‘Se o cenário nacional não der certo, eu sou candidatíssimo’, diz Humberto Costa sobre aliança com o PSB

Em entrevista concedida nesta segunda-feira (29) ao jornalista Rhaldney Santos, titular do programa Manhã na Clube, o senador Humberto Costa (PT-PE) comentou a possibilidade do Partido dos Trabalhadores caminhar junto ao PSB na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, afirmando, contudo, que a união estadual depende, antes de mais nada, de uma aliança nacional com o objetivo comum de buscar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República em 2022.

“Se o cenário nacional der certo, vamos encontrar um caminho. Se o cenário nacional não der certo, eu sou candidatíssimo ao governo do estado e vamos buscar outras forças políticas para nos apoiar”, afirmou Humberto.

Na hipótese de ser firmada uma aliança entre as siglas em Pernambuco, Humberto ainda destaca haver outros pontos a serem discutidos, como quais seriam os nomes possíveis, e aponta para a necessidade de participação de ambos os partidos na escolha, mesmo que a decisão final do candidato ao governo ficasse a cargo do PSB.

“Podemos apoiar o PSB, mas queremos discutir quem vai ser o candidato, qual a proposta, os nomes dispostos a ir e, porque não, o PT também apresentar um nome para a Frente discutir, sempre com o espírito de que a candidatura é do PSB? Creio que o PT, pelo seu capital político, tem o direito de apresentar um nome. Na minha visão ninguém pode querer impor nada a ninguém, nem nós impormos nada à Frente Popular, nem ninguém dizer ‘o PT tá fora, porque tem Lula que é presidente da República, então não tem mais o que reivindicar aqui’. E se o PSB tiver o vice, vamos usar esse argumento? Não vamos, né? Temos que discutir cada coisa em seu espaço e devido momento. Precisamos começar essa discussão”, cravou o senador.

E Marília?

Humberto Costa, no entanto, não é a única pessoa no PT de Pernambuco que deseja se candidatar ao governo caso a aliança com o PSB não se concretize. A deputada federal Marília Arraes (PT-PE), que enfrentou uma disputa acirrada até o segundo turno e perdeu por uma margem pequena contra João Camos (PSB), também já se colocou à disposição do partido para concorrer ao comando do Palácio do Campo das Princesas.

Diante das indefinições do cenário político até o final deste ano, contudo, ela também vem sendo cogitada para concorrer a cargos no legislativo, como a reeleição na Câmara ou mesmo o Senado. Convidado pela reportagem a fazer comentários sobre a articulação interna do PT para a disputa ao governo do estado, o também deputado federal petista Carlos Veras afirmou que o principal objetivo é formar um palanque forte para a eleição de Lula, e as conversas estão avançadas para a construção que envolva o PSB e outros partidos da Frente Popular.

No que diz respeito à posição de Marília Arraes, o deputado afirma que vem ouvindo, internamente, que Marília está à disposição do partido para qualquer que seja o cargo que lhe for atribuído como sendo a melhor opção de disputa para colaborar com a eleição de Lula.

“Se for para ser uma puxadora de votos como candidata a deputada federal, está à disposição. Se for para ser candidata a governadora com o (ex) presidente Lula, a Frente e tudo, está à disposição. Só quem pode responder por Marília é ela própria, mas o que tenho ouvido no PT é que ela está muito comprometida com o projeto do PT de eleger Lula como presidente da República”, afirmou o deputado, que também ressaltou a existência de um diálogo permanente e diálogo “sudável” dentro do partido para a tomada de decisões. Também procuramos a equipe de comunicação da deputada Marília Arraes solicitando uma entrevista para obter mais informações, mas até o momento não obtivemos uma decisão acerca do pedido.

Sergio Moro e o “Partido da Lava Jato”

Questionado sobre a recém-lançada candidatura do ex-juiz federal que também foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Sergio Moro, hoje desafeto do presidente e filiado ao Podemos para concorrer à presidência da República, o senador Humberto Costa revelou que “não acredita” que a candidatura vá deslanchar, além de classificá-la como “uma das mais frágeis” dentre as opções do grupo da terceira via, “porque contradisse tudo que ele falou, que não tinha aspirações políticas, que jamais entraria na política, que não tinha qualquer pretensão eleitoral”.

“Eu não acredito muito na candidatura dele, e cada vez fica mais claro que o Podemos está se transformando no partido da Lava Jato, porque é o Sergio Moro, é o Dallagnol, é o Rodrigo Janot. E a Lava Jato, hoje está claro para o Brasil que, se de um lado ela cumpriu um papel importante de mostrar o subterrâneo da corrupção que continua acontecendo no Brasil, ela agiu de forma muito arbitrária contra as garantias individuais e, mais do que isso, não teve a preocupação de fazer as punições sem prejudicar a população”.

Além de não acreditar que a candidatura de Moro tenha fôlego para realmente ganhar força, Humberto Costa afirmou ainda que a vê, de certa forma, como benéfica para o ex-presidente Lula durante a sua corrida eleitoral. “Vai ajudar Lula a reforçar o caráter de inocência que ele teve durante todo esse processo”.

Alckmin e Lula?

Questionado sobre como enxerga os recentes rumores que apontam para a possibilidade de uma união política entre Lula e Geraldo Alckmin, que pode migrar do PSDB para o PSB, o senador petista alegou que vê “com muito bons olhos essa possibilidade”.

“Alckmin tem uma presença importante no eleitorado de centro, mais conservador. Uma pessoa que nesse período mais recente sofreu muito no PSDB, nas disputas internas. Que tem um diálogo num setor que o PT dialoga em escala menor. Poderia nos ajudar a influenciar o eleitorado de centro e com a experiência de ter sido 4 vezes governador do estado de São Paulo, poderia ser de grande ajuda no governo. Vejo com simpatia. Não sei se vai ser viável, mas vejo com simpatia”.
Drop here!

Diario de Pernambuco

Prefeitura de Caruaru não realizará festa de réveillon este ano

A Prefeitura de Caruaru informa que não realizará festa de réveillon no município este ano. A decisão tem como objetivo não promover aglomerações e assim evitar possíveis transmissões da Covid-19 na cidade. A Prefeitura ainda reforça que segue avançando com a vacinação no município, com 99% da população já vacinada com a primeira dose.

Taxa de desemprego recua no 3º trimestre de 2021 puxada pelo trabalho informal

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (30/11) pelo Instituto Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desocupação no Brasil recuou 1,6% do segundo para o terceiro trimestre este ano, ao atingir a marca de 12,6% nos meses de julho, agosto e setembro.

Com isso, o contingente de pessoas que buscam emprego no Brasil também caiu, mas ainda é alto, já que 13,5 milhões de pessoas estão desempregadas e em busca de um trabalho. Do outro lado, os ocupados chegaram a 93 milhões, com crescimento de 4% entre um trimestre e outro, sendo que destes 66,4% estavam empregados, 4,1% eram empregadores, 2,1% são trabalhadores familiares auxiliares e 27,4% pessoas que trabalhavam por conta própria.

“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho e nem buscava emprego”, avaliou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

A queda na taxa de desocupação vista nacionalmente é reflexo da redução do desemprego em todo país, já que em todas as regiões foi possível observar diminuição da taxa de desocupação. As cidades que possuem maiores taxas de desocupação são Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Rio Grande do Norte (14,5%).

Perfil dos trabalhadores
No entanto, a coordenadora do IBGE destacou que a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram do segundo para o terceiro trimestre deste ano estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%). Além disso, houve aumento de 9,2% no número de trabalhadores domésticos, que chegou a 5,4 milhões de pessoas.

Mesmo assim, esse número ainda é menor se comparado ao período pré-pandemia. No primeiro trimestre do ano passado, 6 milhões de pessoas eram trabalhadores domésticos.

Outra categoria que cresceu e atingiu o maior número desde o início da série histórica da pesquisa foram os trabalhadores por conta própria, que são 25,5 milhões de pessoas. Esse montante inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% frente ao último trimestre.

Correio Braziliense

Surto de coceira e lesões na pele em Pernambuco não tem relação com ivermectina, diz infectologista

O surto de coceira com feridas na pele que tem sido registrado em Pernambuco, dificilmente, tem alguma relação com o uso abusivo de ivermectina, medicamento prescrito para escabiose, infecção conhecida como sarna, e doenças de verme que veio a ser indicado indevidamente para pacientes com Covid-19 durante a pandemia.

De acordo com o infectologista Demetrius Montenegro, que conduz um estudo para investigar as causas do problema, há apenas uma possibilidade de que o consumo indiscriminado do remédio torne o ácaro causador da sarna mais resistente à medicação. A hipótese, no entanto, seria válida apenas se os casos relativos ao surto atual fossem de escabiose, o que ainda não está confirmado.

“A pesquisadora do artigo (produzido pela Universidade Federal de Alagoas, que teria sugerido essa relação) entrou em contato com a gente, preocupada, porque a manchete que saiu inicialmente era que o estudo previu esse surto. Não tem relação nenhuma, até porque nem sabemos se o que vem acontecendo é escabiose”, disse o médico.

Entre os casos investigados pela equipe de cientistas em Pernambuco, já foram identificados quadros de sarna, que foram tratados com o medicamento. “E as pessoas dessa área não usaram ivermectina de forma profilática para Covid. Isso também está sendo investigado”, acrescentou.

Estudo nas comunidades
Nesta segunda-feira (29), os pesquisadores envolvidos no estudo visitaram as comunidades do Recife onde os primeiros casos foram identificados, nos bairros de Dois Irmãos e Guabiraba, na Zona Norte, e avaliaram a situação dos moradores. Segundo a Prefeitura, até o momento, 185 casos foram registrados em 39 localidades.

Folhape

Recife não terá shows na orla de Boa Viagem na festa de Réveillon; queima de fogos está mantida

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), confirmou nesta terça-feira (30) que a capital pernambucana não realizará shows na orla da cidade durante o Réveillon devido à pandemia do novo coronavírus. A queima de fogos, no entanto, está mantida.

A declaração foi feita nesta manhã, durante entrevista à GloboNews.

“Não haverá shows promovidos pela prefeitura do Recife no Réveillon da cidade. Desta forma, não teremos eventos como sempre acontecem na Orla de Boa Viagem, no Polo Pina, que são as principais praias do Recife”, afirmou o João Campos.

O prefeito detalhou ainda que a queima de fogos sem estampido será realizada em polos descentralizados da capital.

“Vai ter na Zona SUL, na Zona Norte, na Zona Oeste, além da queima tradicional de fogos na avenida Boa Viagem, mas sem promoção de shows, que causam grandes aglomerações”, contou Campos.

Folhape

Prefeitura de Caruaru inicia programa de inserção de DIU no pós-parto imediato

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 120 milhões de mulheres em todo mundo desejam evitar a gravidez. Por isso, as mulheres que tiverem bebê na Casa de Saúde Bom Jesus (CSBJ), em Caruaru, e desejarem inserir o DIU (Dispositivo Intrauterino), de forma gratuita, poderão, ainda durante a sua permanência no hospital, solicitar o implante, já que o momento mais indicado para a colocação é logo após a expulsão da placenta. Mas também pode ser inserido a qualquer momento, dentro de 48 horas após o parto.

O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde.
 
“Garantir o implante de DIU para as caruaruenses é garantir a elas o poder de decisão sobre seu corpo e seus desejos, possibilitando o exercício do direito ao planejamento familiar”, disse a secretária executiva de Atenção Especializada, Regulação e Farmácia, Domany Cavalcanti.

O DIU é um método contraceptivo seguro, reversível e eficaz. Além disso, é um dos métodos com as taxas de falhas mais baixas, com média de uma gravidez por cada 100 mulheres implantadas, no primeiro ano de uso. Com isso, é um grande aliado para as famílias que buscam por um planejamento familiar.

Existem vários tipos de DIU. Os dispositivos que estão sendo ofertados pelo município são os de cobre, que pode ser usado por até 10 anos.

“Após implantado, eles atuam produzindo uma reação inflamatória, citotóxica, que é espermicida, que comprometem a qualidade e a viabilidade dos espermatozóides. Para se beneficiar do programa, as mulheres deverão cumprir dois requisitos: ter 25 anos ou mais e ter, pelo menos, dois filhos”, explicou Domany.

Dentre as inúmeras vantagens de inserção do DIU, ainda durante o pós-parto imediato, estão a garantia de que a mulher não está grávida e a praticidade. Também não atrapalha a relação sexual, não gera corrimentos, não provoca infecção, não provoca câncer e nem danos ao seu útero, não reduz a sua fertilidade, não dificulta uma gravidez futura e não é abortivo.

Aline Nascimento convoca audiência pública sobre segurança pública da zona rural de Caruaru

A fim de discutir a questão da segurança pública na zona rural de Caruaru, a vereadora caruaruense Aline Nascimento convocou uma audiência pública que será realizada, a partir das 10h, nesta quarta-feira (1º), na Câmara de Vereadores. Preocupada com a expansão das atividades criminosas para os sítios do município, a parlamentar quer discutir alternativas que possam inibir crimes no local.

“Infelizmente, os índices de criminalidade na zona rural de Caruaru têm crescido e os moradores estão muito assustados. Precisamos discutir os fatores que estão levando a isso. Se é pela distância, se é pela dificuldade de a polícia manter um efetivo nessas localidades. É um debate importante e inadiável”, ressalta Aline.

Foram convocados todos os vereadores, o secretário de Defesa Social do estado, Humberto Freire; o comandante do 1º Batalhão Integrado de Policiamento, Major Flávio Rodrigues Carneiro; o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, Tenente Coronel Fred Jorge Parente Saraiva; o secretário municipal de Ordem Pública, Coronel Patrício Filho, além de toda a população e a imprensa.

Por causa da pandemia, em respeito às recomendações sanitárias, a vereadora propôs que a audiência fosse realizada de forma híbrida, ou seja, presencial e on-line. Dessa forma, a partir das 10h da quarta-feira (1º), a audiência será transmitida ao vivo pela TV Câmara (canal 22.2) e pelo facebook do Poder Legislativo de Caruaru.

Prefeitos sinalizam ao Planalto que vão autorizar reajuste da tarifa de ônibus

Prefeitos de capitais e de grandes cidades do interior avisaram ao Palácio do Planalto que uma bomba está prestes a explodir: as passagens de ônibus urbanos podem subir até 11% a partir de janeiro para recompor as perdas com a inflação e reduzir o rombo no caixa das empresas e das prefeituras.

Com a disparada dos preços do diesel, de mais de 66% nos últimos 12 meses, e sem reajustes das passagens há dois anos por causa da pandemia de covid-19, a alegação dos gestores municipais é a de que não há como as prefeituras subsidiarem o transporte público e evitar a quebradeira de empresas. Diante da alta do desemprego e da queda na renda, os passageiros também não têm como assumir esse custo extra.

A situação é tão dramática que uma comitiva de prefeitos esteve em Brasília na última semana tentando convencer o governo e o Congresso a criarem um mecanismo para o financiamento das tarifas ou de desoneração do diesel, que representa 20% dos custos das empresas de ônibus.

“Se não tiver alguma medida para aliviar os custos, haverá aumento de tarifa agora para todas as cidades. Seria muito doloroso para a população mais carente, que ainda está vivendo os efeitos da pandemia”, disse, na ocasião, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). São Paulo e Distrito Federal bancam a maior parte do valor das passagens.

Pressão das empresas
No que depender das companhias de transporte, o aumento das passagens de ônibus poderá ser ainda maior. Levantamento feito pela Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostra que o reajuste necessário para minimizar os estragos no caixa do setor é de 50%, ou seja, de R$ 2. Com isso, a tarifa média no país saltaria de R$ 4,04, atualmente, para R$ 6,04.

O mesmo estudo aponta que, para evitar aumento nessa magnitude, garantir o reequilíbrio dos contratos de concessão e manter o sistema de transporte ativo nas cidades, o poder público terá que desembolsar R$ 1,7 bilhão por mês às empresas. “Esses são os recursos necessários para custear um dos serviços públicos mais relevantes para toda a sociedade”, diz a NUT, em nota.

As perspectivas de ajuda por parte do governo federal, no entanto, são mínimas. O prefeito de São Paulo contou que já conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de subsídios por parte do Tesouro Nacional às empresas de ônibus, mas ouviu dele que não há espaço no Orçamento da União para assumir mais despesas.

Vale destacar que, no ano passado, Bolsonaro vetou uma ajuda de R$ 4 bilhões ao setor, o que contribuiu para agravar ainda mais o desequilíbrio financeiro das empresas. Auxiliares do presidente admitem que o quadro é dramático e não haverá saída fácil. Se houver o tarifaço dos ônibus, a inflação, que já está acima de 10% ao ano, subirá ainda mais, com impactos na economia e na política num ano de eleições.

Em junho de 2013, o Brasil entrou em convulsão tendo como estopim o reajuste das passagens de ônibus de R$ 0,20 em São Paulo. A população tomou as ruas e a popularidade da então presidente Dilma Rousseff caiu, naquele mês, de 57% para 30%. Ali começou o movimento para o impeachment da petista.

Prefeito de Aracajú e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Edvaldo Nogueira (PDT), afirmou, na passagem por Brasília, que não há ainda uma definição sobre o tamanho do aumento no valor das passagens de ônibus, mas admitiu que, sem a ajuda do governo federal, será necessário, no mínimo, recompor a inflação, que está na casa dos 11% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Correio Braziliense

Brasileiro com Covid-19 que passou pela África do Sul é colocado em isolamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou, no domingo (28/11), um passageiro brasileiro, vindo da África do Sul, que testou positivo para Covid-19. Ele desembarcou em Guarulhos no sábado, em um voo da Ethiopian Airlines. No mesmo dia, a agência havia recomendado o fechamento as fronteiras com mais quatro países, além da própria África do Sul, de Botsuana, de Suazilândia, de Lesoto, da Namíbia e do Zimbábue. A portaria proibindo a entrada de viajantes desses países entra em vigor hoje.

Não há confirmação se o caso é da variante ômicron. O sequenciamento genético para a identificação da cepa do vírus está sendo feito pelo Instituto Adolfo Lutz, e a previsão é que a análise fique pronta em até cinco dias.

A Anvisa afirma que está fiscalizando e exigindo, por meio de portaria interministerial, que o viajante apresente exame PCR negativo para Covid-19 realizado em, no máximo, 72 horas antes do voo internacional (na origem do voo). O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático.

Após o desembarque, no entanto, a Anvisa foi informada às 21h12 de sábado sobre o resultado positivo do novo teste de RT-PCR, realizado pelo laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos. Segundo a agência, diante do resultado, notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) nacional, estadual e municipal, às 1h07 de ontem. A vigilância epidemiológica do Município de Guarulhos também foi acionada para acompanhamento do caso.

O paciente, que já está em isolamento, tem esquema vacinal completo. É um homem de 29 anos, morador de Guarulhos, que veio da Etiópia, está em casa e tem apenas sintomas leves da doença.

Fronteiras fechadas
O governo brasileiro decidiu, na sexta, tomar providências em relação à nova variante da Covid-19, horas depois dos alertas da Anvisa e do Ministério da Saúde. A Portaria Interministerial nº 660 proibiu voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pelos países africanos.

De acordo com a norma vigente, o viajante brasileiro procedente ou com passagem pelos países citados nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por duas semanas na cidade de destino.

A Anvisa reforça que realiza a triagem em aeroportos brasileiros desde o início da pandemia, a fim de adotar as ações de prevenção e promoção da saúde nos casos de identificação de viajantes infectados pelo Sars-Cov-2. Mas reitera que não cabe ao órgão estabelecer ou monitorar a quarentena dos infectados ou de seus contactantes.

Principal arma
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, ontem, que a principal arma para enfrentar a nova variante é a campanha de imunização. Segundo ele, o Brasil está muito bem nesta parte. “Já distribuímos mais de 372 milhões de doses de vacinas, das quais 308 milhões foram aplicadas”, disse, em live no Instagram.

Os secretários Rodrigo Cruz (secretaria-executiva), Arnaldo Medeiros (Vigilância em Saúde) e Sérgio Okane (Atenção Especializada à Saúde) participaram da live com o ministro e reforçaram a importância da vacinação. Arnaldo Medeiros disse que “é extremamente importante que mantenhamos foco na campanha de vacinação, com a utilização de medidas não-farmacológicas, evitando aglomerações fúteis”.

Para Queiroga, a ômicron preocupa, mas não é necessário desespero da população. “A variante tem causado atenção das autoridades sanitárias do mundo todo e aqui no Brasil também. Gostaria de tranquilizar os brasileiros, porque os cuidados com essa variante são os mesmos cuidados com as outras”, disse.

“Estamos nos aproximando das festas de fim de ano, é uma boa oportunidade para confraternização das famílias, evitando grandes eventos em massa, porque ainda temos uma pandemia. Ficou bem mais controlada graças ao esforço do SUS, mas sabemos que só estaremos seguros quando todos estiverem vacinados”, ressaltou o ministro.

Correio Braziliense

Escanteado, Mourão se aproxima de Sergio Moro

Após o presidente Jair Bolsonaro deixar claro que não conta com ele para o projeto da reeleição e, mais do que isso, o estimular a construir um caminho eleitoral próprio, o vice Hamilton Mourão passou a conversar recentemente com o ex-ministro Sergio Moro. Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo Podemos, o ex-juiz da Operação Lava-Jato é desafeto declarado do chefe do Executivo federal.

Nas últimas semanas, Bolsonaro deu a seguinte orientação ao auxiliar: tenha um paraquedas reserva. Fez isso em duas ocasiões, uma delas por mensagem de texto e a outra, pessoalmente, durante uma cerimônia no Planalto. Na primeira vez, a sugestão veio acompanhado de um anúncio: “Vou para o PL. Tenha um paraquedas reserva”.

Depois dos recados explícitos, interlocutores de Bolsonaro fizeram chegar a Mourão que o presidente está disposto a apoiá-lo ao cargo que ele escolher concorrer em 2022, desde que não haja conflitos com interesses do núcleo mais próximo do mandatário da República.

Marcado para amanhã, o ingresso do presidente no partido símbolo do Centrão, presidido por Valdemar Costa Neto, vai impactar na escolha de quem será o vice na chapa presidencial em 2022. O nome deverá ser indicado por outra legenda da base de apoio bolsonarista, possivelmente o PP, também do Centrão.

Antes mesmo de receber o sinal explícito do presidente, de olho no futuro, Mourão, que é filiado ao PRTB, já vinha conversando com partidos. Recebeu convites para entrar no PP, PL, PSD, Republicanos e no próprio Podemos, sigla de Moro — este feito pela presidente do partido, deputada Renata Abreu (SP).

A ponte Moro-Mourão foi pavimentada, porém, por amigos em comum. Ex-integrante do atual governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, titular da Secretaria de Governo entre janeiro e junho de 2019 e provável candidato a uma cadeira no Congresso pelo Distrito Federal, é um dos entusiastas da aproximação. O militar defende até que Mourão continue na cadeira de vice, mas em uma gestão Moro.

O ex-ministro da Justiça tem tentado atrair integrantes das Forças Armadas para seu projeto eleitoral. Os militares são a principal base de Bolsonaro desde o início de sua carreira política.

Há cerca de um mês, um amigo em comum avisou ao vice-presidente que Moro iria procurá-lo, o que de fato ocorreu. De lá para cá, o vice-presidente e o ex-ministro da Justiça vêm trocando mensagens. Moro perguntou-lhe o que havia achado de seu discurso na cerimônia de filiação ao Podemos. Mourão elogiou. A retribuição veio quando Mourão criticou publicamente o orçamento secreto, ocasião em que Moro também enviou um curto texto felicitando o posicionamento do vice-presidente. Também já trocaram considerações a respeito da PEC dos Precatórios, alvo de críticas de ambos.

Mourão não fala sobre o assunto publicamente. Quando perguntado por interlocutores próximos se pretende reencontrar Moro pessoalmente, se diz escaldado. Alega que não pretende reviver o episódio da reunião secreta com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), outro desafeto de Bolsonaro. O encontro vazou e irritou o presidente, que se sentiu traído. Esse foi um dos muitos capítulos de desentendimento da desgastada parceria entre Bolsonaro e Mourão. Há tempos, a relação é pautada por desconfiança mútua.

Hamilton Mourão ainda não bateu martelo sobre o caminho a trilhar no ano que vem. Balança entre uma candidatura ao Senado pelo Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul, mas não descarta disputar o governo fluminense, o que não agrada a sua família. Apesar dos flertes com representantes de variados espectros ideológicos, ele ainda almeja o apoio de Bolsonaro quando botar a cabeça para fora.

Na última quinta-feira, Mourão se reuniu com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), segundo o colunista Lauro Jardim, do GLOBO. Castro pretende disputar a reeleição. Na conversa, o vice avisou a Castro que só definirá o seu destino político em março. Mas garantiu ao governador que os dois serão aliados.

Agência O Globo