Balança comercial fecha 2017 com saldo de US$ 67 bi, maior resultado da história

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

A recuperação dos preços internacionais dos bens primários e a safra recorde fizeram a balança comercial fechar 2017 com o melhor saldo positivo registrado até hoje. No ano passado, o país exportou US$ 67 bilhões a mais do que importou, melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989.

O resultado está dentro das estimativas do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que previa que o superávit comercial ficaria entre US$ 65 bilhões e US$ 70 bilhões no ano passado. Apenas em dezembro, a balança fechou com saldo positivo de US$ 4,99 bilhões.

As exportações totalizaram US$ 217,7 bilhões em 2017, com alta de 18,5% sobre 2016 pela média diária, o primeiro crescimento após cinco anos. A alta do ano passado, no entanto, foi insuficiente para retomar o recorde de exportações registrado em 2011, quando as vendas externas tinham somado US$ 256 bilhões.

As vendas de produtos básicos cresceram 28,7% no ano passado pelo critério da média diária. As exportações de produtos semimanufaturados subiram 13,3%, e as vendas de produtos industrializados aumentaram 9,4%, também pela média diária.

Em 2017, os preços médios das mercadorias exportadas subiu 10,1%, beneficiado pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). Os destaques foram minério de ferro, com alta de preços de 40,9%, semimanufaturados de ferro e aço (34,3%) e petróleo bruto (32,2%).

O volume exportado aumentou 7,6% em 2017, impulsionado tanto pela recuperação da indústria como pela safra recorde do ano passado. Os principais destaques foram automóveis de passageiros (44,6%), milho em grão (35%) e soja em grão (33,2%).

Importações

O reaquecimento da economia também fez as importações subirem no ano passado. As compras do exterior somaram US$ 150,7 bilhões em 2017, com alta de 10,5% sobre 2016 pela média diária, o primeiro crescimento após três anos. As importações de combustíveis e lubrificantes aumentaram 42,8%. As compras de bens intermediários e de consumo subiram 11,2% e 7,9%, respectivamente. Somente as importações de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) caíram 11,4% em 2017.

“Em 2016, as exportações tinham caído 3,5% e as importações tinham caído 20%. No ano passado, houve uma diferença brutal, com crescimento das exportações e também das importações. Os economistas leem esses dados como sinal da recuperação da economia brasileira”, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.

Ex-governador e quatro ex-secretários do Amazonas voltam à prisão

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Congresso em Foco

O ex-governador do Amazonas José Melo e quatro ex-secretários de governo estão presos na Superintendência da Polícia Federal do Amazonas, em Manaus. Eles foram detidos novamente no final da tarde de domingo (31). A Justiça Federal determinou as prisões após acatar pedido do Ministério Público para reverter decisão do juiz de plantão Ricardo Salles, que no dia 26 de dezembro libertou o ex-governador e os ex-secretários.

Mello e seus ex-secretários estavam detidos desde 21 de dezembro, acusados de desvio de R$ 50 milhões da saúde pública do Amazonas.

A juíza federal Ana Paula Serizawa considerou que não existem documentos ou fatos novos a serem considerados e que não cabe a juiz plantonista revisar decisão anterior. Com base nesses argumentos, a magistrada anulou a prisão domiciliar concedida aos acusados e determinou a expedição imediata dos novos mandados de prisão.

De acordo com a Polícia Federal, ainda não há previsão de transferência dos presos do prédio da superintendência para presídio federal. O ex-governador do Amazonas foi cassado em maio do ano passado por compra de votos na eleição de 2014. Na época, ele afirmou que considerava a decisão injusta e negou a prática de qualquer ato reprovável.

País não vai tremer se Lula for preso, diz FHC

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Congresso em Foco

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem de provar que é capaz de aglutinar o centro do espectro político e de “transmitir uma mensagem” aos brasileiros para se viabilizar como candidato à Presidência. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, FHC também minimizou os reflexos na sociedade de uma eventual prisão do ex-presidente Lula.

Segundo o tucano, o país não “tremerá” caso a Justiça determine o início do cumprimento da pena a nove anos de prisão imposta em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro ao petista no caso do triplex do Guarujá (SP).

“Do ponto de vista do país, é sempre ruim. É ruim para o país e para a memória, mas não acredito que a população vai tremer nas suas bases por causa disso. Não acho que o país vai tremer em função disso. É claro que existe também uma estratégia política do PT: a perseguição. Se o julgamento terminar em condenação, tem que aceitar”, afirma.

FHC atribuiu ao populismo e ao nível educacional “relativamente pouco desenvolvido” a liderança de Lula nas pesquisas eleitorais mesmo com as denúncias da Lava Jato. “Aqueles que dão às pessoas a sensação de que atenderam às suas carências ganham uma certa permissão para se desviar da ética. É pavoroso, mas é assim. É populismo. É a cultura que prevalece nesses países. A nossa está em fase de mudança. Aqui a sociedade já tem mais informação. Nos regimes parlamentaristas têm menos chance de que isso aconteça. Tem mais filtros. A emoção global não leva de roldão. Pode alguém irromper, mas difícil é governar depois.”

Na entrevista, o ex-presidente diz que o PSDB faz, à sua maneira, uma autocrítica com a mudança no comando do partido, marcada pela saída de Aécio Neves da presidência meses após ser bombardeado com acusações da Lava Jato. “Mudou a direção e, ao mudar, escolheu pessoas com responsabilidade. Não que os outros não tivessem. Aécio não é um irresponsável. Fez coisas positivas para o PSDB. Mas o partido tem que dizer que, se houve erro de algum peessedebista, problema dele. O partido não tem que se solidarizar com o erro de seus filiados.”

Segundo o ex-presidente, a Lava Jato demonstrou ao país a existência de um sistema de poder político baseado na propina, mas também comete excessos. “A Lava Jato foi um marco importante na vida brasileira, o que não quer dizer que não tenha excessos aqui e ali. Acho um pouco exagerada essa vontade de vingança que existe hoje”, avalia.

Fernando Henrique minimizou as denúncias de corrupção envolvendo o PSDB, sobretudo o paulista. “As instituições ficaram comprometidas. O PSDB não participou desse sistema nem em São Paulo. No caso de São Paulo, se houve algum malfeito no Rodoanel (uma das obras em investigação – teria havido cartel para linhas de metrô também), não foi o PSDB que fez ou o governador que organizou. Aqui não se organizou esquema. Não tem um tesoureiro do PSDB que pegou dinheiro. Houve um cartel, mas contra o governo”, defendeu.

Na avaliação do tucano, os tucanos podem até apoiar outro nome caso Alckmin não demonstre capacidade de unir o centro. Para ganhar a eleição, considera, é preciso reunir esse espectro político em torno de bandeiras de governo. “Se houver alguém com mais capacidade de juntar, que prove essa capacidade e que tenha princípios próximos aos nossos, temos que apoiar essa pessoa.”

O ex-presidente também comentou sobre o perfil de Lula e Bolsonaro, candidatos que polarizam as pesquisas eleitorais. Disse desconhecer o que pensa o deputado fluminense sobre qualquer tema e reconheceu a capacidade de articulação política e comunicação de seu sucessor no Palácio do Planalto.

“O Lula mesmo se declarou uma metamorfose ambulante. Ele é extremamente sensível aos estímulos do momento. Sabe se posicionar definindo o inimigo. Esse inimigo varia, de acordo com o momento. O que ele tem não é demagogia no sentido banal, mas a capacidade de explicar. É muito importante em uma sociedade de massa que o líder fale. A sociedade nem sempre quer ouvir, mas agora está aberta porque está perplexa. É preciso que alguém toque nas cordas sensíveis à população. O Lula toca de ouvido”, entende.

“O candidato sem capacidade de expressão tem dificuldade de se firmar, ainda que esteja certo. Eu não conheço o Bolsonaro. Ele era deputado no meu tempo e não tinha uma expressão maior. Queria me fuzilar, mas nunca dei atenção. Não sei o que ele pensa sobre qualquer tema. Não sei se ele é capaz de expressar o que pensa sobre qualquer tema. Às vezes a pessoa, mesmo sem ter a capacidade de expressar, simboliza”, acrescenta.

Morre o ex-ministro e ex-deputado Armando Monteiro Filho

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Congresso em Foco

Morreu na manhã desta terça-feira (2), em Recife, o ex-deputado e ex-ministro Armando Monteiro Filho. Pai do senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), ele tinha 92 anos e faleceu em decorrência de complicações no sistema respiratório. O corpo do político, empresário e engenheiro será velado no Cemitério Morada da Paz, na capital pernambucana.

Genro do ex-governador Agamenon Magalhães, Armando Monteiro Filho foi ministro da Agricultura no governo João Goulart, entre 1961 e 1962. Também foi deputado estadual e federal. Em 1962 ficou na terceira colocação na disputa ao governo estadual, vencida por Miguel Arraes. Durante a ditadura, fez oposição ao regime militar. Foi filiado ao MDB e ao PDT. Em 1994 participou de sua última eleição, mas não conseguiu se eleger senador.

Apesar de governadores presos, RJ teve os parlamentares mais bem avaliados em 2017

Congresso em Foco

Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. Durante algumas semanas o Rio de Janeiro chegou a ter, simultaneamente, três ex-governadores na cadeia em 2017. Cabral é o único que começa 2018 atrás das grades, condenado a penas que somam mais de 80 anos de prisão. Mesmo assim, um grupo de políticos fluminenses teve motivo de sobra para comemorar. Entre eles, os antagônicos deputados Eduardo Bolsonaro (PSC) e Jean Wyllys (Psol).

Com oito representantes, o estado foi o que reuniu mais parlamentares entre os 48 deputados e senadores apontados entre os melhores na histórica décima edição do Prêmio Congresso em Foco. O número de premiados pelo Rio de Janeiro foi o mesmo registrado por São Paulo. A diferença é que os paulistas têm a maior bancada do Congresso (73 parlamentares nas duas Casas, ante os 49 dos fluminenses). Minas Gerais ficou na terceira colocação, com seis homenageados.

Ao todo, 16 estados e o Distrito Federal emplacaram deputados e senadores na lista dos melhores do ano (veja os números na imagem abaixo). Os premiados foram escolhidos por três públicos distintos: um júri formado por cinco representantes da sociedade civil; jornalistas que cobrem as atividades da Câmara e do Senado e a população por meio da votação na internet. Saíram do Rio de Janeiro os deputados mais votados nos três filtros (veja ao fim do texto a relação de todos os premiados).

Também o PT, que viveu seu inferno com a condenação do ex-presidente Lula em primeira instância, teve motivos para comemorar. Foi o partido que emplacou o maior número de parlamentares entre os premiados: nove ao todo. Mas o principal vencedor entre as legendas foi o Psol, cujos seis integrantes foram apontados pelos três públicos dentre os melhores de 2017. Seis também foi o número de peemedebistas destacados. O partido, porém, tem a maior bancada do Congresso.

Ao todo, 17 legendas tiveram ao menos um nome entre os premiados. Desde que o prêmio foi criado, em 2006, somente os deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Luiza Erundina (Psol-SP) foram premiados em todas as suas dez edições. Outros três ficaram de fora da disputa apenas uma vez: os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Paulo Paim (PT-RS) e o deputado Ivan Valente (Psol-SP).

Despesa de janeiro exige planejamento

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No Brasil, 39,5% da população entre 18 anos e 95 anos está com as contas em atraso e com seus nomes negativados na praça, de acordo com sondagem realizada pelo SPC Brasil e Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Isso implica dizer que no universo de 59,9 milhões de pessoas que mal deu adeus a 2017 deve “brinda” a chegada do novo ano com a conta no vermelho. No entanto, se somarmos ao quantitativo de endividados as típicas obrigações que chegam com o começo do ano, como pagamento de IPTU e IPVA, por exemplo, o resultado para quem não se planeja não parece nada favorável.

Foi o que aconteceu com o professor universitário Gustavo Leite, de 39 anos, que se curvou diante do apelo do consumo de fim do ano e nem pensou nos pagamentos obrigatórios típicos do período, que conta além do IPTU e IPVA, com o valor do seguro do carro. “Por mais que eu oriente meus alunos a se planejar, não sou do tipo que planeja quanto e com quê gastar quando se trata da minha vida pessoal. Gosto de ir a bons restaurantes, de presentear, ir a barbearias, enfim, de me permitir aproveitar do bom e do melhor sem me preocupar muito com a conta final”, revela Leite. Apesar de endividado compulsivo confesso, o professor afirma não deixar de pagar seus débitos. “Devido à falta de planejamento, termino fazendo do cartão de crédito e cheque especial extensões do meu salário para não deixar de honrar nenhum compromisso”, afirma o professor, que se mostra comprometido a mudar esse padrão de consumo e começar a se planejar.

Para especialistas consultados pela reportagem, o exemplo de Gustavo não deve ser, nem de longe, seguido, pois antes de qualquer gasto, é interessante que cada pessoa tenha noção de quanto ganha e do quanto se gasta com coisas essências e supérfluas. Com isso em mente e na ponta do lápis, fica mais confortável tomar decisões de curto, médio e longo prazo e ser mais assertivos nessas decisões, passando menos sufoco nesse período que demanda um bom desembolso de capital. “Feita essa análise, o foco deve ser nas coisas indispensáveis, deixando os anseios consumistas em segundo ou terceiro plano. É válido lembrar que é um período extremamente oneroso, em que, além das obrigações, temos as diversões, como férias escolares, prévias de carnaval, eventos de verão, enfim, diversos gatilhos que estimulam o consumo impulsivo do cidadão”, ressalta o economista e professor da Faculdade dos Guararapes, Tiago Monteiro.

Segundo ele, com a situação financeira exposta, fica mais fácil apontar aquelas despesas que não são tão necessárias assim, pelo menos nesse primeiro trimestre. “É possível remanejar ou substituir outras atividades, como, por exemplo, trocar a academia por uma corrida no parque ou aquele restaurante mais caro, por outro mais em conta”, indica Monteiro. Ele garante que após algum período, a satisfação de navegar em águas monetárias mais tranquilas transparece um custo benefício interessante, tornando as coisas (cortes de supérfluos) mais fáceis e menos dolorosas.

Para quem não se preparou e começou o ano no vermelho, a hora é agora de começar a se planejar para o próximo ano. “Mesmo que os gastos do fim e início do ano não sejam recorrentes mensalmente, eles são previsíveis. Logo, tem como se preparar para esses custos com a devida antecedência”, garante o educador financeiro da Dsop, Arthur Lemos. De acordo com ele, a dica é considerar o valor a ser gasto entre as contas de fim e início de ano como partes do orçamento mensal. Feito isto, a pessoa já pode começar a reter parte da receita esperada para criar uma provisão para quando a despesa chegar, já tenha o valor separado.

Parcelar ou pagar à vista?
Antes de ter essa resposta é preciso saber em que situação financeira você se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, dificilmente conseguirá fazer o pagamento à vista, restando o caminho do parcelamento. Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, a recomendação é que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU.

“Muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?”, questiona o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingo, que reitera sobre a importância da reserva mediante ao planejamento para uma vida financeira saudável.

IPC-S fecha 2017 com inflação de 3,23%

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), fechou o ano de 2017 com inflação de 3,23%. A taxa é menor que a de 2016, quando fechou com inflação de 6,18%.

O IPC-S é medido semanalmente pela FGV em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Em dezembro, o IPC-S registrou inflação de 0,21%, abaixo do 0,36% de novembro. Das oito classes de despesa que compõem o índice, a alimentação foi a que teve a maior alta da taxa, ao passar de uma deflação (queda de preços) de 0,26% em novembro para uma inflação de 0,27% no mês seguinte.

Também tiveram aumento da taxa de novembro para dezembro as classes de despesa vestuário (ao passar de 0,01% para 0,11%), saúde e cuidados pessoais (de 0,39% para 0,45%) e educação, leitura e recreação (de 0,33% para 0,37%).

No entanto, o custo com habitação em dezembro recuou 0,33%, depois de uma alta de preços de 0,77% em novembro. Também tiveram recuo na taxa de inflação os segmentos de transportes (de 0,80% para 0,78%), despesas diversas (de 0,08% para 0,21%) e comunicação (de 0,40% para -0,07%).

Varejo brasileiro deve perder mais de R$ 11 bilhões em 2018 em razão dos feriados nacionais

Estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apontam que o comércio varejista brasileiro deve perder R$ 11,3 bilhões em 2018 em decorrência dos feriados nacionais e pontes. Esse montante é 15% superior ao dado projetado em 2017. Esse aumento é motivado exclusivamente pela projeção de crescimento nas vendas do comércio para o próximo ano, uma vez que o número de feriados e pontes em 2018 será o mesmo que em 2017.

As perdas das lojas de vestuário, tecidos e calçados devem atingir R$ 1,3 bilhão, crescimento de 25% em relação a 2017, a maior taxa de crescimento entre as cinco atividades avaliadas. Em termos de faturamento, o destaque é o segmento de outras atividades, que perderá em torno de R$ 4,6 bilhões, 13% a mais que em 2017. É importante ressaltar que nesse grupo, é preponderante o comércio de combustíveis, além de joias e relógios, artigos de papelaria, dentre outros.

Já os setores ligados aos bens essenciais devem participar com 38% do total da perda no próximo ano. Segundo as estimativas da Federação, o segmento de supermercados deve deixar de faturar pouco mais de R$ 2,7 bilhões, 7% acima do calculado para 2017, enquanto as farmácias e perfumarias tendem a registrar perda de R$ 1,6 bilhão, 18% superior a 2017.

Nos cálculos, a FecomercioSP desconsiderou os feriados estaduais e municipais, que também prejudicam, em média, a atividade comercial. Além disso, foram excluídos os setores que comercializam bens duráveis, como veículos, eletrodomésticos e materiais de construção, pois são consumos planejados, de modo que, independentemente de feriados ou pontes, a compra será realizada.

Assim, o estudo se limitou aos feriados nacionais e aos setores passíveis de sofrerem uma redução no ritmo de vendas, em que a compra por impulso é relevante, uma vez que os produtos, em grande parte, têm valor unitário mais baixo, como os que compõem o setor de roupas e calçados e perfumaria e cosméticos. Os impactos da Copa do Mundo, que será realizada entre os meses de junho e julho em que o Brasil jogará em dias de semana, também não foram considerados.

Na análise da Entidade, não há espaço para a discussão de revisão de pontes e feriados, porque outros segmentos econômicos importantes se beneficiam desse período, principalmente aqueles ligados ao turismo, como transporte, hospedagem, passeios e cultura. Vale ressaltar também que o calendário com essas datas específicas já está estabelecido e consolidado, e cabe a cada empresa definir sua estratégia para esses períodos.

Outro ponto importante é que até novembro havia grande dificuldade das pequenas e médias empresas (cerca de 80% do total) em abrir aos feriados. Muitas delas optavam por não funcionar por causa dos custos trabalhista e do fato de o funcionamento não cobrir o faturamento daquele dia. A FecomercioSP entende que a nova legislação facilitará essa decisão e haverá a negociação entre empregado e empregador sobre a possível abertura e também caso seja um feriado importante para uma determinada atividade em poder utilizar do novo modelo de contrato intermitente.

Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Congrega 143 sindicatos patronais e administra, no Estado, o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A Entidade representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de atividades empresariais de todos os portes. Esse universo responde por cerca de 30% do PIB paulista – e quase 10% do PIB brasileiro -, gerando em torno de 10 milhões de empregos.

Número de empresas inadimplentes cresce 3,71% em novembro

O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de devedores cresceu 3,71% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano passado – quando a variação havia sido de 6,80%. Na passagem de outubro para novembro de 2017, sem ajuste sazonal, houve leve crescimento de 0,53%. Os dados são do Indicador de Inadimplência de Pessoa Jurídica calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, essa desaceleração do aumento da inadimplência das empresas ocorre mesmo em meio à crise econômica e reflete o ambiente de maior restrição ao crédito e menor propensão a investir, que trazem redução do endividamento. “Para os próximos meses, espera-se que atividade econômica siga uma lenta recuperação, e que os empresários permaneçam cautelosos devido ao cenário de grande incerteza política e econômica, o que deve manter o crescimento da inadimplência das empresas limitado.”

Número de dívidas tem crescimento de 2,01% em novembro

Outro indicador também mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Neste caso, o crescimento foi de 2,01% na comparação anual. Na comparação mensal, na passagem de setembro para outubro, a variação positiva foi de 0,33%. Seguindo a mesma tendência que o número de empresas devedoras, o resultado de novembro permanece abaixo do que se observou nos primeiros meses de 2016.

“Neste último ano, a economia esboçou sinais de melhora e, aos poucos, o ambiente econômico deve começar a mudar tanto para os consumidores quanto para as empresas. Alguns setores retomaram as vendas e as taxas de juros cederam, tornando a renegociação de dívidas menos onerosa”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Nordeste lidera crescimento do número de empresas negativadas

Os dados regionais mostram que o Nordeste lidera o crescimento da inadimplência das empresas. Na comparação de novembro com o mesmo mês do ano anterior, o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 3,80%, a maior alta entre as regiões, seguida pela região Centro-Oeste, que teve um aumento de 3,50%. Em seguida aparecem as regiões Sudeste (3,30%),, Sul (3,03%) e Norte (1,96%).

Setor de Serviços lidera entre as empresas devedoras

Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas ficaram com os ramos de serviços (5,91%) e comércio (2,30%), seguidos de indústria (1,88%). As empresas que atuam no ramo da agricultura apresentaram um recuo de -1,70% na quantidade de empresas negativadas.

Já o setor credor que apresentou o maior crescimento das dívidas de pessoas jurídicas – ou seja, para quem as empresas estão devendo – são as empresas do ramo da indústria (5,29%), seguidas do comércio (4,21%). O segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras, apresentou um crescimento de 1,42.

Metodologia

O Indicador de Inadimplência das Empresas sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.

Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa de Caruaru investiu em ações

Desde o lançamento do Programa Facilita, em outubro, já foram realizados mais de 300 atendimentos a micro e pequenas empresas. O projeto desburocratiza e acelera a abertura dessas empresas, diminuindo o tempo do processo que, antes do programa, durava até 9 meses. O Facilita soluciona as dificuldades diagnosticadas em conjunto com diversos parceiros durante a etapa inicial de estudo do processo. O programa conta com monitoramento contínuo para assegurar que as práticas indicadas estejam sendo efetuadas.

“Tal projeto se justifica pela grande necessidade de formalização de micro e pequenos negócios informais em Caruaru, que chegam a 80% no município, e por ser preciso construir um macroambiente econômico atrativamente positivo para aqueles que pretendem empreender numa cidade já com vocação ao setor de serviços”, explica João Melo Neto, secretário de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa.

Outro grande projeto que vem melhorando a vida dos empreendedores é o Conecta Empreendedor Caruaru, que envolve os principais agentes de fomento à orientação empresarial da cidade. Desde que foi lançado, em julho, 18 empresas já foram atendidas. O principal objetivo do Conecta é promover o crescimento e o desenvolvimento de microempreendedores de Caruaru por meio de atendimentos realizados de acordo com a necessidade do empreendedor. O acompanhamento pode durar de 30 a 45 dias, sendo renovado por igual período, caso necessário.

Entre janeiro e novembro de 2017, o cenário econômico do município teve números positivos. Houve um crescimento no trabalho formal, com a indústria de transformação acrescentando 487 postos formais ocupados, tendo como principais influências as indústrias têxtil e de alimentos e bebidas. Além disso, houve a reativação formal de três empresas (uma de pneus e duas centrais de distribuição), uma ampliação (embalagens plásticas) e instalação de uma das maiores fábricas de colchões do Nordeste.

Além de investir no empreendedorismo local, a Sedeec também realizou outras ações de grande relevância para o cenário econômico de Caruaru. Entre elas, podemos destacar os diagnósticos realizados no Polo de Desenvolvimento Sustentável do Agreste (PDSA), a atração do 2º laboratório nacional de Análises Têxteis, a realização do Capacita São João e a criação da Lei de Incentivo à Tecnologia e Economia Criativa (Litec). Em parceria com outras secretarias municipais, a Sedeec também ajudou a desenvolver o Visite Pernambuco Caruaru, o projeto para reabilitação do Centro, o Comércio na Praça e o São João 2017.

Outra inovação positiva foi a criação do “Café com a Câmara”, que surgiu com a proposta de estreitar o diálogo com os vereadores, através de um bate-papo sobre planejamento e desafios na capital do Agreste.