ARTIGO — Renda extra

Maurício Assuero

Estamos adentrando no período da Semana Santa e para o agreste pernambucano trata-se de uma forma de aumentar a renda. Embora o foco seja o espetáculo de Fazenda Nova, com a atração de atores globais, existe uma cadeia produtiva envolvendo gastronomia, lazer, comércio e hospedagem, que tem um apelo importante para a economia da região.

Partindo de uma estimativa de 50 mil visitantes, se cada um gastar, no mínimo, R$ 1000,00, nós teremos uma receita de R$ 5 milhões, apenas para um período de 10 dias, digamos. O que precisamos fazer é aumentar o ticket médio, ou seja, integrar serviços envolvendo Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Taquaritinga, além de Fazenda Nova, possibilitando uma permanência mais atrativa para o turista. Em meio a tantas indefinições da economia, ao momento crucial do desemprego (a despeito da leve movimentação positiva no número de empregos com carteira assinada).

A ideia de um “segundo emprego”, ou uma renda adicional, tem prevalecido em vários setores. Começa-se como uma experiência e em muitos casos se transforma em fonte de renda principal. Alguns estudos apontam para determinadas profissões (aquelas nas quais há uma forte repetição de procedimentos) que serão, seriamente, ameaçadas com o avanço da tecnologia, principalmente com o uso da inteligência artificial. Por exemplo: alguns atendimentos a clientes estão sendo feitos atualmente por robôs. Determina-se um padrão de respostas para casos cadastrados e o atendimento passa a ser feito por uma máquina. Então, nos impõe a necessidade de buscar oportunidades.

Esse momento da Semana Santa para o agreste é fundamental porque em seguida temos o São João. O atendimento atual servirá como pano de fundo, como atrativo, para a volta desse pessoal em junho. O fluxo de pessoas que passa por Caruaru nesse período passa de 1,5 milhões e é com este número na cabeça que a cidade deve trabalhar suas competências. Esse momento é fundamental e serve como um preparatório para a etapa seguinte.

A importância desse momento decorre, também, do fato de não termos, no segundo semestre, um evento tão expressivo. Isso é algo que deve ser pensado e a estrutura de Caruaru permite se pensar em bussiness tourism, focando feiras, congressos, etc. e conduzindo pessoas por estas cidades satélites. Observe que isso pode agregar renda tanto para pessoas físicas quanto para empresas. O que importa é a movimentação da economia e o engajamento das representações sociais (CDL, por exemplo) é muito importante para obtenção de bons resultados. O resto é, apenas, roteirizar. Criar calendário.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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