, faltam mais equipamentos disponíveis para as corporações desempenharem com dignidade os seus papéis, espaços como o IML e o IITB ainda precisam de reparos em suas infraestruturas e mais investimentos no tocante à ampliação de efetivos necessitam ser feitos.

Com passos de tartaruga, o Governo do Estado vem realizando algumas modificações no sistema de segurança de Pernambuco, a exemplo da implantação do Biesp, em Caruaru, mas os resultados ainda permanecem modestos, quando comparados com a alarmante realidade em que os pernambucanos passaram a encarar já não é de hoje.

Para se ter uma noção do alto grau de criminalidade que ainda vem imperando em PE, somente no intervalo do último sábado (14) até a quarta-feira (18), oitos pessoas foram assassinadas em Caruaru. Sem falar no roubo registrado na noite da terça-feira (17), em pleno expediente da Rádio Cultura do Nordeste, na mesma cidade.

Por todos esses casos que ainda vêm ocorrendo de forma constante, a população pernambucana clama para que os supostos avanços no tocante à redução da violência não fiquem apenas baseados na divulgação de números, mas, sim, no vivenciar de cada dia.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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