Em novo recuo, Bolsonaro deve manter ensino superior no Ministério da Educação

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta terça-feira (13) que o Ensino Superior deve ficar subordinado ao Ministério da Educação, como é hoje. “A princípio vai ser mantido no ministério da educação mesmo”, disse Bolsonaro ao chegar para uma visita no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Trata-se de novo recuo em relação à estrutura ministerial do futuro governo. Os planos iniciais eram de transferir a gestão do ensino superior para a pasta de Ciência e Tecnologia, que será comandada pelo astronauta Marcos Pontes.

Durante a campanha eleitoral, o texto de programa de governo de Bolsonaro defendia o fomento de hubs tecnológicos nos quais universidades se alinhariam à iniciativa privada. O objetivo era uma educação voltada para o empreendedorismo, usando como parâmetro experiências de países como Japão e Coreia do Sul.

No último dia 31, há 13 dias, quando confirmou o nome de Pontes, Bolsonaro declarou que a gestão das universidades públicas seria transferida para o Ministério da Ciência e Tecnologia. “Vai dar um gás muito especial. Pega as 200 melhores faculdades, não tem nenhuma brasileira. Está errado isso aí”, disse, à época.

Investimentos em pesquisa
No último dia 7, Marcelo Morales, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), denunciou que o orçamento proposto para o órgão sequer passaria de setembro de 2019 e apontou falta de recursos para pesquisa científica, apesar da alta procura. “Em 5 anos, foram de 16 mil para 23 mil propostas. Temos os mesmos R$ 200 milhões para atendê-los”, disse Morales.

Na contramão, o presidente eleito Jair Bolsonaro e o próximo ministro da Ciência, Marcos Pontes, dizem pretender elevar financiamentos das áreas a partir de recursos públicos e capital privado, por meio de parcerias com o empresariado.

Folhapress

As tradições culturais do Nordeste são o tema de projeto do Sesc Caruaru

Os costumes e tradições da cultura do Nordeste serão vivenciados pelos alunos da Educação Infantil e Fundamental do Sesc Caruaru durante o projeto “Vitrine de Conhecimentos”, nesta quarta-feira (14/11), das 9h às 11h30 e das 14h30 às 17h, no Salão de Eventos da Unidade. O público poderá acompanhar as apresentações gratuitamente.

Serão 16 turmas que irão abordar questões referentes ao tema “Nordeste, onde o Brasil começou”. As dez turmas da Educação Fundamental vão expor em estandes os elementos culturais, como gastronomia, música, pontos turísticos, costumes do dia a dia. Já os alunos das seis turmas da Educação Infantil farão apresentações de dança.

“Através desse projeto, levamos os alunos e alunas a uma grande imersão na história e na cultura da região em que estão inseridos. Eles aprendem muito sobre o lugar em que vivem”, afirma Alcicleide Moraes, supervisora pedagógica do Sesc Caruaru.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 20 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

Serviço – Projeto “Vitrine de Conhecimentos”

Data: 14 de novembro de 2018

Horário: das 9h às 11h30 e das 14h30 às 17h

Local: Salão de Eventos do Sesc Caruaru – Rua Rui Limeira Rosal, s/n, bairro Petrópolis

Entrada gratuita

Informações: (81) 3721.3967

Aprovado parecer de Armando obrigando loja a aceitar cheque se não houver aviso

Se não houver aviso expresso e ostensivo de que recusam cheques, os estabelecimentos comerciais estarão obrigados a aceitá-los, sob pena de serem multados ou até interditados. A determinação é de parecer do senador Armando Monteiro (PTB-PE) a projeto de lei aprovado hoje (terça-feira, 13) pela Comissão de Assuntos Econômicos.

Seu parecer cita somente dois casos nos quais o cheque pode ser recusado: se o cliente não for o emitente e se tiver negativado em serviço de proteção ao crédito. “Evitaremos a discriminação do consumidor e a imposição de constrangimentos pela recusa não justificada de um meio de pagamento prático e de uso rotineiro”, justifica o senador petebista.

Armando Monteiro ressalta que paralelamente ao tratamento igualitário a quem quer usar o cheque para pagamento, o projeto de lei também protege o estabelecimento comercial ao permitir duas razões para a recusa. “As normas são proporcionais na aceitação e recusa de cheques. Ficam resguardados, assim, os interesses tanto de consumidores quando dos comerciantes”, pontua.

O projeto de lei do qual foi relator, oriundo da Câmara dos Deputados, vai ao exame da Comissão de Transparência e Fiscalização e, posteriormente, ao plenário do Senado. Se não for alterado, seguirá direto à sanção do presidente da República.

MEC lança centro de mídias da educação para ensino presencial mediado por tecnologia

O Ministério da Educação lançou nesta terça-feira, 13, em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e apoio da TV Escola e da Fundação Roberto Marinho, o Centro Nacional de Mídias da Educação (CNME), uma proposta inovadora de ensino presencial mediado por tecnologia. O lançamento foi feito pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, na escola estadual Lúcia Martins Coelho, em Campo Grande (MS).

“Precisamos pensar a educação olhando para o que está acontecendo no mundo”, declarou o ministro. “A tecnologia chegou e temos que nos apropriar dela, cada vez mais, para dar oportunidade aos nossos jovens, utilizando o conhecimento dos nossos professores. Esse projeto traz tecnologia como forma de apoio, utilizando os professores que temos Brasil afora”.

O CNME permite que professores e alunos participem de aulas, em tempo real, ministradas por um professor a partir de um estúdio. Com o apoio de um educador em sala de aula, os estudantes interagem com o professor do CNME, bem como com educadores e alunos de outras escolas públicas de diferentes estados do Brasil, também conectadas ao centro de mídias.

“É uma educação mediada por tecnologia, para conectar as pessoas, conectar os professores com alunos de todo o país, como se fosse uma videoconferência multiponto, onde milhares de estudantes poderão interagir, sempre com aulas ao vivo, presenciais, dentro da escola, com o professor na sala de aula, podendo trazer conteúdos de altíssima qualidade”, esclareceu Rossieli Soares.

A iniciativa já contempla 150 escolas públicas de ensino médio de 18 estados brasileiros: Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. A primeira fase de implementação do CNME, iniciada em agosto, e que será concluída em dezembro, está atendendo, aproximadamente, dez mil alunos.

“Nós começamos com 150 escolas, testando, conhecendo e construindo com os professores e com os alunos; estamos ainda aprendendo”, lembrou o ministro da Educação. “É um processo importante de aprendizado. “Agora a porta está aberta para a adesão de outras escolas, de outros estados. Temos hoje 17 estados trabalhando nesta primeira etapa e queremos, já no próximo ano, chegar a algumas centenas de escolas a mais e, quem sabe, tendo o desejo das redes e das escolas, chegar a milhares em muito pouco tempo”.

A presidente do Consed e secretária de Educação de Mato Grosso do Sul, Cecília Motta, reforçou: “O CNME é uma ferramenta que vai buscar equidade, qualidade e igualdade de condições para todos os estudantes brasileiros. O Mato Grosso do Sul tem 16 escolas, as 16 de tempo integral, e a gente quer crescer esse número ainda mais”.

A implementação do CNME tem ainda como parceiros o Centro de Inovação para a Educação Brasileira, a Fundação Getúlio Vargas, o Instituto Ayrton Senna, a Organização dos Estados Ibero Americanos e as universidades federais de Alagoas (Ufal), do Ceará (UFC) e de Goiás (UFGO).

Turmas de ensino médio das escolas participantes da primeira etapa estão participando de aulas eletivas, sobre tecnologia e mundo do trabalho, oferecidas em três turnos (manhã, tarde e noite) e transmitidas ao vivo e com interação em tempo real a partir do estúdio do CNME, atualmente instalado em Manaus (AM). Hoje, 53% das escolas públicas conectadas ao CNME estão localizadas no interior e 47%, nas capitais. As temáticas foram sugeridas pelas secretarias de educação participantes.

Professores e estudantes podem também se conectar pela página do CNME na internet ou baixar o aplicativo do CNME nos sistemas Android e IOS, sem consumo do pacote de dados da internet.

“Esse projeto não é considerado como educação a distância, mas presencial mediado por tecnologia”, explicou o ministro Rossieli Soares. “Ele pode até trabalhar com aluno fora da escola, como algo a mais, mas nunca substituindo o projeto da escola. Com o CNME, há o professor em sala de aula e a programação da escola, que faz a avaliação dos alunos”.

Entre os objetivos do CNME estão o fortalecimento da Lei nº 13.415, que institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) e a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, a criação do CNME incrementa a Política Nacional de Formação de Professores em uma visão sistêmica, na articulação entre instituições formadoras e escolas de educação básica, valorizando a ação docente. “Ela será uma grande ferramenta para a formação de professores, ou seja, é um grande passo para colaborarmos ainda mais com a escola”, finalizou o ministro.

Protagonismo – A criação do Centro Nacional de Mídias da Educação foi feita com a participação direta das secretarias estaduais de educação. Os professores que integram o CNME foram selecionados pelas secretarias dos 18 estados e formados pela Fundação Roberto Marinho para usarem tecnologia como ferramenta de mediação no processo de ensino e aprendizagem.

Para 2019, segunda etapa de implementação do CNME, o MEC planeja expandir a formação presencial mediada por tecnologia. A meta é atender a mais 350 escolas públicas em todo o país, totalizando 500 escolas com cerca de 45 mil estudantes atendidos, com ampliação das temáticas oferecidas. A terceira etapa está prevista para ocorrer a partir de 2020, para atendimento de acordo com as demandas das redes, incluindo as relacionadas ao ensino fundamental.

A gerente geral de Educação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães, explica como ocorre o processo. “Na formação de professores que realizamos no Centro Nacional de Mídias da Educação, trabalhamos habilidades necessárias para atuação como mediador pedagógico com atividades que incluem estudo teórico, dinâmica de sala de aula e atividades a ela relacionadas”. Ainda segundo ela, no CNME, professores e estudantes vivenciam a prática da interatividade que se dá ao vivo, experimentando a troca de saberes e a interação entre as diversidades culturais dos diferentes estados. “É uma forma de democratizar o acesso à educação de qualidade e uma oportunidade de o Brasil se conhecer e se reconhecer num diálogo entre seus professores e estudantes”, acrescenta.

Equipamentos – As escolas participantes recebem equipamentos para as salas de aula, como antenas, monitores e computadores, com produção de conteúdo a partir de temáticas ou eletivas definidas conjuntamente com as unidades federativas. Elas também recebem kits do Clube Interdisciplinar de Programação e Robótica (Cipro), para a realização de atividades pedagógicas durante as aulas produzidas pelo CNME, dentro do tema “Tecnologia educacional.”

A proposta pedagógica do CNME está ancorada na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, tendo como princípios básicos a igualdade de acesso, a permanência na escola, a liberdade de aprender e o pluralismo de ideias. Além disso, converge para o alcance da quinta das dez competências gerais da BNCC a serem desenvolvidas entre todos os estudantes brasileiros, no que diz respeito ao uso de “tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas”.

A coordenadora do CNME na Bahia, Tereza Farias, vê no Centro Nacional de Mídias da Educação “um vetor muito importante para despertar maior interesse, engajamento e aprendizagens pelos estudantes”. “Estamos caminhando para oferecer, com múltiplas tecnologias e fazendo uso de diversas linguagens, ferramentas que facilitam o processo de apreensão de conhecimentos”. Já o professor goiano Adão Fernandes da Cunha observa que, “tendo contato com outros locais, outras realidades, vendo outras turmas ao mesmo tempo e se vendo também, a gente se vê como construtor de uma história, de sonhos”.

Ensino médio – Desde a sanção do Novo Ensino Médio, em 2017, o MEC ampliou a oferta de educação em tempo integral com o Programa Ensino Médio em Tempo Integral. Atualmente, há 876 escolas participando do programa, com 167.952 matrículas. A meta de matrículas para 2019 é de, aproximadamente, 330 mil.

A política de fomento a escolas de Ensino Médio em Tempo Integral atende ao público mais vulnerável. No início de outubro, o governo federal anunciou investimentos de R$ 600 milhões para apoiar a implementação do Novo Ensino Médio e para a avaliação do Programa do Ensino Médio em Tempo Integral, em escala nacional. Para 2019, o programa tem investimento previsto de R$ 665,8 milhões.

Uma pesquisa feita pelo MEC com diretores e ex-diretores de 401 escolas que implementaram o ensino médio em tempo integral em 2017 revela que 91% deles acreditam no impacto das mudanças. Para eles, houve melhora significativa nas habilidades cognitivas dos estudantes. Para 90%, aumentaram as chances de ingresso desses estudantes no ensino superior. Já 82% observaram aumento das habilidades socioemocionais, 78% viram maior engajamento dos professores e 71% disseram que houve redução na evasão escolar e na repetência dos alunos.

Feira da Mulher Empreendedora no Caruaru Shopping

O Caruaru Shopping sedia, de 14 a 18 de novembro, a Feira da Mulher Empreendedora. O evento é uma realização da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e acontecerá no mall do hipermercado, das 10h às 22h.

O objetivo da feira é contribuir para a emancipação econômica das mulheres caruaruenses, bem como incentivar o associativismo e o cooperativismo com o intuito de desenvolver estratégias de novas formas de atuação no mercado que possibilitem o desenvolvimento coletivo. “Participam do evento mulheres empreendedoras que terão a oportunidade de gerar renda através da exposição dos seus trabalhos e de promover o intercâmbio sociocultural em toda a região”, afirmou a secretária da SPM, Juliana Gouveia.

“É com grande satisfação que o Caruaru Shopping sedia este evento, tão importante e gratificante para as mulheres empreendedoras de Caruaru”, reconheceu o gerente de Marketing do centro de compras e convivências, Walace Carvalho.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Alteração no trânsito da rua Rodrigues de Abreu

A Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (Destra) informa que, a partir da próxima quarta-feira (14), a rua Rodrigues de Abreu, no bairro Maurício de Nassau, deixará de ser sentido duplo e passará a ser apenas sentido único, na direção subúrbio/cidade. A mudança faz parte da primeira fase de requalificação do fluxo viário do bairro Maurício de Nassau. Com a transição, a expectativa é que haja mais fluidez na área, que atualmente conta com grande fluxo de veículos em decorrência da existência de muitos equipamentos públicos e outros de interesse coletivo.

Adutora do Agreste vai receber R$ 39,2 milhões

Um novo aporte foi liberado para as obras da Adutora do Agreste, empreendimento hídrico do interior de Pernambuco. O Ministério da Integração Nacional autorizou o repasse de R$ 39,2 milhões para o governo do Estado. Por sua vez, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) confirmou a liberação dos recursos. Ontem, a Integração também informou que as estruturas da Adutora começaram a abastecer a cidade de Pesqueira, no Agreste do Estado, no último domingo.

Cerca de 65 mil habitantes de Pesqueira passaram a ser beneficiados com as águas do Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco. De acordo com o governo estadual, as primeiras regiões de Pesqueira que receberam água foram Centenário, Prado e o centro da cidade. A estrutura do Agreste, que está em fase de pré-operação já entregou a água para os municípios de Sertânia e Arcoverde, no Sertão do Estado.

O aporte federal de R$ 39,2 milhões teve ordem bancária liberada na última sexta-feira. Segundo o ministério, os recursos são repassados de acordo com o andamento da obra. O governo estadual, então, fica responsável por aplicar o investimento no empreendimento. No último mês de outubro, a pasta liberou R$ 28,9 milhões para a Adutora.

Quando concluída a primeira fase da Adutora, a água chegará para 1,3 milhão de pessoas de 23 municípios pernambucanos. Ao todo, beneficiará 2 milhões de pessoas que vivem em situação crítica com a seca. Em dezembro do ano passado, o ministério liberou mais de R$ 126 milhões para a continuidade dos serviços. No entanto, a Adutora estava prevista para ter a primeira fase concluída em 2015, o que mostra seu atraso.

Folhape

Dom Helder está próximo da beatificação

O processo de beatificação e canonização de dom Helder Câmara está mais próximo do Vaticano, em Roma, Itália. Segunda-feira, após realização da missa que celebrou a contagem regressiva para o Congresso Eucarístico Nacional de 2020, na Matriz do Espinheiro, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, comunicou que a fase diocesana será concluída no dia 16 de dezembro, após três anos da abertura do procedimento. “Essa fase é referente ao recolhimento de vários depoimentos de pessoas que conviveram com dom Helder; os estudos escritos por ele e tudo que foi publicado sobre sua vida”, explicou monsenhor José Alberico, secretário geral do Congresso Eucarístico.

A partir de agora, a documentação será enviada as comissões dos teólogos e dos bispos do Vaticano para formulação do parecer, inclusive, com as menções de milagres atribuídas ao sacerdote. “Já sabemos que há um milagre e que se conta que foi dom Helder, mas isso corre sob sigilo e só será divulgado após a beatificação”, afirmou Alberico. Trata-se de uma pessoa que foi curada pela interseção do bispo. Comprovado o milagre, o sacerdote poderá ser nomeado beato e passará para a fase da canonização. Nesta etapa, é preciso a comprovação de dois milagres para ser nomeado de santo.

Professor da graduação de Teologia, da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Degislando Nóbrega, falou sobre a importância desse processo e do que representa a santificação de dom Helder Câmara. “Será o reconhecimento da Igreja Católica a alguém que viveu e encarnou as grandes virtudes cristãs, da caridade e do amor. A santidade tem a ver com essa profunda intimidade com Deus, que transborda na vida. Então, quem conheceu dom Helder mais de perto percebeu essas características nele”, declarou. Um homem que não agia pelo ódio, mas pelo diálogo, atuante em defesa dos mais necessitados e da liberdade de expressão em uma época difícil da história do Brasil, o regime militar, é como muitos o descrevem.

A Unicap em parceria com o Instituto Dom Helder Câmara (IDEC), tem um projeto de extensão do curso de História, que envolve pesquisa e organização de alguns aspectos da obra dele.

“Ele não foi apenas o arcebispo de Olinda e Recife, ele era o bispo da Igreja como um todo, conforme se apresentou em seu discurso de posse. E este papel foi encarnado posteriormente muito bem, principalmente quando ele encarou a censura rígida no Brasil e estabeleceu os auditórios do mundo inteiro a sua tribuna”, destacou o professor do programa Ciências da Religião da Unicap, Newton Cabral.

Congresso

O 18º Congresso Eucarístico Nacional será realizado no Recife de 12 a 15 de novembro de 2020 – a última vez que a Capital sediou o evento foi em 1939, na terceira edição. Segundo monsenhor José Alberico, secretário geral do Congresso, esse será um momento de profunda fé para os cristãos, que consideram a presença de Jesus por meio da Eucaristia. “O tema desta edição será ‘Pão em todas mesas’ porque cremos que o pão do santíssimo deve nos ajudar para que o outro pão chegue nas mesas dos nossos irmãos e ninguém passe fome”, afirmou.

A abertura do Congresso será na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata. No segundo dia, cerca de seis mil crianças e adolescentes farão a primeira comunhão também na Arena. O terceiro dia será marcado pela celebração simultânea de uma missa pelos bispos do Brasil a todas as igrejas. Já o quarto dia será marcado pelo encerramento do Congresso, no Marco Zero, bairro do Recife. Em paralelo, o Centro de Convenções (Cecon), em Olinda, receberá uma programação de palestras, simpósios e seminários.

Folhape

ARTIGO – Projetos veiculares demandam multimateriais

O setor automotivo brasileiro registra sinais de recuperação após longo período de recessão e já avança em direção às novas tendências da mobilidade urbana no mundo, que apresenta uma transformação sem precedentes, rumo à eficiência enérgica e à segurança veicular, inclusive com o uso de sistemas de propulsão alternativos no lugar dos convencionais motores de combustão interna.

Considerada irreversível, essa transformação traz impactos diretos aos projetos veiculares, que precisam ser inovadores, mas sem aumento de custo da fabricação – equação que pode ser resolvida com multimateriais. Em amplo portfólio, destacam-se aços avançados de alta resistência, ligas de alumínio, ligas de magnésio e compósitos. Pesquisas avançadas já anunciam novas ligas de aços com alta capacidade de conformação.

A indústria da mobilidade ainda trabalha muito com metais, que têm o grande desafio de fazer a conformação e a soldagem de materiais dissimilares, o que exige que os processos devam ser cuidadosamente analisados a fim de atender os mais elevados requisitos de projeto. É preciso encontrar um meio termo, no qual todos os materiais envolvidos atuem de forma cooperativa, em vez de competitiva, para a garantia da integridade.

Aplicações de multimateriais nos projetos veiculares representam uma alternativa para a superação das limitações de materiais convencionalmente utilizados, a exemplo de diversos tipos de aços, na medida em que demonstram a capacidade de viabilizar melhores índices de redução de peso e espessura de trabalho, que são requisitos para integridade estrutural, segurança e conforto dos ocupantes.

Em um primeiro momento, uma tecnologia bastante desenvolvida para superar essas limitações é a estampagem a quente de metais. Outro recurso muito utilizado é o emprego de alumínio em componentes não estruturais e partes móveis do veículo. Ao se trabalhar com esses materiais, o desafio é o elevado custo para sua aplicação, se comparado ao aço.

Outros desafios se relacionam à soldagem de metais dissimilares e à produção em larga escala. Trabalha-se, então, com a reciclabilidade do alumínio e o baixíssimo peso específico do magnésio. Uma das potenciais tecnologias para se trabalhar com multimateriais é a Tailor Welded Blank, que permite a solda de chapas de diferentes materiais por meio de processos não convencionais antes da conformação.

Essa alta complexidade de projetos, cada vez mais dotados de multimateriais, exige um ambiente de cooperação entre parceiros para que haja sinergia entre processos de produção. Quem tiver interesse em conhecer mais e discutir o assunto está convidado para o 9º Simpósio SAE BRASIL de Materiais, dia 22 de novembro, na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), em Belo Horizonte, MG.

* Ana Carolina Souza é co-chairperson do 9º Simpósio SAE BRASIL de Materiais