Caruaru City apresenta planejamento para 2018

No próximo domingo (17), o Caruaru City vai realizar um evento para divulgar o planejamento do clube para 2018. O principal destaque será a apresentação do programa de sócio-torcedor: o Caruaru City Vantagens, uma plataforma que consiste em criar uma relação de ganha-ganha entre consumidores e empresas, que ofereçam produtos e serviços de qualidade em Caruaru e região.

O Caruaru City Vantagens é o programa de benefícios do clube do Caruaruense, que vai garantir ao consumidor cadastrado, o acesso a vários descontos nos estabelecimentos parceiros, sem precisa pagar nada, e as empresas, por sua vez, irão estreitar o relacionamento com os torcedores, sejam eles sócios, simpatizantes ou consumidores em busca de vantagens.

O cadastro é grátis, e pode ser realizado baixando o aplicativo Caruaru City Vantagens – disponível para android e IOS – ou acessando o site www.caruarucityvantagens.com.br. Aqueles que optarem por se tornar sócio do clube conseguem vantagens exclusivas e descontos extras.

Na oportunidade, ainda será detalhado sobre a criação da Escola de Futebol Caruaru City, que nasce da integração da estrutura profissional e física da Escola Furacão ao clube.

No evento, será promovida uma feijoada de confraternização com os sócios, atletas, pais e a comunidade no geral. Para participar, basta garantir o voucher com nossa secretaria, pelos contatos (81) 9 9799-6460 (Tim/WhatsApp) ou 9 9207-5846 (Claro).

Governador promove oficial da PMPE por bravura

Governador Paulo Câmara assina ato de promoção por bravura do Major Câmara Júnior02

O governador Paulo Câmara assinou, na manhã da segunda-feira (11/12), no Palácio do Campo das Princesas, um ato de promoção por bravura em homenagem ao tenente-coronel Câmara Júnior. O policial militar, em julho deste ano, atuou contra a ação de criminosos durante a realização de uma reunião espírita, no bairro de Piedade. Na ocasião, Câmara Júnior, enfrentou bandidos armados que tomaram de assalto o Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), impediu a continuidade do assalto e salvou a população do local.

Para o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, o exemplo de bravura por parte do tenente-coronel é um exemplo não só para a polícia, mas para todo o Estado. “Câmara Júnior atuou com muita certeza e tranquilidade no evento que comoveu Pernambuco em julho de 2017. Realmente é um exemplo para os outros policiais, para a corporação e para Pernambuco ter uma pessoa tão preparada hoje comandando o BOPE. Só tenho elogios e tenho a certeza de que foi muito merecida essa promoção do tenente-coronel Câmara Júnior”, ressaltou.

O policial militar falou sobre a felicidade em receber a homenagem por parte do Governo de Pernambuco. “Esse momento para mim é de agradecer mais uma vez a Deus, de agradecer esse reconhecimento feito pelos homens, e dizer que desde que nós colocamos essa farda de policial militar, nós abraçamos a causa em defesa da sociedade, mesmo com risco da própria vida”, frisou Câmara Júnior. “Fui pego de surpresa, não sabia que ia acontecer isso. Nunca tinha entrado aqui, no gabinete do governador, e para mim foi muito especial. Espero honrar mais ainda essa farda, essa estrela a mais que está chegando e continuar trabalhando para o bem da população”, finalizou.

O comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Vanildo Maranhão, destacou que a honraria de uma promoção por bravura só é dada a policiais que exercem uma ação além do dever. “Foi uma situação de extrema dificuldade em que o tenente-coronel Câmara Júnior agiu além do dever. Sozinho, contra cinco elementos armados, no meio de um ambiente confinado com várias pessoas feridas. Então, é uma ação extraordinária. Ele foi submetido a um processo de avaliação, nós investigamos toda essa ocorrência e, por unanimidade, a Comissão de Promoção de Oficiais decidiu homenageá-lo com a promoção por bravura”, assegurou.

Convite para a Paixão de Cristo deixou Nicole Bahls feliz e ansiosa

A modelo e assistente de palco, Nicole Bahls, que fará o papel de Herodíades, mulher do rei Herodes, na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, passou o final de semana em Pernambuco participando das gravações dos filmes promocionais do espetáculo.

Para participar das filmagens, Nicole revela que adiou o casamento com o namorado, Marcelo Bimbi, que seria realizado este mês, porque quer fazer uma cerimônia marcante com tudo que tem direito. Ela revelou que planeja subir no altar de véu e grinalda, como manda a tradição, além de fazer uma megafesta porque, para ela, casamento é uma vez só.

Com relação à sua participação na Paixão de Cristo, ela conta que é mais uma etapa no processo de consolidação de uma carreira como atriz. Seus primeiros trabalhos nessa área foram nos filmes “Superpai” e “Correndo atrás”. Agora ela se prepara para sua primeira atuação no teatro e revela que já começou a estudar textos sobre a personagem e vai contar com a ajuda de um coach. Sou grata a Deus e vou mergulhar nessa oportunidade dando o melhor de mim”, garante.

Ela conta ainda que está muito feliz e ansiosa com a oportunidade de atuar no maior teatro ao ar livre do mundo. Para Nicole, representar uma personagem bíblica remete à sua infância. “Me faz lembrar muito da minha avó e da minha família, que são católicos. É muito emocionante”, afirma.

Nicole Bahls participará da Paixão de Cristo ao lado dos artistas como Renato Góes (que fará o papel de Jesus), Kadu Moliterno (Pilatos), Victor Fasano (Herodes), Tonico Pereira (Anás), Fabiana Pirro (Maria) e Rita Guedes (Madalena). Os ingressos já poderão ser adquiridos a partir de 18 de dezembro no site oficial www.novajerusalem.com.br.

Operação investiga pagamento de R$ 160 milhões em propina pela JBS

Folhapress

O Ministério Público Federal, a Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram nesta segunda-feira (11) a Operação Baixo Augusta, um desdobramento da Lava Jato que investiga um suposto esquema de pagamento de propina pela JBS para agilizar a liberação de recursos que a empresa teria a receber do Fisco.

Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia e Lins. Em nota, o MPF afirma que o esquema funcionaria desde 2004. As investigações indicam que a JBS pagou cerca de R$ 160 milhões em propina, e obteve liberação de R$ 2 bilhões em crédito tributário ao longo de 13 anos, segundo o órgão.

Procurada pela reportagem, a JBS afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “os valores recebidos referem-se a créditos tributários legitimamente devidos à empresa” e que a sede da companhia não é alvo da operação.

A investigação foi iniciada a partir do acordo de colaboração premiada firmado entre o MPF e executivos da companhia. Teria sido identificada a participação de um auditor-fiscal da Receita, um empresário, um contador e um advogado falecido em 2016. Além do cumprimento dos mandados, a Justiça Federal determinou o afastamento do auditor-fiscal e o bloqueio de bens de pessoas beneficiadas pelo esquema e de empresas ligadas a elas.

Mercado financeiro volta a prever inflação abaixo da meta: 2,88%

Agência Brasil

O mercado financeiro voltou a prever inflação abaixo do piso da meta para este ano. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 3,03% para 2,88%. Em setembro, as instituições financeiras também projetaram inflação abaixo da meta. A estimativa consta do boletim Focus, uma publicação divulgada no site do Banco Central (BC) todas as semanas com projeções para os principais indicadores econômicos.

A meta de inflação, que deve ser perseguida pelo BC, tem como centro 4,5%, limite inferior de 3% e superior de 6%. Quando a inflação fica fora desses patamares, o BC tem que elaborar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, explicando os motivos do descumprimento da meta.

Se a estimativa se confirmar, será a primeira vez que a meta será descumprida por ficar abaixo do piso. A meta ficou acima do teto quatro vezes: 2001, 2002, 2003 e 2015.

Na última sexta-feira (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que, de janeiro a novembro, o IPCA chegou a 2,5%, o menor resultado acumulado em 11 meses desde 1998 (1,32%).

Para 2018, a projeção do mercado financeiro para o IPCA – a inflação oficial do país – é mantida de 4,02%, há duas semanas consecutivas.

O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 7% ao ano, o menor nível histórico. Na última quarta-feira (6), a Selic foi reduzida pela décima vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu a Selic em 0,5 ponto percentual, de 7,5% ao ano para 7% ao ano.

A expectativa do mercado financeiro para a Selic ao final de 2018 segue em 7%. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, subiu de 0,89% para 0,91%, este ano, e de 2,60% para 2,62%, em 2018.

Milhares de pessoas são beneficiadas com trabalho da Acic

Foto oficial 2015_depois_

Reconhecida como a maior associação do Norte/Nordeste do Brasil, em 2017, a Acic deu início aos trabalhos de mais um biênio de atuação. Para alcançar o seu objetivo de ser uma associação cada vez mais dinâmica, a Acic promoveu eventos, cursos, palestras, oficinas e ações de fortalecimento empresarial.

Ao todo, em 2017, 1.630 pessoas participaram dos cursos promovidos pela Acic, 6.596 prestigiaram as palestras oferecidas, 533 foram capacitadas através de workshops e 1.843 compareceram aos seminários que fizeram parte da programação anual da associação. Destaque para o 3º Encontro da Beleza do Agreste de Pernambuco desenvolvido pela Câmara Setorial da Beleza e o Sebrae que teve 717 profissionais inscritos; “Neurovendas – Conhecendo a Cabeça do Consumidor”, com Fernando Kimura e “Criatividade para Solução de Problemas”, com Murilo Gun. Entre os workshops, o “Mapa Gerencial” com Almeris Armiliato e “O Marketing do Amanhã e a Evolução das Práticas de Gestão” com Filipe Gaudêncio foram os mais concorridos.

A Acic realizou mais duas edições da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, maior evento do segmento no Norte e Nordeste. Os números mais expressivos das duas edições de 2017 contabilizaram R$ 37,5 milhões em vendas; mais de dois milhões de peças de roupas, calçados e acessórios comercializados e 800 compradores de 22 estados brasileiros.

A Associação também atuou inserindo profissionais e estudantes no mercado de trabalho. O Empregacic realizou 23 seleções, sendo que 13 já foram concluídas. No total, 400 pessoas foram recrutadas pelo departamento de RH da Acic. O QualificaBrasil conseguiu 267 vagas, convocou 475 estudantes e realizou 239 novos contratos de estágios.

Este ano, também foi realizada a 3ª edição do Marchador Imperial, que tem o objetivo de fortalecer o mercado de cavalos Mangalarga Marchador na região, desenvolvendo também o agronegócio. Na Gastronomia, a Associação e o Sebrae promoveram o 6º Circuito do Café de Pernambuco, em setembro, que contou com a participação de nove cafeterias e oito mil pessoas iniciaram a rota de degustação dos cafés Astros.

Em 2017, a Câmara Setorial da Saúde promoveu, juntamente com a Clínica Manoel Florêncio Diagnósticos, a 9ª Campanha de Prevenção das Doenças da Mama. A edição deste ano contabilizou 10 mil atendimentos e o maior número de casos descobertos na história da campanha, que teve início em 2008, com 15 casos avançados, sendo seis deles confirmados por mamografia. Teve ainda a 3ª edição da AgresteMed, com 31 conferências, fórum, exposição de produtos, serviços médicos e odontológicos. Cerca de três mil pessoas prestigiaram a iniciativa. Já, a Semana de Saúde Bucal, em parceria com o Centro Universitário Asces/Unita, atendeu 478 pessoas.

Encerrando o ano, através das Câmaras Setoriais da Construção Civil e dos Corretores de Imóveis, a Acic injetou ânimo no mercado com a realização da Semana Imobiliária de Caruaru, no Shopping Difusora. Na ocasião, o público pôde encontrar as melhores opções e adquirir um imóvel com segurança e garantia de satisfação.

Anfavea apoia resolução que estabelece a inspeção técnica veicular

O Conselho Nacional de Trânsito, CONTRAN, publicou no Diário Oficial da União da sexta-feira, 8, duas importantes resoluções para o aprimoramento da segurança e meio ambiente no trânsito. Uma delas é a Resolução Nº716, que estabelece a obrigatoriedade em nível federal da inspeção técnica veicular, ITV, até 31 de dezembro de 2019.

Para Antonio Megale, presidente da Anfavea, “este talvez seja um dos mais importantes avanços no que diz respeito às questões da segurança e melhoria da qualidade de vida das pessoas. Parabenizo o esforço do CONTRAN e dos ministérios e órgãos envolvidos, na certeza de que reduziremos acidentes de trânsito, emissões e quebras de veículos sem condições de rodagem nas vias públicas”.

O regulamento define forma e condições de implantação da ITV e coloca a aprovação do veículo como condição necessária para a obtenção do licenciamento anual. Determina ainda a periodicidade de inspeção, com isenção nos primeiros anos em alguns casos, e validade do certificado.

De acordo com a regulamentação, os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal deverão apresentar ao CONTRAN o cronograma de implementação da inspeção técnica veicular até 1º de julho de 2018, sendo que o limite para implementação é até 31 de dezembro de 2019.

Roadmap de segurança veicular
A segunda resolução publicada é a de nº 717, que trata do cronograma de estudos técnicos e proposta para a regulamentação de 38 itens de segurança veicular. Dentre alguns exemplos estão aviso de afivelamento dos cintos de segurança e regulamentação para veículos elétricos e autônomos.

Na visão de Antonio Megale, presidente da Anfavea, o cronograma permitirá planejamento adequado das empresas:

“A Resolução Nº717 é fruto da discussão de diversos entes envolvidos no desenvolvimento da segurança veicular e garante previsibilidade para as empresas, que poderão conhecer os itens estudados e programar investimentos quando a respectiva implementação for estabelecida”.

Megale lembra ainda que as resoluções representam importantes pilares de política automotiva.

O país exige uma reforma… dos privilégios!

Por Paulo José Cunha/Congresso em Foco

Nunca se falou tanto em “reforma”. Paradoxalmente, nunca se reformou tão pouco. A reforma política empacou e não deve andar até que se consiga fechar um acordo capaz de reformar o “modus operandi” da política sem mexer na zona de conforto em que se encontram os “operadores” dessa reforma, ou seja, os próprios políticos.

“Desse jeito nunca vai haver reforma porque ninguém joga contra o patrimônio, néaaaann?”, argumentará a loura falsa, jogando o cabelo pro outro lado. “Claro que não, miga. Uma reforma dessas só será aprovada com prazo de entrada em vigor num futuro bem distante, que não comprometa os planos imediatos dos políticos que venham a aprová-la”, completo eu. E segue o baile.

A reforma trabalhista, criticada por gregos, troiados, hunos e baianos, reformou bem pouca coisa. O pouco onde mexeu só ajudou o patronato e prejudicou relações trabalhistas estáveis e históricas. A Universidade Estácio de Sá, com base na nova legislação, acaba de demitir 1.200 professores para recontratá-los por um salário menor e sem obrigações trabalhistas.

Por sua vez, a reforma tributária subiu e se aboletou no telhado. Não sai de lá nem com reza forte. Para aprová-la em sua plenitude é necessária uma articulação com atores de todos os níveis e estratos políticos e econômicos. E considerar interesses nacionais, estaduais e municipais. É serviço pra gente grande, tarefa que exige política de alto coturno. Por isso tão cedo ela não vai descer do telhado. Se descer.

<< Pelo menos 124 deputados da base governista dizem votar contra reforma da Previdência, diz jornal Já a reforma previdenciária é alvo de artilharia pesada tanto de quem fala com propriedade quanto de quem só quer se aproveitar da onda pra fazer politicagem barata. Está mais desidratada do que nordestino na seca. Se for aprovada este ano, do que todas as torcidas duvidam, o que restará dela será um fiapo do projeto original. Quem concorda em abrir mão de um privilégio? Pouco se fala é da necessidade de uma reforma dos privilégios (na verdade, sua extinção), que deveria anteceder a todas as outras reformas. É muito difícil abrir mão de um privilégio. Quem, a não ser o Tiririca naquele discurso em que renunciou sem renunciar, está disposto a abrir mão do carro oficial? E do auxílio-moradia, mesmo tendo casa em Brasília? E do auxílio-creche? Será que aquele juiz do Mato Grosso abriria mão dos R$500 mil reais que embolsou num único mês? E as viagens oficiais? E os penduricalhos nos contracheques? Suas excelências topariam abrir mão do foro privilegiado, única proteção que restou aos gatunos de Pindorama? Os privilégios são de tal ordem que deixam o realismo mágico de Gabriel García Marquez num chinelo de dedo. Absurdos como punir o magistrado criminoso com a “pena” de aposentá-lo com salário integral. Parece gozação. Mas não é. Pindorama é extremamente criativa. Mesmo em países onde também há a “pena” da aposentadoria compulsória, como Portugal, também existe a hipótese de pura e simples demissão do magistrado do serviço público, “com a cessação de quaisquer vínculos com a função pública, inclusive de caráter remuneratório. Além disso, há a previsão de suspensão temporária do serviço público, também sem o recebimento dos vencimentos”, como lembra o deputado Wadih Damous, do PT, ex-presidente da seccional da OAB no Rio de Janeiro. Na saltitante Terra dos Papagaios, não. Magistrado condenado vai é pra casa, viver no bem-bom, com salário integral, sem nada pra fazer nada pelo resto da vida, em pleno gozo da “condenação” compulsória. Realismo mágico? Não: realismo safado. Privilégios imorais e… ilegais! Privilégios são requeridos mesmo quando não há provisão legal. Tal como aquela ministra tucana cara de pau que queria porque queria acumular – superando o teto constitucional – vencimentos de desembargadora aposentada com os de ministra de estado. Só recuou diante da indignação e de gozações de toda ordem. Sua excelência só queria um privilegiozinho: embolsar R$61 mil bagarotes por mês, superando o teto e a decência. Sabem o que aconteceu com ela? Nada. Continua ministra. Privilégios são resquícios do absolutismo, quando o rei podia tudo e a patuleia lambia as sobras, se as houvesse. Naturalizaram-se de tal forma que nem os prejudicados percebem. Uma vez, numa cidade do interior do Piauí, ouvi uma senhora comentar que, “agora sim, o fulano foi eleito, portanto vai mandar fazer uma estrada passando na fazenda dele”. “Mas ele não pode governar em causa própria”, contestei, ingenuamente. “Claro que pode”, respondeu. E acrescentou, definitiva: “Trabalhou pra se eleger e se elegeu. Se não pudesse usufruir do poder que conquistou, pra que iria se candidatar?” Lustosa da Costa, amigo saudoso, uma vez apontou para um figurão que descia de um carro oficial e comentou: “Aquele ali tem mais de 30 anos que não abre porta de carro”. Outro dia o jovem deputado Pedro Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, fez um discurso lapidar, em que defendeu uma reforma dos privilégios, lembrando que, em nosso país, as “necessidades” (aspas minhas) das excelências estão sempre à frente das necessidades do trabalhador, da dona de casa e da população mais pobre. O diabo é que só as excelências têm o poder de inverter a prioridade, aprovando leis que extingam os privilégios. E as excelências, cada vez mais, vêm se tornando indignas do título pelo qual são tratadas. Entre extinguir os privilégios e usufruir deles, coração, adivinha de que lado nossas excelências estão?

Pensionistas e aposentados representam 14,2% da população, aponta Ipea

Congresso em Foco

No momento em que a reforma da Previdência é um dos maiores debates do governo e do Congresso, que planeja aprovar o texto na Câmara ainda neste ano, no dia 18 de dezembro, um estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a participação de aposentados e pensionistas na população total cresceu 72,1% em 23 anos. De acordo com dados da Pesquisa por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1992 a 2015, a fatia de inativos passou de 8,2% para 14,2%.

O estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pelo jornal O Globo mostra que em 1992 havia um beneficiário para cada 12 brasileiros. Já em 2015, essa proporção passou para um aposentado ou pensionista para cada sete brasileiros. De acordo com os dados, os idosos com mais de 80 anos passaram de 10,5% para 13%, entre 1992 e 2015. No período, no caso da idade média dos aposentados, o salto foi de 65,6 anos para 67,9 anos.

Na comparação entre estados, o Rio Grande do Sul foi a região onde houve um maior aumento na parcela de aposentados e pensionista na população. Saltou de 10,3% em 1992, para 20,4 em 2015. Santa Catarina aparece em segundo com salto de 8% para 18,4% e Rio de Janeiro em terceiro lugar, passando de 11,6% para 16,1% no mesmo período.

O estudo mostra ainda que 79% da renda das aposentadorias precoces são apropriadas pelos 30% mais ricos da população brasileira. O percentual cai para 63,2% quando se considera os aposentados acima dos 70 anos. As aposentadorias precoces, atualmente, são concedidas para mulheres entre 46 anos e 54 anos e homens entre os 51 e 59 anos.

Pelas regras atuais, não há idade mínima para aposentadoria no regime geral (INSS). Para conseguir o benefício é preciso ter 35 anos de contribuição no caso de homens e 30 anos no caso de mulheres. Neste caso, os trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho mais cedo acabam sendo privilegiados. Para grande parte dos trabalhadores, a aposentadoria costuma ocorrer por idade; homens aos 65 anos e mulheres aos 60, com o benefício de um salário mínimo.

Os servidores públicos, alvo de ataque do governo para convencer parlamentares e a sociedade sobre a importância de aprovar o texto, dispõe de uma idade mínima menor que a dos trabalhadores da iniciativa privada: 60 anos para homem e 55 anos para mulheres.Neste ponto, o governo pretende aumentar para 25 anos o tempo mínimo de contribuição no caso de servidores públicos. Trabalhadores da iniciativa privada permaneceriam com 15 anos mínimos de contribuição.

‘Não tenho medo de ser preso’, diz Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF

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Folhapress

Presidente da CBF por duas décadas até 2012, Ricardo Teixeira foi acusado por delatores na Justiça dos Estados Unidos de ter recebido propina na venda de direitos comerciais da entidade.

Investigado em pelo menos quatro países (EUA, Espanha, Uruguai e na Suíça), o cartola de 70 anos se diz inocente e nega ter recebido dinheiro irregularmente. “Isso não existe. Se me deu comissão, mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel”, afirma à reportagem.

Desde 2015, quando o FBI tornou público a investigação por corrupção no futebol, Ricardo Teixeira nunca mais deixou o Brasil. O ex-presidente da confederação disse que não voltou ao EUA para “não se aborrecer” e também por causa da sua saúde. Ele fez um transplante renal em 2013.

“Se der uma ziquizira lá, vou ter problema para resolver”, contou, no final da tarde de quarta-feira (6) num restaurante da zona sul do Rio. Em uma hora, Teixeira tomou um café e duas cervejas, que, segundo ele, servem como diurético.

O ex-comandante da CBF afirma que o empresário J.Hawilla, seu ex-amigo e principal delator nos EUA, está “descompensado”. Na Corte de Justiça do Brooklyn, nos EUA, o empresário disse, na segunda-feira (4), que pagou ao ex-presidente da entidade pelo menos US$ 10 milhões em propina.

“Ele está completamente descompensado e quer resolver o problema dele”, afirmou. Ele foi indiciado com outros 15 dirigentes pelo Departamento de Justiça dos EUA em 2015. Hawilla também acusa o cartola de receber propina pela venda da Copa do Brasil em 2013. Segundo o empresário, Teixeira, José Maria Marin, presidente da CBF na época, e Marco Polo Del Nero, atual comandante da entidade, dividiam R$ 1,5 milhão em propina por edição até 2022.

“Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por ele”, afirmou Teixeira, referindo-se ao acordo anterior rompido com a empresa. Em 2012, a Klefer comprou os direitos do torneio e fechou uma parceria com a Traffic até 2022.

Hawilla apresentou áudios no julgamento de Marin em que negocia com o dono da Klefer, o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite, supostas propinas para o ex-presidente da CBF.

Defensor da Globo
Teixeira defende o Grupo Globo, que foi acusado de pagar propina para Julio Grondona (1931-2014), ex-presidente da AFA e então membro do comitê financeiro da Fifa, na compra dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030.

A acusação foi feita pelo argentino Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias, em depoimento em Nova York, em novembro. “Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe”, afirmou o ex-mandatário da CBF.

O Grupo Globo confirmou a compra dos direitos de transmissão das duas edições citadas da Copa do Mundo, mas se disse “surpreso” com as alegações feitas no julgamento e negou pagar propinas.

“O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos”, disse em nota.

PERGUNTA – Hawilla disse que pagava propina ao senhor para a seleção disputar os torneios com o time titular.
RICARDO TEIXEIRA – Isso não existe. Tenho o contrato aqui [mostra os documentos]. Ele deve estar falando disso [mostrando o contrato da Copa América de 2004, disputada no Peru]. Aqui tem um aditivo, que mostra que a Traffic pagou a CBF uma cota suplementar de US$ 1,5 milhão para a seleção disputar “os jogos do evento com os melhores jogadores profissionais disponíveis”. No dia 28 de julho daquele ano, o dinheiro foi parar na conta da CBF no Banco Rural. Foi depositado R$ 4,527 milhões na conta da CBF. Naquele ano, a seleção ainda disputou o torneio com alguns reservas [Roberto Carlos e Cafu foram poupados por Parreira e Ronaldo cortado].

P – Hawilla diz que o senhor era beneficiário de propina para a compra de direitos econômicos da Copa do Brasil e que continuou ganhando mesmo depois de sair da CBF.
RT – Isso começa na Copa América de 2011, quando a Traffic perde o contrato do torneio e decide entrar na Justiça contra todas as dez federações do continente. Quando eles fizeram isso, a Conmebol exigiu que todos as confederações rompessem com a Traffic. A empresa tinha com a CBF o contrato da Copa do Brasil e o televisionamento da seleção. Chamei o Kleber [Leite, dono da Klefer e ex-presidente do Flamengo], e ele me deu 20% acima do que a Traffic me pagava em dólar pela Copa do Brasil. Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por contrato. Isso tem lógica?

P – A lógica dele é que o senhor manteve a estrutura de poder. Colocou o José Maria Marin no seu lugar [pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume o poder em caso de renúncia]. Tem também a gravação de conversa do Hawilla e do Kleber Leite discutindo o valor da propina ao senhor.
RT – Isso é o que ele justifica. Eu rescindi o contrato com ele e passei o negócio para a Klefer. Mais na frente, a Klefer acertou com a Traffic uma parceira no contrato. Não tenho nada com isso. Já estava fora da CBF desde 2012. Como vou romper o contrato e ganhar comissão? Isso não existe. É ridículo.

P – Como encara o depoimento da Hawilla, parceiro da CBF por anos, dizendo que o senhor recebeu milhões em propina?
RT – Ele está completamente descompensado e quer solucionar o problema dele. Olha a carta que a Traffic mandou para a Klefer em 2015 [após as prisões na Suíça]. Nela [mostrando o documento], a Traffic diz que o senhor J.Hawilla está fora da empresa. Fala que a empresa desconhece o teor da delação nos EUA e diz que quer retomar a parceria com a Klefer. A carta é assinada pelo filho dele, o Stefano de Menezes Hawilla.

P – O senhor é acusado por outros depoentes de receber. Quanto o senhor ganhou em propina?
RT – Nunca recebi propina.

P – A Justiça do Rio está apreciando um recurso do senhor contra o Banco do Brasil. O pedido é para que o banco aceite receber cerca de US$ 22 milhões que estavam na conta de um banco em Mônaco.
RT – Foi um dinheiro que fiz no Brasil, declarado no meu Imposto de Renda. Essa quantia foi transferida oficialmente para o exterior, quando fui morar fora [após renunciar em 2012]. Tenho a entrada dele também na CBF. Eu mandei esse dinheiro para [o banco em Mônaco] quando fui morar nos EUA. Estou de volta ao Brasil e quero de volta.

P – Por que o Banco do Brasil não quer receber?
RT – Não é isso. Eu já trouxe um monte [de dinheiro]e vou trazer mais esse restante. É minha única conta no exterior.

P – E a origem do dinheiro dessa conta?
RT – Era o dinheiro que ganhava aqui. Eu recebia também da Fifa no Brasil [o cartola foi presidente do Comitê Organizador da Copa e integrante do Comitê Executivo da Fifa]. Eu trazia esse dinheiro para o Brasil, colocava no Imposto de Renda e botava no caixa. Foi dinheiro também da venda de casa nos EUA.

P – O senhor já recebeu dinheiro da TV Globo para facilitar na venda dos direitos?
RT – Nunca. Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe.
Digo mais. Todas vez que participei de reuniões da Globo na Fifa, eles nunca nem me pagaram passagem. Ia com a passagem paga pela CBF.

P – Del Nero diz que nunca recebeu propina e alega que os contratos suspeitos foram assinados pelo senhor ou pelo Marin.
RT – Esses contratos foram realmente feitos na minha gestão e foram reformados por ele. Não sei como foi feito, nunca voltei à sede da CBF.

P – Vários dirigentes do continente admitiram que receberam propina. Apenas o senhor, o Del Nero e o Marin seguem negando.
RT – Chega um momento que você se cansa de falar as coisas. Teve um argentino [Alejandro Buzarco, da Torneos y Competencias] que disse que me pagava propina. Nunca vi esse cara. Isso não existe. E depois tem outra. Me deu a comissão? Mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel. Agora, o Hawilla disse que mandou dinheiro em meu nome para contas bancárias em Hong Kong e Jerusalém. Nunca tive nada nesses países. Me mostre esse dinheiro.

P – O senhor pensa em fazer uma delação nos EUA?
RT – Delação de que?

P – Mas não pretende nem esclarecer essa situação com os promotores? O senhor nunca mais deixou o Brasil, assim como Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.
RT – O meu caso é um pouco diferente. Se der um ziquizira com o meu transplante [renal], vou ter problema para resolver. Por isso, prefiro ficar aqui. E também não quero me aborrecer [nos EUA]. Mas não vejo problema, tenho duas filhas que moram nos EUA.

P – Em junho, o senhor disse que tudo que o “acusam no exterior não é crime no Brasil”. Qual crime o senhor acredita que cometeu?
RT – Me expressei mal. Eu digo que comissão privada não é crime. Pergunta a qualquer advogado brasileiro.

P – Mas o senhor recebeu?
RT – Não. Isso é irrelevante.

P – O Sandro Rosell está preso há mais de seis meses. Os promotores espanhóis acusam ele, o senhor e mais três pessoas de integrarem uma “organização criminal transnacional” e de “lavar dinheiro proveniente de comissões ilícitas” da “venda dos direitos sobre a seleção”.
RT – Não recebi nada. É uma pena que está acontecendo com o Sandro, que fez um belo trabalho no Barcelona, na Nike e na ISL [antiga agência de marketing da Fifa].

P – Os espanhóis pediram ao Brasil a prisão do senhor. E também enviaram ao Brasil o processo. O senhor não teme ser preso?
RT – Não temo [ser preso]. Eu já fui investigado centenas de vezes.