Guedes admite que Banco Central pode emitir moeda para conter crise

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não descarta emitir moeda para conter os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia. O chefe da equipe econômica também admitiu a possibilidade de que a União se endivide para pagar a conta. As ideias, no entanto, não têm apoio de outra ala, que inclui o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em audiência pública na comissão mista do Congresso que discute os efeitos da crise, na última quinta-feira (30/4), Guedes foi perguntado por parlamentares se a emissão de moeda era uma opção e respondeu que “sim”. “Se cairmos em uma situação de armadilha de liquidez, em um cenário de inflação zero, o Banco Central pode, sim, emitir muita moeda e comprar dívida interna”, disse. “Se a taxa de juros for muito baixa, ninguém quer comprar título longo e, aí, pode monetizar a dívida sem que haja impacto inflacionário”, explicou Guedes. “Estamos atentos a todas as possibilidades”, assegurou. Segundo ele, um bom economista “não tem dogma” e pode mudar o foco de ações para lidar com emergências durante crises. O ministro acredita que, no cenário atual, é possível “monetizar a dívida, sem gerar impacto inflacionário”. A estratégia seria a compra, pelo Banco Central, de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. O crédito emitido seria usado para arcar com gastos decorrentes da crise.

A impressão de moeda também foi defendida, na última quarta-feira (29/4), pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista a uma rádio. O petista concorda que não haveria risco de aumento de inflação, porque a pandemia resultou em queda de demanda. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no entanto, não considera que seja a melhor opção. “Não sou favorável. O argumento de que eu vou imprimir dinheiro porque a inflação está relativamente baixa é um argumento perigoso”, afirmou. “Eu acho que a saída não é por aí. É uma ideia, sempre a gente discute todas as ideias, mas hoje, e obviamente tudo pode ser modificado dependendo do que aconteça, mas hoje nós não entendemos que é a melhor saída não”, afirmou Campos Neto. Ele lembrou que o sistema de metas de inflação, adotado atualmente, determina que o BC regule a taxa básica de juros (Selic) com base na meta do Comitê de Política Monetária (Copom).

Correio Braziliense

IFPE abre inscrições para cursos gratuitos de formação à distância

O Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) abriu inscrições para Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), e podem ser feitas gratuitamente até a próxima terça-feira (7) neste link, que leva ao edital. O processo foi lançado pela Diretoria de Educação a Distância (DEaD).

Os cursos ofertados, escolhidos por meio de articulação com a Secretaria de Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco (SETEQ/PE) e Secretaria de Turismo de Pernambuco (SETUR/PE), são: Agente de Informações Turísticas, Assistente Administrativo, Assistente de Recursos Humanos, Assistente Financeiro, Auxiliar de Cozinha, Balconista de farmácia, Cuidador de Idoso, Higienista de Serviços de Saúde, Operador de Caixa e Recepcionista.

As 960 vagas serão preenchidas conforme a ordem de inscrição e o resultado preliminar está previsto para ser divulgado no dia 11 de maio. Outras dúvidas podem ser esclarecidas no email: selecao.discentes.fic2020@ead.ifpe.edu.br

Folhape

PF prende estelionatários que tentavam sacar auxílio emergencial

A Polícia Federal anunciou a prisão em flagrante de uma dupla de estelionatários que tentavam realizar saques indevidos com cartões do Bolsa Família. Segundo a PF, a dupla teria teria retirado com sucesso cerca de R$ 96 mil de contas que receberam parcelas do auxílio emergencial. O crédito é fornecido pelo governo para a população de baixa renda como forma de minimizar danos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Os homens portavam 108 cartões do programa Bolsa Família de diversas titularidades. Para os beneficiários do programa, as parcelas do auxílio emergencial são automáticas, sem necessidade de cadastros adicionais.

O crime aconteceu na cidade de São Luís (MA), na madrugada desta quinta-feira (30), na agência da Caixa Econômica Federal localizada na praça João Lisboa, no centro.

Agência Brasil

Brasil registra mais de 6.000 mortes por coronavírus, com 428 novos óbitos em 24h

O Brasil registrou 428 novas mortes e 6.209 novos casos confirmados de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado na sexta-feira (1).

Agora, o país tem ao todo 6.329 óbitos e 91.589 casos de infecção por coronavírus. Na quinta-feira (30), o Brasil havia ultrapassado a China em número de pessoas infectadas. O Brasil é hoje o 10º país no ranking mundial nesse quesito – os Estados Unidos são o local onde há mais casos, com mais de 1 milhão registrados, seguido pela Espanha, com mais de 213 mil infectados.

Já a China tem 83.958 casos confirmados. Os dados dos países são da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que monitora a pandemia.

O Brasil já tinha passado a China, onde o vírus surgiu, em número total de mortes na terça-feira (28), quando o total passou a 5.017 mortes por Covid-19.

Folhapress

Na Europa, governos pagam para salvar empregos

No começo da tarde, eles começam a chegar ao centro de apoio social da comuna de Saint-Josse-ten-Noode, em Bruxelas. Eram 200, há 15 dias; são mais que o dobro duas semanas depois. Todas as terças, 500 pessoas vêm buscar uma cesta de comida montada para durar uma semana. O serviço de emergência foi criado com a ajuda do Banco Alimentar, para atender ao número crescente de moradores cujo emprego ou a renda desapareceram na crise provocada pelo coronavírus.

A pouco mais de um quilômetro de distância, na Comissão Europeia, o Poder Executivo da UE trabalha nos detalhes finais de um esquema de € 100 bilhões (R$ 600 bilhões) para tentar salvar empregos. O dinheiro financiaria programas nacionais em que o Estado banca uma parte do salário de trabalhadores que tenham ficado sem atividade durante a crise, em troca de que a empresa reduza sua carga horária, mas não o demita. Os programas se provaram necessários: pedidos para segurar 10,1 milhões de vagas foram feitos do começo de março até 26 de abril na Alemanha. Mas não foram suficientes: 373 mil funcionários de empresas alemãs foram dispensados neste mês, elevando para 2,64 milhões o número de desempregados, uma taxa de 5% em abril.

Os dados do departamento de trabalho alemão mostram que a pressão da pandemia sobre o mercado de trabalho está sendo muito maior que a da crise financeira de 2008, quando o esquema foi criado. Em todo o ano de 2009, o governo alemão recebeu pedidos de subsídio para as vagas de 3,3 milhões de trabalhadores, cerca de um terço dos recebidos nos últimos 50 dias. O Instituto de Pesquisa do Emprego alemão prevê que até 1 milhão de empregados percam suas vagas nos próximos meses. Parte deve ser recuperada quando a economia se reanimar, mas a estimativa é que a pandemia retire do mercado até 520 mil postos de trabalho neste ano.

A situação deve ficar ainda mais grave em países que adotaram confinamentos mais rígidos e dependem mais do turismo para sua retomada, como Espanha, Itália, França. Nas cinco maiores economias da Europa (as quatro já citadas mais o Reino Unido), calcula-se que até um quinto da força de trabalho (ou 30 milhões de funcionários) tenha se inscrito nos programas conhecidos como Kurzabeit (nome dado pela Alemanha, pioneira no esquema, e que significa licença de curto prazo). Os governos nacionais montaram seus próprios fundos enquanto esperam pela ajuda da União Europeia, mas empresas e analistas temem que eles não durem o suficiente para aplacar os danos da crise. No Reino Unido, 185 mil empresas pediram ajuda estatal para segurar 1,3 milhão de vagas no primeiro dia de operação do esquema, na segunda-feira (20). O plano foi previsto até o fim de junho, e empresas aéreas e do setor de turismo acreditam que não haverá receita suficiente para manter suas vagas depois disso. Outro limitador é que o esquema de licença pode ser inviável para pequenas empresas. Nesta semana, o governo britânico anunciou uma linha especial de crédito para esse segmento, com garantia total do Estado.

Na Espanha, o esquema evitou 4 milhões de demissões, segundo o governo, e empresários negociam com uma prorrogação (o prazo inicial era maio) e uma redução das exigências para obter a ajuda. Mas em março foram dispensados 285,6 mil trabalhadores, levando o número de desempregados a 3,31 milhões, de acordo com o instituto nacional de estatística. Os números do serviço de seguridade, responsável pelo pagamento do seguro-desemprego, são ainda mais altos: falam em 800 mil pessoas demitidas em março. Pelos dados do instituto de estatística, a taxa de desemprego na Espanha está em 14,4% no primeiro trimestre deste ano, segundo o instituto nacional de estatística, mas chega a 33% entre os menores de 25 anos.

Na França, são mais de 10 milhões de licenças parciais. O esquema francês, considerado o mais generoso da Europa, está sendo usado por 60% das empresas do país (820 mil companhias).

No setor de construção e no de hotelaria e restaurantes, 9 em cada 10 trabalhadores estão com seus vencimentos a cargo do Estado.

Folhapress

Governo anuncia redução no preço do gás natural em Pernambuco

O Governo do Estado, através da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), anunciou a redução nos valores das tarifas de gás para diversos segmentos, a partir de 1º de maio. A redução média ficará em 8,12% nos setores atendidos pela empresa. O segmento veicular abastecido com o Gás Natural Comprimido (GNC) foi o que obteve a maior redução, com uma queda de 9,25% na tarifa. Em segundo lugar, aparece a área de cogeração, que terá uma redução de 9,16%.

A autorização para a recomposição tarifária do combustível foi determinada pela Agência Reguladora de Pernambuco – ARPE e será publicada no Diário Oficial do Estado, no próximo dia 1º de maio. Essa redução nas tarifas é referente à variação trimestral do custo do gás natural vindo da Petrobrás.

Os segmentos veicular (GNV), residencial e industrial terão reduções de 8,54%, 8,07% e 7,96%, respectivamente. O setor comercial ficará com uma tarifa 6,32% menor.

A Copergás está presente em Pernambuco com uma rede distribuidora de 870 km, atendendo a mais de 47 mil clientes e uma média de 1,4 milhão de metros cúbicos de gás distribuídos por dia. Para os próximos cinco anos, a Companhia investirá cerca de R$ 323 milhões em infraestrutura nos setores Industrial, comercial, residencial, veicular, termoelétrico e cogeração. Estima-se a implantação de 402km de gasodutos para o período.

Em 2020, a Copergás deve completar as obras de expansão para o município de Ipojuca, atendendo as praias de Muro Alto e Porto de Galinhas; além de Carpina, na Zona da Mata Norte. Também está sendo desenvolvida a rede distribuidora local no município de Petrolina, criando uma base operacional no Sertão do São Francisco.

Servidores da linha de frente no combate à Covid-19 recebem doação de protetor facial

Nesta sexta-feira (1°), Dia Internacional do Trabalhador, a Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Ordem Pública, distribuiu uma doação de 250 unidades de protetor facial, material feito pelos detentos da Penitenciária Juiz Plácido de Souza.

“Diferentemente das máscaras convencionais vendidas nas farmácias, os protetores faciais protegem todo o rosto de gotículas e respingos durante as ações. Dessa forma, oferecemos mais segurança aos profissionais na luta contra a pandemia do coronavírus”, detalhou o secretário executivo de Ordem Pública, Dyego Veras.

“Diariamente, os servidores da Secretaria de Ordem Pública, Guarda Municipal, agentes de trânsito da DESTRA e bombeiros civis (voluntários), que estão prestando serviços à população nas barreiras sanitárias (fixas e itinerantes) e Grupo de Fiscalização Integrada Covid-19, recebem equipamentos de proteção individual (EPIs). Protetor facial, máscaras, álcool em gel e luvas – para quem faz entrega de material são entregues às equipes, além de ser realizada a desinfecção dos veículos, em parceria com a Secretaria de Serviços Públicos. Os servidores também têm prioridade na testagem do COVID-19 para casos suspeitos, dentro do protocolo da saúde e vacinas H1N1”, afirmou a secretária de Ordem Pública, Karla Vieira.

Ainda no dia de hoje, uma empresa alimentícia realizou doações aos profissionais nas barreiras sanitárias (fixas e itinerantes), em forma de homenagem e agradecimento. As tropas receberam os produtos, com muita emoção, pelo reconhecimento ao trabalho bem realizado nesse desafio de enfrentamento à Covid-19.

Compesa reduz rodízio no abastecimento do município de Pedra

A cidade de Pedra, no Agreste, teve redução significativa no rodízio de água devido às chuvas registradas no último mês. A Compesa conseguiu realizar a mudança de calendário visto que a barragem Mororó, que abastece o município, atingiu 100% de sua capacidade, possibilitando o ajuste operacional no sistema por parte da Companhia.

Cerca de 13.500 pessoas já estão sendo beneficiadas com o novo rodízio que começou a ser aplicado no dia 15 de abril. Antes, o abastecimento era realizado em regime de quatro dias com água e 26 dias sem. Agora, são 3 com X 7 sem.

“Nós conseguimos reduzir o rodízio no abastecimento, justamente numa época em que a demanda da população por água aumentou, devido à pandemia e à necessidade de higienização mais frequente. Com certeza, o efeito dessa redução será muito positivo”, explica o gerente da Unidade de Negócios da Compesa, Denis Mendes.

Rio de Janeiro prorroga até 11 de maio medidas de isolamento social

O estado e o município do Rio de Janeiro prorrogaram as medidas de isolamento social impostas por causa da pandemia do novo coronavírus. Os dois decretos foram publicados hoje (30) nos diários oficiais do município e do estado.

O decreto do governador Wilson Witzel prorroga até 11 de maio todas as medidas de prevenção e enfrentamento à propagação do novo coronavírus.

Fica mantido o fechamento de escolas públicas e privadas, creches e instituições de ensino, a suspensão de eventos esportivos, culturais, shows e feiras científicas em local aberto ou fechado, bem como cinemas, teatros e afins.

Também devem permanecer fechadas em todo o estado as academias, centros de lazer, esportivos e shoppings. Permanece ainda a recomendação para que a população não vá às praias, lagoas, rios, clubes e piscinas públicas.

Estão autorizados a funcionar apenas os serviços essenciais, como supermercados, açougues, padarias, lanchonetes, hortifrutis, farmácias e lojas de conveniência. Estes estabelecimentos devem seguir todas as medidas de segurança para evitar aglomerações e cumprir distanciamento entre as pessoas.

Prefeitura
No Diário Oficial do Município, foi publicado um decreto modificando o Decreto 47.282, de 21 de março, que “determina a adoção de medidas adicionais, pelo município, para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus”.

Foi incluída uma ressalva para que a Caixa Econômica Federal possa fazer atendimento presencial em unidades indicadas até o dia 15 de maio. O prazo anterior era 20 de abril.

A medida vale para o atendimento de pessoas do grupo de risco para a covid-19, que são as com 60 ou mais anos, gestantes, com mobilidade reduzida ou que tenham doenças crônicas como asma, hipertensão arterial e diabetes. O atendimento a elas deve ocorrer entre 8h e 10h.

Os decretos da prefeitura não trazem prazo para o fim da adoção das medidas gerais de combate à pandemia.

Rombo nas contas públicas chega a R$ 21,2 bilhões em março e deve piorar

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, durante entrevista coletiva para comentar o Resultado Primário do Governo Central de janeiro.

O governo central registrou um rombo de R$ 21,2 bilhões nas contas de março e esse número só não foi pior porque adiou o pagamento de R$ 10 bilhões com precatórios, de acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. Ele ainda fez um alerta: em abril, o resultado será bem pior.

“O deficit primário de abril será maior do que o de todo ano de 2019”, antecipou, durante videoconferência com jornalistas, ontem. Em todo o ano passado, o buraco das contas públicas do governo central ficou em R$ 95 bilhões.

De acordo com Mansueto, as despesas extraordinárias para o combate à pandemia da Covid-19 vão começar a aparecer a partir deste mês. Ele lembrou que o resultado do mês passado foi um pouco melhor do que o de 2019, porque o cronograma de pagamentos de precatórios está diferente do de 2019. Ou seja, se essa despesa tivesse sido incluída nos resultados, o saldo negativo das contas públicas saltaria para R$ 31,2 bilhões. A previsão do governo para o pagamento de precatórios em 2020 é de R$ 52 bilhões.

No acumulado em 12 meses até março, o resultado primário do governo central ficou negativo em R$ 90,2 bilhões, abaixo da meta fiscal para este ano, de um deficit de até de R$ 124 bilhões. Entretanto, Mansueto lembrou que esse objetivo não será mais perseguido devido ao decreto de calamidade pública, que permitirá o aumento de gastos emergenciais para conter os efeitos da crise da pandemia. “Vamos ter uma piora fiscal temporária”, afirmou.

Ao apresentar os dados fiscais do primeiro trimestre do ano, Mansueto adiantou que prevê um rombo de R$ 550 bilhões nas contas do governo central, que inclui Tesouro, Previdência Social e Banco Central, em 2020. Até hoje, as despesas emergenciais aprovadas pelo Congresso para o combate ao coronavírus somam R$ 253 bilhões, de acordo com os dados do Tesouro. Desse total, R$ 59,8 bilhões foram pagos pela União.

Mansueto admitiu que esses gastos podem crescer. Mas, por enquanto, a previsão dele é de um deficit primário de R$ 600 bilhões para o setor público consolidado –– ou seja, incluindo estados, municípios e estatais, “o equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB)”.

O secretário do Tesouro evitou fazer estimativas sobre nova previsão para o PIB brasileiro, mas admite que haverá queda, apesar de a estimativa oficial do Ministério da Economia ainda ser de um crescimento de 0,02% no PIB deste ano. Mansueto acredita que a nova projeção poderá ficar “muito próxima” da mediana das previsões do mercado, de -3,3%, mas evitou dar números.

Encolhimento
A receita líquida encolheu 6%, para R$ 91,7 bilhões, em março, valor que não foi suficiente para cobrir as despesas, que somaram R$ 112,9 bilhões. Mansueto admitiu que a perda de arrecadação, ao longo de 2020, deverá ser “significativa”, principalmente porque haverá frustração na receita com tributos devido à atividade econômica fraca, assim como com dividendos de estatais e com royalties de petróleo. Ele lembrou que o barril do óleo está abaixo de US$ 20, mas, nas contas do governo, ainda está estimado perto de US$ 50.

Ao ser questionado pelo Correio, o secretário do Tesouro negou qualquer tentativa do governo de tentar compensar a perda de receita com aumento de impostos. “Claramente, agora, o governo não trabalha com nenhuma estimativa ou proposta de aumento de imposto”, garantiu.

País sairá da crise lentamente

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro despreza os dados sobre o crescimento do número de vítimas fatais da Covid-19, o Brasil passa a figurar na lista dos países com maiores dificuldades para se recuperar da recessão que está se formando. A empresa de consultoria Capital Economics demonstrou maior preocupação com o país e a Itália, na retomada, porque devem registrar forte aumento da dívida pública “por uma década ou mais”. A consultoria britânica também reforçou que está “mais pessimista” em relação a México e Turquia.

De acordo com um dos relatórios da Capital sobre mercados emergentes, divulgados ontem, o governo do Brasil está ao lado de Índia e de países da África que demoraram para reagir contra a pandemia, e agora estão tendo “menos sucesso em aplainar suas curvas de contágio”.

“Isso sugere que medidas de distanciamento social e os bloqueios podem permanecer por mais tempo, o que atrasaria e limitaria uma eventual recuperação da atividade nesses lugares. Também pode significar que é necessário mais apoio do governo para manter os setores privados à tona, o que agravará os riscos de inadimplência da dívida”, destacou Edward Glossop, economista de Mercados Emergentes da Capital. A consultoria prevê retração de 5,5% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano e 2,5% de crescimento em 2021.

Em outro relatório, analistas da Capital destacaram que, apesar de o governo brasileiro ter cortado algumas “gorduras” com a Reforma da Previdência, no ano passado, “o coronavírus fará as métricas fiscais se deteriorarem ainda mais” neste ano. Uma das principais críticas dos analistas da Capital em relação ao governo brasileiro é que, como o México, o Brasil tem demorado para adotar medidas para conter a pandemia –– e o custo dessa lentidão será elevado.

“Governos em mercados desenvolvidos geralmente têm sido rápidos em oferecer assistência direta para trabalhadores e empresas (…). Países com finanças públicas fracas, como o Brasil, serão mais reticentes em apoiar seus setores privados”, destacou o documento.

Correio Braziliense