Pernambuco sofrerá perdas econômicas durante o período junino

Devido à pandemia da Covid-19, as festividades juninas não serão realizadas mais uma vez em Pernambuco. Com isso, o estado sofrerá mais um ano com forte prejuízo econômico por conta do cancelamento. Porém, para reduzir os impactos negativos, as empresas podem realizar algumas ações estratégicas e criar um ambiente junino no mercado, mesmo que o São João não seja realizado.

“Esse é um cenário que preocupa, especificamente, com relação às festas juninas, porque a gente não vai ter aquela exacerbação popular, onde celebramos as nossas tradições, hábitos, costumes e consequentemente isso tem um impacto na produção e sobretudo na distribuição e no consumo. Então, é uma perda estimada, se pegarmos os dados de 2019, em torno de R$450 milhões que deixaram de circular na economia durante o período”, destaca o economista Horácio Forte, presidente da H. Forte Soluções Educacionais, associada à Fundação Dom Cabral.

“As organizações precisam ter criatividade para procurar criar produtos e serviços sazonais, desenvolver estratégias de promoções, fazendo alguns combos, usando a criatividade, fazendo algo diferente para poder minimizar o impacto disso no caixa das empresas. E sempre exaltando o que temos de bom, que são os hábitos, os costumes, as tradições, para que esse elo não se perca”, ressalta o economista.

De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), o impedimento da realização de festas também prejudicou a geração de empregos durante o período junino em municípios pernambucanos. Antes da pandemia, cerca de 12 mil postos de trabalho diretos e indiretos eram criados em Caruaru, a maioria em virtude das comemorações do ‘Maior e Melhor São João do Mundo”, como é chamado o evento junino na cidade.

“Precisamos ter uma vacinação em massa, garantindo algo em torno de 80% ou 90% da população brasileira vacinada, independentemente de faixa etária. A partir do momento que a população estiver mais segura em relação a isso, a gente vai se sentir estimulado a fazer uma das coisas que o Nordestino mais gosta, que é estar junto com a família, com os amigos e celebrar as conquistas”, complementa Horácio.

Folhape

Cérebro preguiçoso na pandemia?

Levantar da cama quentinha e tomar um banho ou ficar dormindo até mais tarde? Aprender algo novo e desafiador, ou continuar fazendo o que eu sempre fiz muito bem sem esforço nenhum? Ficar no Tik Tok ou ler um livro?

Por meio de exemplos simples do dia a dia, é possível observar com clareza o quanto a superação está presente em nossa vida e como ela pode nos levar mais longe. Assim como nos exemplos citados, desafiar nosso cérebro e ajudá-lo a encontrar caminhos e soluções para as mais diversas situações da vida é a chave para o desenvolvimento humano saudável, um processo que pode ser facilitado com a prática de estimulação cognitiva ou ginástica para o cérebro.

Cérebro é preguiçoso, será mesmo?

Nosso cérebro não é exatamente preguiçoso, mas sim, poupa energia e se adequa a necessidade do momento. Ao iniciarmos as atividades depois de um tempo de recesso, como um final de semana, por exemplo, é como se este órgão não entendesse que nós já estamos na segunda-feira e que temos uma lista de resoluções para cumprir, ou, ao menos, pequenos objetivos que precisam dele para serem alcançados. “Em resumo, nosso cérebro poupa energia quando realiza atividades que já são rotineiras ou não proporcionam mais um grande desafio. Poupar energia é importante, mas se o cérebro não é estimulado em tarefas inovadoras e desafiadoras ao longo da vida, não cria e fortalece novas conexões neuronais, o que impede o desenvolvimento de uma reserva cognitiva efetiva”, lembrou Patrícia Lessa, Diretora Pedagógica do Supera, uma rede de escolas de ginástica para o cérebro.

Deixando a zona da preguiça

Ainda segundo a especialista, é preciso lembrar que nem tudo que tira o cérebro do “automático” é sacrificante. No caso da ginástica para o cérebro oferecida pelo Método Supera para milhares de alunos em todo o Brasil, é justamente o contrário. “Nosso cérebro precisa de novidade, variedade e grau de desafio crescente. Quando ele é estimulado da forma correta, consegue dar melhores respostas. No caso das crianças, a resposta é mais desempenho escolar, para adultos, uma aprovação em um concurso público e melhor desempenho no trabalho. Já para os idosos, a ginástica para o cérebro oferece ganhos significativos em memória, concentração, raciocínio e reserva cognitiva”, lembrou.

Estimulando o cérebro agora!

Exercitar o cérebro de forma que ele crie conexões não é algo tão simples quando nosso objetivo é adquirir mais reserva cognitiva.No entanto, é possível iniciar este caminho com alguns exercícios como:

Realizar cálculos por meio do ábaco em níveis gradativos crescentes
Caça-palavras (auxilia na potencialização da atenção)
Palavras-cruzadas (um ótimo exercício para estimular a expressão de palavras no dia-a-dia e o acesso semântico da informação)
Jogos das diferenças (auxiliam na potencializarão da atenção)
Leitura e escrita (estimulam a criatividade, a atenção, e a memória)
Aprendizagem de um novo idioma
Jogar xadrez
Aprender a tocar um instrumento musical e jogos utilizando estratégias.
Para Patrícia Lessa, o importante é fugir de estereótipos e estimular o cérebro, sempre que possível. “Nosso cérebro é o órgão mais importante do nosso corpo e o mais negligenciado. Quando estimulado muitas habilidades cognitivas, como: concentração, memória entre outras são desenvolvidas permitindo resultados de performance mais consistentes em todos os contextos. Não existe cérebro preguiçoso. Independentemente da idade, é possível sempre chegar mais longe”, concluiu.

Sistema Jucazinho volta a abastecer zona rural de Caruaru

A Compesa informa que a Estação Elevatória 2 de Jucazinho voltou a operar no domingo (20), após a substituição do transformador de grande porte que havia queimado. Com isso, voltaram a ser abastecidas ontem (21), por este Sistema, as cidades de Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá, além das seguintes localidades da zona rural de Caruaru: Contendas (lado B), Rafael (lado B2), Cachoeira Seca, Riacho Doce, Veada Morta, Juá, Jacaré Grande e Lagoa Roçada.

“Nós instalamos um transformador provisório até que a aquisição de um novo equipamento esteja concluída, já permitindo retornamos com os 30% de incremento da vazão vinda de Jucazinho. Por medida de segurança, uma vez que precisamos aguardar o tempo de saturação da rede, vamos continuar até o final do mês com o calendário provisório, voltando a abastecer no esquema de 5 dias com X 5 dias agora em julho”, explica o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Denis Mendes.

Grupo Sesc Jovem de Caruaru tem vagas abertas para o segundo semestre

O Sesc Caruaru iniciou o período de inscrições para jovens de 15 a 29 anos participarem das atividades do grupo Sesc Jovem. Para garantir uma das vagas, é preciso passar pela triagem na sala de Serviço Social da unidade, de segunda a sexta, das 8h às 14h. Após a triagem, o jovem selecionado é encaminhado à na Central de Relacionamento com o Cliente para efetuar a matrícula gratuita. Os encontros acontecem todas as terças-feiras, a partir das 14h.

As atividades realizadas buscam promover a interação e o protagonismo da juventude na sociedade, bem como o fortalecimento de sua identidade. Isso se dá através de rodas de conversa sobre saúde, palestras com especialistas sobre orientação profissional e ações culturais como aulas de dança, música, teatro, artes plásticas e oficinas com temáticas audiovisuais.

Para a matrícula, é preciso apresentar Carteira de Identidade, CPF, cartão do SUS, comprovante de residência e foto 3×4. No caso dos menores de idade, é importante a presença de um responsável, que precisa estar com Carteira de Identidade, CPF e um comprovante de residência. A taxa de inscrição e as atividades do grupo são gratuitas.

Sesc – Fundado em 1947 em Pernambuco, o Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Atuante na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul, Agreste e Sertão, oferece atividades gratuitas ou a preços populares nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde para comerciários e dependentes. As 23 unidades, incluindo os hotéis em Garanhuns e Triunfo, operam respeitando os protocolos de saúde e alinhadas aos órgãos públicos, e têm ações presenciais, virtuais ou híbridas. No campo digital, a instituição oferece o aplicativo Sesc-PE, facilitando acesso às atividades, renovação e habilitação do cartão, entre outras funcionalidades, e disponibiliza a plataforma Sesc Digital (https://cursos.sescpe.com.br/todos). Por ela, é possível conhecer o cronograma de cursos e realizar a inscrição de forma online e segura. Para acompanhar todas as informações sobre o Sesc, acesse www.sescpe.org.br. Além disso, os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que possuem o Cartão do Empresário, da Fecomércio, podem adquirir produtos e serviços do Sesc em condições diferenciadas. Mais informações: www.cartaodoempresario.com.br.

Serviço: Matrículas para o grupo Sesc Jovem de Caruaru

Inscrições gratuitas na Central de Relacionamento com o Cliente – Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis

Encontros: todas as terças-feiras, às 14h

Informações: (81) 3721-3967

Ouvidoria de Caruaru reforça canais de atendimento

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Controladoria-Geral do Município, informa que, atualmente, o telefone fixo da Ouvidoria-Geral do Município vem passando por manutenção e que breve, o número 156 estará em funcionamento. No momento, as manifestações de assuntos que competem à administração municipal devem ser registradas através dos outros canais de atendimento da Ouvidoria: atendimento presencial, na sala da Ouvidoria, que está localizada no Centro Administrativo I da Prefeitura de Caruaru, na Avenida Rio Branco, nº 315, 1º andar, no período de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h; ou pela plataforma Caruaru Digital, no link caruaru.pe.gov.br/portal-da-transparencia/ouvidoria/

Brasil teve 31,8% de aumento nos casos de leucemia em 2020

Um dos tipos mais frequentes e agressivos de câncer é a leucemia, que se manifesta na medula óssea. Para evitar essa doença e chamar atenção para o diagnóstico precoce, o mês de junho, representado pela cor laranja, é dedicado à conscientização sobre a leucemia e a anemia, ambas doenças que afetam o sangue. Segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), só em 2020, o Brasil teve 10.810 novos casos de leucemia, um aumento de 31,8% em relação aos 7.370 de 2020. Ela atingiu 5.920 homens e 4.890 mulheres. A doença, em alguns casos, também pode se manifestar de forma silenciosa.

Essa enfermidade maligna dos glóbulos brancos, ainda não tem a origem reconhecida pelas pesquisas e pelos médicos. O nome leucemia é uma classificação para uma série de doenças que se manifestam na medula óssea, onde ocorre a fabricação do sangue, popularmente chamada de tutano – parte vermelha dos ossos. O aumento da produção de células defeituosas acaba prejudicando a formação das células sanguíneas normais, podendo também diminuir a quantidade de glóbulos vermelhos, podendo causar a anemia.

O paciente que tem o diagnóstico positivo para a leucemia pode apresentar sintomas como febre; perda de peso; desconforto abdominal; dores de cabeça; náuseas e vômitos. Entre os tipos, existem algumas variantes, separadas em agudas e graves. As graves, agravam-se lentamente e as agudas pedem um tratamento mais imediato.

A médica hematologista do Hospital das Clínicas da UFPE/Ebserh, Lorena Costa, explica que a classificação das leucemias agudas e crônicas podem ser separadas em mieloides e linfoides. As crônicas consistem na multiplicação das células estranhas na medula óssea, já as agudas são as células jovens que estão se multiplicando. “Através do leucograma podemos ver a quantidade dessas células que podem indicar algo, todas são produzidas na medula óssea, a fábrica do nosso sangue”, disse Lorena.

Ainda segundo a hematologista, todas as leucemias são doenças genéticas que ocorrem por mutações variadas. “Não sabemos o que causa, contribuintes importantes são a radiação, agentes tóxicos como agrotóxicos e também o benzeno, pessoas em contato com essa substância podem desenvolver a leucemia”, afirmou. Um dos tratamentos suportes é a transfusão de sangue, mas não é o único, em 80% dos casos de leucemias agudas os pacientes precisam de transfusão de sangue.

Existe também, a possibilidade de o paciente melhorar com o uso de comprimidos orais, quimioterapia e imunobiológicos -células criadas industrialmente voltadas para atacar as células de algumas leucemias. Com a ajuda do tratamento o paciente pode ficar sem sangramentos, melhorando o seu estado clínico. A duração do tratamento varia de pessoa para pessoa e também considera o tipo de leucemia. Para as crônicas, o tratamento pode pedir que o paciente use medicamentos orais para o resto da vida, já para as aguadas o paciente pode enfrentar um tratamento mais agressivo que dura de um até cinco anos e contar ainda com o transplante de medula.

Portadora de Leucemia Mieloiede Aguda (LMA), Eliciane Alves, de 37 anos, descobriu a doença em dezembro de 2018 e foi tratada no hospital, até abril de 2019. Tudo começou com tosse e muita secreção. Depois de alguns dias acordou com falta de ar e foi direto para o hospital, quando descobriu a doença e ficou internada por três meses e meio. “Fiz três sessões de quimioterapia no hospital e minha imunidade baixou muito. Foi horrível, mas meu organismo estava resistente à quimioterapia”, disse Eliciane.

Ainda hoje ela convive com um cateter para tomar as medicações. O maior medo durante o tratamento foi a possibilidade de transplante de medula. “O risco de morte pós-transplante era muito grande. Eu dizia que lutava pelo meu filho e era por ele que eu queria sair do hospital”, relembrou.

Números da leucemia no Brasil:

2020 – 10.810
2019 – 7.370

Por sexo

Homens
2020- 5.920
2019- 4.014

Mulheres
2020- 4.890
2019- 3.356

Fonte: Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Diario de Pernambuco

Jogos de Tóquio terão torcedores locais e limite de 10 mil por sede

Os Jogos Olímpicos de Tóquio terão o limite máximo de 10 mil espectadores em cada sede anunciou nesta segunda-feira (21/6) a organização do evento, que começará em 23 de julho, mas com um alerta para a possibilidade de competições com portões fechados, em caso de aumento dos contágios de covid-19.

No comunicado, a organização explica que o limite será de 50% do local de competição, até o máximo de 10 mil espectadores. “Se houver uma mudança dramática na situação da infecção, talvez precisemos revisar a norma e considerar a opção de não ter espectadores nos locais de competição”, disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike.

Em um comunicado, a organização afirmou ainda que a decisão sobre o número de torcedores nos Jogos Paralímpicos (24 agosto-5 setembro) foi adiada para 16 de julho.

Em março, o comitê organizador vetou a presença de espectadores procedentes do exterior, devido ao risco de saúde considerado muito elevado – algo inédito na história olímpica.

Nesta segunda-feira, as autoridades japonesas deveriam decidir sobre a celebração dos Jogos Olímpicos: se a portas fechadas, ou com a presença de torcedores locais. A segunda opção foi a vitoriosa, mas com um número restrito de espectadores.

A reunião teve a presença de representantes de cinco instituições: o comitê organizador de Tóquio-2020, o governo japonês, o governo da cidade de Tóquio, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comité Paralímpico Internacional (CPI).

A suspensão do estado de emergência no domingo (20) em Tóquio e em outros departamentos foi um sinal positivo para os organizadores. Eles aguardavam a decisão do governo japonês para determinar se liberariam a presença de torcedores locais e, em caso positivo, quantos.

O governo japonês decidiu, no entanto, manter algumas restrições pelo menos até 11 de julho. O primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, advertiu que poderá reforçar as medidas, se os casos de covid-19 aumentarem, e o sistema de saúde ficar sob pressão.

Os especialistas de saúde que assessoram o governo afirmaram que o “ideal” seria organizar os Jogos sem torcedores. Algumas associações médicas pediram o cancelamento do evento.

Os atletas foram os primeiros a relutar diante da possibilidade de Jogos Olímpicos a portas fechadas, e alguns patrocinadores admitiram, de maneira privada, que preferiam a presença do público, apesar de limitada.

Em uma mensagem às autoridades japonesas no início da reunião, o presidente do COI, Thomas Bach, afirmou que a entidade apoiaria “totalmente a decisão que busca proteger da melhor maneira” a população japonesa e os participantes.

Também reiterou que mais de 80% dos residentes da Vila Olímpica serão vacinados, assim como quase 80% dos jornalistas.

Mais apoio nas pesquisas
Na sexta-feira (18/6), em uma entrevista coletiva, a presidente do comitê organizador de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, admitiu que era difícil tomar uma decisão.

“Organizar os Jogos sem espectadores é a melhor maneira de garantir os Jogos com total segurança. Mas, enquanto tivermos espectadores que desejam assistir aos Jogos, tentaremos satisfazê-los na medida do possível e limitar os riscos”, afirmou.

Os organizadores tentam superar a resistência da opinião pública japonesa, que, em sua maioria, mostrou-se contrária aos Jogos Olímpicos nos últimos meses.

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo jornal Asahi mostrou alguma mudança nessa tendência: 34% dos japoneses são favoráveis aos Jogos, contra apenas 14% do mês passado.

Outra pesquisa, divulgada no domingo pela agência Kyodo, indicou que 86% dos entrevistados continuam preocupados com o aumento de casos de covid-19 durante os Jogos, e 40% desejam o evento sem espectadores.

O Japão, que fechou suas fronteiras em março de 2020, teve uma pandemia consideravelmente menos grave que outros países, com 14.400 mortes registradas oficialmente.

O país demorou muito, porém, a iniciar a campanha de vacinação. Até o momento, menos de 7% dos japoneses receberam as duas doses da vacina.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos reduziram a um terço o número original de representantes estrangeiros convidados e anunciaram medidas draconianas aos participantes, com ameaças de expulsão, caso violem as normas de saúde.

AFP

Conta de luz deve continuar subindo e risco de racionamento é alto

O Brasil é um país com enormes possibilidades energéticas, mas ainda está refém das chuvas e das usinas termoelétricas, que geram energia mais cara. Quem paga a conta é o consumidor, que ainda deverá arcar com um reajuste de cerca de 20% no valor das bandeiras tarifárias que será definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o fim deste mês em função do baixo nível dos reservatórios.

A crise hídrica,que entrou no radar com falta de chuva nas regiões responsáveis pelo abastecimento da energia hidráulica, já está doendo no bolso do brasileiro. Um terço da alta histórica de 0,83% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, por exemplo, ocorreu devido aos reajustes da energia elétrica. E, para piorar, essa fatura subirá ainda mais com a sinalização da Aneel.

Essa queda dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas devido à estiagem já era esperada por todos que atuam no setor desde 2014, mas, de acordo com especialistas, faltaram investimentos, seja em térmicas, seja em energias alternativas (solar, eólica e biomassa) para evitar o cenário atual. Com isso, o país corre o risco de reviver o ano de 2001, quando a população e as empresas foram obrigadas a diminuir o consumo em 20% para evitar apagões. Para a maioria dos analistas, neste ano, há risco de racionamento, mas não de apagões. O problema maior, no entanto, será em 2022.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em 2001, o Brasil não tinha um sistema interligado de energia elétrica como hoje. “Nossa matriz elétrica, em 2001, era muito mais dependente de hidrelétricas, cerca de 85%. Hoje, é diferente. A dependência reduziu para cerca de 65% da geração hidráulica”, afirma o ministro. Ele conta que, para esclarecer a população, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram a cartilha Escassez Hídrica e o Fornecimento de Energia Elétrica no Brasil, na qual compara a matriz elétrica e a evolução das linhas de transmissão no Brasil, “que duplicou de extensão entre 2001 e 2020”.

Jerson Kelman, ex-diretor-geral da Aneel, alerta que o setor não está preparado para a pior crise em 91 anos, mas também não aceita a comparação com 2001. “No passado, não construíram usinas suficientes e chegamos com insuficiente água em estoque e poucas térmicas para fazer frente ao consumo médio. Não é essa a situação, de hoje, graças, em grande parte, à entrada de novas gerações: eólica, solar e térmicas”, afirma. Para ele, ainda dá tempo de tomar medidas para evitar uma grave crise hídrica.

Mas a falta de energia em horários de pico, segundo Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, pode ter sérios impactos, não somente no bolso do consumidor, mas no crescimento econômico. Sales avalia que eventuais alterações na energia podem forçar as empresas a mudar a rotina ou reduzir a capacidade de produção. “Qualquer mudança forçada significa uma certa perda”, acrescenta.

Níveis históricos
O nível dos reservatórios no Brasil poderá atingir o pior da série histórica, iniciada em 1931, em novembro, pelas informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Atualmente, as represas das hidrelétricas na regiões Sudeste e Centro-Oeste — responsáveis por mais da metade da energia brasileira — estão com cerca de 30% da capacidade, o pior patamar dos últimos 20 anos.

A falta de investimentos é a tônica de qualquer lado que se consulte, seja entre os representantes das usinas térmicas, seja dos alinhados ao vento e ao sol. Roberto D’Araujo, diretor do Instituto Ilumina, explica que não houve mudanças no sistema de produção e transmissão de energia desde a década de 1990, e as térmicas têm lucrado, prejudicando a natureza e o bolso do consumidor. “No governo de Fernando Henrique Cardoso, foi criado um plano prioritário para as térmicas. Quando elas são desligadas, vão ao mercado livre e vendem, na verdade, a energia das hídricas. O mercado brasileiro é diferente do da maioria do mundo. Não há ligação direta entre oferta e demanda”, lamenta.

E esse privilégio às térmicas poluentes, segundo ele, tende a se perpetuar com a Medida Provisória que trata sobre a privatização da Eletrobras, a MP 1031/2021. “Foi colocado um jabuti (emenda não relacionada ao tema principal da matéria) na proposta da privatização que apoia essas usinas em detrimento de energias alternativas”, critica. Aprovada na semana passada no Senado Federal, a MP precisa ser votada até amanhã (22), pela Câmara dos Deputados, caso contrário, perderá a validade. “E não adianta privatizar a Eletrobras pensando que os empresários vão investir em hidrelétricas. Não vão. O setor privado só constrói usinas quando tem o governo como sócio”, afirma D’Araujo.

Larissa Rodrigues, gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas, concorda que, nos últimos anos, o país deixou de investir em fontes de energia renováveis. “Hoje, grande parte da energia elétrica do país ainda vem de usinas hidrelétricas, mais de 60% do total. Solar, eólica e biomassa são pouco mais de 19%. Por isso, a gente fica preso nas hidrelétricas e termelétricas. Quando tem mais chuva, se aciona as hidrelétricas e, menos chuvas, as termoelétricas. E a conta do consumidor acaba subindo. Por isso, existem bandeiras tarifárias. Quando ela chega à cor vermelha, estamos acionando mais as térmicas”, resume Larissa, que também critica a MP Eletrobras e os jabutis que devem onerar o consumidor, deixando a conta mais cara.

Saiba mais
O Brasil atravessa um cenário hidrológico crítico, acendendo o alerta para o risco de racionamento

Nível dos reservatórios (Região- Em %)

Sudeste/Centro-Oeste 30,40
Sul 60,58
Nordeste 60,95
Norte 84,02

Como a sociedade pode contribuir?
» Você pode evitar o desperdício de água verificando possíveis vazamentos em descargas ou tubulações, fechando sempre bem as torneiras e tendo atenção com banhos prolongados.

» Evite também o desperdício de energia elétrica, cuidando para que aparelhos eletrônicos não fiquem ligados sem necessidade e mantendo as luzes apagadas durante o dia.

» Troque equipamentos que consomem mais energia, como o ar-condicionado, por produtos mais eficientes. Observar se têm selo A do Procel também é uma ótima opção.

Correio Braziliense

Usar drogas faz parte do direito a buscar a felicidade, defende neurocientista

Todos temos direito à vida, à liberdade e à busca pela felicidade. A ideia, a princípio pouco controversa, está expressa na Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776. Mas e se a sua busca pela felicidade incluir usar drogas como maconha, cocaína, crack, metanfetamina, psilocibina ou qualquer outra? Aí não pode, diz a maioria dos governos pelo mundo afora.

Adultos responsáveis deveriam poder fazer suas próprias avaliações de risco e benefício e decidir quais substâncias ingerir sem interferência dos governos, argumenta o neurocientista americano Carl Hart, 54, professor da Universidade Columbia, em Nova York, em seu novo livro “Drogas para Adultos” (ed. Zahar).

Ele revela na obra que faz uso de crack, opioides e metanfetaminas, entre outros. Parte do texto é dedicado a contar essa sua experiência não só a título de curiosidade mas para que mais pessoas que fazem uso recreativo ou ocasional de drogas “saiam do armário”, o que na visão dele ajudaria a amenizar o estigma colado a algumas dessas substâncias.

“Como sociedade, não podemos dizer que não gostamos das pessoas porque elas são pobres ou negras, então temos que delinear atividades para poder dizer que as pessoas que as praticam são indesejáveis. E o uso de drogas é ideal para isso. É uma forma indireta de demonizar certos grupos e manter a ordem social”, diz ele.

Hart vê a separação das drogas ilícitas em categorias de acordo com sua suposta periculosidade ou poder de causar adicção como artificial e pouco embasada na ciência, e usada com frequência por políticos e formadores de opinião para justificar práticas racistas.

A trajetória da maconha nos Estados Unidos pode ajudar a entender esse argumento do cientista. Há algumas décadas, era retratada como causadora de dependência e destruidora de cérebros, além de ser apontada como causa da criminalidade e da degradação de bairros inteiros, geralmente negros e pobres. Milhões de pessoas foram presas por tráfico ou uso, na sua maioria negras, sem falar nas vidas perdidas na guerra às drogas.

Hoje, a cânabis é legal para uso medicinal em 36 estados dos EUA e recreativo em 16 deles e é difícil achar quem aponte grandes malefícios relacionados à substância; pelo contrário, cada vez mais pesquisas indicam benefícios à saúde com seu uso.

Nos estados em que o uso recreativo é legalizado, fumar ou ingerir maconha socialmente tornou-se perfeitamente aceitável. “Quando mães de classe média brancas dos subúrbios dizem que algo é aceitável, aí tudo bem”, diz Hart.

No entanto, o estigma atrelado a outras substâncias como crack e opioides persiste. “A maioria dos usuários de drogas não vai desenvolver problemas de dependência. E todas as substâncias têm algum poder de causar adicção, mas isso não significa que devam ser proibidas”, afirma o neurocientista.

“Aqueles que racionalizam seu uso pessoal com justificativas do tipo ‘eu só uso maconha e psicodélicos, que não causam dependência, não uso drogas pesadas’ só estão querendo sinalizar que se acham especiais”, argumenta Hart, e assim contribuem para perpetuar os estigmas e estereótipos.

Nesse ponto o leitor pode estar se perguntando por que alguém ia querer usar heroína ou crack no seu dia a dia. Todas as substâncias que alteram a mente, do tabaco e álcool à morfina, passando por LSD e ayahuasca, trazem sensações prazerosas como euforia, energia, desinibição, relaxamento, acolhimento e tantas outras; ajudam na introspecção e no autoconhecimento; ou simplesmente ajudam a tornar a vida mais tolerável.

O americano fala em reequilibrar a discussão sobre as drogas, em que essa dimensão positiva é frequentemente esquecida e os perigos exagerados.

Mas e as crianças, como protegê-las se todas as drogas forem legalizadas? “Temos várias atividades que só são permitidas a adultos, como dirigir. Não podemos banir tudo só por causa das crianças. A política de drogas não pode substituir a responsabilidade dos pais. Não podemos deixar o Estado criar nossos filhos, porque sabemos que, quando o Estado faz isso, ele é demasiado punitivo com quem está na base da pirâmide”, opina Hart.

Folhapress

PL que garante prioridade na vacinação a profissionais do SUAS volta à pauta

A inserção dos profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) como prioridade no Plano Nacional de Imunização voltará a ser analisada pelo Plenário da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (17). Foi isso que ficou acertado em reunião de lideranças partidárias com o presidente da Casa, Arthur Lira, articulada pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa do SUAS, Danilo Cabral (PSB), nesta terça-feira (15). Os parlamentares aprovaram o projeto de lei 1.011/2020 abril, mas a votação não foi concluída, faltando a análise de três destaques.

“Tivemos uma importante conquista que foi a inclusão dos trabalhadores e trabalhadoras do SUAS no texto final da proposta, mas essa vitória só será completa com o fim da apreciação do texto e sua aprovação no Senado”, afirmou Danilo Cabral. Segundo ele, é importante fazer o gesto de reconhecimento à luta desses profissionais no enfrentamento à pandemia. “Os profissionais do SUAS, apesar de atuarem diretamente no atendimento à população, não estavam incluídos entre os grupos prioritários do Plano de Vacinação”, explica o deputado.

Segundo Danilo Cabral, durante a reunião, também ficou acertado que os bancários e os trabalhadores domésticos serão incluídos entre as prioridades do Plano Nacional de Imunização. “Essa iniciativa é de grande importância por atender categorias que estão expostas ao risco de contaminação desde o início da pandemia. Todos nós vimos, por exemplo, o volume de pessoas que procuraram os bancos para o pagamento do auxílio emergencial. Essa é uma medida que já deveria ter sido adotada anteriormente, mas que será feita por iniciativa do Congresso Nacional”, destacou o parlamentar.

A proposta originalmente trata sobre a inclusão dos caminhoneiros no PNI, mas teve aprovadas emendas do deputado Danilo Cabral e outros parlamentares para garantir prioridade para os profissionais do SUAS. Ainda em relação à assistência social, o deputado protocolou um requerimento com urgência para a tramitação do projeto de lei (PL 4.012/2020) que altera a Lei Orgânica do Conselho Nacional da Assistência Social (CNAS), que deve ser votado amanhã (16). “Essa pauta foi articulada, em conjunto, com o Congemas, Fonseas, Fórum dos Trabalhadores, com todos que fazem a proteção social no Brasil”, disse o deputado.

Mais cedo, no Plenário, Danilo Cabral defendeu a quebra de patentes das vacinas contra a Covid-19. “Esse debate que precisamos fazer para responder de forma definitiva ao processo de vacina no Brasil e no mundo. Entendemos que é importante preservar a propriedade intelectual, mas neste momento é mais importante preservar a vida das pessoas”, argumentou. O debate está sendo feito mundialmente por mais de 60 países, entre eles os Estados Unidos, que mudou recentemente de posição.

A quebra de patentes das vacinas suspende o direito das empresas que desenvolveram os imunizantes a comercializá-los com exclusividade por um tempo determinado. Com isso, o Brasil poderá produzir e comercializar as vacinas sem o pagamento de royalties. Danilo Cabral defendeu o acesso à vacina para toda população brasileira e lamentou que, até agora, pouco mais de 10% da população tenha tomado as duas doses do imunizante. Para o parlamentar, é essencial investir em pesquisa e infelizmente o orçamento só tem feito cortes para o desenvolvimento da ciência. O parlamentar lamentou ainda o atraso por parte do governo federal na aquisição de vacinas, como vem mostrando a CPMI da Covid-19 no Senado.

Blog da Folha