Pedro Augusto
A proximidade do desligamento do sinal analógico da TV tem levado às lojas de eletrônica de Caruaru a faturarem bastante em meio ao desempenho irregular do varejo com a continuidade da crise. De acordo com as análises dos comerciantes do setor, que foram entrevistados esta semana pela equipe de reportagem do VANGUARDA, a expectativa é de que, neste mês de novembro, quando as populações da Capital do Agreste e dos municípios de Bezerros e São Caetano entrarão na reta final de migração para o sinal digital, a demanda por conversores com controle remoto e antenas digitais aumente de forma redobrada. Vale ressaltar que este desligamento está previsto para acontecer no dia cinco de dezembro.
Na Center Eletrônica, por exemplo, devido à procura intensa pelos dois tipos de produtos citados, o faturamento cresceu em torno dos 60% em comparação ao mesmo período do ano passado. Pelo menos foi o que destacou o gerente Claudemir Lemos. “Atualmente os campeões de venda na nossa empresa têm sido justamente o conversor e a antena. A demanda se encontra muito grande e a tendência é de procura ainda maior neste próximo mês, quando estará mais perto de ocorrer esta migração. A recomendação é de que a população não deixe para adquirir os produtos somente na última hora porque poderá haver escassez nos estoques e aumentos nos preços”, disse.
Em funcionamento, assim como a Center, na Rua João Condé, no Centro, – principal endereço das lojas de eletrônica de Caruaru -, a Central Eletrônica também vem faturando alto com a comercialização de conversores e antenas. De acordo com a vendedora Jose Lins, o incremento nas vendas propiciado pela migração do sinal analógico para o digital tem trazido certo alívio em tempos ainda de crise econômica. “Como o conversor só funciona com a antena, tem existido uma procura alta em relação aos dois itens, o que vem impulsionando bastante o nosso faturamento. Esperamos comercializá-los ainda mais nos próximos dias”, destacou Jose.
De acordo com o proprietário da Agreste Eletrônica, Edmilson da Silva, o “Dedé”, a demanda pelos dois tipos de produtos só não se encontra maior devido à distribuição gratuita que vem ocorrendo na cidade. “Mas, mesmo assim, está dando para lucrar legal, haja vista que nem todo consumidor tem direito a receber o kit do sinal digital. Esperamos que a procura cresça ainda mais nestes próximos dias, haja vista que todo o setor de eletrônica vem precisando em tempos ainda de crise. Se o dólar aumentar, haja vista que a maioria desses produtos é importada, a tendência é de que haja acréscimo nos seus preços finais”, comentou o comerciante.
De acordo com o levantamento do VANGUARDA, em média, o valor do conversor está custando R$ 80, bem como a antena não tem saído por menos de R$ 60. Quem já garantiu o seu kit foi o aposentado Joaquim da Silva. Ele se disse satisfeito com os preços praticados. “Não achei tão caro assim! Não dá para ficar sem televisão, até porque é uma das poucas distrações que tenho. Não deixei para a reta final, comprei o kit logo agora para não ter dor de cabeça!”, argumentou.