Partido Comunista chega aos 100 anos com tentáculos em todos os aspectos da vida na China

Em um dia normal, o doutorando em relações internacionais Zeng Weishen se levanta cedo. Ainda na cama, checa as redes sociais e as principais notícias do dia em aplicativos e portais da China.

Quando não está correndo para cumprir os prazos da universidade, lê também as últimas atualizações do seu comitê de bairro -em geral um boletim com o status de obras e da manutenção de serviços públicos, além de novidades sobre impostos ou novas regulamentações municipais em Pequim. Depois, vai à academia e passa em uma lojinha, na qual paga a conta do café da manhã com uma carteira digital.

Essa rotina comum na vida de um cidadão chinês concentra uma característica central do país asiático: todas as atividades descritas passam, direta ou indiretamente, pelo Partido Comunista. Na semana em que celebra seu centenário, a organização pode reivindicar o feito de ter se tornado tão presente na vida da população ao ponto de muitas vezes suas funções serem confundidas com o próprio aparato estatal. A sigla celebra seu centenário nesta quinta-feira (1º).

Nas notícias, o discurso é filtrado por diretrizes ideológicas do partido. Nas compras, as bases para a utilização de moeda digital são definidas pela legenda, e uma das principais carteiras digitais, o Zhīfùbǎo (ou AliPay, na versão ocidentalizada), pertence ao bilionário Jack Ma, filiado ao PC Chinês desde os anos 1980. No relacionamento dos cidadãos com o poder público, as comunas de bairro orientam sobre medidas sanitárias, obras, contagem do censo e, mais recentemente, a fila da vacina contra a Covid.

O partido também está presente na obrigatoriedade do ensino de marxismo à maioria dos universitários chineses, na definição de currículos escolares, na supervisão do grande firewall responsável por bloquear sites ocidentais na China e na concepção de políticas que regem a vida de minorias.

Para Zeng, a presença do Partido Comunista se traduz também no relacionamento familiar e no ativismo político, já que o pai dele, um oficial sênior há anos, atua na máquina pública. Os tios e o avô também são membros da organização. “Meu pai iniciou a carreira como um funcionário do programa local de redução da pobreza. Era um trabalho difícil e que me deixava muito orgulhoso, pelo esforço dele para entender a realidade, ajudar os menos favorecidos e auxiliá-los de uma forma que eles possam compreender e aceitar”, conta o doutorando, acrescentando que a filiação partidária e o trabalho do pai no governo local foram essenciais à sua formação moral e, posteriormente, na decisão de se filiar ao Partido Comunista.

Entender os tentáculos da legenda no governo chinês é essencial para a manutenção de boas relações com o país. A autoridade do PC Chinês, muitas vezes, é mais importante que a autoridade governamental. O primeiro-secretário de uma província, por exemplo, é mais importante que um governador.

Com cerca de 92 milhões de membros -o que faz da sigla a segunda maior organização política do mundo, atrás apenas do Partido do Povo Indiano, ou BJP, na sigla em inglês, que tem ao menos 180 milhões de filiados-, o Partido Comunista chinês exerce influência superior aos seus números superlativos, mesmo em um universo de 1,4 bilhão de habitantes, afirma o sinólogo e professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Maurício Santoro.

“Proporcionalmente, [o número de membros] pode parecer pequeno, mas é uma organização central na China, sobretudo pelo recrutamento de figuras proeminentes da sociedade. É, efetivamente, além de uma estrutura política robusta, uma grande rede de contatos”, analisa Santoro.

Para o professor, essa conexão entre povo, Estado e partido hoje é tão interligada que a trajetória do PC Chinês “se confunde com a própria história nacional, uma narrativa amplificada pelo Departamento de Propaganda ao delegar à legenda os créditos pelo sucesso do desenvolvimento, pela restauração da unidade nacional e por devolver à China o status de uma grande potência, respeitada pelo mundo”.

Evandro Menezes de Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV Direito Rio, corrobora essa visão. Para ele, o PC Chinês é mais presente que o próprio Estado, e um exemplo disso é a Frente Unida, que aglutina sindicatos, federações feministas e ativistas sociais. A atuação do órgão escancara as diferenças do modelo político que tornam o limite entre Estado e partido tão tênue.

“O Partido Comunista dá a linha ideológica e o direcionamento para o Estado, que tem de executar tarefas. Ao mesmo tempo, quando está presente nos sindicatos, na mídia e nos grupos sociais, ele também está nas organizações de base, pressionando esse mesmo Estado a transformar as orientações em leis e políticas públicas”, afirma Menezes. “É uma lógica interessante, porque o partido sozinho não legisla, mas orienta no topo da pirâmide e traz coesão às demandas da base.”

Assim, essa estrutura tão particular rompe com a lógica de separação dos três Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) em prol de uma fidelidade não individual ou organizacional, mas à República.

Responsável pelas análises da China no Grupo Eurásia e especialista na estrutura burocrática partidária chinesa, o pesquisador Neil Thomas diz que, sobretudo na gestão de Xi Jinping, o PC Chinês vem assumindo mais funções antes delegadas apenas ao governo. Em 2018, uma grande reorganização administrativa nublou ainda mais a fronteira entre partido e máquina estatal.

“O Conselho de Estado, por exemplo, era o principal responsável pela formulação da política econômica. Com Xi, o partido assumiu essa tarefa por meio da comissão de reformas, uma espécie de órgão dedicado a definir, implementar e coordenar a política econômica. Xi também acumulou a presidência da comissão central econômica e financeira, que antes era uma função do primeiro-ministro”, afirma Thomas.

Além da simbiose com o Estado, o partido aumenta a presença no setor privado. Pesquisa da Federação da Indústria e Comércio de Toda a China em parceria com a Academia Chinesa de Ciências Sociais mostrou que o número de organizações partidárias de base -uma espécie de filial do Partido Comunista nas empresas- saltou de 4% em 1993 para 48,3% em 2018. Na lista das 500 maiores companhias, essa cifra é significativamente maior: de acordo com uma pesquisa do think tank Macro Polo, chega a 92,4%.

A doutoranda na UERJ Melissa Cambuhy, que conduz uma pesquisa sobre os processos de reestruturação produtiva nas empresas chinesas, diz que o socialismo com características chinesas, com presença robusta do partido dentro de organizações privadas, “usa o mercado como um alocador de recursos a serviço do planejamento econômico estatal”. “Esse modelo direciona a produção para os interesses nacionais e, em última instância, lidera os investimentos em inovação tecnológica.”

Melissa afirma que a capilaridade da legenda em diversas esferas da vida chinesa ofereceu bons resultados recentes, como, por exemplo, na crise da Covid-19. A professora lembra que os comitês partidários de bairro foram responsáveis por quebrar a cadeia de transmissão do vírus, na medida em que entregavam comida para idosos, faziam medições de temperatura e forneciam suprimentos médicos, sem contar a capacidade de mobilizar voluntários, mesmo que não filiados ao partido. “Para o chinês comum, ficou bem claro a proximidade em um momento de crise.”

Zeng Weishen, cuja rotina é regida, direta ou indiretamente, pelo PC Chinês, rejeita a percepção de um partido controlador e onipresente. Ele cita os canais de tecnologia hoje disponíveis para levar demandas aos comitês que ajudam a intermediar o contato com o poder público. Para Menezes de Carvalho, a opinião do estudante denota o quão central será a tecnologia na ramificação do Partido Comunista no tecido social e na própria sobrevivência da organização nas próximas décadas.

“Com a coleta de dados em massa, eles já são capazes de acompanhar online e em tempo real o que as pessoas querem, uma condição essencial para se manter no poder. Trata-se, claro, de um poder enorme, mas que no Ocidente está nas mãos de empresas, como o Facebook”, afirma.

Para ele, os avanços tecnológicos podem criar um cenário em que o Partido Comunista chinês seja capaz de prever “não só o que sociedade quer hoje, mas o que ainda vai querer, criando uma discrepância com as democracias nas quais a vontade popular se traduz a cada quatro anos em uma plataforma política que tenta, e nem sempre consegue, responder às demandas sociais”.

Já Santoro, da UERJ, defende uma forma diferente de pensar a relação entre povo e partido daqui pra frente. O sinólogo afirma crer ser necessário “relativizar o mito da onisciência” do PC Chinês e cita os casos das siglas comunistas européias que sucumbiram no final da década de 1980 e no início dos anos 1990 graças a agitações populares. “Há um aparato de controle muito sofisticado, mas também uma sociedade capaz de se mobilizar em grandes números. Nenhum partido é onisciente e onipresente, as estruturas político-sociais são sempre mais complexas que isso.”

Folhapress

Porto-riquenho de 112 anos é o homem mais velho do mundo

O homem mais velho do mundo é um porto-riquenho de 112 anos e 326 dias, Emilio Flores Márquez, anunciou nesta quarta-feira (30) em Londres o Guinness World Records.

Nascido em 8 de agosto de 1908 na localidade de Carolina, ao leste de San Juan de Porto Rico, Flores Márquez, chamado pela família de “Don Millo”, é o segundo dos 11 filhos de Alberto Flores Meléndez e Margarita Márquez García.

Ele frequentou a escola por apenas três anos e abandonou os estudos para ajudar o pai na plantação de cana-de-açúcar da família. Dedicou toda a vida à agricultura. 

Como o homem mais velho entre os filhos da família, ele ficou responsável pelo trabalho e por cuidar dos nove irmãos e irmãs vivos. 

O segredo da longevidade? “Meu pai me criou com amor e me ensinou amar a todos”, explicou. “Sempre nos dizia para fazer o bem, para compartilhar tudo com os outros. Além disso, Cristo vive em mim”, completou.

Flores teve quatro filhos – dois faleceram – com a esposa Andrea Pérez de Flores, que morreu em 2010 após 75 anos de casamento. 

Ele tem cinco netos e cinco bisnetos.

Don Millo tem surdez e usa marca-passo desde os 101 anos. Atualmente mora em Rio Piedras, sob os cuidados dos filhos Tirsa e “Millito”.

O homem mais velho do mundo reconhecido pelo Guinness anteriormente era o romeno Dumitru Comanescu, que faleceu em 27 de junho de 2020, quando tinha 111 anos e 219 dias. 

A mulher mais velha atualmente é Kane Tanaka, de 117 anos, que vive no Japão. 

O recorde de longevidade humana reconhecia pertence à francesa Jeanne Louise Calment, que viveu 122 anos e 164 dias. Ela morreu em 1997. 

Entre os homens, o japonês Jiroemon Kimura é considerado o mais longevo. Ele faleceu pouco depois de completar 116 anos, em junho de 2003.

AFP

Interdição de trecho na Avenida Marcionilo Francisco

A Autarquia de Mobilidade, Trânsito e Transportes de Caruaru (AMTTC) informa que um trecho na Avenida Marcionilo Francisco e outro na Rua Rodrigues de Abreu, no Bairro Maurício de Nassau, serão interditados, nesta quinta-feira (1°) a partir das 7h, para execução de obras.

A linha de ônibus 309 (Rendeiras/Ceaca) entrará na Rua Ana Maria da Silva Brasileirinho (Rua da Fusam), continua pela Rua Pastor Rúbens Prado, depois na Rua Antenor Simões Rodrigues, em seguida na Rua Senador Antônio José de Lima, voltando a rota pela Avenida Agamenon Magalhães (conforme o mapa em anexo). Os condutores de outros veículos poderão fazer o mesmo trajeto. As ruas interditadas devem ser liberadas na manhã do sábado (03).

A Autarquia ainda reforça que a parada de ônibus da linha 309 (Rendeiras/Ceaca), no Posto de Gasolina, será inativada temporariamente. Os passageiros poderão se deslocar até a parada de ônibus que fica em frente à “Casa de Piscina”, na Avenida Agamenon Magalhães.

Luciano Bivar confirma que Datena se filiará ao PSL

O presidente do PSL e deputado federal, Luciano Bivar, confirmou que o apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, se filiará ao partido. O anúncio aconteceu após um jantar, na última segunda-feira (28), que contou também com a participação dos deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

“Datena está se filiando ao PSL. No encontro que tivemos ontem (segunda-feira), ele comunicou aos amigos para transmitir a sua filiação ao partido. Ele disse que já se considera um filiado ao PSL”, garantiu Luciano Bivar.

Ainda não está definido para qual cargo Datena concorrerá nas eleições de 2022. De acordo com Bivar, a tendência é de que seja para presidente do Brasil. Porém, uma candidatura ao Governo ou ao Senado de São Paulo não está descartada.

Blog da Folha

Sikêra Jr. pede desculpas após perder anunciantes por xingar LGBTQIA+

O apresentador Sikêra Jr. abriu o programa Alerta Nacional (Rede TV!), nesta terça-feira (29), pedindo desculpas à comunidade LGBTQIA+ após perder anunciantes. Ele reconheceu que se excedeu ao xingar homossexuais de “raça desgraçada”, na última sexta-feira (25).

Sikêra Jr. afirmou que não pediu desculpas na segunda (28) porque não era um bom momento devido à repercussão da morte do Lázaro Barbosa, conhecido como o serial killer do DF. Ele alegou que o assunto no Brasil era Lázaro, que morreu.

“Aí eu disse: ‘Olha, não é um bom momento para falar o que estou querendo desde sexta-feira (25). Ontem parecia que se eu falasse iria aparecer uma cortina de fumaça. A gente fala no meio aqui, sai pela tangente e está tudo certo’. Não, eu guardei para hoje”.

O apresentador disse que está recebendo milhares de mensagens de pessoas “incomodadas” com o comentário que fez sobre o comercial do Burger King com crianças falando sobre homossexuais. Sikêra Jr. falou que recebeu muito apoio, mas ele e colegas de emissora foram atacados.

“Tudo que falo nesse programa é de minha responsabilidade. Nunca fugi [de minha responsabilidade] e não vai ser agora. Mantenho a minha palavra. Quem trabalha comigo sabe do respeito que tenho por todos, independente da religião, cor da pele, sexo. Desafio qualquer um que me critica a encontrar tantos homossexuais trabalhando na frente e por trás das câmeras”.

O apresentador ressaltou que faz questão de trabalhar com gente livre para demonstrar o que pensa. Mas, como pai e avô, não pode se calar para vender uma ideologia. Segundo ele, a criança precisa estudar, brincar e principalmente ser criança.

“Dito isso, eu preciso reconhecer que me excedi. No calor do comentário, posso ter usado palavras que me arrependo, sou humano. Errei, erro e vou errar, quantas vezes já repeti isso aqui? Sou humano! O que eu tenho sofrido com essa situação… ninguém está está imune de errar”.

O apresentou destacou novamente que tem a responsabilidade de pedir desculpas publicamente e que aprendeu muito com essa lição. Ele afirmou ainda que vai seguir defendendo a família tradicional, mas sem desrespeitar.

“Esse programa não tem censura. Vou continuar defendendo a família brasileira, vou continuar defendendo as crianças. Deixem nossas crianças brincarem, crescerem, respeitem esse direito. Eu falei como pai e avô!”.

Sikêra pediu perdão inclusive para as pessoas que não assistem ao programa e que se sentiram ofendidas. “Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”.

Nas sociais, a cantora Daniela Mercury afirmou que o apresentador tem que perder todos os patrocinadores e publicou um vídeo com outras falas homofóbicas dele: “Nós LGBTs temos muito poder. Use o seu poder. Só compre de empresas que nos respeitam, lutam por nossas causas e incluem e empregam pessoas LGBTQIA + e todas as minorias”, escreveu a cantora.

ENTENDA O CASO

Sikêra Jr. ficou irritado com o comercial que a rede de fast food Burger King criou para o Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado na segunda (28). Criado pela agência David e veiculado apenas na internet, o filme “Como Explicar” mostra filhos de casais homoafetivos contando como são suas famílias. As respostas são espontâneas.

Ao criticar a propaganda, Sikêra Jr. chamou gays de “raça desgraçada”. “A gente está calado, engolindo, engolindo essa raça desgraçada que quer que a gente aceite que a criança… deixe as crianças, rapaz!”, afirmou o apresentador.

Sikêra Jr. é reincidente e já tinha se manifestado de forma homofóbica em outras oportunidades. O MPF (Ministério Público Federal) assina a ação em conjunto com a associação Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual, que atua na defesa dos direitos humanos da população LGBTQIA+.

Na ação, é pedido também que Rede TV! e Sikêra Jr. sejam condenados a pagar R$ 10 milhões por danos morais coletivos -valor a ser destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+.

Além disso, a ação civil pública solicita a exclusão da íntegra do programa Alerta Nacional de sexta (25) dos sites e redes sociais, e que tanto a emissora como seu apresentador sejam obrigados a publicar retratação pelos mesmos meios e mesmo tempo e em idêntico horário, especificando tratar-se de condenação judicial imposta nos autos da ação, devendo a referida postagem permanecer nos sites da empresa ré pelo prazo mínimo de um ano.

Procurada, a Rede TV! informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem ciência da ação e que não comenta processos judiciais em andamento.

Na segunda (28), o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) protocolou uma representação contra o apresentador Sikêra Jr., acusando-o de homofobia e transfobia pelas falas ditas por ele no programa Alerta Nacional.

“Em um verdadeiro discurso de ódio e discriminatório contra a comunidade LGBTQIA+, o apresentador diz que: as pessoas da agência vão pagar caro pela justiça divina, que é uma tara, que as pessoas fazem isso porque não têm filhos, não procriam, não reproduzem, que precisam de tratamento, que querem acabar com a família, que as redações estão cheias desse tipo de gente, que são uma raça desgraçada, que o comercial é podre e nojento, chama o criador do comercial de vagabundo, repete que as pessoas LGBTQIA+ não reproduzem, não procriam e que querem acabar com a família, associa a homossexualidade à pedofilia e ao abuso infantil, insinua que família homoafetiva é zona, que criança paga o pato, fala pejorativamente que as pessoas LGBTQIA+ querem dar o rabo, que são raça do cão, tudo maconheiro e que o Senhor Jesus para castigar essas pessoas.”

O deputado disse que “falas homofóbicas e transfóbicas como a do apresentador Sikêra Jr. colocam em risco a vida da população LGBTQIA+”.

“Principalmente quando o mesmo diz que ‘uma hora esse povo brasileiro vai ter que fazer uma coisa maior, um barulho maior.”

Miranda destacou outra fala do apresentador: “Ou ainda na fala: ‘Você pode se sentir uma mulher, eu entendo, respeito. Só que na hora do exame de próstata, meu filho, você vai ter que ir.

Não tem como mudar. Você vai ter que ir…vai pra dedada no novembro azul. Mas você vai porque já está acostumado mesmo, é o ano todo’. Uma verdadeira incitação ao ódio”.

O psolista defendeu que o comentário de Sikêra “não é liberdade de expressão”, e sim “um verdadeiro discurso de ódio”

Inscrições para o Enem 2021 começam nesta quarta-feira

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) inicia, nesta quarta-feira (30), as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021.

Os interessados poderão se inscrever na Página do Participante, até 14 de julho. A taxa de inscrição é de R$ 85 e o pagamento deve ser feito por aqueles que não estão isentos, por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança).

Os resultados finais das solicitações de isenção foram divulgados pelo Inep, no dia 25 de junho, e estão disponíveis na Página do Participante.

Os interessados em fazer o Enem 2021 deverão realizar a inscrição no exame, isentos ou não. O Inep preparou um passo a passo para ajudar na inscrição. Para isso, basta acessar a Página do Participante.

Provas

As provas do Enem 2021 serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro, tanto a versão digital quanto a impressa. As duas versões também terão a mesma estrutura de prova: quatro cadernos de questões e a redação.

Cada prova terá 45 questões de múltipla escolha, que, no caso do Enem Digital, serão apresentadas na tela do computador. Já a redação será realizada em formato impresso, nos mesmos moldes de aplicação e correção da versão em papel. Os participantes receberão folhas de rascunho nos dois dias.

No primeiro dia, serão aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias, além da redação. A aplicação regular terá cinco horas e 30 minutos de duração.

No segundo dia, as provas serão de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias. Nesse caso, a aplicação regular terá cinco horas de duração.

Agência Brasil

Prefeitura de Caruaru abre mais um Centro de Vacinação Covid-19

Para atender toda a demanda de imunização contra a Covid-19 no município, a Prefeitura de Caruaru criou mais um Centro de Vacinação, que tem como sede a Escola Municipal Professora Josélia Florêncio da Silveira, no Bairro São João da Escócia. O novo espaço será aberto em parceria com a Uninassau, que estará disponibilizando vacinadores, e funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30. A capacidade de imunização nesta nova unidade é de 1.400 doses/dia.

Caruaru agora conta com três Centros de Vacinação Covid-19. Os outros dois são no Espaço Cultural Tancredo Neves e na Escola Professor Machadinho, no Bairro São Francisco, e funcionam, também, das 7h30 às 16h30.

Capacidade diária de vacinação

Com a inauguração de mais um Centro de Vacinação Covid-19, Caruaru passará a ter uma capacidade diária de imunização de 4.200 doses/dia, sendo 1.600 no Espaço Cultural Tancredo Neves, 1.400 doses/dia na Escola Professora Josélia Florêncio e 1.200 doses/dia no Centro de Vacinação da Escola Professor Machadinho.

Prefeitura de Caruaru divulga serviços que irão funcionar no Dia de São Pedro

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Administração, informa os serviços que irão funcionar no Dia de São Pedro (29) – feriado municipal. Confira abaixo, os expedientes das secretarias em atuação.

Saúde: Hospitais, UPAs e Samu estarão operando nos sistemas de emergência e urgência. Os Centros de Vacinação Josélia Florêncio e Espaço Cultural estarão operando das 7h30 até as 16h30, já o do Machadinho retomará as atividades apenas na quarta-feira (30). Os serviços ambulatoriais nos Centros de Saúde e PSFs, bem como os do Centro de Testagem, também não ocorrerão na data.

Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos: Plantão do auxílio funeral pelos telefones 98384-2410 e 98384-3756, bem como atendimento à população em situação de rua no Acolhimento Adulto, que fica na Rua Alferes Jorge, Bairro Indianópolis.

Ceaca (Central de Abastecimento de Caruaru): Com expediente nesta terça-feira, da 0h até as 15h.

Secretaria de Política para Mulheres: Plantão do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (acolhimento de mulheres vítimas de violência) pelo telefone 98384-4310.

Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade: Os parques urbanos funcionarão das 5h às 19h. A coleta de lixo acontecerá normalmente. O Mercado de Carne, no Centro, estará aberto até as 12h. A AME Animal não realizará atendimentos no dia 29 e as consultas voltarão a ser feitas por agendamento no dia 30.

Não haverá expediente interno na PMC, com o retorno das atividades somente na quarta-feira (30).

Pesquisa do Sebrae aponta que pequenos negócios têm maior taxa de mortalidade

O setor de microempreendedores individuais (MEI) é o que apresenta a maior taxa de mortalidade de negócios em até cinco anos, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com a pesquisa Sobrevivência de Empresas (2020), realizada com base em dados da Receita Federal e com levantamento de campo, a taxa de mortalidade dessa área de negócios é de 29%. Já as microempresas têm taxa, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, disse à Agência Brasil que a menor taxa de sobrevivência entre os pequenos negócios está relacionada à capacidade de gestão, à maior experiência e ao conhecimento do ramo. “Quando avaliamos a realidade da maioria dos MEI, a pesquisa mostra que, nesse segmento, há maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o próprio negócio e que, por isso, não tiveram condições de se capacitar adequadamente e aprimorar a gestão”.

Somado a esse fato, a taxa de mortalidade na área de MEI também é influenciada pela maior facilidade de abrir e fechar esse tipo de empreendimento, quando comparado aos segmentos de microempresas e empresas de pequeno porte.

Dificuldades na pandemia
Melles destacou as dificuldades adicionais que a pandemia trouxe nesse cenário desfavorável às MEI. “Entre os pequenos negócios, os microempreendedores individuais foram os que mais amargaram prejuízos no faturamento. Não temos dúvida de que a pandemia de covid-19 intensificou as dificuldades e impôs outros desafios. Quando observamos o aspecto da gestão financeira, por exemplo, a situação ficou ainda mais complexa. As finanças são um desafio para a maioria dos MEI e no cenário de incertezas da pandemia, isso se tornou um grande problema”, afirmou.

De acordo com o Sebrae, quanto menor o porte da empresa, mais difícil obter crédito para manter o capital de giro e conseguir superar obstáculos como os causados pela pandemia de covid-19. Mais de 40% dos entrevistados citaram como causa do encerramento da empresa a pandemia. Para 22%, a falta de capital de giro foi primordial para o fechamento do negócio. A pesquisa também detectou que 20% dos antigos empresários reclamaram do baixo volume de vendas e da falta de clientes.

Entre as empresas que encerraram as atividades, cerca de 34% dos entrevistados acreditam que ter acesso a crédito poderia ter evitado o fechamento. Ainda segundo o levantamento, apenas 7% desse grupo de empresas solicitaram crédito bancário e obtiveram êxito.

Segmentos
Ao analisar a sobrevivência por setor, o levantamento mostrou que a maior taxa de mortalidade é verificada no comércio, onde 30,2% fecham as portas em cinco anos. Na sequência, aparecem indústria de transformação (com 27,3%) e serviços, com 26,6%. As menores taxas de mortalidade estão na indústria extrativa (14,3%) e na agropecuária (18%).

Minas Gerais é o estado com a maior taxa de mortalidade, 30%. O Distrito Federal, Rondônia, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram índice de 29%. O Amazonas e Piauí foram os que apresentaram as menores taxas de mortalidade (22%), seguidos pelo Amapá, Maranhão e Rio de Janeiro (23%).

Sobrevivência
A adesão ao comércio eletrônico é parte da estratégia de sobrevivência em meio à pandemia. A pesquisa de Impacto da Pandemia nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 70% dos pequenos negócios já comercializam produtos pela internet.

“O empreendedor deve sempre buscar a inovação e a capacitação. Preparar a entrada no mundo dos negócios é o primeiro passo para ter sucesso com uma empresa”, destacou Melles.

Agência Brasil

Mesmo com pandemia, aumentou apreensões de drogas nas fronteiras

O Brasil tem a maior fronteira terrestre da América Latina e precisa organizar uma megaestrutura de segurança e logística para mapear e monitorar 17 mil quilômetros de divisas que podem ser usados para a entrada de drogas, armas e no contrabando de produtos ilegais no território nacional. A rede de proteção, criada de forma precária pelo governo, é definida pelos especialistas como uma peneira, recheada de buracos por onde entram produtos ilegais usados para sustentar economicamente organizações criminosas e criar uma economia paralela, a serviço de facções e quadrilhas que aterrorizam o país, desafiam autoridades e chegam a ocupar cargos no alto escalão do próprio Estado.

Apesar dos entraves estruturais, durante a pandemia da Covid-19, as apreensões de drogas e demais insumos ilegais aumentaram no país, em razão das tentativas de controlar a entrada de estrangeiros e de ações estaduais e federais para o fechamento de fronteiras. O presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Edson Vismona, especialista em ações de fronteira, destaca que ocorreram avanços na gestão do então ministro da Justiça Sergio Moro.

No entanto, ele teme que a retirada de recursos da área provoque retrocessos em um setor que precisa se desenvolver. “Tivemos um avanço importante durante a gestão do (ex) ministro Sérgio Moro, como a Secretaria Integrada de Operações (Seope), para integrar as ações policiais e o centro integrado de operações de fronteira, em Foz do Iguaçu, com apoio da Itaipu e a coordenação geral de fronteiras. Essas iniciativas resultaram em aumento permanente de apreensões, principalmente de cigarros, que é o líder de apreensões e que gera prejuízos bilionários aos cofres públicos. Mas tem que ter a manutenção destes recursos. É comum que ocorram cortes, principalmente no segundo semestre do ano”, diz.

Ele destaca que as ações para conter a entrada de itens ilegais é uma só e que as organizações criminosas se especializam no comércio de diversos produtos. “O tráfico de drogas tem as mesmas rotas do contrabando. É muito comum pegar caminhões carregados de cigarros contrabandeados, drogas e armas. Se encontra maconha e outros entorpecentes. Os grandes produtores de drogas estão aqui nas nossas fronteiras. O Brasil, pela sua extensão, passa a ser uma porta importante para alcançar a Europa, a África e o Oriente Médio”, completa.

Proteção
No último dia 26, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) inauguraram o “Fórum sobre Proteção Integrada de Fronteiras e Divisas”, no contexto da Semana Nacional de Políticas sobre Drogas.

O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, apontou, no evento, a dificuldade do governo em fiscalizar todo o território fronteiriço e destacou que a América do Sul é responsável por 75% de toda a oferta global de drogas.

“O enfrentamento do crime organizado desafia a capacidade de Estado do governo brasileiro. A América do Sul é o maior centro de cultivo, produção e distribuição de cocaína do planeta, alcançando 75% de toda oferta global de drogas. A região é também a maior produtora de maconha do mundo e concorre ainda para o contrabando internacional de armas, cigarros, agrotóxicos e outros produtos. Em termos de quantidades, essa região produz 3 mil toneladas de cocaína e 8 mil toneladas de maconha por ano”, relatou. Para dimensionar o tamanho da fronteira, o general exemplificou que os 17 mil quilômetros equivalem a 17 vezes a distância Rio de Janeiro-Brasília.

Ação conjunta
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ressaltou, na ocasião, a dificuldade logística e a importância da integração, ação conjunta e união de esforços no combate ao crime. Ele ainda destacou as consequências das drogas na sociedade e nas famílias. “Por onde ela passa, deixa um rastro de violência, abandono, desemprego, destruição, caminhos esses que, muitas vezes, não tem mais volta. Precisamos encarar esse problema em muitas frentes: prevenção, repressão, descapitalização das organizações criminosas que lucram com a destruição causada pelas drogas”.Segundo a pasta, nos últimos 12 meses, foram apreendidas 673 toneladas de drogas que passaram pelas fronteiras brasileiras.

O Relatório Mundial sobre Drogas 2021, divulgado nesta semana pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta que os mercados de drogas globais retomaram rapidamente as operações após a interrupção inicial no início da pandemia com remessas cada vez maiores de drogas ilícitas, um aumento na frequência de rotas terrestres e fluviais utilizadas para o tráfico, maior utilização de aviões privados para fins de tráfico de drogas e um incremento no uso de sistemas sem contato para a entrega de drogas aos consumidores finais.

“A resiliência dos mercados de drogas durante a pandemia demonstrou, mais uma vez, a capacidade dos traficantes de se adaptarem rapidamente a ambientes e circunstâncias diferentes”, diz um trecho do documento.

O Relatório também aponta que as cadeias de fornecimento de cocaína para a Europa estão se diversificando, propiciando a redução dos preços e aumentando a qualidade, ameaçando a Europa com uma maior expansão do mercado de cocaína.

Brasil, corredor do tráfico
A extensa faixa fronteiriça do Brasil coloca o país em uma posição indesejada, como corretor para o tráfico internacional de drogas.

Segundo o levantamento, no Brasil, um importante país de trânsito para a cocaína, nenhuma grande interrupção no comércio da droga foi informada e, durante a pandemia, as apreensões continuam em grande escala e os preços da cocaína permaneceram estáveis, indicando uma cadeia de abastecimento resistente, possivelmente devido à existência de estoques de drogas.

As maiores quantidades de maconha apreendidas em 2019, por exemplo, foram relatadas pelos Estados Unidos, seguido por Paraguai, Colômbia, Índia, Nigéria e Brasil. Dos 10 países que reportaram as maiores apreensões de erva cannabis no mundo, sete são das Américas.

O Brasil ocupa a terceira posição na lista das nações com maiores quantidades de produtos do tipo cocaína interceptados em 2019, logo após a Colômbia e os Estados Unidos. O relatório informa que, “aparentemente, o principal país de saída dos embarques para a África seria o Brasil, possivelmente devido à sua infraestrutura comercial e ligações linguísticas com alguns países africanos.”

Para o analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi, o Brasil deve investir em uma polícia especializada de fronteira. “Mesmo os EUA, que têm fronteira menor com o México, não conseguem parar o tráfico de heroína e cocaína que vem de outros lugares. Eles têm polícia só para isso e não conseguem parar. Mesmo que o Brasil invista numa polícia de fronteiras, não resolve, mas melhora a situação”, analisa.

Ele destaca ainda que é preciso priorizar operações contra o tráfico interno, além da realização de campanhas antidrogas mais fortes e direcionadas.

“O que a gente vai escolher? Vai dificultar a entrada de drogas para consumo interno, impedir que circule aqui ou a que vai para a Europa? Lógico que o combate é feito em várias frentes, mas creio que a principal preocupação é a droga que vem para consumo aqui. A prioridade tem que ser a nossa população, tem que priorizar o tráfico interno”, conclui.

Correio Braziliense