Feira de artes e artesanato será realizada no sábado

No próximo sábado, 12, a Fundação de Cultura e Turismo realizará a 1ª Feira de Artes e Artesanato. O evento será no Polo Cultural da antiga Estação Ferroviária. Várias barracas com peças artesanais que são comercializadas tradicionalmente na Feira do Artesanato, localizada no Parque 18 de Maio, poderão ser adquiridas pelos que forem visitar o espaço na Estação.

O evento contará com a participação de artesãos e artistas plásticos da cidade. “O nosso objetivo é transformar a produção cultural em atividades econômicas capazes de gerar renda para os participantes, além de promover o intercâmbio entre eles”, explicou a diretora de Ações Culturais, Edileuza Portela.

A Feira ocorrerá no Polo Cultural da Estação Ferroviária, em frente ao Tiro de Guerra, a partir das 19h. Além da feira, haverá apresentação musical, a partir das 20h, com o cantor Carlos Alves, que fará uma justa homenagem ao Luiz Gonzaga que, se vivo estivesse, faria 103 anos no domingo, 13 de dezembro.

Raquel Lyra preocupada com a crise hídrica no Agreste

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A falta de água no Agreste pernambucano, principalmente em Caruaru, tem preocupado a deputada Raquel Lyra (PSB). Ela usou a tribuna da Assembleia Legislativa ontem (9) para tratar das dificuldades hídricas que a região vem enfrentando. Na ocasião, os vereadores do município Edjailson da Caru Forró (PTdoB), Rodrigues da Ceaca (PRTB) e Pastor Carlos (PRB), que acompanhavam a Reunião Plenária, entregaram ao presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchoa (PDT), um relatório sobre o tema.

Segundo Raquel, o mesmo documento foi entregue ao governador Paulo Câmara na semana passada e contém um pedido em defesa de mais investimentos no setor para que a população do Agreste deixe de sofrer com a falta de água. Ela citou também prognósticos negativos da Compesa e da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) para o ano que vem, com permanência da estiagem por causa do fenômeno El Niño.

De acordo com a deputada, o Governo do Estado investe R$ 20 milhões na construção de cisternas no Agreste, além de executar o Sistema Pirangi, que ficará pronto em julho de 2016, e a Barragem de Serro Azul, prevista para o fim do próximo ano. “Já a Adutora do Agreste, com apenas R$ 4 milhões por mês que estão sendo liberados pelo Governo Federal, deve levar dez anos para ficar pronta”, observou.

Preso acusado de desviar recursos públicos da Hemobrás já ganhou título de cidadão pernambucano

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Do Blog de Jamildo

A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-feira (9), Delmar Siqueira Rodrigues, no Piauí. Ele seria o lobista do grupo especializado em direcionar licitações e desviar recursos públicos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). A filha dele, Juliana Cunha Siqueira, também seria lobista e foi presa em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Em 2004, o então deputado estadual Bruno Araújo (PSDB) propôs na Assembleia Legislatica de Pernambuco (Alepe) a concessão da cidadania pernambucana ao Engenheiro Delmar Siqueira, que foi aceita pela Casa.

“Tenho hoje a satisfação e a honra de apresentar o título que carrega os ideais de liberdade e democracia de um povo – o de cidadão pernambucano – para um homem cujo coração se reparte entre Pernambuco e Angola, um cidadão do mundo: Delmar Siqueira Rodrigues”, disse Bruno Araújo na época.
Outro mandado de busca e apreensão foi cumprido no apartamento do diretor presidente da Hemobras, Rômulo Maciel Junior, localizado nos prédios conhecidos como Torres Gêmeas, no Cais de Santa Rita, área central do Recife.

O diretor foi afastado da função e deve prestar depoimento na sede da PF, no Bairro do Recife. A PF estima que as atividades da organização criminosa provocaram um prejuízo de R$ 9 milhões na Hemobrás.

Segundo a investigação da PF, Delmar Siqueira Rodrigues atua como lobista em Pernambuco, Piauí e no exterior.

Conselho de Ética fará sorteio para escolha de novo relator do caso de Cunha

Da Agência Brasil

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendeu a sessão que votaria o parecer preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) que pede a continuidade do processo de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A suspensão ocorreu após uma decisão da Mesa Diretora da Câmara determinar a saída de Pinato da relatoria e a suspensão da sessão até a proclamação de um novo relator. Uma nova sessão foi marcada para amanhã (10).

Pinato começou a sessão como relator, mas terminou fora do posto. Durante a sessão, uma decisão da Mesa Diretora chegou às mãos de Araújo e o obrigou a mudar o relator. A decisão da Mesa Diretora acatou o recurso da defesa de Cunha. Segundo a defesa, Pinato não poderia ser relator por compor o mesmo bloco político de Cunha, alvo do processo. O parlamentar deixou a relatoria, mas pediu que Araújo recorresse da decisão.

“Como democrata que sou, respeito a decisão da Mesa da Câmara dos Deputados, mas não concordo com a Mesa. Queria agradecer Vossa Excelência pela confiança e gostaria que recorresse pela imparcialidade. Esse relator não é apegado em relatoria nenhuma, mas peço que Vossa Excelência recorra”, disse Pinato.

Relator

Araújo acatou a decisão da Mesa Diretora e indicou o deputado Zé Geraldo (PT-PA), que constava na lista tríplice inicial, como novo relator. Zé Geraldo se limitou a dizer que não vai alterar o relatório de Pinato, para que possa ser levado à votação.

Alguns deputados questionaram a decisão imediata de Araújo e colocaram em suspeita quaisquer decisões que ocorressem após proclamação do novo relator. Temendo uma posterior anulação da votação do parecer redigido por Pinato, o presidente do Conselho decidiu suspender a sessão e sortear os nomes de uma nova lista tríplice, excluindo os deputados do mesmo bloco político de Cunha.

“Não posso colocar em risco a decisão do Conselho de Ética. Eu não posso passar por cima da decisão da Mesa. Vou recorrer e a gente vai demorar. E nós temos pressa, porque o que estão fazendo conosco é um absurdo. Eu vou suspender a sessão. Não cabe a mim colocar em risco uma decisão que o Brasil espera”, disse Araújo.

Com isso, a sessão de amanhã de manhã vai retomar os trabalhos e um novo relator será definido com base na lista tríplice. Deputados de oposição a Cunha questionaram as várias protelações e debates, que impedem mais uma vez a votação do parecer da relatoria.

“Quero deixar registrado que não vale a pena alguns parlamentares que não são bobos participarem desse circo. Esse circo está sendo montado porque o acusado é o presidente da Casa. Isso é uma brincadeira com o Parlamento. O conselho não deve passar por essa humilhação”, disse Júlio Delgado (PSB-MG).

“Está feio, está vergonhoso essas tentativas de protelar o afastamento do presidente dessa Casa”, disse a deputada Eliziane Gama (Rede-MA).

Votação de adiamentos

Antes da suspensão da sessão, os deputados votaram dois requerimentos que pediam o adiamento da votação do relatório. As duas votações ficaram empatadas, dez a dez. Araújo usou sua prerrogativa de presidente do conselho e desempatou, votando contra o adiamento.

O deputado Paulo Azi (DEM-BA) chegou atrasado para votar. Sabendo que ele votaria contra o adiamento, os favoráveis ao adiamento alegaram que o deputado do DEM não poderia votar porque, supostamente, a votação teria terminado. Araújo, no entanto, permitiu que o colega votasse porque negou ter terminado a votação.

As votações foram repletas de bate-boca e discussões. Deputados trocaram insultos e discutiram. O tempo foi passando até que a decisão da Mesa Diretora chegasse, fazendo Araújo se sentir obrigado a suspender a sessão.

Receita prorroga condições especiais de reparcelamento do Simples Nacional

Da Agência Brasil

As micro e pequenas empresas que reparcelarem dívidas com o Simples Nacional até 31 dezembro de 2016 não precisarão dar entrada mínima de 10% ou 20% do saldo devedor. A decisão consta de resolução aprovada hoje (9) pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. Vinculado à Receita Federal, o órgão prorrogou as condições especiais de refinanciamento.

Em 2013, o comitê tinha dispensado o recolhimento mínimo para as empresas que fazem o segundo parcelamento de dívidas com o Simples Nacional. O prazo acabaria em 31 de dezembro deste ano.

O comitê também estabeleceu que, a partir de julho de 2017, as empresas com mais de três empregados serão obrigadas a obter certificação digital. A certificação digital é uma ferramenta de assinatura eletrônica vendida por empresas. No caso do Simples Nacional, a certificação será usada para o pagamento da Guia de Recolhimento do FGTS e. Informações à Previdência Social (GFIP) e Documento de Arrecadação do eSocial (DAE).

Em setembro, o Comitê Gestor do Simples tinha estabelecido a obrigatoriedade da certificação digital. Atualmente, a exigência vale para empresas com pelo menos dez empregados. A obrigação será estendida para empresas com mais de oito empregados em 1º de janeiro de 2016 e com mais de cinco empregados em 1º de julho do próximo ano. A resolução também incluiu a ocupação de artesão têxtil a se inscrever como microempreendedor individual.

Outra resolução aprovada pelo comitê divulgou os sub-limites de recolhimento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresas inscritas no programa. Em 2016, as empresas que faturam até R$ 1,8 milhão por ano em quatro estados – Acre, Amapá, Rondônia e Roraima – e R$ 2,52 milhões em seis estados – Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Tocantins – poderão pagar o ICMS por meio do Simples Nacional. Acima desse faturamento, as empresas terão de recolher o imposto pelo método tradicional.

As empresas de Alagoas serão excluídas do sub-limite no próximo ano. O Simples Nacional aplica-se às micro e pequenas empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano. No entanto, em alguns estados de menor renda per capita, existe um teto mais baixo para as empresas recolherem ICMS pelo regime simplificado. Caso contrário, praticamente todas as companhias desses estados estariam inscritas no programa.

Cesta básica fica mais cara nas 18 capitais pesquisadas pelo Dieese

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Da Agência Brasil

O valor dos produtos que compõem a cesta básica aumentou, em novembro, nas 18 capitais onde é feita a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As quatro que apresentaram mais avanços foram: Brasília (9,22%); Campo Grande (8,66%), Salvador (8,53%) e Recife (8,52%). A menor correção foi observada em Belém (1,23%).

A capital onde a cesta básica custa mais caro é Porto Alegre (R$ 404,62), que teve alta de 6,26%; seguida por São Paulo (R$ 399,21), com alta de 4,47%; Florianópolis (R$ 391,85), com alta de 3,54% e Rio de Janeiro (R$ 385,80), alta de 7,27%.

Já entre as capitais que apresentam os menores valores estão: Aracaju (R$ 291,80); Natal (R$ 302,14) e João Pessoa (R$ 310,15).

O Dieese estima que o valor mínimo do ganho mensal de um trabalhador, para suprir as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas, é R$ 3.399,22. O valor é 4,31 vezes superior ao do salário mínimo em vigor (R$ 788). Em outubro último, o valor tinha sido calculado em R$ 3.210,28, o equivalente a 4,07 vezes o piso mínimo do país.

STF impôs derrota à truculência legislativa de Cunha, diz Humberto

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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de sustar o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, após a tumultuada sessão realizada ontem (8) pela Câmara dos Deputados, foi elogiada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Em discurso na tribuna do plenário nesta quarta-feira (9), o parlamentar declarou que a Corte “impingiu uma derrota à truculência legislativa” de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da oposição, que, em votação secreta, elegeram uma chapa avulsa por 272 votos.
“Felizmente, o STF agiu rapidamente, diante da agressão à Constituição Federal, e mandou sustar os resultados da votação secreta que elegeu essa chapa. O bom direito mostrou de que lado está. Esse é um processo eivado de vícios desde a sua fundamentação”, afirmou Humberto.

Segundo ele, a “desmoralização” vista ontem no plenário da Câmara foi patrocinada por Cunha, “que coordenou a oposição na montagem da chapa avulsa e impôs o voto secreto” à escolha da comissão especial responsável pela análise do processo de impeachment num “flagrante desrespeito ao texto constitucional”.

“A oposição virou o braço de apoio e linha auxiliar de Cunha, ao negociar a sua blindagem em troca do impedimento da presidenta Dilma”, observou. Para o senador, a decisão tomada ontem de noite pelo ministro do STF Luiz Edson Facchin, que será levada ao plenário da Corte na próxima quarta-feira, é mais uma derrota para esse processo de impeachment que “começou torto e não pode acabar bem”.

O parlamentar avalia que Eduardo Cunha deu à cadeira de presidente da Câmara “a estatura de um mero tamborete, que colocou embaixo do braço e tem feito dele o que quer, sem qualquer respeito à lei e às instituições”. “Não fosse o STF, que tem restaurado a ordem dos processos na Câmara, estaríamos vendo o Brasil afundar nas mãos de um déspota, que é o terceiro na linha sucessória da República”, destacou.

Humberto classificou Cunha como uma “figura diminuta”, que usa o cargo para obstruir a justiça e a apuração dos crimes de que é acusado, perseguir desafetos e atacar adversários. “Nenhum brasileiro, independentemente de aprovar ou não o Governo Dilma, pode aceitar que a Constituição seja rasgada para favorecer interesses espúrios”, afirmou.

“Os que querem apequenar as suas biografias, que fiquem à vontade. Mas não apequenem a nossa República com esse flagrante e vergonhoso movimento golpista, que quer derrubar uma governante eleita pela maioria dos brasileiros e transformar o Brasil em uma republiqueta de oportunistas fisiológicos”, cobrou.

Nessa terça-feira, na contramão do desejo de Cunha e da oposição, 16 governadores de Estados de todas as regiões do país assinaram um manifesto condenando a tentativa de impedimento patrocinada pelo presidente da Câmara dos Deputados.

Bolsa Família
No discurso, o líder do PT também trouxe argumentos para reafirmar que o impedimento da presidenta é totalmente ilegal e desprovido de fundamento jurídico e embasamento constitucional.

Para o senador, não houve qualquer ato praticado pela presidenta da República que possa provocar a perda do seu mandato. “Não houve qualquer dolo praticado por ela, não houve dano ao erário no exercício das suas funções. E quem diz isso não sou apenas eu, mas uma sólida categoria de juristas brasileiros, que esta semana prestou seu apoio à presidenta da República”, sublinhou.

De acordo com o parlamentar, o que há, realmente, é uma deliberada má-fé para querer criminalizar atos sociais e de investimentos praticados por Dilma e apeá-la do cargo em que chegou por meio do voto popular.

Humberto ressaltou que esses atos sustentaram o Minha Casa, Minha Vida e mantiveram o pagamento regular do Bolsa Família para milhões de brasileiros que dependem desses benefícios.

“É isso o que se está usando para querer derrubar essa mulher da Presidência da República, lugar onde ela chegou subindo a rampa do Palácio do Planalto pela frente, com o respaldo dos brasileiros. Derrubá-la é o ato dos que aspiram chegar à Presidência da República pela porta dos fundos”, disparou.

Colégio Motivo realiza matrículas com novidades para 2016

O período de matrículas das unidades do Colégio Motivo em Pernambuco começou desde novembro, mas os interessados tem até janeiro para garantir a vaga. Desde o dia 20 de do mês passado que os alunos novatos e em lista de espera nas unidades de Caruaru e Boa Viagem estão sendo chamados. Nas novas unidades de Petrolina e de Casa Forte, as matrículas também seguem até o início do ano letivo.

No ano letivo de 2016, que começa no dia 1° de fevereiro, o Colégio Motivo irá oferecer vários programas para todas as unidades da rede. O projeto “O Líder em Mim”, que já é referência na Unidade Boa Viagem, será trabalhado nas outras três unidades. O programa consiste em distribuir lideranças entre os alunos do 1° ao 5° ano do Ensino Fundamental, possibilitando a capacidade criativa e de liderança entre eles. Além disso, os alunos Infantil e Fundamental 1 poderão participar do Sistema Integral de Ensino, onde têm a opção de ficar três ou cinco dias no contra turno do horário normal.

Além disso as quatro unidades terão acesso ao Aplicativo Motivo de Monitoria On-line, que ajuda os alunos do Ensino Médio a tirarem dúvidas, a Agenda Digital, onde os pais terão acesso as atividades dos alunos pelo smartphone ou pela web e o Red Ballon, curso de inglês voltado para crianças e adolescentes.

Outras novidades estão sendo estudadas para o próximo ano, entre elas uma nova forma de aprendizado da Matemática através do HeyMah, baseado em um modelo utilizado em Singapura, e o aplicativo Apprendi, uma plataforma que maximiza as potencialidades do aluno.

Governistas dizem que decisão de Fachin é “respeito à Constituição”

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Do Estadão Conteúdo

Poucas horas depois de serem derrotados em plenário com aprovação da chapa oposicionista para comandar a comissão especial que decidirá sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, deputados governistas comemoraram a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a instalação do colegiado até análise do tribunal.

“É uma decisão que respeita a Constituição e as regras que não podem ser alteradas por conveniência política. Tem que ter regras”, disse o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).

O deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) foi mais duro nas críticas. “Um desqualificado como Eduardo Cunha não pode impor suas vontades para se proteger. O STF, que é o guardião da Constituição, respeitou a Constituição”, disse o parlamentar.

“Isso é uma vitória. Esse tipo de golpe não tem sustentação”, disse a líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ). A deputada afirmou esperar que o pleno agora siga jurisprudência da Corte e que defina um rito para o impeachment. O STF apreciará o caso no próximo dia 16.

A aliados, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal fiador do impeachment, disse que a decisão joga o desenrolar para fevereiro, ajudando a oposição.

“O governo erra tanto, que nos ajuda. Queríamos deixar para depois do Carnaval e é isso que vai acontecer”, disse o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP).

O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que as decisões do Supremo precisam ser respeitadas, mas afirmou “ter certeza” de que o processo foi feito “sob o manto da Constituição e da legalidade”. “Respeitamos. Aguardemos, mas acho que essa decisão tem que ser submetida ao pleno do Supremo. O Brasil não pode parar a espera dessa decisão”, afirmou.

Segundo Mendonça o processo desta terça-feira, além de respeitar a Constituição, foi balizada conforme o regimento interno da Câmara.

 

ARTIGO — A melhor herança da Lava Jato

Por Cláudio Damasceno

Ainda é cedo para mensurar os efeitos da Operação Lava Jato para o futuro do Brasil. Mas, se realmente aprendermos a lição, o patrimonialismo – esse mal cuja primeira manifestação nestas terras foram as capitanias hereditárias – passará a ser, aos olhos da opinião pública, o principal inimigo do nosso progresso. Numa projeção otimista, deixaremos de ser lenientes com as relações nada decentes entre alguns agentes públicos e capitães da iniciativa privada. Afinal, já conhecemos o resultado dessa relação pouco republicana: a corrupção, que torna o Estado um paquiderme ineficiente, caro e insaciável; um viciado em arrecadação, eternamente crescente e injusta.

Nem tudo, porém, é desalento. Alguns efeitos da Lava Jato são muito positivos, sobretudo quando se referem ao aperfeiçoamento da vigilância das operações financeiras. Um deles é o Projeto Herança, desenvolvido ao longo deste ano, com base na experiência adquirida de fiscalizações no âmbito da operação. Seu foco são agentes públicos e políticos que apresentam indícios de enriquecimento ilícito, e situação incompatível com renda e valores declarados à Receita Federal (RFB).

Antes que poderosos defensores de muitos dos que cairão nas redes do Herança digam que se trata de mais um tijolinho na construção de um Estado policial, que vigia os contribuintes de várias maneiras, é preciso deixar claro que somente quem deve é que tem que temer. Vimos que não falta criatividade àqueles que se fartam do dinheiro obtido ilegalmente. Se uma década atrás o qualificativo “laranja” chocava o Brasil pela frequência no noticiário político-policial, hoje os “trustes” estão na ordem do dia. A corrupção é difícil de ser combatida exatamente porque parte dela paga regiamente profissionais habilidosos, que fazem das brechas na lei a saída de emergência para seus clientes.

O Projeto Herança foi desenvolvido na cidade de São Paulo pela Delegacia Especial de Fiscalização de Pessoas Físicas da Receita Federal (DERPF). Desencadeou 15 ações de fiscalização, que devem resultar algo em torno de R$ 15 milhões em autos de infração. A média de R$ 1 milhão por auto é bem superior à observada nos lançamentos das pessoas físicas – nos últimos cinco anos, girou em aproximadamente R$ 680 mil. O programa foi elaborado paralelamente à atuação de auditores na Lava Jato.

O Herança rastreará também patrimônio não declarado à Receita. Haverá troca de informações com órgãos de registro de aeronaves, embarcações, imóveis e automóveis de alto luxo. A conexão com essas bases de dados é fundamental. São inúmeros os casos de dinheiro recolhido ilegalmente que se torna um bem, colocado em nome de alguém que jamais teria capacidade financeira de obtê-lo. E não por acaso recursos levantados em transações ilegais se transformam em ativos de alta liquidez – não perdem valor e podem ser negociados rapidamente pelos verdadeiros donos, se houver necessidade.

Auditores fiscais que trabalham no Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, em São Paulo, integrarão o projeto. É gente com especialização, adquirida depois de muito se assombrar com aquilo que já viu nas ações de combate à corrupção.

Finalmente o Brasil começa a levar a sério a frase de Mark Felt, o célebre Garganta Profunda, ao indicar como o jornalista Bob Woodward poderia desmontar a estratégia da Casa Branca no Caso Watergate. Seguir o dinheiro (“follow the money”) sempre foi a maneira mais eficaz de combater o enriquecimento ilícito e quebrar a espinha dos assaltantes de Estado e estatais.

O nome do projeto foi bem escolhido pela Receita – “Herança”. Na visão da autoridade fiscal, a ideia é deixar “um importante legado para as futuras gerações”. Justíssimo. Pátria educadora não é somente aquela que põe dinheiro na educação. É aquela que investe bem o dinheiro do cidadão. E investir bem é tapar os furos da corrupção, que enfraquece o Estado, escarnece da ética e gargalha da moral.