Olinda e Recife ainda não têm definição sobre mudar data do Carnaval 2021

Ainda não há previsão para alteração da data do Carnaval 2021 no Recife e em Olinda, conforme informado à Folha de Pernambuco nesta terça-feira (18) pelas prefeituras das duas cidades. A Terça-Feira de Momo do próximo ano, segundo o calendário, está marcada para 16 de fevereiro. As restrições a aglomerações impostas pela pandemia de Covid-19, no entanto, não garantem uma realização segura das festividades na data tradicional. A falta de uma data certa para o início da vacinação também pode frustrar os planos da festa ser realizada em fevereiro.

“A Prefeitura do Recife informa que, por ora, não há definições a serem anunciadas sobre o Carnaval 2021. Capital da festa de rua mais plural, autêntica e bonita do País, o Recife agora se dedica a manter em queda os índices de propagação da Covid-19, decrescentes há mais de 90 dias na Cidade”, diz a Prefeitura do Recife (PCR) em nota oficial.

Em 2020, o Carnaval do Recife recebeu mais de 2 milhões de foliões em seus polos, aglomeração inimaginável em tempos de pandemia e distanciamento social. O impacto de um cancelamento pode ser sentido no faturamento da festa. Este ano, a capital pernambucana arrecadou um total de R$ 1,4 milhão.

As tradicionais prévias de Carnaval de Olinda, geralmente iniciadas em setembro, estão suspensas. De acordo com a prefeitura, as orientações do Estado são para não liberar eventos com aglomeração, segundo as diretrizes do comitê estadual de combate ao novo coronavírus.

Considerado um importante elo da cadeia produtiva cultural pernambucana, o Carnaval gera grande impacto na economia local. Por isso, destaca a PCR, há um trabalho reforçado para garantir atenção aos trabalhadores da cultura da Cidade. Os pagamentos das mais de 3 mil apresentações do último ciclo carnavalesco foi assumido como prioridade pela gestão municipal, assim como a produção de novos programas na emissora de rádio pública Frei Caneca FM e apresentações virtuais e itinerantes durante o São João 2020.

A PCR ainda destaca que as ações para garantir a saúde dos recifenses feitas pelo Plano Municipal de Contigenciamento Covid-19 buscam diminuir o impacto socioeconômico da pandemia, garantir fôlego ao setor cultural e assegurar que as tradições culturais e festas possam ser celebradas com segurança pela população.

Em carta divulgada pela imprensa local na segunda-feira (17), a Prefeitura de Salvador destacou que a cidade pode tomar uma posição de protagonismo em relação aos demais grandes polos de Carnaval do País ao optar por adiar a festa. “Entendemos que a federalização desse movimento, com a criação de uma nova data, é fundamental para o sucesso do Carnaval, não só em Salvador, como também nas principais capitais do País onde a festa tem relevância, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belo Horizonte”, diz trecho do documento. O prefeito de Salvador, ACM Neto, garantiu o adiamento da festa na cidade para julho de 2021.

A Câmara do Recife chegou a receber um requerimento de autoria da vereadora Michele Collins (PP) para discutir o cancelamento da festa. O pedido foi retirado da discussão na Casa por ser considerado “prematuro”.

De acordo com o vereador Augusto Carreras (PSB), que aprovou a retirada, a pandemia poderia ser controlada até a festa, o que inviabilizaria uma discussão a seis meses do Carnaval. “Quem sabe possamos realizar esse debate em outubro ou novembro, quando poderemos ter mais clareza da situação de como estará a pandemia em fevereiro do próximo ano. Sendo assim, poderemos votar essa matéria com mais segurança e decidir se haverá ou não a festa”, afirmou o vereador na ocasião.

No fim de julho, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou que o Carnaval da cidade será adiado, mas ainda não há uma data específica. Segundo o gestor, a festa deverá ser no final de maio ou no começo de julho. A prefeitura segue conversando com as agremiações para a organização. No Rio de Janeiro, não há nenhuma definição, mas escolas de samba querem transferir a festa para maio.

Folhape

Governo pretende reduzir gastos com aluguel de imóveis da União

O Governo Federal iniciou, neste mês de agosto, um trabalho de gestão cadastral de ocupação de imóveis da União para reduzir custos com aluguéis e gerar economia de recursos para o país. O Sistema de Gerenciamento do Patrimônio Imobiliário de Uso Especial da União (SPIUNet), desenvolvido pelo Serpro para o Ministério da Economia, será o canal para que órgãos e entidades do Executivo Federal em todo o Brasil realizem a atualização cadastral da ocupação de imóveis. Com a iniciativa, o Governo estima uma economia de cerca de R$ 1,3 bilhão nos próximos três anos.

De acordo com a Portaria nº 38, de 31 de julho deste ano, até o próximo dia 10 de setembro, serão coletadas as informações relativas aos imóveis situados no Distrito Federal e, até o dia 10 de dezembro, os dados referentes aos imóveis situados nos estados. Esse trabalho ajudará o governo a planejar as ações para a redução de custos com aluguéis.

Para o secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, Fernando Bispo, esse trabalho de levantamento de dados em parceria com o Serpro é importante para verificar onde é possível reduzir custos e promover uma melhor ocupação dos imóveis da União na Administração Pública. “Isso significa uma ocupação mais eficiente e com maior racionalidade, aproveitando as oportunidades, inclusive, com a inclusão do teletrabalho na Administração Pública. A expectativa da SPU é possibilitar um novo cadastro da ocupação desses imóveis, em um formato que possibilite realizar análises e construir soluções que aumentem a eficiência e a gestão das áreas. Contamos com o Serpro nesse desenvolvimento introduzindo mais tecnologia e inteligência na análise dos dados através de suas soluções”, destaca Bispo.

O secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert, revela que o gasto da Administração Pública Federal com aluguéis no país é alto, girando em torno de R$ 850 milhões por ano, sendo R$ 350 milhões somente no Distrito Federal. “A gente ganha não só com o aluguel, mas também em várias outras despesas, como água, luz, telefone, limpeza, manutenção predial e assim por diante. Após a coleta das informações, será possível saber a quantidade pessoas em trabalho integral nos prédios e quantas estão atuando de forma semipresencial. Assim, será possível ajudar os órgãos a redefinir essa ocupação a partir do uso compartilhado de estações de trabalho, por exemplo”, defende Heckert.

Programa de gestão de ocupação de imóveis
O secretário Fernando Bispo ressaltou que esse trabalho de mapeamento é o primeiro passo para a implantação de um programa de gestão de ocupação otimizada e compartilhada dos imóveis. “A iniciativa do Ministério da Economia levará em consideração a oferta e a demanda de espaços. A análise da metragem quadrada por servidor, dentro do padrão estabelecido para ocupação dos imóveis públicos, fará com que o Governo identifique os espaços vagos e busque ocupá-los de maneira inteligente”, afirma Bispo.

Cadastramento dos imóveis
O gerente da Superintendência de Relacionamento com Clientes de Negócios Estratégicos do Serpro, André Ramos, explica que o SPIUNet evolui para possibilitar que os gestores de imóveis da União informem, de forma detalhada, a composição e distribuição das áreas dos imóveis e, também, da população de servidores que os utilizam. “Na prática, essa evolução possibilitará a identificação de imóveis demandantes ou ofertantes de área, viabilizando uma gestão de ocupação otimizada e compartilhada dos imóveis. A solução contribui para a melhoria da gestão pública, promovendo a transformação digital dos serviços e potencializando a racionalização e o bom emprego dos recursos públicos”, enfatiza.

O cadastramento deverá ser feito para cada imóvel nos casos de ocupação de prédios em diferentes endereços. No sistema, os órgãos devem inserir informações, como o endereço completo, área ocupada em metros quadrados – discriminado por área construída, área útil da edificação, área de escritórios – estacionamento com o número de vagas e a quantidade de servidores em rotina presencial e semipresencial. Já nos imóveis locados de terceiros, o recadastramento será feito pelo órgão responsável pelo contrato de locação. Quando ocorrer o compartilhamento de parte da edificação com outra instituição, os conceitos e índices da nova portaria devem ser observados.

Órgãos do Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Público da União e empresas estatais deverão assinar um termo de adesão para participar do programa de gestão de ocupação otimizada e compartilhada dos imóveis por eles ocupados, sejam próprios da União ou de terceiros.

Preço dos combustíveis voltam a subir no Nordeste durante o mês de julho

Levantamento realizado pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL), com base nos preços registrados em mais de 18 mil postos de combustíveis em todo o Brasil, aponta que em julho, o movimento foi de alta no preço médio dos combustíveis em estabelecimentos da Região Nordeste.

A gasolina apresentou os maiores preços do Brasil, após um aumento de 5,17%, em relação ao mês anterior, com o litro comercializado nas bombas por R$ 4,395, frente aos R$ 4,179 apontados em junho. Todos os estados da região refletiram o aumento localmente. A Paraíba apresenta o melhor preço por litro, comercializando o combustível a R$ 4,151, contrapondo-se ao Rio Grande do Norte, onde o litro custou, na média R$ 4,546, e que concentrou a maior variação alta para o combustível, de todo o território nacional, com avanço de 10,6%.

O etanol, por sua vez, apresentou alta menos expressiva, de 1,98%, com o litro vendido no Nordeste, em média, a R$ 3,507. Os postos da Paraíba também registraram o melhor preço para o etanol, com o litro vendido, em média, a R$ 3,221. Merecem destaque os estados do Maranhão e Sergipe, onde houve recuo de 0,03% e 0,61%, respectivamente, nos preços apresentados nas bombas para esse combustível. Na contramão, o Rio Grande do Norte também registrou para o etanol os maiores preços da região, vendendo o litro a R$ 3,808.

As duas opções de diesel apresentaram as maiores altas para os combustíveis no período: o Diesel subiu 6,80% e o Diesel S-10 teve alta de 7%, com o litro comercializado a R$ 3,455 e R$ 3,499, respectivamente. A Paraíba foi o estado da região com os melhores preços para a compra do Diesel, vendido a R$3,325. No caso do Diesel S-10, os melhores preços foram registrados nas bombas de Pernambuco, onde a média foi de R$ 3,382. Os maiores valores por litro para o Diesel estiveram no Piauí, que registrou média de R$ 3,563 e o Alagoas foi o estado com o maior preço para o Diesel S-10: R$ 3,562.

“De maneira geral, o Nordeste segue uma forte tendência de alta nos preços de todos os combustíveis, acompanhando o cenário nacional. Em julho a região volta a ter como destaque o alto valor da gasolina, como foi o caso do Rio Grande do Norte que chegou a casa dos 10%, e variações de alta bastante expressivas para o Diesel e o Diesel S-10. Mas há surpresas positivas, como nos casos do Maranhão e do Sergipe, em que foi possível observar em julho o menor valor cobrado pelo litro do álcool em 2020”, analisa o head de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.

No recorte por Estados, o comportamento do preço da gasolina no Alagoas volta a expressar tendência de alta a partir de junho, após quedas registradas em abril e maio. Com relação ao etanol, o combustível apresentou alta de 1,08%, após quedas consecutivas registradas desde janeiro de 2020.

A Bahia, que registrou queda nos valores da gasolina entre janeiro e maio, também consolida um movimento de alta desde junho. Em julho, o preço médio do litro do combustível foi de R$ 4,469. O mesmo movimento pode ser observado com relação ao etanol, com o litro do combustível comercializado a R$ 3,380 em julho.

No Ceará, o cenário é bastante semelhante ao da Bahia com uma expressão de alta no preço da gasolina sendo registrada desde junho, após quedas consecutivas de janeiro a maio. Em julho, o preço médio do combustível foi de R$ 4,342, após variação de 4,58%. Já com relação ao etanol, após quatro meses de quedas (março a junho), observa-se uma tendência de alta com variação positiva de 2,15% e o litro custando, em média, R$ 3,607.

Seguindo essa tendência, no Maranhão, os preços da gasolina, que vinham em queda desde janeiro, iniciaram um movimento de alta em junho. Em julho, a variação foi de 4,19%, com o litro chegando à média de R$ 4,299. No caso do etanol, os preços vêm oscilando desde janeiro, mas em julho chegou ao valor mais baixo registrado no ano, com o litro sendo vendido a R$ 3,698, após queda de 0,03%.

Assim como outros estados da região, após quedas no preço da gasolina de janeiro a maio, a Paraíba, o Pernambuco, o Piauí, o Rio Grande do Norte e o Sergipe apresentaram altas para o combustível em junho e julho.

A variação mais expressiva foi observada no Rio Grande do Norte, com alta de 10,58%, o que levou o preço médio do litro a R$ 4,546. Na Paraíba, no último período, a variação foi de 5,84%, com a média do preço por litro chegando a R$ 4,151. Em Pernambuco, a variação foi de 4,91%, com o litro comercializado a R$ 4,361. Em Sergipe, a variação foi de 3,45%, levando o preço do litro a R$ 4,378. Já no Piauí, a variação foi de 2,38% e o preço médio registrado para o litro na bomba R$ 4,522.

Com relação ao etanol, na Paraíba, o combustível que vinha em queda desde janeiro teve a primeira alta do ano em julho, com variação de 2,01% e o preço por litro custando R$ 3,221.

No caso do Pernambuco, os preços para o etanol vêm oscilando desde o início do ano, e as análises do último período refletem uma alta de 2,26%, com a média do preço do litro na bomba registrado em R$ 3,432.

Já Piauí, observa-se um primeiro trimestre de queda, seguido por um período de oscilação que se encerra com uma alta de o primeiro trimestre foi de 0,79% em julho, com relação a junho, e o preço do litro passando de R$ 3,431 para R$ 3,458.

No Rio Grande do Norte, o preço do etanol atingiu o maior patamar do ano, com o preço do litro chegando a R$ 3,808 em julho, após alta de 5,40%, interrompendo a tendência de queda apresentada desde janeiro de 2020.

Por fim, no Sergipe, após um primeiro trimestre de altas, o preço do etanol vem registrando quedas desde abril. No último período, a redução no custo médio do litro foi de 0,61%, chegando R$ 3,415, o menor patamar de 2020.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantados com base nos abastecimentos realizados nos 18 mil postos credenciados da Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo.

A Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais 25 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários.

Lígia Coelho promove live sobre a mobilidade urbana de Caruaru

Nesta quarta-feira (19), às 18h, a pré-candidata a vereadora de Caruaru, Lígia Coelho (PL), promoverá uma live sobre os desafios da mobilidade urbana com a sustentabilidade do município. O convidado será Ricardo Henrique, Diretor Institucional da Associação das Empresas de Transportes de Passageiros de Caruaru (AETPC) e idealizador do projeto Mobilicei.

A transmissão ao vivo será feita pelo instagram @ligia_coelho2020 com a proposta de apresentar soluções para a cidade.

Lígia atua no mercado de eventos corporativos nacional e internacional há 34 anos; além de projetos sociais, culturais e sustentáveis para as comunidades. É idealizadora do projeto “Caruaru cidade inteligente” que leva ações de sustentabilidade aos bairros. Participe!

PT perde PC do B e faz alianças com PSOL de olho na eleição

Com uma relação conturbada no campo da esquerda ao longo da última década, incluindo ataques mútuos, PT e PSOL caminham de maneira inédita para se apoiar já no primeiro turno das eleições municipais em pelo menos seis capitais brasileiras. Há também composição em algumas cidades do interior.

Na primeira disputa municipal após a ascensão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao mesmo tempo em que fortalecem alianças com o PSOL, petistas se distanciam do PC do B, aliado tradicional nos últimos 40 anos.

A despeito da resistência de setores psolistas que enxergam a aproximação com o PT como um passo atrás em relação à independência política construída pelo partido, o PSOL deve apoiar os candidatos petistas Marília Arraes (Recife), Zé Ricardo (Manaus) e Daniel Zen (Rio Branco).

Há ainda a possibilidade de uma composição em Maceió, onde tanto o PSOL quanto o PT podem ocupar a cabeça da chapa majoritária.
Por outro lado, o PT deve apoiar os candidatos do PSOL Edmilson Rodrigues (Belém) e Elson Pereira (Florianópolis). O PSOL ainda tenta puxar os petistas para caminharem juntos com Paulo Lemos, em Macapá. A hipótese é considerada difícil por lideranças do PT.

Em Florianópolis, uma grande frente antibolsonarista foi formada por PT, PDT, PC do B, PSB e Rede para apoio ao candidato do PSOL.
Nas últimas semanas, o PT ensaiou pular fora do barco porque exigiu compor a chapa majoritária. A frente de esquerda lançou a campanha “Fica, PT”, e um acordo deve ser firmado em breve.

Mesmo com chances remotas, o PSOL ainda alimenta esperança de uma aliança em Belo Horizonte em torno da pré-candidata Áurea Carolina. Na capital mineira, o PT lançou a pré-candidatura de Nilmário Miranda.

O Recife foi a primeira capital onde o martelo foi batido oficialmente entre as duas siglas. Depois de grande resistência de um grupo capitaneado pelo ex-deputado federal Paulo Rubem, que havia se lançado como pré-candidato do PSOL, a direção nacional ratificou nesta semana apoio a Marília Arraes (PT), que tem como principal adversário o PSB, do primo João Campos.
Nas últimas quatro disputas no Recife, o PSOL teve candidatura própria em três delas. Em 2012, fez uma aliança para apoiar o nome do PCB.

Paulo Rubem diz que há uma avaliação errada de conjuntura por parte do PSOL ao se aliar ao PT na medida em que as eleições representam a antessala de 2022. “Lula precisa recompor a base do PT. O PSOL vai ficar assistindo e prestar apoio a este movimento ou nasceu para ser uma alternativa de esquerda ao petismo?”, questiona.

Fora das capitais, também existem movimentações importantes. Em Campinas (SP), por exemplo, o PSOL ocupará a vice na chapa encabeçada pelo vereador petista Pedro Tourinho. Em Sorocaba, o mesmo desenho se repete. O PT compõe com o candidato do PSOL, Raul Marcelo.

O PSOL surgiu em 2004 e obteve o registro eleitoral um ano depois, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A sigla nasce quando uma ala petista classificada como radical, composta por nomes como Heloísa Helena e Luciana Genro, é expulsa do partido por bater de frente com posicionamentos do então governo.

O partido fez oposição a Lula e à sua sucessora, Dilma Rousseff. Em 2016, no entanto, posicionou-se contra o processo de impeachment da ex-presidente e engrossou o coro do PT para denunciar o que classificam de golpe.

Dois anos depois, com a filiação de Guilherme Boulos, que tem bastante proximidade com Lula, para a disputa pela Presidência, houve um distensionamento maior entre os dois partidos.

Ouvido pela reportagem, o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, avalia que, desde 2016, com a retirada da ex-presidente Dilma Rousseff do poder, há um processo de maior diálogo dos partidos de oposição.

“A situação do país é muito grave. Se nós colocarmos nossas diferenças em primeiro plano, estaríamos sendo muito irresponsáveis com o Brasil”, afirma.

Juliano alega que não existe definição do PSOL para que o PT ou qualquer outro partido seja aliado preferencial.

Ele avalia que a movimentação na esquerda com o surgimento de um bloco formado por PDT, PSB, PV e Rede, que se traduz em alianças eleitorais, estimulou um diálogo maior entre PSOL e PT em algumas regiões do país.

“Não diria que estamos vivendo um novo momento no PSOL. Estamos vivendo um novo momento no Brasil”, justifica.

Segundo Medeiros, as alianças são circunstanciais e o projeto estratégico do PSOL continua sendo de uma esquerda radical e anticapitalista. De acordo com ele, que assegura que o partido não abrirá mão de nenhuma bandeira, a conjuntura atual fez com que o diálogo foi necessário.

O vice-presidente do PT, José Guimarães, declara que o PT tem alianças com todos os partidos do campo progressista.

“Evidente que há um reagrupamento em função da nova conjuntura. É natural. Nossas alianças vão do PDT até o PSOL”, aponta.
O movimento inédito do PSOL coincide com um afastamento entre PT e PC do B. Até o momento, há pouca interseção nas principais cidades brasileiras entre os dois partidos, que se apoiaram mutuamente em 12 capitais em 2016, 7 em 2012 e 13 em 2008.

Faltando um mês para o fim do prazo das convenções partidárias, o PC do B ainda não definiu apoio a um candidato petista em nenhuma capital.

Em contrapartida, o PT só anunciou apoio ao PC do B em Porto Alegre, onde a candidata será a ex-deputada federal Manuela D’Ávila, vice de Fernando Haddad (PT) na disputa presidencial de 2018.

Folhapress

Mercado financeiro prevê queda de 5,52% na economia este ano

A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano foi ajustada de 5,62% para 5,52%. A estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. O mercado financeiro tem reduzido a projeção de queda há sete semanas consecutivas.

Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há 12 semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB.

Inflação

As instituições financeiras consultadas pelo BC ajustaram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,63% para 1,67% neste ano.

Para 2021, a estimativa de inflação permanece em 3%, há nove semanas consecutivas. A previsão para 2022 e 2023 também não teve alteração: 3,50% e 3,25%, respectivamente.

A projeção para 2020 está abaixo do piso da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a meta é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em cada ano.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 no atual patamar (2% ao ano). Para o fim de 2021, a expectativa foi ajustada de 3% para 2,75% ao ano. Para o fim de 2022, a previsão passou de 4,9% para 4,75% ao ano e para o final de 2023, segue em 6% ao ano.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Entretanto, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,20, ao final deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5.

Agência Brasil

Crimes Violentos Letais Intencionais continuam crescendo no estado

Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Defesa Social, neste sétimo mês de 2020 321 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) foram registrados em Pernambuco, valor acima das 249 mortes que aconteceram em julho de 2019. No consolidado do ano, foram 2.284 ocorrências registradas em 2020, contra 2.004 CVLIs no ano passado.

Esse crescimento atingiu todas as regiões do Estado. Levando em consideração os dados do mês de julho, o Agreste teve o menor percentual de aumento. De 62 crimes, em 2019, para 68 casos, neste ano, o que representa 9% a mais de ocorrência. No Sertão, a diferença foi de +21,88% (de 32 para 39 casos), enquanto a Zona da Mata somou 34% (de 44 para 59 ocorrências). Já no Recife, o aumento foi de 23,08% (de 39 para 48), enquanto a RMR (Exceto a capital), teve uma ampliação de 48,61% (De 72 para 107).

No consolidado do ano, é a Capital que mantem o menor percentual de aumento, chegando a 6,51%, ao somar 327 ocorrências, em 2020, contra 307 no mesmo período do ano passado. O Agreste vem logo em seguida, com uma ampliação de 7,13% de crimes (de 505 para 541), enquanto a Região Metropolitana (exceto a Capital) e o Sertão somaram 12% (de 584 para 658) e 17% (de 223 para 261), respectivamente. Por fim, a Zona da Mata registrou aumento de 29% (de 385 para 497).

“As organizações criminosas, especialmente as com atuação no tráfico de drogas, não paralisaram suas atividades com a pandemia. Ao contrário, em meio à crise econômica e o desaquecimento das atividades comerciais, cobraram com a vida as pessoas endividadas ou que se interpuseram em seu caminho no mercado da droga. Em meio a esse cenário que é nacional, até mais acentuado em outros estados, estamos trabalhando para manter a paz social nas ruas, enfrentar a pandemia e quebrar a espinha dorsal desses grupos. Só em julho, foram 208 homicidas presos. Em todo o ano, totalizamos 3.627 armas de fogo apreendidas e 3.500 criminosos encarcerados. Identificamos as áreas mais aquecidas, quadrilhas e já estamos atacando o problema para fazer os crimes contra a vida voltarem a recuar”, afirma o secretário de Defesa Social, Antonio de Pádua.

Diario de Pernambuco

Carga de 2,1 milhões de filtros para cigarro sem nota fiscal é apreendida em Sertânia

Uma carga de 2,1 milhões de filtros para cigarro sem nota fiscal foi apreendida na noite de domingo (16), na BR-232, em Sertânia, no Sertão de Pernambuco. A mercadoria era transportada em um caminhão que foi retido em uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O flagrante foi divulgado pela polícia nesta segunda-feira (17).

O caso ocorreu durante a abordagem a um caminhão com placas de Serra Talhada, no quilômetro 278 da rodovia federal. Ao abrir o compartimento de carga do veículo, os policiais encontraram centenas de caixa de papelão com os filtros para cigarro.

O motorista, de 43 anos, não portava a documentação fiscal da mercadoria. Ele informou aos policiais que os produtos haviam saído de Custódia e seriam entregues em Arcoverde, ambas no Sertão.

Após a atuação da PRF, a carga foi encaminhada à Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE) para a emissão dos tributos e multas provenientes da irregularidade.

Folhape

Nova Zelândia adia eleições em quatro semanas devido ao coronavírus

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira o adiamento de quatro semanas, para 17 de outubro, das eleições legislativas no país, devido a um novo surto de Covid-19. Tanto a oposição com sua própria coalizão de centro-esquerda pressionaram a primeira-ministra a adiar as eleições após o anúncio de novos casos de Covid-19 na semana passada em Auckland, que provocaram o retorno do confinamento na maior cidade do país.

O retorno do vírus após 102 dias sem o registro de nenhum caso interrompeu a campanha e provocou o temor de que muitos eleitores ficassem em casa por medo da pandemia no dia da votação, inicialmente prevista para 19 de setembro.

A líder da coalizão que governa a Nova Zelândia há quatro meses, favorita nas pesquisas e elogiada por sua gestão da crise do coronavírus, reconheceu a preocupação dos rivais de que a interrupção da campanha eleitora a teria beneficiado injustamente.

Depois de consultar os líderes dos partidos e a Comissão Eleitoral no fim de semana, Ardern escolheu a data de 17 de outubro.Ela disse que a mudança permitirá a todos os partidos organizar a campanha nas mesmas condições e deixou claro que, independente da situação, não pretende voltar a mudar a data das eleições. “Esta decisão dá tempo a todos os partidos para realizarem suas campanhas e à Comissão Eleitoral tempo suficiente para garantir que a eleição possa acontecer”, disse.

O diretor geral do Serviço Nacional de Saúde, Ashley Bloomfield, afirmou que a atual cepa é diferente da anterior. Ele disse que o governo fará testes para saber se a nova cepa entrou no país em mercadorias congeladas armazenadas em um frigorífico de Auckland. Bloomfield, no entanto, afirmou que não há evidências de que o coronavírus pode ser transmitido pelos alimentos ou suas embalagens e que as autoridades seguem considerando que a causa mais provável do novo surto é o contágio humano.

O país do Pacífico sul adotou a mesma estratégia que ajudou a conter a propagação do coronavírus durante o confinamento de sete semanas no início do ano, isolando os casos positivos, rastreando os contatos e com testes de diagnóstico generalizados.

O êxito precedente catapultou a popularidade de Ardern a 60%, que já havia aumentado com sua liderança na gestão após o ataque do ano passado em uma mesquita de Christchurch e durante a erupção de um vulcão na Ilha White. As pesquisas apontam uma vitória do Partido Trabalhista de Ardern que permitira um governo sem a necessidade de coalizão. Atualmente, ela governa com o apoio de partidos menores, os Verdes e o Nova Zelândia Primeiro (NZP).

O Partido Nacional, principal formação opositora, defendeu no fim de semana o adiamento das eleições para o fim de novembro ou para o próximo ano.

AFP

ARTIGO — Aceleraram o relógio do tempo

Odivan Carlos Cargnin

De repente parece que aceleraram o relógio do tempo. E nos vimos atrasados nessa jornada. É como se estivéssemos vivendo um ano qualquer no futuro, com uma ameaça do lado de fora da nossa porta que nos força a viver com hábitos diferentes daqueles que estávamos acostumados.

O avanço tecnológico dos últimos anos nos permite atenuar os impactos de um estilo de vida que fomos forçados a adotar. Muitos dos novos hábitos serão incorporados definitivamente ao nosso dia a dia, pois já percebemos que são úteis e melhores, mais eficientes e mais econômicos do que aqueles que tínhamos até então.

O distanciamento social não é uma coisa boa. Somos humanos e precisamos de interação social, do calor humano. Vivemos em sociedade. Logicamente, logo ali na frente, teremos a solução para a pandemia e as coisas voltarão ao normal. Mas talvez esse normal não seja exatamente aquele que tínhamos antes de tudo isso acontecer. Ao final restarão uma série de novos hábitos que serão incorporados nas nossas vidas.

Avenidas de oportunidades têm se criado para negócios que entreguem soluções para esse futuro que se impôs sem respeitar as regras do tempo. Com menos de seis meses do início da pandemia já se percebe que empresas que entregam serviços digitais têm se destacado, viram seus negócios aumentar e estão facilitando a vida das pessoas. Empresas de vídeo conferência se propagaram e uma delas, a Zoom, vale mais que as cinco principais companhias áreas do mundo somadas. Como explicar? Muitas reuniões que só aceitávamos fazer presencialmente, de repente, percebemos que podem ser feitas por vídeo conferência. Muitas viagens de negócios deixarão de ser feitas. O meio ambiente agradece, inclusive.

As FAANG, grupo de empresas formado por Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Google, que já vinham se destacando, aceleraram na dianteira das principais empresas do mundo, oferecendo inúmeras soluções digitais, como compras online, ferramentas de educação à distância, entretenimento, serviços para empresas e mesmo relacionamento social. Enquanto isso, empresas de petróleo, aviação, lojas físicas estão tendo problemas graves de solvência. Novos tempos.

É certo que o legado dessa crise, apesar do sofrimento e das perdas, será muito grande. Um deles certamente é a digitalização, que deixa de ser apenas uma opção e, mesmo para quem tinha dúvidas, passa a ser uma necessidade que vai deixar as pessoas mais seguras, mais eficientes e econômicas e o mundo menos poluído e mais saudável. A vida será melhor.

Quem sabe, a aceleração do relógio do tempo que nos foi imposta, não tenha sido proposital, para nos tirar do atraso de uma época que estávamos presos e resistindo a sair.