ARTIGO — Os inimigos da classe trabalhadora

Por José Urbano

O Brasil está atravessando uma das suas maiores crises econômicas em todos os tempos, e com ela a sociedade sente todos os reflexos do enfraquecimento financeiro no sistema Capitalista. Tendo como base do referido sistema, a relação Capital x Trabalho também está abalada, ou numa linguagem mais simples, a criação de empresas e consequentemente vagas de emprego, está em queda a cada mês. Segundo dados do Ministério do Trabalho, atualmente o nosso país já tem 13 milhões de pessoas desempregadas. Isso reflete não apenas o frágil momento econômico, mas também os aspectos negativos de uma economia neo liberal, inserida no nosso Brasil, a partir dos anos 90, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Além da conjuntura econômica, não podemos desconsiderar o que os melhores economistas apontam como o “trinômio inimigo da criação de vagas de trabalho”, em nosso país. Vejamos, atentamente, quais são esses três “entraves” que impedem não apenas a criação de novos postos de trabalho, como também está fechando vagas já ocupadas pelos trabalhadores na atualidade. Sem necessariamente uma ordem pré estabelecida, são os seguintes itens:

1) Taxa de Juros para Capital de Giro: o Brasil tem uma das maiores taxas de juros bancários do planeta, o que impede os empreendedores de usar com mais assiduidade esse recurso que poderia favorecer a criação de empresas, principalmente na micro esfera, que detém 7 de cada 10 vagas de emprego.

2) Legislação Trabalhista: com uma legislação criada nos anos 40, e com total intervenção do Estado na relação capital x trabalho, o país é gerido sobre uma carga tributária que amordaça os empreendedores. Para cada um real que é pago de salário ao operário, a empresa paga R$ 0,85 centavos de tributos ao governo, que em troca impõe uma burocracia pré histórica e desvia esses recursos coletados para outros fins, penalizando patrões e empregados na hora que buscam a assistência da administração pública, nos quesitos educação, saúde, segurança, etc.
3) Tecnologia: quanto mais avança, mais desnecessário se torna o ser humano e seu trabalho, em diveras áreas. Ex: há duas décadas, Caruaru tinha 6 agências bancárias, que funcionavam 5 horas por dia, em 5 dias da semana. Atualmente, as agências estão na praticidade das nossas casas e smartphones, 24 horas por dia, 7 dias da semana, e com inúmeras operações bancárias, graças a informática e a internet.

Diante desses aspectos, fica o alerta para a necessidade de uma consciência social da nova geração em relação ao planejamento familiar, à formação escolar e a necessidade de permanente atualização dos conhecimentos por parte de todos os profissionais, em todas as áreas. O caminho? a Educação, pública, qualificada e gratuíta. Consciência social, eis a palavra chave para uma sobrevivência qualificada na seara fria e desumana do Capitalismo. Mais do que números em planilhas, sejamos vistos como gente, operários do bem a cada dia.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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