Rússia vai construir unidades de isolamento contra coronavírus

Coronavirus

A Rússia planeja construir novas unidades de isolamento para pacientes com doenças infecciosas em várias regiões em resposta à disseminação do coronavírus, informou o vice-primeiro-ministro russo, Marat Khusnullin, segundo a agência de notícias Tass.

Ele disse que as unidades serão baseadas em um estudo minucioso das mesmas construídas na China, e que o governo russo está discutindo os planos com parceiros chineses no setor de construção.

A medida é uma de várias adotadas uma vez que a Rússia, que relatou poucos casos confirmados da doença em comparação com outros países europeus, prepara seu sistema de saúde para um possível aumento no número de pacientes.

No país foram registrados 367 casos e uma morte resultante do coronavírus, que infectou mais de 305 mil pessoas em todo o mundo e matou mais de 13 mil.

“Para estar preparado para todas as maneiras pelas quais a situação pode se desenvolver foi tomada a decisão de começar a construção de unidades de isolamento adicionais em várias regiões”, disse Khusnullin a um programa de televisão estatal, segundo a Tass.

Instituições de ensino superior migram para ensino a distância

Instituições de ensino superior recorrem à educação a distância para manter o ritmo de estudos em locais onde as faculdades e universidades não estão funcionando, para evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19). Esta semana, o Ministério da Educação (MEC) publicou portaria autorizando a modalidade em cursos presenciais, ressaltando que a qualidade das aulas deve ser mantida. A Agência Brasil conversou com especialistas para esclarecer como as instituições devem se preparar e quais os direitos que os estudantes têm neste momento.

A portaria publicada pelo MEC na quarta-feira (18) autoriza que as aulas sejam transmitidas de maneira remota. Para isso, o MEC deve ser comunicado, e as instituições que optarem pela oferta a distância devem se preparar. As regras não valem para práticas profissionais de estágios e de laboratório, que só podem ser realizadas presencialmente.

Na quinta-feira (19), o MEC autorizou também que sejam dadas a distância as disciplinas teórico-cognitivas do primeiro ao quarto ano dos cursos de medicina. Até então, nenhuma aula desses cursos poderia ser dada por meios remotos.

“É importante que se entenda que essas medidas são provisórias”, diz Luiz Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), que é a entidade responsável, entre outras coisas pelo cumprimento da legislação educacional e por zelar pela qualidade do ensino. “A instituição tem que fazer um esforço complementar no sentido de permitir o cumprimento da portaria com qualidade. Todo mundo tem que fazer um esforço extra para que as coisas ocorram na normalidade”.

Curi ressalta que as normas para metodologias da educação a distância continuam em vigor. Mas, em resposta a consulta feita pela Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior (Abmes), o CNE esclareceu que no que diz respeito à pandemia do covid-19, as decisões tomadas no âmbito do Comitê Operativo de Emergência instituído pelo MEC, “sobrepõem-se a quaisquer outras manifestações inerentes ao sistema federal de ensino”, ou seja, as regras podem ser alteradas nos próximos dias.

Orientações para as aulas
Durante a semana, o Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior, realizou uma série de webinários para tirar dúvidas sobre a migração para as aulas online. O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, destacou que uma possibilidade é de as instituições terem uma equipe de apoio para orientar professores na elaboração de novos planos de aulas e no desenvolvimento de estratégias para cumprir o programa. As opções são muitas, como a utilização de plataformas de educação a distância (EaD), aulas ao vivo, o envio e recebimento de exercícios, vídeos e áudios por WhatsApp, entre outras.

“Essas possibilidades mantêm os professores trabalhando e em contato com os alunos. Eles vão compreender que não se está transportando as aulas só com plataforma Ead, mas fazendo algo onde os professores estão junto com os estudantes”, diz.

Capelato orienta que as decisões das instituições sejam pensadas, organizadas em um plano e comunicadas aos estudantes. “Os alunos precisam entender claramente as regras, entender como vai ficar. Deixar claro que segue o mesmo ensino, só muda o meio. O estudante continua com os professores à disposição”.

O diretor presidente da Abmes, Celso Niskier, que também acompanha a situação e orienta as instituições privadas, complementa: “O que é importante é que as instituições, seja pelas aulas remotas ou por reposição [posterior das aulas], cumpram o programa das disciplinas, para que não haja prejuízo acadêmico para os alunos. Isso garante que a gente enfrente a crise sem maiores turbulências”.

Para os estudantes, o cofundador da Curseria, plataforma de cursos online, Celso Robeiro, recomenda que tenham uma rotina bem definida, para conseguir se organizar e aproveitar melhor as aulas. “A maioria das pessoas está em casa. É difícil criar uma rotina de trabalho com o filho, com o cachorro, etc. O que a gente recomenda é que a pessoa tente seguir o mais próximo da rotina normal. Que tome banho, se arrume, que não fique de pijama achando que está de férias”, diz.

Instituições federais
Em universidades e institutos federais, o MEC informou na sexta-feira (20) que ampliou a capacidade de webconferências. Agora, mais de 123 mil estudantes e professores poderão ser beneficiados. Antes, eram 82 mil os que usavam esses recursos.

Além disso, terão acesso a 15 salas de reuniões simultâneas de webconferência – uma unidade pode receber até 75 participantes. Antes, eram 10 salas simultâneas. As salas virtuais podem ser acessadas por computadores pessoais e smartphones.

A capacidade total do serviço de 1,7 mil acessos simultâneos passa, agora, para 10 mil. O MEC anunciou que aumentou também a capacidade do serviço de videoconferência de 10 para 30 salas virtuais, com até 15 pontos remotos em cada sala. Para realizar as reuniões, de acordo com a pasta, basta que o usuário se conecte a um computador, a uma televisão disponível na sua instituição, utilizando um navegador web.

Direitos dos estudantes
Segundo o diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Igor Britto, não há ainda razões para os estudantes pedirem o dinheiro de volta, a redução, ou não pagarem as mensalidades. No caso das aulas terem sido suspensas, elas ainda poderão ser repostas.

“A gente tem que pensar que a despesa das instituições de ensino se mantém. Elas estão mantendo o pagamento dos professores”, diz e acrescenta: “Temos que considerar que estamos passando por um momento inédito na história do mundo”.

Ele ressalta, no entanto, que cabe às instituições buscar alternativas de qualidade para que não sejam questionadas posteriormente.

“Não há motivos para professores, universidades e instituições de ensino não comunicarem e não orientarem os alunos a respeito de tudo que podem fazer. Uma coisa que podemos dizer, aquela faculdade que, neste momento, não está buscando alternativas para se comunicar com os alunos, para orientar estudos a distância, atividades e exercícios, elas terão sérios problemas de reclamação dos consumidores na medida em que não há justificativa para não fazer isso”, diz, acrescentando que até mesmo as redes sociais podem ser usadas para o ensino.

De acordo com o último Censo da Educação Superior, dos cerca de 8,5 milhões de estudantes universitários no país, 6,4 milhões, o equivalente a aproximadamente 75% dos estudantes estão matriculados em cursos presenciais. Segundo monitoramento divulgado pela Abmes, há, em todos os estados e no Distrito Federal, interrupções de aulas presenciais em instituições públicas e privadas de ensino superior.

Agência Brasil

BNDES anuncia injeção de R$ 55 bi na economia

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou, neste domingo (22), medidas que totalizam R$ 55 bilhões que visam mitigar os efeitos da pandemia de coronavírus na economia.

O valor equivale a quase a totalidade dos desembolsos do banco em 2019.

Banco do Brasil e Caixa, as outras duas grandes instituições financeiras do governo, já haviam adotado ações para mitigar os reflexos do vírus na economia, como reforço no crédito e corte em juros.

São quatro as medidas anunciadas pelo BNDES:

1) transferência de recursos do fundo do PIS-Pasep para o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), no valor de R$ 20 bilhões;

2) suspensão temporária de pagamentos de parcelas de financiamentos concedidos diretamente para empresas, no valor de R$ 19 bilhões;

3) suspensão em caráter temporário de pagamentos de parcelas de financiamentos indiretos para empresas no valor de R$ 11 bilhões;

4) ampliação do crédito para micro, pequenas e médias empresas, via bancos parceiros, no valor de R$ 5 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou da teleconferência na qual Montezano detalhou as medidas anunciadas.

Bolsonaro afirmou que o combate ao vírus deve ser tratado com cuidado, porque a doença pode ser fatal para os idosos, mas disse que também é muito importante garantir a manutenção dos empregos -na véspera, o presidente dissera que “governadores irresponsáveis” estão proporcionando desemprego com medidas que restringem a atividade econômica.

Segundo Montezano, o objetivo da suspensão dos pagamentos das parcelas de financiamentos diretos e indiretos tem como objetivo “dar tranquilidade e alívio de caixa para as empresas brasileiras”.

Serão atendidos com a medida setores como petróleo e gás, aeroportos, portos, energia, transporte, mobilidade urbana, saúde, indústria e comércio e serviços.

A ampliação do crédito para micro, pequenas e médias empresas ocorrerá por meio da linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, que passará a contemplar empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões.

O limite de crédito por beneficiário aumentará de R$ 10 milhões para R$ 70 milhões. As empresas terão dois anos de carência e cinco anos de prazo total para pagar esse financiamento.

A transferência de recursos para o FGTS já havia sido anunciada na última semana pelo Ministério da Economia, que indicará quais os critérios para os trabalhadores efetuarem novos saques.

Montezano afirmou que essas são apenas as primeiras medidas tomadas pelo banco e que as ações durarão até o fim da crise do coronavírus. Ele disse, ainda, que o BNDES veio se preparando silenciosamente nas últimas duas semanas para lidar com os efeitos da pandemia.

“Houve uma verdadeira revolução tecnológica no banco, mudaram todos os sistemas operacionais. Temos condições técnicas de operar com 100% dos funcionários trabalhando de casa”, afirmou.

Montezano disse, também, que o BNDES ainda discute produtos para as companhias aéreas, os estados e municípios e os setores do turismo, bares e restaurantes.

Quando lhe foi perguntado sobre a venda de ações e a devolução antecipada de recursos ao Tesouro Nacional, Montezano disse que as duas possibilidades estão temporariamente suspensas.

“No momento atual, qualquer venda de ações se torna muito desafiadora. O mercado está muito volátil, é complicado vender qualquer ação. Esperando a normalização dos mercados, voltamos a discutir. Da mesma forma, a devolução ao Tesouro. A instrução foi que a gente focasse nesse momento nos esforços para a superação da crise”, afirmou.

Folhape

Pernambuco chega a 37 casos confirmados do coronavírus

O número de casos do novo coronavírus subiu para 37 em Pernambuco. A informação foi repassada pelo Governo do Estado, em boletim divulgado ontem à tarde, junto com um novo decreto de Paulo Câmara (PSB). De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, foram quatro resultados positivos para a Covid-19 o sábado (21) e este domingo (22), sendo três no Recife e um em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

A maioria das confirmações se concentra na capital pernambucana. Agora, 310 casos da nova doença ainda estão em investigação e 375 já foram examinados e descartados pelos médicos.

Um dos estados com mais confirmações no início da nova pandemia no País, Pernambuco vem registrando menos casos, diariamente, que os outros dois mais populosos do Nordeste. O Ceará, que houve uma disparada nos últimos dias, é o quarto com mais confirmações para a Covid-19, enquanto a Bahia registra 49 testes positivos.

Nesta semana, a Fiocruz e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) fizeram uma projeção, com base em um modelo matemático, em que Recife e Salvador seriam as cidades mais atingidas pelo novo vírus a curto prazo. O estudo levou em consideração a conexão aérea e a população de risco apresentada nas duas capitais nordestinas.

Folhape

Sete passos para o seu negócio sobreviver à crise causada pelo coronavírus

Em meio a emergência global causada pela pandemia do coronavírus, os empresários do mundo inteiro estão lidando com um inimigo a mais além do vírus, que é a diminuição drástica das receitas e do faturamento devido a necessidade de fechar as portas ou diminuir as atividades como medida de contenção do avanço do covid-19.

O empresário Richard Harary, CEO da Macrobaby, maior loja de enxovais de bebê dos Estados Unidos, aponta que para as empresas sobreviverem em tempos como esse e evitarem o pior terão de tomar medidas drásticas: “temos que lembrar que não é um problema isolado, e sim uma catástrofe mundial que afeta muito mais do que a economia, mas principalmente a saúde das pessoas. Mas em tempos de dificuldade que surge a necessidade de calma e pensar fora da caixa, para viabilizar algumas medidas que farão a diferença nos seus negócios.”

Richard Harary enumera sete passos para atravessar a recessão causada pela emergência global do coronavírus e manter o seu negócio de pé. Confira:

1- Renegocie aluguéis e prazos

Se o Imóvel da empresa for alugado, entre em contato com proprietário explicando a situação e peça uma carência de 1 a 2 meses de aluguel, ou algum desconto devido à situação de emergência. Se o Imóvel for financiado, faça a mesma coisa com a financeira.

2- Use o seguro

Veja se o seu seguro cobre a eventualidade de prejuízos gerados pelo fechamento devido a uma catástrofe nacional, que é o caso do que estamos passando hoje em dia.

3- Reduza carga horária e custos fixos

Corte os custos fixos em tudo que for possível. Reduza a carga horária dos funcionários ao máximo. Se preciso, dispense alguns funcionários e mantenha na empresa somente os melhores.

4- Motive a sua equipe a vestir a camisa

Motive os funcionários que não foram dispensados a vestir a camisa da empresa, mais que nunca. Conscientize-os para que juntos, funcionários e empregador, possam superar esta crise.

Importante também manter a comunicação e acompanhar de perto aqueles que precisarão trabalhar remotamente em home office.

5- Ganhe tempo

Veja todos custos que podem ser cortados. Faça uma lista e enumere tudo que possa ser temporariamente pausado. Corte ao máximo os gastos e avise aos fornecedores que só vai poder pagar após as coisas se regularizarem. Converse, seja sincero e peça algum tempo a todos.

6- Invista na criatividade e na internet

Seja criativo e encontre novas maneiras de vender nesta época de dificuldade. Listar sua empresa e seus produtos no eBay, MercadoLivre e similares pode ser uma boa alternativa para seguir com as vendas.

Procure os melhores market places da internet e posicione sua empresa digitalmente nas redes sociais.

Investir na divulgação online e criar promoções fortes para manter algum fluxo de caixa é muito importante nessa hora. Lembre-se que as vendas online estão mais em alta nesta época de isolamento e quarentena.

7- Mantenha a calma

Este é o passo mais importante: manter a calma. Tudo vai voltar ao normal e quando voltar, as pessoas vão querer viajar, passear e gastar.

Dia Mundial da Água: bilhões não têm acesso a água e sabão

Neste domingo (22), quando se comemora o Dia Mundia Mundial da Água, todas as atenções estão voltadas para a luta contra o novo coronavírus (Covid-19) e um cuidado de higiene é fundamental para evitar pegar a doença e propagar o vírus da Sars-cov-2: lavar corretamente as mãos. Mas, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), duas em cada cinco pessoas em todo o mundo não têm instalações básicas para se lavar as mãos, de acordo com os dados mais recentes.

Conforme o Unicef, 40% da população mundial, ou 3 bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa e quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm instalações básicas para lavar as mãos em casa.

O Unicef afirma ainda que 47% das escolas, que abrigam 900 milhões de crianças em idade escolar, não tem um lavatório adequado.

Nos estabelecimentos de saúde de todo o mundo, 16% não tinham banheiros funcionais ou instalações para lavar as mãos nos pontos de atendimento onde os pacientes são tratados.

“Lavar as mãos com sabão é uma das coisas mais baratas e eficazes que você pode fazer para proteger você mesmo e os outros contra o coronavírus, bem como contra muitas outras doenças infecciosas. No entanto, para bilhões, mesmo as medidas mais básicas estão simplesmente fora de alcance”, disse Sanjay Wijesekera, diretor de Programas do Unicef.

O fundo apresentou ainda outros dados que mostram a precariedade dos serviços de saneamento básico em todo o mundo. Na África ao sul do Saara, 63% da população nas áreas urbanas, ou 258 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Na Ásia Central e Meridional, 22% da população nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos; quase 50% dos bengaleses urbanos, 29 milhões de pessoas, 20% dos indianos urbanos, ou 91 milhões de pessoas, carecem de instalações básicas para lavar as mãos em casa.

No Brasil
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), na média brasileira, 83,5% da população é servida por rede de água e apenas 52,4% tem o esgoto coletado, do qual somente 46% é tratado, conforme os dados mais recentes divulgados em fevereiro. Esses percentuais pouco subiram nos últimos anos, ligando o alerta para a impossibilidade de se cumprir as metas de universalização do saneamento até 2033, conforme o Plano Nacional de Abastecimento (PlanSab), de 2013.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou estudo que prevê que quatro em cada 10 litros de água são perdidos no Brasil antes de chegar à população. Conforme a confederação, 34 milhões de brasileiros não têm água encanada e quase 40% dos recursos hídricos se perdem por desvios e infraestrutura deteriorada.

Novo marco do saneamento
Está na pauta do Senado a proposta do Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico. O texto, aprovado pela Câmara dos Deputados no final de dezembro, pretende unificar as regras do setor sob o guarda-chuva da Agência Nacional de Águas (ANA).

O principal objetivo do projeto é abrir o mercado para a iniciativa privada, de modo a garantir recursos para a universalização do abastecimento de água e da coleta e tratamento do esgoto.

Covid-19: cientistas identificam ponto fraco do novo vírus

Pesquisadores alemães conseguiram decifrar uma parte essencial do Sars-Cov-2, que causa a Covid-19. Por meio de uma técnica de análise avançada, eles mapearam a estrutura da molécula que está presente no vírus e é responsável pela replicação dele em organismos. Com base nessas descobertas, a equipe desenvolveu um medicamento para frear o patógeno. O remédio mostrou resultados positivos em testes feitos com ratos e poderá contribuir para o tratamento da pandemia. Os resultados foram publicados ontem, na edição da revista especializada Science.

No estudo, os cientistas ressaltaram que equipes de todo o mundo estão trabalhando duro para desenvolver substâncias ativas contra o Sars-Cov-2. “A análise estrutural das proteínas funcionais do vírus é muito útil para esse objetivo. A função de uma proteína está intimamente relacionada à sua arquitetura 3D. Se essa arquitetura 3D for conhecida, é possível identificar pontos de ataque específicos”, explicaram os autores do artigo, liderados por Linlin Zhang, pesquisadora da Universidade de Lubeck.

Os pesquisadores usaram a cristalografia de raios-X, uma tecnologia refinada que analisa minuciosamente moléculas por meio de radiação eletromagnética. Com esse recurso, eles conseguiram definir a estrutura da principal protease (enzima que decompõe proteínas) do Sars-Cov-2, chamada Mpro ou 3CL. Ela é um dos principais alvos de drogas contra coronavírus por se responsável pela reprodução desses micro-organismos.

Com base no estudo da estrutura da protease, os pesquisadores otimizaram inibidores de coronavírus para desenvolver o composto 13b. A intenção era de que ele funcionasse como um bloqueador da protease principal do Sars-Cov-2. Segundo os cientistas, o 13b é capaz de melhorar a ação de inibidores, prolongando, por exemplo, o tempo útil deles no plasma sanguíneo de pessoas infectadas.

Os investigadores testaram o 13b em camundongos e descobriram que a inalação foi bem tolerada pelas cobaias, que não apresentaram efeitos adversos. “O tempo médio de permanência do 13b foi de 2,7 horas e a meia-vida, de 1,8 hora nos testes com camundongos. Isso é muito benéfico, principalmente pela forma como foi aplicado, pela nebulização, que atinge diretamente os pulmões. A inalação foi bem tolerada e os camundongos não apresentaram efeitos adversos, sugerindo que seria possível a administração direta do composto nos pulmões”, detalharam.

Thiago Fuscaldi, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, também acredita que o trabalho poderá contribuir para esse objetivo, mas ressalta que mais pesquisas são necessárias. “Esse é mais um dos trabalhos que temos visto com foco no desenvolvimento de novas drogas, e essa é uma candidata em potencial, mas os testes ainda são muito iniciais, precisamos saber se os efeitos se repetem em humanos e sem efeitos colaterais”, explicou.

O médico brasileiro também ressaltou que os cientistas deram foco a uma estrutura extremamente importante para a sobrevivência do vírus. “Ele se mantém por causa da replicação de seu RNA, feita por essa protease. Por isso, é importante conhecê-la. Esses dados são essenciais para combater a doença, e acredito que podemos esperar mais pesquisas feitas com esse mesmo objetivo nos próximos dias”, opinou.

Diario de Pernambuco

Coronavírus: Brasil tem 1.128 casos confirmados e 18 mortes, diz Saúde

O Ministério da Saúde informou, neste sábado (21/3), que há 1.128 casos confirmados de coronavírus no Brasil. Até o momento, 18 brasileiros morreram em decorrência da Covid-19, pelos dados mais recentes. Deles, 15 em São Paulo e três no Rio de Janeiro. Mais da metade dos casos (51,2%) está concentrada nesses dois estados.

O número de casos suspeitos deixou de ser divulgado pelo Ministério da Saúde porque, como já há transmissão comunitária, “todo brasileiro que tiver sintoma pode ser considerado um caso suspeito”, explicou o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo.

Mais testes

O Ministério da Saúde pretende distribuir 5 milhões de testes laboratoriais nos próximos oito dias, anunciou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira. Até agora, foram oferecidos 27 mil — 17 mil na semana passada e 10 mil neste fim de semana. “Vai aumentar muito a velocidade de diagnóstico em todo o Brasil”, prevê. O único estado que não tem nenhum caso confirmado é Roraima.

Diario de Pernambuco

Paulo Câmara: ‘Serviços bancários devem ser preservados’

No momento em que medidas restritivas são ampliadas pela administração estadual a cada dia, em Pernambuco, como forma de conter os impactos da pandemia do novo coronavírus, o governador Paulo Câmara, de antemão, à coluna, assegura que não cogita determinar fechamento de bancos. Indagado se há chances de os serviços bancários serem interrompidos, o governador responde de forma incisiva: “Não!”. Ele argumenta o seguinte: “Alimentos, medicamentos e serviços bancários, com algumas restrições e cuidados, devem ser preservados!”. Suspensão de aulas, fechamento de bares, restaurantes, shoppings, entre outros, foram alvos de decretos nos últimos dias. As restrições foram sendo ampliadas à medida que os números de casos confirmados também foram crescendo.

Folhape