Pequenos negócios fecham julho com 43,7 mil novos empregos

As micro e pequenas empresas fecharam o quarto mês consecutivo sustentando a geração de emprego no Brasil. Em julho, os pequenos negócios criaram 43,7 mil novos postos de trabalho, enquanto as médias e grandes empresas fecharam 6,8 mil vagas. No saldo total do mês, foram criados 35,9 mil empregos no país, graças aos micro e pequenos empreendedores. Os números fazem parte de uma análise feita por técnicos do Sebrae, a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), fornecidos pelo Ministério do Trabalho.

“Eu digo e repito: os pequenos negócios são a locomotiva que puxam o país, mesmo em um período prolongado de crise. Apesar das dificuldades com o crédito e dos entraves burocráticos, eles geraram mais de 200 mil empregos em 2017. Imagina se tivessem mais apoio?”, avalia o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

Desde janeiro, o saldo acumulado pelas micro e pequenas empresas é de 264,3 mil empregos gerados, contra 169,2 mil postos de trabalho extintos nas médias e grandes empresas. Em relação a junho deste ano, desconsideradas as declarações fora do prazo, o crescimento observado no saldo de empregos gerados pelas micro e pequenas empresas foi de 22%. O desempenho delas contrasta ainda mais se comparado a julho de 2016, quando registraram um déficit de 15,8 mil vagas.

Puxaram a geração de empregos, no último mês de julho, os pequenos negócios do setor de serviços, com a criação líquida de 18 mil postos de trabalho, seguidos pelo comércio, responsável por 10,3 mil novas vagas. Chama atenção a demonstração de recuperação das micro e pequenas empresas da construção civil, que criaram 7,6 mil postos de trabalho no mês passado, na contramão das médias e grandes, que fecharam quase 7 mil vagas.

Lei Seca atinge marca de 2 milhões de abordados

A Operação Lei Seca (OLS), coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), atingiu a marca dos 2 milhões de condutores que realizaram o teste do bafômetro em Pernambuco, desde o início do programa. Em pouco mais de cinco anos – de dezembro de 2011 até agosto de 2017 – foram parados nas ações de fiscalização 2.000.245 motoristas que conduziam táxis, motos, cinquentinhas, ônibus, automóveis de passeio ou utilitários. As infrações por alcoolemia, quando há constatação do uso da bebida alcoólica pelo condutor, crime por ultrapassar o teor alcoólico determinado pela legislação ou recusa ao teste do bafômetro, somaram 37.993 casos, o que correspondeu a menos de 2% do total de abordagens realizadas pelas equipes da OLS em todo o Estado.

“Essa porcentagem evidencia o trabalho proposto pela Lei Seca, que tem foco na prevenção e na mudança do padrão de comportamento dos motoristas em relação ao consumo de álcool e o uso da direção. As ações de fiscalização estão aliadas, sobretudo, à orientação aos condutores. Nossas blitze também contam com balões de identificação e materiais educativos para os motoristas e caronas”, comentou o coordenador da OLS, Fábio Bagetti.

Em 2012, a OLS foi ampliada de seis para nove equipes, tornando-se, proporcionalmente à população, a maior Lei Seca do país. Desde então, a OLS permanece com o formato itinerante dos bloqueios, diários, na Região Metropolitana do Recife e também no Interior do Estado, percorrendo todos os municípios pernambucanos em horários variados, todos os dias da semana, realizando até 200 blitze por mês. O trabalho da OLS envolve, além da SES, agentes do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) e Polícia Militar de Pernambuco (PMPE).

Caso de triplo latrocínio tem audiência realizada

Acusados (23)

Pedro Augusto

A audiência de instrução e julgamento referente o caso do triplo latrocínio que ocorreu em março deste ano, na zona rural de Caruaru, e acabou chocando toda a população local, foi realizada na manhã da última quinta-feira (24), no Fórum Juiz Demóstenes Batista Veras, no Bairro Universitário. Nela, a titular da 3ª Vara Criminal, juíza Ana Paula Viana Silva de Freitas ouviu não só a única vítima sobrevivente da chacina, o jovem Geraldo José da Silva Filho, o “Geraldinho”, de 23 anos, bem como sete testemunhas de acusação, além dos réus João Anderson Pereira, também de 23, e Rafael da Silva, de 19. O outro envolvido na série de mortes, um adolescente de 17 anos, já foi condenado a cumprir três anos de medida socioeducativa na Funase.

A pena atribuída ao menor foi a máxima em se tratando de crimes praticados por pessoas com idades abaixo dos 18 anos. A sentença referente aos demais envolvidos na chacina, ou seja, os maiores de idade, só será proferida pela juíza do caso provavelmente apenas daqui a um mês, já que ainda restam as apresentações das alegações finais do Ministério Público e da defesa, mas se for tomado como parâmetro os quantitativos dos anos de prisão que são atribuídos pelo triplo latrocínio e a tentativa de homicídio cometida por este trio de criminosos, as penas de João Anderson e Rafael da Silva poderão passar dos 75 anos. Caso sejam condenados a máxima, eles terão de cumprir, pelo menos na teoria, 118 anos de detenção.

Como os seus clientes confessaram a autoria dos crimes e a condenação é dada como certa, tanto o advogado de Rafael como o de João estão direcionando as suas atuações para que a sentença seja a menor possível. “O Rafael é réu confesso, mas não efetuou os disparos. O que queremos aqui é não isentá-lo dos crimes, mas sim que ele pegue uma pena correspondente ao que praticou”, comentou o advogado Alderson Franklin. “Estamos aqui para garantir os direitos do João que teve participação nos mesmos.”, pontuou o também advogado Cláudio Sales. Durante as suas ouvidas, Rafael preferiu adotar o silêncio já João se limitou a dizer que foi o autor dos disparos.

Também presente na audiência, o assistente da acusação Vladimir Lemos de Almeida, que está representando a família dizimada, informou como se encontra a única vítima sobrevivente da chacina. “Geraldinho está bem, é claro, na medida do possível. Vem recebendo todo o apoio necessário por parte da família bem como se submeterá, em breve, a cirurgias restauradoras no crânio e no braço direito. Diante de tudo que passou, sem dúvidas, é um vitorioso. Em paralelo, Nosso papel nesta audiência foi contribuir para com o trabalho do Ministério Público. Procuramos destacar a gravidade das ações cometidas por esses rapazes, já que buscamos a sentenciação da maior pena possível.”

O triplo latrocínio e a tentativa de homicídio ocorreram na noite do dia 21 de março, no Sítio Lagoa do Paulista, na zona rural. Na ocasião, Geraldinho encontrava-se em casa na companhia do pai Geraldo José da Silva, de 61 anos, da mãe Joselma Pereira da Silva, de 52, e da irmã Maria Madalena Pereira da Silva, de 24 anos, quando foi surpreendido com a chegada dos três criminosos. Estes últimos tinham a intenção de roubar as motocicletas da família, porém acabaram sendo reconhecidos e cometeram a sequência dos crimes. Todas as vítimas foram baleadas através do revólver de João.

Por que os pavimentos das rodovias do Brasil não duram?

Buracos, ondulações, fissuras, trincas. Esses são alguns dos defeitos encontrados em mais da metade das rodovias pavimentadas do Brasil. O pavimento executado com asfalto, mais comum no país, tem vida útil estimada entre 8 e 12 anos. Mas, na prática, os problemas estruturais começam a aparecer bem antes: em alguns casos, apenas sete meses após a conclusão da rodovia.

Por que os pavimentos das rodovias do Brasil não duram? Em busca de respostas para essa questão, a equipe técnica da CNT (Confederação Nacional do Transporte) analisou o estado de conservação dos pavimentos das rodovias nos últimos 13 anos; pesquisou métodos e normas que regem as obras rodoviárias no Brasil e em outros países; levantou resultados de auditorias realizadas por órgãos de controle; e ouviu a opinião de especialistas dos setores público, privado e da academia.

A conclusão é que, quando se trata de pavimentação de rodovias, o Brasil utiliza metodologias ultrapassadas para o planejamento de obras, apresenta deficiências técnicas na execução, investe pouco e falha no gerenciamento de obras, na fiscalização e na manutenção das pistas.

Os principais problemas
O estudo divulgado hoje (24/8) pela CNT mostra que a metodologia utilizada no Brasil para projetar rodovias tem uma defasagem de quase 40 anos em relação a países como Estados Unidos, Japão e Portugal. Para citar apenas um exemplo: enquanto Portugal, país do tamanho do Estado de Pernambuco, utiliza três zonas para calcular o impacto das variações climáticas sobre as técnicas e os materiais utilizados na construção de rodovias, o método empregado no Brasil não faz essa diferenciação importante para dar mais precisão ao projeto.

A falta de fiscalização é outro problema. Muitas obras são entregues fora dos padrões mínimos de qualidade, exigindo novos gastos para correção de defeitos que podem corresponder a até 24% do valor total da obra. Com poucas balanças em operação e sem fiscalização adequada, também cresce o problema do sobrepeso no transporte de cargas, cujo impacto reduz a vida útil do pavimento.
De acordo com o estudo, a má qualidade dos pavimentos se agrava com a falta de investimentos em manutenção preventiva. Para se ter uma ideia, estima-se que quase 30% das rodovias federais sequer têm contrato de manutenção.

Grande parte das rodovias brasileiras foi construída na década de 1960. Os especialistas ouvidos pela CNT avaliam que a maioria já ultrapassou a vida útil prevista no projeto, porém, sem receber manutenção adequada nesse período. Para a recuperação, pode haver necessidade de reconstrução parcial ou total em casos particulares, com uso sugerido do próprio pavimento reciclado.

O Brasil precisa investir muito mais

Esses e outros fatores citados no estudo da CNT explicam por que os pavimentos das rodovias brasileiras não duram. Os dados também indicam soluções que podem contribuir para minimizar dificuldades no transporte de cargas e de passageiros e reduzir o alto custo operacional dos caminhoneiros autônomos e das empresas transportadoras, que aumenta, em média, 24,9% devido às más condições das rodovias. Somente em razão da má qualidade do pavimento, em 2016, o setor de cargas registrou um gasto excedente de 775 milhões de litros de diesel, que provocou um aumento de custos da ordem de R$ 2,34 bilhões.

Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, a precariedade dos pavimentos reflete a situação geral do transporte rodoviário no Brasil. Pelas rodovias trafegam cerca de 90% dos passageiros e 60% das cargas brasileiras. “Mesmo sendo essencial para a nossa economia, mais uma vez, constatamos que o setor não vem recebendo a devida atenção por parte do poder público”, afirma Andrade.
“Sem uma malha rodoviária de qualidade e proporcional à demanda do país, a economia brasileira terá dificuldades de crescer de forma dinâmica e na rapidez de que o país necessita”, alerta Clésio Andrade. Segundo ele, além de melhorar a qualidade das rodovias, o Brasil precisa fazer fortes investimentos em transporte e logística para ampliar e diversificar a matriz de transporte do Brasil.

“Precisamos de uma política de transporte multimodal e integrada, com garantia de investimentos consistentes, a longo prazo, para superar o atraso em infraestrutura. Essa é uma condição incontornável para que o Brasil possa voltar a crescer e se desenvolver de forma sustentável”, completou o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Armando diz que Congresso contribuirá para retomar crescimento

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O senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou, esta semana, em debate no 28º Congresso Aço Brasil, em Brasília, que vários projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional podem contribuir para aumentar a produtividade e a eficiência da economia brasileira, essencial, na sua visão, à retomada do crescimento quando a recessão for superada.

Segundo Armando, a produtividade da economia brasileira, que cresceu apenas 0,68% anuais, em média, entre 1990 e 2010, é um problema sistêmico. Como tal, ainda de acordo com o senador, só pode ser combatido aumentando-se a eficiência de forma disseminada, tanto na área tributária como no crédito, na infraestrutura, na educação e na inovação tecnológica.

No debate do encontro da indústria siderúrgica sobre as limitações à competividade no Brasil, Armando Monteiro citou algumas iniciativas em tramitação no Congresso que podem contribuir para ampliar a produtividade. O senador mencionou, entre outras, a reformulação do PIS-Cofins e do Cadastro Positivo e a instituição da duplicata eletrônica.

Armando declarou acreditar que deverão dar resultados na melhoria da competitividade as discussões do grupo de trabalho que preside, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sobre reformas microeconômicas, que passam por medidas de desburocratização e facilitação dos investimentos privados.

Manga de Petrolina na mira de supermercados da Rússia

Da Folhape

Com mais de 200 lojas em Moscou, na Rússia, a rede francesa de supermercados Auchan enviou representantes a Petrolina nos últimos dias 23 e 24, para uma prospecção que visa à importação de manga e uva do Vale do São Francisco. O interesse do grupo cresceu depois que o governo russo fez investimento em uma câmara frigorífica, que vai isentar a rede Auchan da dependência de distribuidores da Holanda. A missão do grupo a Pernambuco foi intermediada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe anunciou o esforço de atração da Auchan, na última quinta-feira (24), durante palestra sobre o cenário de exportações no Brasil e a atuação da agência, ministrada por ele no Encontro Nacional de Editores Colunistas, Repórteres e Blogueiros (Enecob), em Salvador (BA).

“Trata-se de um grupo importante, a terceira maior rede de varejo no mercado russo. Eles estão visitando o Vale do São Francisco para importar, sobretudo, manga. Eles têm mais de 23 supermercados e tendem a depender da câmara (frigorífica) terceirizada, via Holanda, que é um grande hub”, relatou Jaguaribe.

A captação foi realizada pelo escritório da Apex em Moscou, responsável por fazer a ponte com o escritório da Apex em Recife, cujo gerente, Armando Peixoto, acompanhou a visita a Petrolina no último dia 23. A incursão às empresas exportadoras de Petrolina foi acompanhada ainda do presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge Souza, do analista da Apex de Moscou, Diego Sturdze, além de armadores, que já estudam uma rota que não exija passagem por Rotterdam e torne o trajeto mais próximo da Rússia. Entre as empresas visitadas, a Fazenda Tambaú, do Grupo Queiroz Galvão e a Finobrasa Agroindustrial, do Grupo Vicunha.

“A coisa nasceu agora. O escritório de Moscou da Apex fez essa captação porque a fruta de Petrolina todinha, quando é exportada, tem um hub na Holanda. Então, eles ficam na mão de distribuidores. Ali, eles têm um frigorífico. Eles, agora, não vão precisar mais do distribuidor. Então, o pessoal de Petrolina vai colocar as frutas dentro dos supermercados deles”, detalha Armando Peixoto.

A partir daí, é que vai se partir para uma negociação. A Apex – que tem 10 escritórios no exterior e, no Brasil, em Pernambuco e em São Paulo – não entra no processo de discussão de preço, trata apenas de estreitar o relacionamento entre o comprador e a empresa exportadora.

Dia Nacional da Visibilidade Lésbica será celebrado nesta sexta

Em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Lésbica no Brasil, celebrado em 29 de agosto, a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH) e o Movimento Lutas e Cores (LC) irão realizar nesta sexta-feira (25/08), o Sarau da Visibilidade Lésbica.

A programação conta com intervenções e debates políticos sobre a realidade das mulheres lésbicas na cidade, bem como, atrações culturais e artísticas. “É necessário desenvolvermos ações e políticas públicas que possam dar visibilidade e proteção as mulheres lésbicas na nossa sociedade, pois infelizmente a lesbofobia e outras violências, como a prática de estupros corretivos é presente na vida de muitas mulheres lésbicas e bissexuais”, afirmou a gerente de Enfrentamento à Violência da SPM, Joana Figueirêdo.

Para a coordenadora de Promoção à Diversidade Sexual (LGBTI) de Caruaru, Christianny Magalhães, orientar é a forma mais incisiva de combater qualquer tipo de LGBTIfobia. “O sarau marca um momento de lutas e resistências, onde há um histórico de discriminação das pessoas LGBTI e principalmente da vulnerabilidade da mulher lésbica, muitas delas vítimas de assassinatos, agressões físicas, psicológicas, verbais”, afirmou.

O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, surgiu no dia 29 de agosto de 1996 quando militantes lésbicas brasileiras, durante o 1° Seminário Nacional de Lésbicas – SENALE, reivindicaram a importância dessa data para fortalecimento da luta contra a lesbofobia e a invisibilidade nos espaços de poder, bem como pesquisas e políticas públicas específicas para as necessidades das mulheres lésbicas.

No ano de 2016 a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais, divulgou que 340 LGBTI’s foram assassinados no Brasil.

Passeio Ciclístico do Diocesano será no dia 27 de agosto

É grande a expectativa para o 3º Passeio Ciclístico realizado pelo Colégio Diocesano de Caruaru. O evento é aberto ao público e ocorrerá no próximo domingo, dia 27 de agosto, pela manhã, e movimentará as principais ruas da cidade, no percurso de seis quilômetros.

O passeio faz parte das comemorações dos 90 anos do Colégio e terá cunho social. Toda a renda arrecadada com as inscrições será destinada ao Centro Social São José do Monte, comandado pela Irmã Verburga.

A concentração começará às 7h30, em frente à portaria central do colégio, na Rua Deputado Souto Filho, com saída prevista para 8h. Os ciclistas vão passar pela Rua Frei Caneca, Avenida Rui Barbosa, Avenida Rio Branco, Praça Nova Euterpe, Rua Duque de Caxias, Parque 18 de Maio, Rua 15 de Novembro e Praça Chico Porto.

A previsão é reunir em torno de 500 participantes. As inscrições custam R$ 20 com direito à camisa do evento, e podem ser feitas na Livraria Lisieux, localizada por trás do Colégio Diocesano. Haverá apoio da Destra, 4º Batalhão da Polícia Militar, Bombeiros e equipes de saúde.

Prazo final de adesão ao Refis será adiado

BRASÍLIA (Folhapress) – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o prazo de adesão ao novo Refis, programa de refinanciamento de débitos que ainda está em negociação entre governo e parlamentares, deverá ser adiado do final deste mês para 31 de outubro.
“Nossa proposta é essa [adiar o prazo]. A primeira ideia teria sido 30 de setembro, mas não há emenda que proponha isso, e precisa ter uma emenda já apresentada no Congresso. O que tem lá é no dia 31 de outubro, então essa é a data”, disse o ministro.

A equipe econômica esperava arrecadar R$ 13 bilhões neste ano com o programa, mas mudanças feitas por parlamentares na comissão que tratou do tema reduziu esse montante para menos de R$ 500 milhões. Uma nova versão do programa está em negociação no Congresso, e a Fazenda espera que seja possível chegar a uma arrecadação próxima de R$ 10 bilhões.

“É um processo normal de negociação. Tivemos reunião com a comissão de senadores e deputados e a partir daí apresentamos uma série de sugestões, uma proposta negocial. Há uma contraproposta que estamos analisando e estaremos prosseguindo no decorrer desta semana”, disse Meirelles.”Vamos tentar fazer o mais rápido possível. Depende de um acordo”, disse.

Alternativas
Questionado sobre as alternativas que estão sendo negociadas, Henrique Meirelles declarou que “não é produtivo anunciarmos agora”. “Existem diversas alternativas. Tem o uso de créditos fiscais, prazos mais longos, descontos”, exemplificou o ministro da Fazenda.

Um ponto importante a ser definido, de acordo com ele, é o valor dos débitos. “Existe um ponto importante que é a diferenciação das empresas que têm débitos tributários até um certo tamanho, pequenos, das que têm maiores. A proposta do governo foi que [essa definição] seria de R$ 15 milhões. Mas o projeto do relator previa que isso fosse para R$ 150 milhões. É inaceitável. Estamos discutindo isso”, ressaltou o chefe da Fazenda.

Apenas 21% dos brasileiros guardaram parte da renda em junho

Ainda sob os efeitos da crise econômica, poucos brasileiros estão conseguindo formar uma poupança para imprevistos ou realizar um sonho de consumo. Segundo dados apurados pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas dois em cada dez (21%) consumidores puderam guardar parte de seus rendimentos no último mês de junho. Em maio, o índice de poupadores estava em 17%. A maioria (72%) dos consumidores não conseguiu guardar qualquer quantia, enquanto 7% não souberam ou não quiserem responder.

A abertura do indicador por faixa de renda revela que, nas classes C, D e E, há uma proporção ainda maior de consumidores que deixaram de poupar em junho. Oito em cada dez (77%) pessoas que se enquadram nessa faixa de rendimento não conseguiram poupar ao menos parte de seus rendimentos mensais. Já nas classes A e B, o percentual de não-poupadores cai para 53% da amostra, mas ainda assim é considerado elevado pelos especialistas do SPC Brasil.

Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 46% justificam uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês. Outros 18% disseram não ter renda e 13% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro. Há ainda 12% de consumidores que admitiram ter perdido o controle e a disciplina sobre os próprios gasto.

Outro dado é que 45% dos brasileiros que possuem reserva financeira tiveram de sacar ao menos parte desses recursos no último mês, sendo que para 11% a necessidade foi ter de pagar alguma dívida, 10% para despesas extras e outros 10% para despesas básicas da casa.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a boa prática mostra que o hábito de poupar dinheiro não deve se reduzir as sobras eventuais do orçamento, mas um costume a ser exercitado com regularidade. “A poupança deve ser encarada como um compromisso de todos os meses. Se o consumidor deixa para guardar só o que sobra, ele pode ceder à tentação de transformar o que deveria ser uma reserva financeira em consumo, ficando sujeito a eventuais imprevistos ou inviabilizando a realização de sonhos de consumo”, diz a economista. De forma geral, apenas 32% dos brasileiros têm o hábito regular de guardar dinheiro, sendo que somente 5% reservam sempre o mesmo valor e 27% guardam apenas o que sobra no fim do mês.

23% dos poupadores guardam dinheiro na própria casa; apenas 16% guardam dinheiro pensando na aposentadoria

A pesquisa mostra que proteger-se contra imprevistos é o principal propósito dos brasileiros que conseguiram guardar parte da renda no mês de junho. Quatro em cada dez poupadores (38%) reservaram parte de seus rendimentos para lidar com situação eventual de doenças, morte e problemas diversos. Outros objetivos são garantir um futuro melhor para os familiares (31%), enfrentar uma possível demissão (24%), realizar uma viagem (21%) e concretizar um sonho de consumo (21%). Apenas 16% guardaram dinheiro pensando na aposentadoria.

Um dado que demonstra a falta de conhecimento do brasileiro quanto as opções de investimento é que 23% dos poupadores guardam dinheiro na própria casa, escolha arriscada por questões de segurança e nula do ponto de vista dos rendimentos. A primeira opção é tradicional caderneta de poupança, escolhida por 58% das pessoas que juntaram algum dinheiro no mês de junho. Os fundos de investimento foram citados por 10% desses brasileiros, a previdência privada por 8%. O tesouro direto e os CDBs são utilizados por 7% e 5%, respectivamente dos poupadores.

Para os especialistas do SPC Brasil, a preferência majoritária pela poupança ou por guardar dinheiro em casa comprova que, mesmo entre aqueles que possuem reserva financeira, não há muita familiaridade com aplicações mais rentáveis e adequadas para os objetivos que se tem em mente. “Se a reserva visa a um objetivo de curto prazo, a poupança é melhor do que manter o dinheiro em casa. Por mais que o rendimento não seja tão alto, é maior do que zero. Agora, se os objetivos são para médio ou longo prazo, é fundamental pensar em aplicações mais rentáveis, ainda que com menos liquidez”, explica o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli.

Metodologia

O objetivo da sondagem é acompanhar, mês a mês, a formação de reserva financeira do brasileiro, destacando a quantidade daqueles que tiveram condições de poupar ao longo dos meses. O indicador abrange 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.