Brasil é o segundo país em que a população mais superestima o nível de desemprego

O Brasil é o segundo país do mundo em que a população mais superestima a proporção de pessoas desempregadas e que procuram trabalho. O palpite médio em todo o estudo foi 5 vezes maior do que o real (34% quando na realidade é mais próximo de 7%). No Brasil, a estimativa é de 60% de desempregados, enquanto a realidade é de 13%. O México lidera esse quesito, com 3% na realidade e percepção de 50%. Os dados são da pesquisa “Perigos da Percepção”, realizada pela Ipsos em 37 países, incluindo o Brasil.

O estudo também mostrou que quase todos os países tendem a subestimar o tamanho da sua própria economia em relação às outras. A maioria das pessoas colocou a classificação do PIB do país abaixo da realidade. Esse é o caso de economias emergentes como Argentina, África do Sul e Romênia. Mas, mesmo nos Estados Unidos, país com maior PIB entre todos, os cidadãos não enxergam a nação como a maior economia (a média de resposta foi 5º maior PIB).

Foram entrevistadas 28,1 mil pessoas, entre os dias 28 de setembro e 16 de outubro de 2018. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 pontos percentuais. O estudo avalia o quanto as pessoas conhecem sobre as principais questões, características e realidade dos seus países, considerando os seguintes assuntos: crimes, assédio sexual, meio ambiente, sexo, saúde, economia e população. Entre os países com pior conhecimento, a Tailândia ficou em 1º lugar, seguida por: México (2º), Turquia (3º), Malásia (4º) e Brasil (5º).

Crimes
Em várias nações, as pessoas estão equivocadas sobre o percentual de crimes cometidos com facas e armas de fogo em seu país. Embora em 13 países a maioria respondeu corretamente qual a modalidade que mais mata entre armas de fogo, objetos pontiagudos (facas) ou violência física, outros países não tiveram percepções que coincidem com as estátiscas.

No Brasil, 75% acreditam que as mortes acontecem por armas de fogo, 10% por facas e 14% por outro tipo de violência. A percepção da população está bem próxima da realidade: 68% por armas de fogo, 19% por facas e 13% por outro tipo de violência. Por outro lado, na Grã-Bretanha, 71% acreditam que as armas brancas causam mais mortes, quando na verdade representam apenas 25%.

Assédio sexual

Entre 13 países que possuem dados disponíveis, todos eles subestimam substancialmente a experiência das mulheres de assédio sexual em seu país. Em média, as pessoas acham que 39% das mulheres, maiores de 15 anos, sofreram assédio, mas na verdade, em média, 60% fora vítimas dessa agressão. Dinamarca, Holanda, França e Estados Unidos são os mais propensos a subestimar a extensão do assédio sexual em seu país.

Em cada país, os homens dão uma estimativa mais baixa de assédio sexual do que as mulheres. Em média, os homens acham que 36% das mulheres em seu país sofreram assédio sexual, mas o palpite das mulheres é de 44% (embora ainda seja subestimado).

Meio ambiente

A maioria dos países superestima a quantidade de energia utilizada proveniente de fontes renováveis em seu país. O palpite médio é de 26% quando, na verdade, é de apenas 19%. Malásia, Arábia Saudita, China e Cingapura foram as mais afastadas; alguns países, no entanto, subestimam o progresso que fizeram com as energias renováveis, como a Suécia e Montenegro.

População

Todos os países superestimam em grande medida os níveis de crescimento da população idosa. Em todos, em média, as pessoas acham que 54% da população terá mais de 65 anos em 2050, quando, na realidade, a projeção é inferior a metade (25%). No Brasil, a percepção é de 63% e a realidade é de 23% A maioria dos países também superestima os níveis de imigração. O palpite médio em 37 países é que 28% dos habitantes do país são imigrantes, quando o número real é menos da metade: 12%. Quase todos os países incluídos no estudo também superestimam sua população muçulmana por uma grande margem. O palpite médio foi mais do que o dobro do valor real (20% contra 8%).

Pesquisa do Coroa Metade aponta diferenças nas buscas de homens e mulheres no site

Uma pesquisa realizada no início de dezembro pelo site de relacionamento Coroa Metade (www.coroametade.com.br) revelou que homens e mulheres apresentam números bem diferentes quando o tema é o casamento com pessoas mais novas. Em perguntas com apenas uma alternativa de resposta, apenas 3% dos homens do site afirmaram que não se casariam com pessoas mais novas e 24% disseram que se casariam com alguém no máximo até cinco anos mais jovem. Já entre as mulheres, 27% afirmaram que não se casariam com um homem mais novo e 43% se casariam com alguém no máximo cinco anos mais jovem.

Também foram diferentes os números sobre o que as pessoas buscam no site Coroa Metade. Enquanto 56% dos homens procuram namoro, a opção é assinalada por 71% das mulheres. Entre os homens, 9% apontaram que buscam sexo (5%) ou ficar (4%). Já entre as mulheres sexo ou ficar apareceram com um número próximo ao 0%. Interessante verificar que mais homens (8%) que mulheres (7%) buscam casamento no site.

De acordo com o psicólogo Paulo Tessarioli, especialista em sexualidade, não surpreende que boa parte das mulheres mais maduras não queira casar. “As mulheres estão cansadas de casar sonhando com um companheiro e, depois, descobrirem que adotaram ‘filhos’. Muitas reclamam que foram casadas uma ou duas vezes e os maridos ficavam sentados, no sofá, vendo futebol na televisão e não ajudando em nada na casa. Por isso, dizem que buscam um namorado para compartilhar os bons e maus momentos da vida, mas cada um em sua casa. Já os homens mais velhos muitas vezes ainda procuram por uma mulher que cuide deles”, diz Tessarioli.

Segundo o idealizador e diretor do site Airton Gontow (foto), a pesquisa mostra o que pensam os usuários do site, mas que não é científica e os números não podem ser visto como o da população em geral. “Os usuários do site têm 40 anos ou mais e um perfil semelhante em vários aspectos. Além disso, o Coroa Metade não está presente de forma proporcional à população do País em todas as cidades e estados”, afirma. E acrescenta: “ainda assim a pesquisa é interessante. Mesmo neste microcosmo, podemos perceber claramente algumas diferenças de comportamento tão presentes na sociedade brasileira”.

Você se casaria com uma pessoa mais nova?

Homens:

Não: 3%

Sim: 89%

(Até cinco anos mais nova: 24%

Até 10 anos mais nova: 29%

Até 15 anos mais nova: 18%

Até 20 anos mais nova: 11%

Mais de 20 anos mais nova: 7%)

Não responderam: 8%

Mulheres:

Não: 27%

Sim: 70%

Até cinco anos mais nova: 46%

Até 10 anos mais nova: 19%

Até 15 anos mais nova: 3%

Até 20 anos mais nova: 1%

Mais de 20 anos mais nova: 1%

Não responderam: 3%

O que você procura no site (assinale apenas uma alternativa)

Homens:

Namoro: 56%

Amizade: 14%

Companhia: 6%

Casamento: 8%

Ficar: 4%

Romance: 3%

Sexo: 5%

Não responderam: 4%

Mulheres:

Namoro: 71%

Amizade: 12%

Companhia: 6%

Casamento: 7%

Ficar: 0%

Romance: 2%

Sexo: 0%

Não responderam: 2%

Shopping Difusora funciona em horário ampliado e oferece programação para a família no Natal

No fim de semana que antecede o Natal, o Shopping Difusora conta com uma programação especial. Por lá, o público vai poder conferir apresentações musicais e muito mais. Para fazer a alegria da criançada, além de poder tirar fotos nos vários cenários natalinos do Natal Iluminado, o Papai Noel também estará por lá ouvindo os pedidos e posando para fotos, das 15h às 19h.

A programação começa no sábado (22), com Paulo Holanda e Joanatan Richard Trio. Eles apresentaram repertório especial para fazer todos entrarem no clima do Natal. Os shows acontecem a partir das 13h, nas Praças de Alimentação do segundo e terceiro piso. Já no domingo, dia 23 de dezembro, às 13h, Joanatan Richard Trio volta a se apresentar para o público. Tudo acontece na Praça de Alimentação do segundo piso.

Na terça-feira (25), dia de comemorar o nascimento de Jesus, a programação musical começa um pouco mais cedo, às 12h. Joanatan Richard Trio e Paulo Holanda estarão se apresentando nas Praças de Alimentação do segundo e terceiro piso. Será um momento especial para embalar o almoço de natal das famílias com muita música e animação. Lembrando que as apresentações são gratuitas

Horário especial

Para que o público tenha mais comodidade para programar as compras, desde o início da segunda quinzena de dezembro, o Shopping Difusora segue funcionando em horário especial. Dessa forma, lojas e quiosques, incluindo também as Praças de Alimentação, vão funcionar com horário estendido. Para não perder nenhum detalhe, confira todos os horários e programe as suas compras ou diversão em família.

No dia 22 e 23 de dezembro, todas as operações funcionam das 9h às 23h. Já na segunda-feira, dia 24, véspera de Natal, o funcionamento do Shopping segue das 9h às 19h. No dia 25, data que se comemora o Natal, as lojas e quiosques estarão fechados. Porém, as Praças de Alimentação, o Mercado do Shopping e os equipamentos de entretenimento, funcionarão das 11h às 21h.

Entre os dias 26 e 30 de dezembro, o Shopping Difusora funciona em horário normal, das 10h às 22h e no domingo, das 11h às 21h. No dia 31 de dezembro, noite do réveillon, o funcionamento do Shopping Difusora será das 9h às 19h. Em todos esses dias, quem optar por assistir a um dos filmes que estão em cartaz no cinema, basta ficar de olho na programação que está no site www.shoppingdifusora.com.br.

‘Facada” nos recursos de SENAI e SESI fecharia mais de 310 escolas e 1,5 milhão de vagas para jovens e trabalhadores

A “facada” prometida pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, nos recursos do Sistema S teria efeitos devastadores sobre programas de educação técnica e serviços de saúde prestados à população brasileira que beneficiam, principalmente, jovens e trabalhadores de baixa renda. No caso do SESI e do SENAI, mais de 1 milhão de estudantes ficariam sem opção de cursos de formação profissional e 18,4 mil funcionários das entidades perderiam o emprego. O próximo governo não divulgou plano para substituir serviços das entidades para a população.

“A proposta de cortes no Sistema S teria efeitos devastadores sobre instituições que funcionam e prestam serviços essenciais para jovens e trabalhadores brasileiros. Além de acabar com empregos de educadores, técnicos, especialistas e pesquisadores, se forem feitos, os cortes prejudicarão a educação, pesarão sobre a saúde e afetarão a economia do país como um todo”, explica o diretor-geral do SENAI e diretor-superintendente do SESI, Rafael Lucchesi.

Com 2,3 milhões jovens matriculados, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) é a principal responsável pela formação técnica e profissional de jovens e trabalhadores brasileiros para vários setores da indústria. Os cursos, dos quais 70% são gratuitos, são oferecidas em 541 escolas em todos os estados e no Distrito Federal. Segundo cálculos do SENAI, 162 delas fechariam as portas com os eventuais cortes.

Rafael Lucchesi afirma que os cortes tornarão inviável a oferta dos cursos em todos os estados do país, com consequências mais graves, sobretudo, nas regiões Norte e parte do Nordeste. Na prática, o impacto será sentido por todos. No caso de jovens e trabalhadores, os cortes afetariam a principal rede de preparo e qualificação para o mercado de trabalho, com reflexos na capacidade da população de acompanhar a evolução tecnológica das empresas e até de conseguir o primeiro emprego.

“A formação profissional e a capacitação técnica de qualidade aumentam a empregabilidade do trabalhador e, para o jovem, é um importante diferencial para conquistar o primeiro emprego, numa faixa etária em que o desemprego é ainda mais grave que na média. O SENAI prepara uma parcela importante da população para que tenha uma profissão, e alcança e beneficia jovens e trabalhadores que não teriam as mesmas oportunidades pelo sistema educacional”.

Responsável pelos programas de saúde e segurança do trabalhador na indústria, o Serviço Social da Indústria (SESI) também tem uma rede de escolas de que beneficia 1,2 milhão de jovens com educação básica, principalmente de famílias de trabalhadores da indústria. Além disso, oferece cursos de reforço educacional para adultos com baixa escolaridade, serviço essencial uma vez que muitos dos trabalhadores da indústria não têm a educação básica completa ou capacitação profissional.

O SESI calcula que os cortes levariam ao fechamento de 155 escolas, com perda de quase meio milhão de vagas para jovens no ensino básico e no reforço educacional de adultos com baixa escolaridade. Na prestação de serviços de saúde a trabalhadores, que inclui desde a oferta gratuita de vacinas e exames de mamografia para trabalhadoras, a previsão é de que 1,2 milhão de pessoas ficariam sem o atendimento, tendo de buscar os serviços na rede pública ou custeá-los na rede particular.

“São milhões de exames médicos, consultas, vacinas aplicadas, além de atendimento médico e acompanhamento nutricional oferecidos pelo SESI para os trabalhadores da indústria. Na prática, esse é um trabalho essencial, que tira uma milhares de pessoas da fila assistencial e contribui para reduzir a pressão sobre os serviços da rede pública, que não tem dado conta de atender a população de forma satisfatória”.

Para Lucchesi, o alcance e a qualidade dos serviços prestados à população confirma a importância das entidades na educação e na economia.

Segundo ele, a formação técnica e os serviços de saúde representam um passaporte para a cidadania para os alunos e os trabalhadores brasileiros. Além disso, ele explica que cerca de 80% dos alunos do SENAI são de baixa renda e a formação técnica e profissional oferecida pela entidade capacita os estudantes para o mercado de trabalho, com ganhos em empregabilidade e uma chance de progredir na vida.

Lucchesi lembrou ainda que os serviços prestados pelo SESI e pelo SENAI contam com altas taxas de aprovação entre a população que conhece o seu trabalho. Segundo pesquisa do Ibope, divulgada em dezembro, a excelência na atuação do SENAI é reconhecida por 94% dos entrevistados e a do SESI, por 93% das pessoas ouvidas.

Projeto de alunos pernambucanos vai concorrer em final de torneio de robótica

Recife sediou, no início do mês, uma das etapas do Torneio SESI de Robótica First Lego League. 42 equipes dos estados do Pernambuco, Ceará e Paraíba se reuniram para apresentar projetos na competição organizada pela Serviço Social da Indústria (SESI) em parceria com a fabricante de brinquedos Lego.

Os estudantes, que tinham entre nove e 16 anos, foram desafiados a encontrar soluções para astronautas que viajam até o espaço e voltam com problemas de saúde. A ideia era abusar da criatividade e também montar robôs com peças sofisticadas da Lego. Na etapa regional no Pernambuco, e uma das equipes finalistas foi a Legomito da escola SESI Paulista.

O projeto pensado pela equipe foi um jogo de memória, já que uma das possibilidades era inventar alguma solução voltada para o lazer dos astronautas. Everton Alexandre tem 15 anos e foi um dos idealizadores do jogo. Ele conta que a ideia partiu de uma pesquisa em que eles descobriram que quando os viajantes vão para o espaço eles não exercitam tanto a mente.

“A gente pesquisou e viu que quanto mais eles jogassem e mais eles exercitassem a mente, menos eles perderiam os neurotransmissores”, explicou Everton, que após o ótimo resultado do projeto já está pensando em fazer um curso profissional de técnico em informática no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

A professora de matemática e técnica da equipe, Luciana Félix, ficou realizada não só com o resultado, mas com todo o desenvolvimento do projeto. Ela contou que durante a organização, os alunos não estavam chegando em um consenso, mas quando pensaram no jogo de memória, todos concordaram.

“E aí juntou alunos do ensino médio com alunos do ensino fundamental até eles se adaptarem. A gente percebeu um bom rendimento tanto na disciplina quanto no desenvolvimento na sala de aula”, afirmou Félix.

No desafio, os alunos foram avaliados em três categorias: Design do Robô, Core Values (que engloba o trabalho em equipe e o espírito colaborativo), e o Desafio do Robô, onde os robôs precisavam cumprir missões na mesa de competição durante dois minutos e 30 segundos.

As outras categorias eram Core Values, que avaliou o trabalho em equipe e espírito colaborativo, e também o Desafio do Robô, onde os robôs precisavam cumprir missões na mesa de competição durante dois minutos e 30 segundos.

O superintendente do SESI de Pernambuco Nilo Simões defende que essa prática do Torneio de Robótica ajuda os estudantes a desenvolverem a criatividade, raciocínio lógico e capacidade de inovar.

“Esse trabalho da robótica ajuda no ensinar a trabalhar em equipe, inteligência emocional, capacidade de tomar decisões. Estimula também valores éticos, porque você vai trabalhar dentro da ética e não pode infringir regulamentos e não pode querer fraudar nada. Eu acho que isso estimula e é isso que a gente quer. É por isso que a gente fica tão feliz em sediar o FLL aqui em Pernambuco pela terceira vez”, afirma Simões.

O próximo passo é concorrer na etapa nacional, que será em março de 2019 no Rio de Janeiro. Os estudantes vão continuar se preparando para apresentar o melhor trabalho, e quem sabe, garantir uma vaga no mundial, que será em Houston, nos Estados Unidos.

Artigo – Isonomia em negociação coletiva: prevalência do negociado sobre o legislado

Paulo Sergio João

O site do TST, publicou, no dia 9 de novembro, notícia com a seguinte chamada: Cláusula coletiva que condiciona salário profissional ao tempo de experiência não tem caráter discriminatório, referindo-se a decisão unânime em recurso ordinário de ação anulatória de norma coletiva ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (TST-RO-13-59.2017.5.08.0000).

O tema chama atenção por dois aspectos: primeiro pela aplicação do princípio de isonomia e, segundo, pelo reconhecimento da autonomia da vontade coletiva.

Com efeito, a convenção coletiva de trabalho, objeto da ação anulatória, foi celebrada entre a Fecomércio do Pará, a Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços do Pará e do Amapá (Fetracom) e com o sindicato dos trabalhadores no Pará.

O fundamento da ação, além de outras cláusulas, diz respeito ao fato de que foi criado o salário profissional da categoria superior ao salário mínimo cuja percepção está condicionada a duas hipóteses: que o salário seja fixo e que o empregado possua “um ano de experiência na mesma especialidade e no mesmo ramo de negócio comprovado pela CTPS, somando-se períodos de empregadores anteriores ao período da empresa empregadora atual” (cláusula 3ª, parágrafos 1º e 2º).

O parquet sustentou que a cláusula normativa viola os artigos 5º e 7º da Constituição Federal, respectivamente que asseguram a igualdade de todos perante a lei e a proibição de discriminação na relação de emprego.

O TRT da 8ª Região julgou procedente a ação para anular a cláusula porque estaria violando o princípio constitucional da isonomia, permitindo a prática de desigualdades salariais e critérios discriminatórios na fixação de salários.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos considerou que não se aplica no caso a ofensa ao princípio da isonomia e reconheceu a validade de cláusula coletiva nos termos pactuados, ou seja, com salário profissional apenas aos empregados com um ano de experiência ou mais na atividade profissional no âmbito da representação sindical. O acórdão é da lavra da ministra Kátia Magalhães Arruda e acrescenta que a cláusula não extrapola os limites da autonomia coletiva.

O fundamento trazido pelo acórdão foi de que “não há desrespeito ao princípio da isonomia, porque as regras impugnadas não criam pisos salariais diferenciados para os trabalhadores nas mesmas condições abrangidos pela norma coletiva”, finalizando com a prevalência do “reconhecimento da cláusula estabelecida livremente pelos sindicatos em negociação coletiva”.

Dois aspectos merecem destaque: (i) a aplicação do princípio da isonomia e (ii) a força do reconhecimento na livre negociação coletiva.

Sobre a garantia constitucional da igualdade de todos perante a lei vedaram-se as discriminações que restrinjam os direitos dos cidadãos cujo tratamento deve ser assegurado de modo idêntico pela lei. Discriminação, no caso da norma coletiva, não se aplicaria porque estabelece critérios genéricos para determinado grupo de trabalhadores. Alf Ross, referindo-se à igualdade do direito vigente, acentua que, na hipótese de a constituição expressar de forma específica que todos são iguais perante a lei (caput do art. 5º da CF) que esta deve ser aplicada sem referência às pessoas ou que “a lei não deve se basear em distinções ou características consideradas irrelevantes ou injustas” (“Direito e justiça”. Bauru,SP. EDIPRO. 2003, p. 332). Deste modo, a diferenciação que se estabelecera na norma coletiva está de acordo com a Constituição Federal.

A força do reconhecimento na livre negociação efetuada pelos sindicatos traz a tônica do reconhecimento da autonomia da vontade coletiva, pressuposto da liberdade de negociar como condição de validade e eficácia da norma coletiva, reproduzindo, ainda que se trate de negociação anterior à vigência da Lei nº 13.467/2017, conforme destacado pela ementa, o princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

Todavia, a orientação da SDC do TST poderia sugerir que, no caso da Súmula 451, aplicada no âmbito de litígios individuais, houvesse adequação da aplicação do princípio da isonomia. É que, a jurisprudência uniformizada considera nula cláusula de acordo coletivo ou norma regulamentar, que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em vigor, na data prevista para a distribuição dos lucros”, está a negar validade da norma livremente negociada e presume que o ex empregado teria concorrido para os resultados positivos da empresa. Segundo a decisão trazida em destaque, não haveria violação constitucional ao princípio de isonomia.

De qualquer forma, no âmbito das relações coletivas, normas que estabelecem para trabalhadores em condições desiguais, critérios para aquisição de direito não ofenderiam o princípio da isonomia.

Paulo Sérgio João é advogado, professor de Direito Trabalhista da PUC e FGV

Funase ganha nova unidade e amplia vagas de semiliberdade

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ), ganhou uma nova Casa de Semiliberdade (Casem). Situada em Olinda, no Grande Recife, a unidade dispõe de 20 vagas para adolescentes com idade a partir de 17 anos que estejam em cumprimento de medida socioeducativa com restrições de liberdade. Nesse regime de atendimento, os socioeducandos devem ficar na Casem durante a noite e nos períodos do dia em que não tiverem atividades externas, podendo deixar o local para ir à escola, nos dias úteis, ou à residência de familiares, nos fins de semana.

A Casem Olinda passou a funcionar nesta semana e recebeu o público que era atendido na Casem Rosarinho, no Recife, que passará por reforma e, em breve, receberá adolescentes do sexo masculino de uma faixa etária menor. Com o término das obras, portanto, a Funase terá ampliado em mais 20 o número de vagas na semiliberdade. Essa é a oitava unidade do tipo em funcionamento no Estado. A instituição ainda conta com casas de semiliberdade em Caruaru, Garanhuns e Petrolina, no Interior. No Recife, há a Casem Casa Amarela e a Casem Areias, para o público masculino, e a Casem Santa Luzia, para o feminino.

Para a presidente da Funase, Nadja Alencar, a instalação da Casem Olinda se soma aos esforços para a melhoria do atendimento socioeducativo. “Começamos a operação dessa Casem em um ambiente novo. E, além desse reforço na semiliberdade, estamos prestes a iniciar o funcionamento de outras unidades, só que do regime de internação, cumprindo pontos do planejamento que foi feito meses atrás e melhorando o atendimento aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas”, destacou.

Emprego: Janeiro e fevereiro são os melhores meses para novas oportunidades profissionais

O trimestre encerrado em agosto contabilizou um total de 12,7 milhões de desempregados no Brasil, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 12,1%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado das eleições presidenciais, no entanto, tornou as expectativas para 2019 mais otimistas, com o empresariado confiante no reaquecimento econômico e disposto a investir em mão de obra diante da expectativa de maiores investimentos e incentivos. Janeiro e fevereiro serão meses decisivos para quem está em busca de novas oportunidades ou recolocação profissional, segundo a DNA Outplacement (www.dnaoutplacement.com/br).

O comércio é um segmento que costuma distribuir oportunidades no último bimestre, sobretudo para vagas temporárias, por vezes até com possibilidade de contratação efetiva. Da mesma maneira, o setor de reformas sofre um aumento de demanda, porque todos querem começar o ano de casa renovada. Para cargos executivos, o cenário é mais favorável no início do ano seguinte.

“Janeiro e fevereiro são meses em que o RH trabalha bastante. É um momento propício para contratações robustas, uma vez que a maioria das companhias já fez o balanço anual, está com o budget definido e pode dar início às atividades relativas ao quadro de funcionários”, explica o diretor regional da DNA Outplacement, Hugo Liguori.

Para o ano que vem, em específico, as expectativas são ainda melhores. Um estudo divulgado recentemente pela consultoria Deloitte, com base na perspectiva de 826 empresas – que representam 43% do PIB nacional –, também aponta para um período fértil. O levantamento indica que 80% do empresariado brasileiro colocou a contratação de novos funcionários como uma prioridade para 2019.

Segundo a pesquisa, 47% pretendem aumentar o número de colaboradores e 46% querem manter o quadro de funcionários como está. Apenas 7% preveem redução devido à implementação de inovações tecnológicas e/ou busca por trabalhadores mais qualificados. Tal consideração também aponta para novas oportunidades ao mercado de profissionais seniores. “Quem está em busca de recolocação profissional também encontra mais portas abertas e, para conseguir voltar ao mercado de trabalho, é importante que invista em marketing pessoal e saiba vender bem o seu peixe”, ressalta Liguori.

A DNA Outplacement é especialista em recolocação profissional no universo corporativo e auxilia executivos, gerentes e subgerentes a se prepararem para novas oportunidades e a superarem as dificuldades para conquistá-las. O negócio atende desde quem deseja voltar ao mercado àqueles que querem encontrar novos desafios – estes, correspondem a 1/3 dos clientes.

Cai para 76% o percentual de brasileiros que ‘vivem no limite do orçamento’

Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelam que caiu de 82% em outubro para 76% em novembro o percentual de consumidores que ‘vivem no limite do orçamento’. De acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados terminaram o mês no ‘zero a zero’, ou seja, até conseguiram pagar as contas, mas não restou nada de seus rendimentos e, 33% encerram o mês ‘no vermelho’, isso quer dizer que eles deixaram de pagar alguma conta por falta de recursos. Os brasileiros que se encontram ‘no azul’ somam 16%.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o percentual de brasileiros que vivem sem sobras no orçamento segue elevado, mas o consumidor tem uma chance de melhorar esse quadro com as rendas extras de final de ano. “O pagamento do 13º salário pode aliviar a situação do consumidor, mas vale lembrar que se trata de um aumento de renda temporário. Uma vez restaurado o equilíbrio do orçamento, o consumidor precisa manter o controle dos gastos, estabelecendo prioridades e fazendo ajustes quando necessário. É uma tarefa constante, que exige disciplina, mas que faz diferença no bem-estar financeiro do consumidor”, afirma a economista.

Com muitos brasileiros ainda vivendo no limite das finanças, 45% dos consumidores planejavam diminuir o nivel de gastos durante o mês de novembro, número inferior ao constatado em outubro (51%). Entre os que planejavam cortar despesas, a principal razão é a busca constante por economizar (34%), os preços elevados (28%), o desemprego (26%) e o endividamento (15%).

41% dos usuários de cartão de crédito viram fatura aumentar em outubro; 20% cairam no rotativo e maioria usou cartão para alimentos e remédios

Com o bolso levemente menos pressionado, mais brasileiros recorreram a crédito em outubro. Dados do Indicador de Demanda por Crédito mensurado pela CNDL e pelo SPC Brasil mostram que passou de 44% para 46% o percentual de consumidores que se utilizaram de alguma modalidade de crédito no mês de outubro na comparação com setembro. Os cartões de crédito (39%), crediário (11%) e o cheque especial (7%) foram as modalidades mais usadas. Há ainda, 6% de consumidores que recorreram à empréstimos e 5% a financiamentos. Os que não recorreram a nenhum tipo de crédito no período somam 54% de entrevistados.

Ainda sob o impacto de uma melhora gradual das concessões de crédito entre as instituições bancárias, 48% dos consumidores alegaram sentir dificuldades para ter acesso a crédito, sendo que o problema é ainda mais sentido pelos brasileiros de mais baixa renda (53%). Apenas 13% consideram o processo fácil.

Dados mais detalhados sobre o uso do cartão de crédito, que foi o meio de pagamento a prazo mais utilizado no mês, mostram que 41% de seus usuários aumentaram o valor da fatura em outubro. Para 36%, o valor se manteve estável frente aos meses anteriores, enquanto somente 19% notaram uma diminuição no total a ser pago. Considerando os entrevistados que se lembram do valor, a média dos gastos foi de R$ 880,00. Ainda de acordo com o levantamento, a maioria (77%) dos usuários de cartão conseguiu pagar integralmente a fatura do cartão, embora 20% tenham entrado no rotativo.

Os itens de primeira necessidade como alimentos em supermercados (70%) e remédios (47%) foram os mais adquiridos por meio do cartão de crédito. Gastos com roupas e calçados (37%), combustíveis (32%) e saídas para bares e restantes (27%) completam o ranking de principais gastos com o chamado ‘dinheiro de plástico’.

Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, “os dados comprovam que o brasileiro está recorrendo ao crédito para compras do dia a dia, inclusive alimentos em supermercados. Independentemente do tipo de compra ou do valor do bem, o cartão pode ser um aliado do orçamento e, não necessariamente, um vilão. Tudo depende da maturidade e do grau de organização do seu usuário, pois entrar no rotativo pode causar um efeito bola de neve nas finanças do consumidor e negativação do nome” alerta Vignoli.

Metodologia

O Indicador abrange 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Baixe a íntegra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos

Brasileiros que vão comemorar o Natal pretendem desembolsar, em média, R$ 207,27 com os preparativos da ceia ou almoço de Natal

Este ano, os brasileiros estão mais animados com as comemorações de Natal. Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta um aumento de 45% na intenção de gastos, já descontados os efeitos da inflação, na comparação com 2017, que foi de R$ R$ 136,52. O consumidor deve desembolsar, em média, R$ 207,27 com os preparativos da ceia ou almoço de Natal. No entanto, 39% ainda não decidiram quanto vão gastar.

Os dados também mostram que metade (48%) dos entrevistados pretende celebrar a data em casa, enquanto 34% com os pais ou outros parentes. Além disso, 31% planejam dividir as despesas da festa compartilhando os custos entre os familiares, enquanto outros 31% vão estipular que cada um leve um tipo de prato ou bebida diferente. Apenas 13% disseram que vão arcar com todas as despesas — com aumento de 4,6 pontos percentuais em relação a 2017 e participação maior entre os homens, 19%.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, destaca a importância de planejar antes os gastos com todos para evitar dor de cabeça depois. “Dividir as despesas é uma estratégia interessante, ao evitar que os custos sobrecarreguem o bolso de uma única pessoa. Outra dica é pesquisar bem os preços e, se possível, sair de casa com uma lista incluindo todos os itens”, orienta.

O levantamento revela ainda uma preocupação das pessoas em renovar o guardar roupa para passar o Natal. Em cada dez brasileiros que vão comemorar o Natal, seis (64%) disseram que vão comprar alguma peça nova de vestuário ou acessório, percentual que sobe para 70% entre as mulheres. Os que não pretendem comprar roupa nova representam 21% da amostra e 15% não se decidiram. O gasto médio previsto deve ser de R$ 237,11.

Metodologia

Inicialmente foram ouvidos 761 consumidores nas 27 capitais para identificar o percentual de quem pretendia ir às compras no Natal e, depois, a partir de 607 entrevistas, investigou-se em detalhes o comportamento de consumo no Natal. A margem de erro é de no máximo 3,5 e 4,0 p.p, respectivamente, a uma margem de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas