Operação investiga desvio de R$ 26 milhões em sete estados

Agentes da Polícia Civil de Pernambuco, em parceria com o Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, deflagraram na manhã desta quinta-feira (9) a megaoperação Crédito Viciado, que investiga o desvio de R$ 26 milhões do Banco do Brasil. A operação envolve oito estados, inclusive Pernambuco. Os suspeitos são investigados por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.

O esquema, que envolve ex-servidores do Banco do Brasil e funcionários de 11 empresas especializadas em cobranças de dívidas bancárias, teve buscas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco, além do Distrito Federal. No Recife, a polícia compareceu à Rua da Moeda, no Bairro do Recife, para investigar a ServicoB, empresa de serviços de recuperação de créditos e cobranças.

De acordo com a Polícia Civil do DF, empresas terceirizadas recebiam o percentual de comissão superfaturado devido à fraude sobre os valores ressarcidos pelos clientes às instituições financeiras. A operação, que teve as investigações iniciadas em 2019, conta com o apoio da Polícia Civil dos Estados e com a colaboração do Banco do Brasil.

Megaoperação
Ao todo, foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão temporária em oito estados (Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro) e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos contra funcionários do Banco do Brasil e empresários vinculados a empresas de cobranças e dívidas da instituição financeira.

“Durante as investigações foi evidenciado que havia funcionários e ex-funcionários do banco fraudando repasses de valores a essas empresas de cobrança. Posteriormente, as empresas retornavam parte das quantias aos funcionários do Banco do Brasil, como proveito do crime”, afirmou o delegado e coordenador da Divisão de Repressão à Corrupção e aos Crimes contra a Administração Pública, Leonardo de Castro.

Os envolvidos são investigados pelos crimes de organização criminosa – com aumento de pena em virtude da participação de funcionário público -, peculato e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Civil do DF, a megaoperação contou com o apoio das polícias civis dos oito estados em que houve mandados de busca e apreensão ou prisão e do Banco do Brasil.

Procurado, o Banco do Brasil informou que detectou os indícios de fraude por meio dos seus instrumentos de segurança. O banco também disse que colabora com as investigações desde o início da operação.

Folhape

Policiais federais e civis atacam reforma da Previdência de Bolsonaro

O presidente eleito Jair Bolsonaro, participa no Congresso Nacional da sessão solene em comemoração aos 30 anos da Constituição Federal.

Eleito com amplo apoio de policiais federais e civis, o presidente Jair Bolsonaro tem pela frente uma onda de insatisfação nas categorias, que pedem tratamento igual ao dos militares na reforma da Previdência.

Eles também criticam o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) que, segundo eles, não está defendendo com ênfase o pleito das categorias junto às autoridades do governo na área econômica.

A UPB (União dos Policiais do Brasil), uma frente que reúne 28 das principais entidades do setor no país, incluindo delegados, peritos criminais, agentes, papiloscopistas, escrivães, guardas municipais e de trânsito e policiais rodoviários e legislativos, começou nesta segunda-feira (6) a abordar parlamentares federais nos aeroportos do país.

No dia 13, algumas das categorias preveem ações ainda não definidas nos estados e, no dia 21, uma grande mobilização em Brasília. Eles esperam reunir cerca de 5 mil profissionais de segurança.

Os policiais discordam, entre outros pontos, das regras para aposentadoria e do valor de pensão para familiares de policiais mortos e feridos. A reforma prevê aposentadoria a partir dos 55 anos de idade, mas na prática, segundo os policiais, o que vai acontecer é o envelhecimento dos servidores, já que o valor previsto para a aposentadoria aos 55 é inferior ao praticado atualmente e valerá mais ao policial continuar trabalhando para receber o salário integral.

Na pensão, o policial hoje deixa para a viúva o teto do INSS, estimado em R$ 5,8 mil, mais 70% sobre o excedente no salário. Com a reforma, esse índice cai para cerca de 50%, mais 10% para cada filho.

Segundo os policiais, quem entrou no serviço público depois de 2013 terá que trabalhar “40 anos” para se aposentar pelo teto do INSS, mesmo cálculo que valerá para outras categorias. Contudo, os policiais defendem que há especificidades na atividade e que “no mundo todo” policiais se aposentam com cerca de 20 anos de serviço. Na prática, a polícia corre o risco de ter idosos em operações policiais, além de dificultar a abertura de concursos públicos.

“A reforma está fazendo um estrago muito grande entre os policiais. O presidente Bolsonaro sempre disse que os policiais devem ser mais bem tratados no país. Se ele vai começar acabando com a nossa aposentadoria, é muito difícil entender a motivação”, disse o presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), Edvandir Paiva.

“Essa reforma está muito ruim para a segurança porque desconsidera a atividade de risco que nós fazemos. Somos considerados uma atividade de risco, mas isso está sendo retirado da Constituição. Com isso, a proposta está, na prática, envelhecendo as polícias. Está dificultando a aposentadoria, está trazendo uma série de impedimentos que vão fazer com o que os profissionais acabem tendo que ficar muito mais tempo na ativa. Para essa atividade é necessária higidez física e mental para exercer sua função com eficiência, que é o que a sociedade espera”, disse o presidente da APCF (Associação dos Peritos Criminais Federais), Marcos Camargo.

Hoje o policial tem direito de se aposentar após 30 anos de contribuição e 20 anos de atividade policial, no caso dos homens, e de 25 e 15 anos respectivamente, no caso das mulheres, sem idade mínima. A proposta do governo Bolsonaro exige que o policial tenha a idade mínima de 55 anos, tanto homens quanto mulheres, e aumenta o tempo de atividade policial de 25 e 20 anos, respectivamente. A partir de 55, o policial pode se aposentar, mas com o teto do INSS, estimado hoje em R$ 5,8 mil. A tendência natural é a postergação da aposentadoria.

“Talvez para algumas carreiras você se aposentar com 65, 70 anos não seja ruim, mas para a polícia, é. No mundo inteiro a polícia se aposenta cedo. Não é invenção brasileira nem motivo de vergonha. É uma questão de higidez física e mental. Como você vai combater a criminalidade?”, indagou Camargo.

“Essa reforma vai levar a um colapso na segurança pública nacional caso não haja uma consideração, um tratamento igualitário entre as diversas categorias de segurança pública com os policiais militares em relação a algumas regras. Primeiro, é fundamental que sejam reconhecidos os fatos intrínsecos de risco e que nenhuma categoria possui: insalubridade, penosidade e risco de vida. O policial tem o deve legal de enfrentar o perigo”, disse o presidente do Sindepes (Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Espírito Santo), Rodolfo Laterza, que integra a UPB.

“Nossa categoria tem mortes significativas. Nós temos o maior número de baixas do hemisfério ocidental. Maior do que as baixas da Rússia na Síria, por exemplo, ou dos Estados Unidos no Afeganistão. Da forma como está a reforma, ninguém vai querer se arriscar sendo policial no Brasil. Teremos milhares de burocratas que, com razão, não vão querer se arriscar”, disse Laterza.

Segundo policiais, a fase de diálogo com o governo Bolsonaro sobre a reforma terminou quando a proposta foi encaminhada ao Congresso e o principal interlocutor dos policiais na Casa Civil, Arthur Weintraub, se tornou ministro da Educação. “Eles dizem agora para nós que temos que resolver tudo no Congresso, só lá. Esperávamos mais consideração, mais empenho do governo em entender nossa situação. Os policiais apoiaram em peso a candidatura Bolsonaro porque nas eleições ele apontou a segurança pública como bandeira”, disse um policial que participa das negociações com parlamentares e pediu para não ser identificado.

Outro lado Procurada pela Folha, a Secretaria de Previdência do Ministério da Economia informou, em nota, que “hoje as regras já são diferentes. Os policiais civis estão no RPPS [Regime Próprio da Previdência Social] (art. 40 da Constituição e lei complementar n° 41) e os policiais militares são tratados no art. 42 da Constituição Federal”.

“A PEC 6/2019 equipara as regras dos policiais militares e bombeiros dos estados às regras das Forças Armadas, em razão das especificidades da carreira, que obedece hierarquia e disciplina militar. No caso dos policiais civis, a proposta prevê idade mínima de 55 anos para homens e mulheres. Trata-se de carreira de servidores públicos civis que possui requisito diferente de aposentadoria em razão da natureza do cargo”, afirmou a Secretaria, na nota.

Procurado por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Justiça informou, em nota: “O ministro Sérgio Moro tem conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito das questões apresentadas pelos policiais sobre a Reforma da Previdência”.

Folhapress

Fãs do Rap terão oportunidade de conferir a Tribo da Periferia

Wagner Gil

Neste sábado (11), Caruaru recebe uma das bandas de mais destaque no cenário do rap nacional: Tribo da Periferia. O evento acontece no estacionamento da Faculdade Pitágoras (centro) onde funcionou o antigo Atacadão Caruaru, nas proximidades do Tiro de Guerra. A promoção é da Hiago Promoções e neste evento existe o ingresso solidário que proporciona desconto de até R$ 20,00 para quem levar alimentos não perecíveis.

Segundo o promotor, o objetivo é unir música de qualidade, oportunidade para duas bandas de Caruaru e solidariedade. “Estamos fazendo um evento onde duas bandas de Caruaru se apresentarão tendo oportunidade de se destacar no cenário nacional já que alguns produtores da região sul e sudeste estarão aqui conhecendo esse novo espaço de shows e as duas bandas. Os alimentos serão doados para a Casa dos Pobres São Francisco de Assis e Centro Social São José do Monte (Irmã Werburga)”, disse Hiago Henrique.

A Tribo- Tribo da Periferia é um grupo de rap brasiliense que nasceu nas raízes do Distrito Federal. A formação original contava com Duckjay e os ex-integrantes Mano Marley e Alisson. Atualmente, Tribo é formada por Duckjay, Look e pelo DJ Lerym. Com um leque extenso de histórias e vivências na periferia de sua cidade, a temática das músicas não poderia ser outra

O grupo, como a grande maioria de artistas de regiões carentes do DF, passou por perrengues no início. “No começo da carreira nós enfrentávamos muitos empecilhos para divulgar o trabalho. Você tinha de estar vinculado a uma gravadora. Havia dificuldade para ter acesso a estúdio e a nossa situação financeira também era um problema enorme”, explica Look, que também é vocalista e compositor.

Mesmo com todas as dificuldades, em 2002 o grupo lançou o primeiro álbum. Com 12 músicas e poucos recursos. O álbum ‘Verdadeiro Brasileiro’ atingiu fama regional, e ajudou a formar a imagem poética e militante do grupo. Em 2003, o grupo lançou o primeiro sucesso nacional, ‘Carro de malandro’. Para gravar o clipe da música e também realizar as gravações do áudio, a Tribo sofreu. “Nós pegávamos câmeras emprestadas, tínhamos uma idéia na cabeça e saíamos gravando. Um filmava, um dirigia, contávamos com amigos para ajudar a editar e fazíamos acontecer”, recordou Duckjay.

SUCESSO- Desde então, a carreira deslanchou. Duckjay falou em entrevista ao Jornal Vanguarda, que vai ao ar na Caruaru FM (de segunda à sexta, das setes às oito) de duas situações em que percebeu que o sucesso havia chegado. “Um momento inesquecível foi quando fomos convidados para cantar no show da Marília Mendonça no Festeja de Goiânia. Quando chegamos no palco, na capital do sertanejo, nós cantamos e vimos aquela multidão cantando junto. Foi surreal ver nosso som sendo recebido de forma tão positiva ali”, recordou.

O grupo possui seis álbuns gravados e alguns sucessos nacionais como ‘Alma de pipa’ e ‘Insônia’, além de ter um estúdio próprio para fazer suas gravações. Eles são conhecidos como referência do rap em todo o Brasil e estão completando 21 anos de carreira. “Vamos celebrar essa data com todos caruaruenses. Nossa expectativa é enorme em apresentar nosso trabalho numa cidade tão falada e cheia de ícones culturais”, disse Duckjay.

No clima de comemoração dos 21 anos, Tribo da periferia traz alguns hits do sétimo álbum. “Terá muita coisa diferente, tanto no repertório quanto na estrutura do espetáculo. Vamos trazer elementos novos para esse tão esperado show. Será um evento cheio de emoções e inesquecível”, promete a dupla de vocalistas do Tribo.

O que? Tribo da Periferia 21 anos, 3km e Astúcia

Quando? Sábado , 11 de maio a partir das 21h

Quanto: Back80,00 front 50,00

Ingresso : Banca Terceiro Mundo
Reservas: Hiago Henrique (87) 99925-0127
Mais Informações:
Massa Comunicação & Assessoria
(81) 99104-9802 (Vivo)
(81) 99631-9959 (TIM e Zap)

Catedral terá show de Rosimar Lemos no Dia das Mães

Celebrando o domingo do dia das mães, 12 de maio, a Catedral de Nossa Senhora das Dores terá todas as suas celebrações dominicais (06h30, 11h e 18h) com momentos de homenagens às mulheres. Após a missa das 18h haverá quermesse musical, uma oportunidade de confraternizar, fazer um lanche e participar do show de Rosimar Lemos, que promete trazer muita emoção para comemorar a data.

Durante a quermesse haverá a venda de rifas com sorteios de um relógio feminino e um eletrodoméstico. Toda a renda arrecadada com o evento será destinada à conclusão das obras de reforma da Catedral.

Decreto de Bolsonaro permitirá que 255 mil possam andar armados nas ruas

O presidente Jair Bolsonaro assinou na terça-feira, 7, decreto que facilita o porte de arma de fogo e o acesso a munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs), além de praças das Forças Armadas com mais de dez anos de serviço. Levantamento do Instituto Sou da Paz, com base em informações oficiais do Exército, de dezembro, aponta que a medida vai permitir que 255 mil CACs tenham permissão para andar armados.

Entre as principais mudanças, segundo o Planalto, está o aumento do limite de compra para 1 mil cartuchos (para cada arma de uso restrito) e para 5 mil (arma de uso permitido). Segundo Bolsonaro, o texto foi discutido por mais de dois meses. “Não é um projeto de segurança pública. É, no nosso entendimento, algo mais importante: um direito individual daquele que, por ventura, queira ter uma arma.” O texto oficial do decreto não havia sido divulgado até as 23 horas.

No discurso, Bolsonaro destacou que os CACs terão permissão para transportar uma arma municiada e pronta para uso no trajeto entre a casa (ou o acervo) e o local das atividades. Embora essa autorização para atiradores já estivesse prevista em uma portaria do Exército, de 2017, ela ganha força com o decreto.

Importação

Segundo o presidente, o decreto também vai regulamentar a importação no País. “Nós quebramos também o monopólio e isso entra em vigor em 30 dias”, afirmou. Hoje, a Taurus detém o mercado de armas. A taxação da atividade, porém, ainda será discutida. “Você não podia importar e, agora, acabamos com isso aí. Mesmo havendo similar aqui, você pode importar armas e munições”, disse.

Outra mudança que aparece no texto do Planalto é que o porte passa a ser vinculado à pessoa, e não mais à arma. “Isso quer dizer que o cidadão não mais precisa tirar um porte para cada arma”, diz o texto. O conceito de residência também deve mudar, com o porte passando a valer em toda a extensão da área particular. “Inclusive quando se tratar de imóvel rural, âmbito no qual o cidadão estará livre para a defesa de sua propriedade e de sua família contra agressão”, afirma o governo.

Tanto apoiadores quanto críticos afirmam que o decreto representa um “passo fundamental” para esvaziar o Estatuto do Desarmamento, de 2003. Como é uma lei, no entanto, o estatuto só poderá ser alterado pelo Congresso. “Não temos mais uma política nacional voltada ao desarmamento”, avaliou o presidente do Movimento Viva Brasil e líder do movimento pró-armas, Bene Barbosa. “O grande problema (do Estatuto) é que ele se tornou desconexo com a realidade social após o referendo de 2005.”

Para Barbosa, o decreto responde a reivindicações antigas da classe de atiradores esportivos, que formou a base de apoio a Bolsonaro. “O acesso a 50 munições acabava fazendo com que o proprietário legal de uma arma de fogo não conseguisse treinar”, afirmou.

Críticas

Pesquisadores e entidades de segurança pública defensoras do desarmamento criticaram as medidas. “Aos poucos, o presidente está desconfigurando o Estatuto”, diz Rafael Alcadipani, professor da FGV-EAESP. Diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o sociólogo Renato Sérgio de Lima foi na mesma linha. “O governo vai autorizar vários segmentos a ter porte e ainda diminuir a fiscalização, na base da boa-fé”, diz. “O Exército perde o poder de fiscalizar, vira só um lugar para registrar arma.”

O Sou da Paz, também defensor do desarmamento, soltou nota em que diz que “o presidente beneficia um pequeno grupo de indivíduos em detrimento da segurança pública – uma vez que há impacto real na sociedade com 255 mil pessoas que poderão andar armadas nas ruas”.

Ainda de acordo com o instituto, que usa dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Exército tem hoje mais de 350 mil armas nas mãos de CACs. “São recorrentes os casos de desvio para o mercado ilegal.” Outra crítica é à ampliação do limite de munições. “Em 2018, atiradores desportivos compraram mais munições do que as Forças Armadas do Brasil, não sendo plausível alegar que enfrentem uma escassez.”

Universidades afirmam que corte do MEC pode comprometer funcionamento no segundo semestre

As instituições de ensino federais em Pernambuco confirmaram que podem fechar setores, suspender bolsas, desativar laboratórios e até mesmo paralisar suas atividades no segundo semestre deste ano por causa dos cortes nos orçamentos das instituições de ensino federais pelo Ministério da Educação (MEC). Reitores de universidades pernambucanas lamentaram a ameaça ao funcionamento das instituições na segunda metade do ano letivo. Sem verba para água, luz, manutenção e materiais, universidades e institutos federais podem ter funcionamento inviabilizado já a partir de julho. Para evitar este sombrio panorama futuro, as instituições pedem que o MEC reverta o bloqueio orçamentário.

O contingenciamento financeiro das universidades e do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) foi discutido na tarde desta quarta-feira (8) por reitores do estado. A Academia Pernambucana de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizaram o evento “Ameaças à autonomia universitária” no Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Amaro Lins, ex-reitor da UFPE e coordenador do evento, deu início à sessão afirmando que as medidas que tem sido tomadas afrontam todos os direitos conquistados pela educação. “É inadmissível que estas propostas sejam implementadas neste país que já deu grandes passos na ampliação da oferta de educação para grande parte da população. Estamos avaliando a possibilidade de fazer um documento a ser encaminhada ao MEC e ao presidente da república, principal responsável por esta tragédia que vivemos agora. O importante é não perdermos o foco de que não se pode questionar o que já está estabelecido na constituição. Vivemos em um país democrático que deve lutar para garantir isto”, opinou.

Abrindo a sessão de depoimentos do evento, o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, enumerou as ameaças à autonomia universitária devido aos cortes do orçamento. Dentre elas, elencou a tentativa de restrição à liberdade de pensamento; à implantação de projetos inclusivos e soberanos; à universidade enquanto representante da diversidade, cultura e espaço da democracia e, evidentemente, à própria manutenção da instituição. “Estes cortes impactam todas as áreas da universidade e comprometem completamente o seu funcionamento normal no segundo semestre. Os laboratórios não vão ter condições de se manter, os serviços se comprometem, sobretudos ligados à saúde e bem-estar da população. As próprias aulas estão sob ameaças, pois sem condições adequadas, como dar formação de qualidade aos estudantes? Estamos trabalhando com toda a comunidade universitária e sociedade para reverter estes cortes. Na próxima segunda (13), iremos nos reunir com reitores e deputados da Frente Parlamentar para traçar uma estratégia de mobilização. Até o último minuto do meu mandato vou lutar com todas as minhas forças”, declarou.

Assis Leão, pró-reitor acadêmico do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), classificou o momento como dramático. “Um percentual de 65% do nosso público é de estudantes de baixa renda. Este corte significa algo em torno de R$ 22 milhões do nosso orçamento, que também é destinado à educação básica. Estamos revendo nossa linha de atuação neste cenário tão nebuloso e imprevisível”, lamentou. Julianeli Tolentino, reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), acredita que a questão não é mais uma ameça à autonomia, mas uma realidade. “É muito importante que tenhamos com muita clareza o dano a que estamos sujeitos em um futuro bem próximo. Se não houver reversão não teremos como pagar ativos, as bolsas. É algo muito preocupante e que fere os princípios que norteiam nossa instituição”, afirmou.

Marcelo Brito Carneiro Leão, vice-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) falou sobre o corte de R$ 28 milhões no orçamento da instituição. “Não tem mágica. Se não houver revisão desta panorama, não conseguiremos funcionar até o final do ano. E, para isso, precisamos romper a bolha de falarmos sempre com nós mesmos, conversando com a sociedade em outros lugares, quaisquer que sejam: academias, supermercados, etc”, avaliou.

O reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Pedro Falcão, compartilhou do posicionamento de Marcelo. “Temos que ir para as ruas, mostrar para as pessoas que, infelizmente, ainda não tem esta noção, o tanto que produzimos dentro das universidades”, afirma.

Estudantes também participaram do evento aberto ao público. Diego Rodrigues de Miranda, 23 anos, é estudante de engenharia de energia. “Fico muito preocupado porque estou no último período do curso, estagio e vejo, dentro da minha área de energias renováveis, que quem desenvolve a indústria a longo prazo, no Brasil, é a universidade. É ela quem vai renovar a produção tecnológica, principalmente quanto às energias solar e eólica. Fico preocupado também porque planejava fazer minha pós-graduação, um mestrado”, declarou.

Thauan Fernandes, 27, é estudante do sétimo período de engenharia biomédica. Ele diz sentir orgulho por ter entrado na universidade em 2016.1, o primeiro semestre da história da UFPE em que metade dos ingressantes foi oriundo de escola pública. “Não existe justificativa para cortar de onde já tem pouco. A educação superior é, atualmente, responsável pelo desenvolvimento de diversas regiões, pela inclusão social de milhões de pessoas que antes não tinham esta perspectiva. Hoje, estes estudantes que entraram comigo, por exemplo, estão perto de se formar e não há condições de dizer para eles que precisam desistir. Em última instância, estamos falando de sonho, de esperança. Este é um corte que interrompe sonhos e isso é o que tem de tão grave nisso tudo”, finaliza.

Candidatos à reitoria também opinam sobre os cortes

Após a mesa de debates, os candidatos à Reitoria da UFPE apresentaram suas propostas aos estudantes. Eles conversaram com o Diario de Pernambuco a respeito dos cortes nos orçamentos, além de se, e como, estão adequando seus planejamentos a este panorama. As eleições acontecem no dia 29 de maio. Caso haja segundo turno, o pleito será realizado em 12 de junho.

Florisbela Campos – já fizemos um plano de ação muito pé no chão. Então, não prometemos obras ou grandes estruturas porque realmente a previsão de conseguir construir novos prédios é quase impossível. Por mais críticos que sejamos, entretanto, esta situação pegou todos de surpresa. Então, realmente, muitas coisas colocadas neste plano poderão não ser concretizadas por conta destes cortes, incluindo a própria inviabilização do funcionamento da universidade.

Edilson Souza – nosso programa não sofreu alteração porque nosso projeto prevê primeiro que cabe ao estado brasileiro financiar a universidade, suprir suas necessidades, sobretudo na lei orçamentária, segundo legislação aprovada entre 2018 e 2019. Este contingenciamento não tem o mínimo cabimento legal. Provavelmente o Congresso Nacional reagirá a isso e também outros setores da sociedade civil organizada. Se assumirmos a universidade, já temos que saber como abrí-la no segundo semestre com este corte, caso ele realmente aconteça.

Daniel Rodrigues – primeiramente, não temos que adotar como fato consumado este corte. Nossa chapa coletiva que envolve três segmentos (docentes, discentes e técnicos) entende que a primeira coisa a fazer é movimentar a sociedade para enfrentar este problema porque se começarmos a ter o processo de adaptação, onde vamos parar? Não estamos prometendo grandes melhorias porque isto não está no horizonte. Temos que ver, dentro da nossa realidade, o que pode e deve ser feito. A construção tem que ser coletiva, repensando nossa vida a e do povo brasileiro, fazendo críticas a esta desigualdade existente no país.

Jeronymo Libonati – nossa chapa já se posicionou contra o corte que inviabiliza pesquisa, ensino, extensão e cultura e o compromisso social da universidade pública. O nosso projeto prevê uma recomposição dos orçamentos a partir de um diálogo forte com o MEC, mas entendemos também que a universidade deve buscar outras fontes de recursos próprios por meio de convênios. Vamos brigar pela recomposição e crescimento dos recursos públicos, mas também pelas parcerias com instituições públicas e privadas.

Moacyr Araújo (candidato a vice-reitor. Alfredo Gomes, titular da chapa, não estava presente) – ainda acreditamos na mobilização da sociedade e das próprias universidades para reverter isso. Estamos apostando realmente que isso não vá ser levado a cabo. Evidentemente que esta situação traz também novos elementos para rever o projeto de gestão que se imagina para a universidade, mas isso não pode, em absoluto, reduzir a perspectiva do que temos de manutenção, crescimento e expansão da relação e da importância da universidade para a sociedade.

Diario de Pernambuco

Tribunal determina que Michel Temer volte para a prisão

O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu nesta quarta-feira (8), por dois votos a um, que o ex-presidente Michel Temer (MDB), 78, beneficiado com um habeas corpus ao final de março, voltará para a prisão.

A Primeira Turma Especializada, formada pelos desembargadores Abel Gomes, Paulo Espírito Santo e Ivan Athié, julgou o mérito do habeas corpus nesta tarde.

A Turma decidiu, ainda, pela manutenção do habeas corpus concedido ao ex-ministro Moreira Franco (MDB) e pela retomada da prisão do coronel João Baptista Lima Filho.

Athié, o relator, confirmou o habeas corpus que havia concedido liminarmente a Temer, Moreira Franco e ao coronel João Baptista Lima. Em seu voto, ele releu a decisão tomada anteriormente e reforçou que avalia não haver contemporaneidade dos fatos que justifique as prisões preventivas.

Abel Gomes, presidente da Turma, negou o habeas corpus para Michel Temer e para o coronel João Baptista Lima Filho e autorizou para Moreira Franco. Ele entendeu que as razões para as prisões preventivas dos dois primeiros foram bem fundamentadas.

O desembargador Paulo Espírito Santo também votou pela retomada da prisão de Temer e do coronel Lima.

No dia 25 de março, em decisão monocrática, Athié havia concedido liminar para que Temer, preso havia quatro dias, fosse solto. Ele disse que via um atropelo das garantias constitucionais e argumentou que não há antecipação de pena no ordenamento jurídico.

O Ministério Público Federal pediu a revogação desta decisão.

Nesta tarde, na sustentação oral, a procuradora Mônica de Ré defendeu a volta de Temer para a prisão porque, segundo ela, o ex-presidente representa um perigo à ordem pública por “tudo o que fez de mal”.

Temer foi preso preventivamente no dia 21 de março, acusado de chefiar uma organização criminosa que recebeu R$ 1 milhão em propina sobre o contrato de construção da usina nuclear de Angra 3.

O Ministério Público Federal afirmou que chega a R$ 1,8 bilhão o montante de propinas solicitadas, pagas ou desviadas pelo grupo de Temer. Segundo a Procuradoria, a organização age há 40 anos obtendo vantagens indevidas sobre contratos públicos. O ex-presidente nega todas as acusações.

No dia 2 de abril, Bretas aceitou duas denúncias contra o ex-presidente e Moreira Franco, que tornaram-se réus na Lava Jato do Rio. Temer responderá pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. O ex-ministro, por corrupção e lavagem.

Folhapress

Concurso Exército: aberta inscrição para 450 postos de cadetes

Já estão abertas as inscrições do concurso de admissão à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Oportunidade é de 450 vagas destinadas ao curso de formação e graduação de oficiais de carreira da linha de ensino militar bélico, sendo 400 para os homens e 50 para as mulheres.

Interessados em concorrer a uma das ofertas devem possuir diploma de conclusão de curso de ensino médio, idade entre 17 e 22 anos até 31 de dezembro do ano da matrícula e altura mínima de 1,60m para o sexo masculino e 1,55m para o sexo feminino.

As inscrições serão recebidas até o dia 6 de junho de 2019, através do endereço eletrônico da EsPCEx (www.espcex.eb.mil.br). Será cobrada uma taxa de participação, no valor de R$ 90, e o seu pagamento deverá ser efetuado até a data limite de 7 de junho, observado o horário de funcionamento da rede bancária.

Informações sobre as provas

O concurso para cadetes do Exército será constituído das seguintes etapas, de caráter eliminatório: exame intelectual; inspeção de saúde; exame de aptidão física; avaliação psicológica; e comprovação dos requisitos para a matrícula.

O exame intelectual será composto de provas escritas, separadas da seguinte maneira: módulo I contemplará 44 questões, sendo 20 de português (peso 2), 12 de física (peso 1) e 12 de química (peso 1), além de uma redação (questão discursiva); e módulo II composto de 56 questões, sendo 20 de matemática (peso 2), 12 de geografia (peso 1), 12 de história (peso 1) e 12 de inglês (peso 1).

As provas serão aplicadas em dois dias consecutivos, sendo 28 de setembro (módulo I) e 29 de setembro (módulo II). A confirmação das datas e os locais de realização dos exames serão divulgados, oportunamente, no site do Exército.

O curso de formação

O curso de formação e graduação de oficiais de carreira da linha de ensino militar bélico, de nível superior, terá duração de cinco anos, em regime de internato, nos seguintes locais:

EsPCEx, na cidade de Campinas/SP, no primeiro ano, em que o militar em formação é considerado aluno;

Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), na cidade de Resende/RJ, do segundo ao quinto ano, recebendo o título de cadete.

Durante a realização do curso na AMAN, o cadete do sexo masculino optará por um dos seguintes cursos: infantaria, cavalaria, artilharia, engenharia, comunicações, intendência e material bélico. Já a cadete do sexo feminino escolherá um dos seguintes cursos: intendência e material bélico.

Após concluir o curso com aproveitamento, o concludente será declarado aspirante-a-oficial do Exército Brasileiro, sendo-lhe conferida a graduação de bacharel em ciências militares.

Preso um dos agressores do homem espancado na Av. Abdias de Carvalho

Policiais militares do 12°BPM prenderam na tarde da terça-feira (8), um dos homens que aparece no vídeo agredindo um rapaz na avenida Abdias de Carvalho, Zona oeste da Cidade. O crime aconteceu no último sábado (4), e as imagens que viralizaram na internet chamaram atenção pela violência.

A prisão foi realizada no bairro de San Martin, após os policiais receberem várias denúncias por telefone. O agressor foi identificado como Carlos Charles Sabino Souza da Silva, 19, e ao perceber a aproximação da polícia, não esboçou nenhuma reação.

De acordo com o tenente-coronel Alexandre Jorge, o crime do sábado foi um “acerto de contas”. “Logo depois da prisão, o suspeito contou que a briga teve início no Carnaval, no bloco chamado ‘Palhaçada’. O tempo passou, e, por acaso, o grupo avistou no sábado, o rapaz agredido e resolveu‘terminar’ a discussão”, contou.

Nenhum dos outros homens que aparecem no vídeo teve a identidade revelada. Carlos Charles está sendo indiciado por tentativa de homicídio e foi encaminhado para a Delegacia da Mustardinha, em Afogados, onde aguarda a conclusão do inquérito.

“Reforma da Previdência” é tema de debate na UNINASSAU

O curso de Direito da Faculdade UNINASSAU Caruaru realiza, nesta sexta-feira (10), uma mesa redonda que debaterá o tema “Reforma da Previdência: respeito à autonomia dos municípios”. O evento é gratuito e aberto ao público, em especial estudantes e profissionais da área do direito e do serviço social. Estudantes e professores dos dois cursos estarão presentes na atividade, que iniciará às 19h30, no auditório. As inscrições serão feitas no local do evento.

Bacharéis em Direito e convidados conduzirão a mesa redonda. Entre os convidados estão Ana Maraiza, que é pós-graduada em Direito Público, o pós-graduado em Direito Público e Direito do Processo Previdenciário, Brunno Galvão, e o professor da UNINASSAU Caruaru e Especialista em Advocacia Trabalhista, Fábio Souza.

A coordenadora do curso de Direito da UNINASSAU Caruaru, Teresa Tabosa, ressalta a importância do aluno e profissional participar de atividades como essa. “O discente ou o indivíduo já formado nas mais diversas áreas pode aprender ainda mais sobre o tema, ao mesmo tempo em que pode contribuir para o debate, para que possamos entender em grau ainda maior como funciona a autonomia dos municípios e sua ligação com a Reforma da Previdência”, afirma.