Plantio tradicional de quilombolas recebe título de patrimônio do país

“Esse reconhecimento [do Iphan] também é um apoio político para [mostrar] a importância da roça. Não foi à toa que o Iphan reconheceu isso, foi construído um dossiê, as comunidades fizeram um inventário cultural. Além disso, tem os artigos científicos e tem subsídios legais. Tudo isso mostra a importância ambiental, social e cultural que levou ao reconhecimento do sistema agrícola como patrimônio”, disse Ivy Wies, assessora técnica do Instituto Socioambiental (ISA), uma das entidades que apoiam os quilombolas.

Dados do ISA mostram que o Vale do Ribeira abriga, ao todo, 88 comunidades quilombolas em variados graus de reconhecimento pelo estado. Dos 7% que restaram do bioma de Mata Atlântica em território nacional, 21% estão localizados no Vale do Ribeira.

Prejuízos
Segundo o instituto, os documentos apresentados ao Iphan servem de subsídios para dar segurança aos órgãos governamentais em relação à autorização para o plantio da roça. Ivy destacou que o atraso na emissão da licença pelo governo estadual tem consequências graves às comunidades tradicionais.

“Dois pontos que estão ameaçados pela falta de licença: a segurança alimentar e a manutenção das variedades agrícolas, que são um patrimônio da humanidade – as variedades de milho, batata, cará, arroz, feijão, mandioca. Hoje em dia, estamos nesse processo da transgenia, dos organismos geneticamente modificados. Imagina você ter 15 variedades de milho diferentes [que não foram geneticamente modificados], isso é uma riqueza para a humanidade”, disse.

A maior parte da produção serve para a subsistência das comunidades, mas há também impacto na renda já que os quilombolas vendem parte dos produtos da roça para custear suas necessidades básicas. Ivy destaca que há comunidades esperando há dois anos por uma licença.

Atraso
As comunidades apresentam o pedido de autorização de 12 a 15 meses antes do início do preparo da roça para garantir que o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) faça os laudos baseados em vistorias e que a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) possa emitir a licença a tempo do plantio. Em 2013, foi o último ano em que as licenças saíram a tempo do plantio, informou o ISA, afirmando que a estrutura que o estado colocou para realizar o processo não dá conta da demanda.

“O estado alega falta de pessoal para os trabalhos de campo. Mas a avaliação mais certeira é que há um excesso de exigências para o processo e as várias etapas são morosas demais, o que gera um volume de papel e burocracias desnecessárias”, segundo texto da Campanha “Tá na Hora da Roça”, lançada no mês passado pelas comunidades quilombolas e entidades parceiras, chamando a atenção do governo estadual para que autorize, com a emissão de licenças no tempo adequado, a abertura das roças.

Das 19 comunidades localizadas em cinco municípios do Vale do Ribeira que pediram autorização para início da roça, apenas duas conseguiram: São Pedro e André Lopes. De acordo com representantes das comunidades, o atraso na licença faz com que o agricultor perca o ciclo do plantio.

Ciclo da roça
O ciclo quilombola começa a partir dos meses de junho e julho, com o preparo da área e derrubada da vegetação, que geralmente não passa de um hectare. Depois de 15 dias, é feita a queima controlada da área e as cinzas fertilizam o solo. Depois disso, já feito o plantio, que geralmente começa em agosto e setembro. Até o momento, no entanto, o governo estadual não deu a autorização para o início da derrubada.

O manejo dessa área aberta na floresta ocorre no período de dois a três anos, ou até que aquele solo não esteja mais tão fértil. Depois disso, o produtor abandona esse trecho e a floresta se regenera.

Outro lado

A Cetesb disse, em nota, que “para atender às comunidades é feito todo um trabalho envolvendo o Itesp, a Fundação Florestal e a Cetesb. E a produção dessa documentação pode tomar bastante tempo. Assim, é fundamental o planejamento no pedido dessas autorizações”. A companhia disse que está sendo feito um trabalho conjunto para aprimorar os procedimentos.

Eleições devem mobilizar 2 milhões de mesários em todo o país

As eleições deste ano devem mobilizar cerca de 2 milhões de mesários em todo país. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a metade dos mesários se ofereceu para o trabalho de maneira voluntária.

Para atuar como mesário, o escolhido recebe treinamentos específicos e orientações de técnicos da Justiça Eleitoral, que o prepara para atuar no dia das eleições. A cada eleição, a Justiça Eleitoral convoca eleitores maiores de 18 anos e em situação regular para atuar no dia da votação.

A convocação exclui candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, e seu cônjuge; membros de diretórios de partidos políticos, desde que exerçam função executiva; autoridades, agentes policiais e funcionários no desempenho de funções de confiança do Executivo; e funcionários do serviço eleitoral.

Tarefas
O mesário é o representante da Justiça Eleitoral na seção de votação. Cabe a ele receber e identificar os eleitores – seja pela verificação de documentos e coleta de assinaturas, seja pela verificação biométrica –, compor as mesas de votos e justificativas, fiscalizar e desempenhar tarefas logísticas e de organização da seção para a qual foi designado.

O eleitor que atua como mesário tem direito à dispensa do serviço pelo dobro de dias e ao desempate em concursos da Justiça Eleitoral, quando prevista essa possibilidade no edital.

O treinamento de mesários ocorre nas modalidades presencial e à distância. Neste ano, a Justiça Eleitoral preparou cerca de 180 mil mesários por meio de curso à distância.

70% querem candidato que ‘põe a mão na massa’ e 53% valorizam honestidade; 24% dos brasileiros discutem eleições nas redes sociais

A CNDL e o SPC Brasil também investigaram o que os brasileiros esperam das habilidades do novo presidente. De modo geral, a população procura um candidato com perfil proativo e ao mesmo tempo articulado, com capacidade de se comunicar com a população e dialogar com a classe política. Para 70% dos entrevistados, é importante que o presidente eleito seja alguém que ‘ponha a mão na massa’ e realize projetos de melhorias em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Para 30%, o candidato precisa ser uma pessoa próxima do povo e para 22%, ser um político influente para aprovar projetos no Congresso.

A pesquisa revela também que algumas características pessoais pesam na hora do eleitor decidir seu voto. As mais mencionadas são honestidade (53%), cumprir o que promete (37%), saber abrir mão de interesses particulares em detrimento do interesse da população (34%), ser sensível aos problemas da população (33%) e ter ‘pulso firme’ (31%). A maioria (60%) dos brasileiros disse rejeitar candidatos envolvidos em escândalos de corrupção, enquanto 59% descartam a possibilidade de votar em candidatos desonestos e que mentem.

O levantamento ainda revela que parte considerável dos brasileiros tem se engajado nas eleições: 36% tentam influenciar as pessoas que conhecem a votar no candidato que acreditam ser o melhor e 24% costumam entrar em discussões políticas nas redes sociais.

Metodologia

A pesquisa ouviu 800 brasileiros de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

53% dos brasileiros estão pessimistas com as eleições presidenciais, mostra pesquisa

Faltando pouco mais de duas semanas para a votação que definirá o novo presidente do país, a maior parte dos brasileiros afirma estar pessimista com as eleições. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) nas 27 capitais revela que mais da metade (53%) dos consumidores está com uma percepção negativa sobre as eleições presidenciais – o percentual sobe para 59% entre a parcela feminina de entrevistados. Somente 18% das pessoas ouvidas reconhecem estar confiantes com a eleição, enquanto 26% estão neutros.

Para os pessimistas com o processo eleitoral, a maior parte (34%) afirma não ter boas opções de candidatos à disposição. De forma semelhante, 30% não confiam nos nomes que disputam o Planalto, ao passo que 28% não acreditam que o novo presidente será capaz de promover mudanças positivas para a população na economia. Há ainda 27% de pessoas que estão desacreditadas com a possibilidade de renovação na política.

Considerando apenas a opinião dos brasileiros otimistas com as eleições, 39% acham que o novo governo terá mais estabilidade política para aprovar matérias de interesse para o país e 35% depositam esperança no fato de a sociedade estar mais vigilante com os políticos. Outros 18% de entrevistados esperam uma melhora porque haverá mudanças com relação às políticas adotadas pelo atual governo.

Brasileiro está dividido sobre futuro da economia pós-eleições: situação ficará melhor para 34%, mas 33% acham que tudo ficará igual

O levantamento demonstra que muito da percepção negativa sobre as eleições decorre da constatação de o país ainda sofre consequências da crise. Seis em cada dez (63%) brasileiros avaliam que a situação econômica do país está pior do que há um ano, enquanto 24% consideram que a situação é a mesma e somente 13% acham que ela está melhor. Para os brasileiros, mesmo com o fim da recessão, a maior parte dos impactos da crise ainda persistem, como desemprego elevado (90%), aumento de impostos (89%), endividamento das famílias (88%) e inadimplência crescente (86%).

Indagados sobre a situação da economia do Brasil após as eleições, a opinião pública mostra-se dividida: 34% esperam que a economia fique melhor sob o novo governo, mas uma parcela semelhante de 33% acredita que tudo continuará igual. Há ainda outros 17% que acreditam em uma piora do quadro.

Sob o novo governo, quatro em cada dez (44%) pessoas ouvidas acreditam que haverá aumento dos preços, aumento do dólar (44%) e elevação dos juros (42%). Quanto aos rumos do desemprego, as opiniões mais uma vez estão divididas: 33% acham que haverá mais cortes de vagas, enquanto 32% acreditam em criação de novos postos de trabalho. Para 28%, a situação permanecerá a mesma.

Diante da expectativa de um cenário macroeconômico mais difícil, 45% dos que estão pessimistas acreditam que terão de economizar mais e manter a disciplina nos gastos depois das eleições e 43% disseram que será mais complicado manter as contas em dia em 2019.

69% esperam grandes mudanças com presidente eleito. Para entrevistados, combater corrupção, desemprego e criminalidade devem ser prioridades

De modo geral, em cada dez entrevistados, sete (69%) esperam que o presidente eleito faça grandes mudanças em relação ao que vem sendo feito. Outros 26% argumentam em favor de mudanças pontuais, desde que sejam mantidos determinados programas e reformas já colocados em práticas. Somente 5% desejam a continuidade das políticas do atual governo.

Na avaliação dos entrevistados, o combate a corrupção (47%) e o desemprego (45%) lideram como os temas nacionais a serem tratados com prioridade pelo novo presidente e sua equipe. A criminalidade é citada por 38% das pessoas ouvidas e a precariedade da saúde pública por 32%. Outros assuntos considerados relevantes para a nova gestão são a necessidade de ajuste fiscal (23%) e corte de impostos (22%). Embora elejam uma série de temas a serem enfrentados pela nova gestão, um quarto (25%) dos entrevistados acha que nenhum problema será de fato resolvido pelo novo presidente. Além disso, 87% concordam que os candidatos fazem mais promessas na campanha do que podem cumprir depois de eleito.

Dentre as diretrizes que vão nortear o novo governo, 61% discordam da avaliação de que o presidente deve intervir menos na economia. Dessa forma, 88% pensam que o vencedor deve fortalecer a produção nacional e 73% concordam que a prioridade deve ser a distribuição de renda. Outros temas que recebem destaque são o estímulo ao comércio internacional (70%) e a garantia de direitos às minorias (67%).

Indagados sobre o Brasil que querem para o futuro, 44% dos entrevistados desejam um país em que políticos corruptos sejam presos e cumpram suas penas até o fim. Já 39% querem um sistema de saúde mais eficiente e 33% almejam um país mais seguro.

Ações de esporte e recreação serão oferecidas pelo Sesc Ler Surubim na Semana Move

Surubim é mais uma cidade pernambucana a aderir à Semana Move – Semana Latino-Americana de Esporte e Atividade Física, criada para estimular a prática de exercícios físicos para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas. O Sesc Ler é o responsável pelas ações recreativas e esportivas que serão oferecidas de graça para a população de 23 a 30 de setembro. As atividades e serão realizadas nos espaços esportivos da Unidade, em academias públicas e privadas e em Unidades Básicas de Saúde do município.

A coordenação é da professora de esportes Daniela Liano. “Preparamos uma série especial de atividades para crianças, jovens e adultos. Vamos incentivar todos a adotar uma prática de exercícios na rotina diária, a fim de que possam gozar de uma ótima saúde”, explica. A programação começa no domingo (23/9) com um torneio de futebol de campo para adultos que será realizado até o dia 30, sempre das 8h às 12h, no campo de futebol do Sesc Ler. De segunda (24/9) a sexta (28/9), acontece o aulão de Zumba em dois horários: às 9h e às 14h, para os alunos das modalidades esportivas do Sesc Ler.

Na terça (25/9), haverá torneio de futsal para crianças até 13 anos, começando às 17h. No mesmo dia, terão início as ações de ginástica laboral nas Unidades Básicas de Saúde de Surubim, seguindo até a quinta (27/9), das 9h às 10h. Serão realizadas atividades laborais e de relaxamento com os usuários e profissionais dessas unidades.

Na quarta (26/9), a partir das 7h, alunos e convidados participam de um aulão de Hidroginástica, no parque aquático do Sesc Ler. Outras duas ações serão iniciadas na quarta-feira: o torneio de natação para crianças e adultos, às 16h e às 19h; e o torneio de handebol, na quadra poliesportiva do Sesc Ler para crianças até 11 anos e para adultos, às 17h e às 20h. Ambos os torneios seguem até a quinta-feira (27/9).

Para a gerente do Sesc Ler Surubim, Nelma Farias, a Semana Move é de grande relevância para o bem-estar da população. “É com a prática de exercícios físicos e com uma alimentação balanceada que podemos ter uma sociedade com mais saúde e qualidade de vida. Ações como esta sempre terão o nosso apoio”.

Semana MOVE – A Semana Latino-Americana de Esporte e Atividade Física é uma semana em que as organizações, escolas, clubes, ou pessoas motivadas organizam atividades de acesso livre para sua comunidade. Trata-se de uma ação de incentivo ao esporte e a atividade física, com o objetivo de conscientizar pessoas e comunidades para os benefícios de uma vida ativa e saudável. No Brasil, a Semana MOVE é desenvolvida a partir da ação de pessoas e organizações comprometidas com a promoção da Atividade Física e do Esporte para Todos, em nível local, regional e/ou mundial, as quais trabalham para engajar mais e mais parceiros a cada edição.

Sesc – O Serviço Social do Comércio (Sesc) foi criado em 1946. Em Pernambuco, iniciou suas atividades em 1947. Oferece para os funcionários do comércio de bens, serviços e turismo, bem como para o público geral, a preços módicos ou gratuitamente, atividades nas áreas de educação, saúde, cultura, recreação, esporte, turismo e assistência social. Atualmente, existem 19 unidades do Sesc do Litoral ao Sertão do estado, incluindo dois hotéis, em Garanhuns e Triunfo. Essas unidades dispõem de escolas, equipamentos culturais (como teatros e galerias de arte), restaurantes, academias, quadras poliesportivas, campos de futebol, entre outros espaços e projetos. Para conhecer cada unidade, os projetos ou acessar a programação do mês do Sesc em Pernambuco, basta acessar www.sescpe.org.br.

ARTIGO — Momento delicado

O cenário econômico externo aumenta a angústia do brasileiro. A guerra de Trump contra os chineses respinga em todo mundo, inapelavelmente. Agora ele taxou US$ 200 bilhões de produtos chineses dentre produtos agrícolas como soja, milho, algodão, dentre outros. O governo chinês revidou taxando produtos americanos e nesse meio termo as demais economias ficam a mercê da guerra dos grandes.

A economia do Brasil fica a mercê das intempéries como aquelas doenças oportunistas que surgem com quando as defesas do organismo estão abaladas. O caso da Argentina, por exemplo, elevando a taxa de juros, para 45% ao ano, afeta nossa situação. Depois disso temos a grata notícia de que Venezuela e Cuba não irão pagar as parcelas do financiamento do BNDES. Isso é lamentável: fazer favores com o dinheiro alheio e não ser punido por isso, só no Brasil.

O pior é a instabilidade econômica se reflete para além das eleições e do próximo governo, seja quem for eleito. Se formos olhar, acuradamente e desprovido de paixões políticas, tem programa de governo que, além de vago, é danoso para o país. particularmente, não vejo como um enfrentamento com o mercado pode resultar em investimentos e tenho receio de que a forma de criar um fundo de investimento seja através de ações impopulares como taxa, contribuições compulsórias ou impostos.

Adicionalmente, os candidatos ludibriam a população fazendo um jogo de cena. Publicamente falam, por exemplo, em taxar lucros dos bancos e reservadamente enviam emissários para conversar com banqueiros no sentido de dizer que “não é bem assim”. Todo mundo deve se lembrar que em 2002, Lula precisou declarar, publicamente, que honraria contratos. Não fosse assim, a derrocada do Brasil tinha sido naquela época. Agora, há um discurso vingativo, rancoroso que tem incomodado investidores e, por isso, temos os efeitos do câmbio com o dólar, tranquilamente, em R$ 4,20.

Até o momento o que se tem são promessas vagas, inócuas, sem a menor capacidade de gerar emprego e renda. A única proposta econômica decente, que diz nominalmente como vai reduzir déficit, está na agenda política de um candidato sem preparo. Se formos olhar a questão nos estados, o ambiente não é tão diferente porque o argumento mais forte apresentado é ser “o candidato de Lula”, independente de que lado se esteja.

No bojo de tudo isso vem uma preocupação: qual será a postura das empresas em relação ao final do ano? Irão contratar? Com as atuais perspectivas de vendas, será um final de ano complicado.

Futuro presidente terá de enfrentar financiamento do SUS

A revitalização do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo atendimento exclusivo de cerca de 75% da população brasileira, hoje estimada em 208,5 milhões de pessoas, está entre os principais desafios do próximo presidente da República, juntamente com a segurança pública e a geração de empregos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o SUS é um dos maiores sistemas de saúde do mundo: em 2017 foram realizados 3,9 bilhões de atendimentos na rede credenciada.

Entre os procedimentos mais frequentes, ao longo do ano passado, estão, por exemplo, consulta médica em atenção básica e especializada, visita domiciliar, administração de medicamentos em atenção básica e especializada, aferição de pressão arterial e atendimento médico em UPA (Unidade de Pronto Atendimento). A estrutura do SUS em todo o Brasil envolve 42.606 unidades básicas de saúde e o mesmo número de equipes do programa Saúde da Família, 596 UPAs, 2.552 centros de atenção psicossocial (Caps), 1.355 hospitais psiquiátricos, 436.887 leitos, 3.307 ambulâncias, 219 bancos de leite humano e 4.705 hospitais conveniados (públicos, filantrópicos e privados).

Diagnóstico
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Leonardo Vilela, as verbas federais são “absolutamente insuficientes” para custear o sistema público, o que vem obrigando os estados e os municípios a ampliarem sua participação. Isso, conforme Vilela, resulta em hospitais privados conveniados quebrando, filantrópicos endividados e atendimento precário nos hospitais públicos. “Se o próximo presidente não resolver a questão do financiamento, o sistema vai entrar em colapso”, afirmou.

O diagnóstico do presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães Junqueira, segue a mesma linha. “Os repasses federais vêm caindo nos últimos tempos. Não levam em conta aumento da população, nem o aumento do desemprego que joga mais pessoas no SUS, nem o envelhecimento da população, com consequente aumento das doenças crônicas. Também não considera os avanços tecnológicos, que custam caro”, argumentou.

Cálculos feitos pelos dois conselhos, com base em dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde, mostram uma linha decrescente no fluxo de recursos federais para financiamento da saúde pública. Em 1993, a participação da União era de 72%, dos municípios, 16%; e dos estados, 12%. Em 2002, a União entrou com 52,4% das verbas, os municípios, com 25,5%; e os estados, com 22,1%.

No ano passado, a União aplicou R$ 115,3 bilhões em saúde, o que representa 43,4% do total de recursos públicos investidos no SUS. Os municípios entraram com R$ 81,8 bilhões (30,8%), e os estados com R$ 68,3 bilhões (25,8%).

Os dois secretários reconhecem a necessidade de melhorar a gestão do sistema público, por meio do treinamento e capacitação de gestores dos hospitais e unidades de saúde, mas argumentam que, ainda assim, a verba é insuficiente para atender a demanda da população. Segundo Vilela, a crise econômica, além de reduzir a arrecadação de impostos, colocou no sistema os trabalhadores desempregados que perderam planos de saúde, sobrecarregando ainda mais a rede pública. “Até para melhorar a gestão precisamos de mais recursos, pois um dos caminhos, a informatização, custa dinheiro”, disse.

Para o Conasems, um dos caminhos para ampliar o financiamento da saúde pública é a revisão da política de isenções fiscais concedidas a setores produtivos. “As desonerações representam mais do que o dobro do orçamento do Ministério da Saúde”, afirmou. Além disso, os conselhos defendem revisão das competências dos três entes da Federação e da repartição da arrecadação, bem como de leis que engessam a administração pública, refletindo diretamente na gestão do sistema de saúde.

Referência
Apesar das dificuldades, o Ministério da Saúde vê no SUS áreas de referência mundial. São bons exemplos a terapia antirretroviral, o sistema público de transplantes, o programa de imunizações, o banco de leite materno e a assistência farmacêutica. O SUS fornece 22 antirretrovirais, em 38 apresentações farmacêuticas, para o tratamento de portadores do HIV em todo o país. A organização do banco de leite humano brasileiro é referência para 40 países, sendo que 23 têm cooperação internacional com o Brasil para utilização do modelo.

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS mantém o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo, servindo de referência para outros países. No Brasil, 87% dos transplantes de órgãos sólidos são feitos no SUS, cujo paciente tem acesso à assistência integral – exames preparatórios, cirurgias, acompanhamento e medicamentos pós-transplantes.

A rede brasileira tem centrais de transplantes nas 27 unidades da Federação e conta com 13 câmaras técnicas nacionais, além de 494 estabelecimentos que realizam transplantes e 1.244 equipes habilitadas. Há também 70 organizações de busca de órgãos e 62 bancos de tecidos.

Inocente, homem que era suspeito de estupro deixa PJPS

Pedro Augusto

A Justiça, com sede em Caruaru, expediu, na última quarta-feira (19), alvará de soltura para o ajudante de pedreiro José Ferreira de Lima, de 39 anos, o “Zé Basquete”. Ele estava preso havia uma semana numa cela de isolamento, na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, no Bairro Vassoural, sob a suspeita de ter estuprado o próprio filho, de apenas três meses. A inocência dele foi confirmada com a divulgação do laudo sexológico feito pelo Instituto de Medicina Legal, que não apontou o abuso sexual, mas, sim, outros aspectos observados no ânus da criança: infecção, presença de herpes e falta de higiene.

Na companhia de seus advogados, José Ferreira deixou o presídio de Caruaru por volta das 16h30. Emocionado, ele reiterou a sua inocência afirmando que já aguardava a soltura. “Sou um pai de família, trabalhador, que jamais cometeria essa atrocidade contra o meu filho. Passei por momentos difíceis aqui na prisão, fiquei isolado, mas graças a Deus a verdade veio à tona! Agora só quero ver o meu filho, a minha mãe e amigos. Também quero justiça!” José deixou a PJPS ao lado do seu irmão.

Um dos advogados dele, Jaidenilson Lima, confirmou a intenção de seu cliente de dar prosseguimento ao caso. “Daremos continuidade para averiguarmos, de fato, de onde surgiu o erro, ou seja, a contradição que acabou levando um inocente até a Penitenciária Juiz Plácido de Souza. Em seguida, daremos sequência às medidas cabíveis para obtermos uma reparação pecuniária ou futuramente uma ação cível por danos morais e materiais. Não tínhamos qualquer dúvida sobre a soltura dele, haja vista que não houve estupro algum. Isso ficou comprovado no laudo sexológico”, disse.

O ajudante de pedreiro foi preso na noite do último dia 11, na Rua Timbira, no Bairro Riachão. Na ocasião, a Polícia Militar chegou até ele após ter sido acionada pela equipe médica da Policlínica do Salgado. O bebê foi levado até a unidade depois de a mãe observar que havia ferimentos na região do ânus. “Ela levou a criança para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) daqui de Caruaru junto com a madrinha. Num exame preliminar, a médica constatou a lesão na região anal do bebê e acionou a polícia”, informou, no dia da prisão, o delegado de plantão, Eduardo Sunaga.

O inquérito foi presidido pelo titular da 1ª Delegacia de Caruaru, Alberes Costa. À reportagem VANGUARDA, ele confirmou o não indiciamento mais de José Ferreira.

Cartolas do Central fazem visita ao Sport

Diretores do Central dos departamentos Contábil, Jurídico e de Marketing estiveram realizando uma visita técnica ao Sport, na última quarta-feira (19), no Recife. Na oportunidade, os representantes da Patativa puderam compartilhar várias experiências com os cartolas leoninos sobre aspectos voltados à gestão, à contabilidade, ao jurídico, ao marketing, à comunicação e ao futebol.

“Somos adversários dentro de campo, mas fora dele temos que compartilhar o sucesso dos outros e trazer como modelo para o nosso clube”, disse o presidente do Conselho Deliberativo do Central, Márcio Porto. Não só ele, mas também os demais diretores da Patativa foram recebidos pelo diretor-executivo Fernando Halinski.

Sub20

Sem jogos pelo profissional desde o fim do primeiro semestre, atualmente o Central tem voltado todas as suas atenções para a disputa da segunda fase do Campeonato Pernambucano Sub20. Pela quarta rodada, a equipe, comandada pelo técnico Erivelton Souza, mede forças com o Santa Cruz, neste sábado (22), a partir das 15h, no Estádio Luiz Lacerda.

Após três jogos disputados, a Patativa ocupa a terceira posição do grupo E, com quatro pontos. No seu último compromisso, no sábado passado (15), no Estádio do Arruda, o time caruaruense acabou sendo derrotado pelo Santa por 2 a 0.

Outra equipe local disputando a competição, o Porto visita o Salgueiro, também no sábado, às 15h, no Estádio Cornélio de Barros. O Gavião está na liderança da chave D, com nove pontos.

Profissionais tentam sobreviver em meio aos reajustes constantes

Pedro Augusto

De acordo com a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgada na última segunda-feira (17), no intervalo do dia 9 a 15 de setembro, o preço médio da gasolina nas bombas de todo o país correspondeu a R$ 4,628, chegando a exorbitantes R$ 6,290, no estado do Tocantins, na região Norte. Especificamente em Pernambuco, segundo o estudo, o valor médio deste tipo de combustível atingiu a marca de R$ 4,441, apertando ainda mais os bolsos dos consumidores. Se para os usuários habituais de veículos, os constantes aumentos nos preços já vêm provocando muita dor de cabeça, imagine para os que dependem essencialmente deles para garantir o pão de cada dia…

Esta semana, a equipe de reportagem do Jornal VANGUARDA esteve conversando com alguns taxistas e mototaxistas que operam no mercado de Caruaru. Sem exceção, todos eles se mostraram bastante preocupados com os reajustes desenfreados que vêm ocorrendo no que se refere ao valor da gasolina. O taxista José Lira, por exemplo, que presta serviço há pelo menos 35 anos no cenário local, afirmou jamais ter observado tamanha alta em relação ao preço do combustível. Ele ressaltou as dificuldades que têm sido obrigado a superar.

“Durante todo esse tempo de praça, nunca tinha observado um valor tão absurdo no que diz respeito à gasolina. No dia em que consigo obter um bom apurado, o dinheiro acaba ficando todo no posto porque sou obrigado a abastecer para trabalhar no outro dia. Resultado: só está dando para pagar, praticamente, as despesas básicas! Abastecia num posto, que estava cobrando até semana passada, R$ 4,24 pelo litro. Mas, agora, o mesmo volume não tem saído por menos de R$ 4,48. Um verdadeiro absurdo! Daqui a pouco, não vou ter como trabalhar!”

Para justificar tais reajustes pesados, os postos de combustíveis vêm alegando que a Petrobras não está economizando nos repasses das elevações do petróleo e do dólar para os valores nas refinarias. Ou seja, segundo os estabelecimentos do tipo, a estatal não tem esperado o prazo máximo de 15 dias, conforme ressalta a sua política de preço em vigor, para fazer as alterações. E a estimativa, de acordo com especialistas na área, é de que os aumentos continuem sendo empregados, sobretudo porque o dólar continua apontando para cima, devido às incertezas das eleições. Por causa das turbulências eleitorais, a moeda norte-americana passou de R$ 4,20, o maior valor da história.

O mototaxista Adeildo Silva, que opera na praça do antigo Sertanejo, no centro da cidade, ressaltou que está difícil de trabalhar com os constantes reajustes. “Não podemos aumentar os valores das corridas porque os passageiros reclamam e deixam de nos procurar. Então, o jeito está sendo ter de engolir a queda diária no valor do apurado. Hoje, está muito difícil de sobreviver como mototaxista. Se não bastassem esses preços absurdos, temos de rezar todos os dias para não ter nenhum problema na moto, porque senão ficamos sem ter como trabalhar. Toda a categoria se encontra bastante preocupada!”, desabafou.

Na famosa praça de táxi da Catedral, a reportagem VANGUARDA conversou com Ricardo Martins. Operando no local há pelo menos seis anos, ele também lamentou a situação em que se encontra grande parte dos trabalhadores do volante de Caruaru. “Se eu não estiver enganado, a última vez em que houve modificações nos valores das tarifas da nossa categoria foi em 2016. De lá para cá, não ocorreram reajustes, enquanto que o preço da gasolina saltou de maneira vergonhosa não só no mercado local, mas também em todo o Brasil. Para ser bem sincero, hoje só está dando para arrumar o prato de comida do dia. Não sei aonde vamos parar! Esperamos que, após essa eleição, as coisas comecem a clarear para todos nós trabalhadores, porque o sofrimento está grande”, afirmou.

De acordo com o levantamento do VANGUARDA, atualmente os valores da gasolina na Capital do Agreste estão alternando na casa dos R$ 4,48 até R$ 4,80. Ou seja, superior ao preço médio do combustível que foi identificado pela ANP em relação a Pernambuco.