Chile aprova o uso da vacina chinesa anticovid CanSino

A health worker prepares a jab of the Oxford/AstraZeneca vaccine against COVID-19 amid the novel coronavirus pandemic, in Bogota on April 5, 2021. – Colombian President Ivan Duque on Sunday reinforced the curfews he recently imposed in the cities with the highest hospital occupancy to contain a new wave of covid-19 infections and deaths. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP)

O Chile aprovou nesta quarta-feira (7) o uso emergencial da vacina chinesa CanSino Biologics contra o coronavírus, a quarta autorizada pelo governo deste país sul-americano afetado pela segunda onda da pandemia, informou o Instituto de Saúde Pública.

A CanSino se somará às vacinas já aprovadas da Pfizer/BioNTech e Sinovac, que atualmente estão sendo fornecidas no sul do país. Também foi aprovado uso da vacina da AstraZeneca, porém ainda não há nenhuma dose produzida no Chile.

“A aprovação é entre 18 e 60 anos e a razão tem a ver com a maioria dos estudos que foram realizados nessa idade, não há detalhes específicos com relação a idades maiores (…) considerando que ainda temos vacinada a população maior de 55 anos no Chile”, disse o diretor do ISP, Heriberto García.

O funcionário garantiu que a efetividade da vacina CanSino é de 74% segundo um estudo realizado no Paquistão. Diferente do resto das aprovadas no Chile, essa é de dose única.

“Os dados disponíveis apontam que com o tempo esta vacina vai perdendo a resposta imune segura. Entretanto, não sabemos até quanto tempo dura sua efetividade. Portanto, estudos posteriores podem dizer se será necessária uma segunda dose de reforço, por isso demos a aprovação”, destacou García.

O Chile havia comprado no final de março 1,8 milhões de doses desta vacina, que se juntam às 35 milhões que o governo já comprou com outros laboratórios para avançar em seu amplo processo de imunização.

A aprovação é registrada no momento que o Chile chegou a 7,1 milhões de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose e 4,1 milhões que já receberam ambas. Com esses números, cerca de 27,6% da população já recebeu a vacina e cumpre as expectativas da campanha (15,2 milhões sobre um total de 19 milhões de habitantes do país).

Os dados posicionaram o Chile como o país com o melhor ritmo de vacinação de sua população na América Latina. Esse processo ocorre paralelamente a uma alta sustentada dos novos contágios do coronavírus, com números diários recordes de casos que têm superado os números da primeira onda, com mais de 8 mil novos infectados por dia.

Desde a detecção do primeiro caso de coronavírus no Chile em 3 de março de 2020, o país acumula 1.042.022 casos e 23.796 mortes.

AFP

Homem é assassinado durante pescaria em São Caetano

Foto: Blog do Adielson Galvão

Evandro Barbosa dos Santos, o “Vandinho”, de 34 anos, foi assassinado a tiros, na noite de ontem (06), na Barragem do Marrocos, em São Caetano, Agreste do Estado. De acordo com as primeiras informações levantadas sobre o caso, a vítima encontrava-se pescando na companhia da esposa e de um amigo, quando acabou sendo surpreendida com a chegada de dois criminosos.

Vandinho foi baleado com cinco disparos de arma de fogo e morreu no local já os demais presentes nada sofreram. Após cometer o crime, os suspeitos fugiram a pé e até o fechamento desta matéria estavam foragidos. O corpo da vítima foi encaminhado ao IML de Caruaru, na mesma região.

G20 promete ajudar países pobres atingidos pela pandemia

This photo taken and handout by the Italian Finance Ministry on April 7, 2021 shows Italy’s Economy Minister, Daniele Franco (Rear C-R) taking part in the 2nd G20 Finance Ministers and Central Bank Governors videoconference meeting in Rome. (Photo by Handout / ITALIAN FINANCE MINISTRY / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO / ITALIAN FINANCE MINISTRY / HANDOUT” – NO MARKETING – NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

Os ministros das Finanças do G20 e líderes dos bancos centrais dos 20 países mais ricos se comprometeram nesta quarta-feira (7) a ajudar as nações pobres atingidas pela pandemia do coronavírus.

Os dirigentes pediram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que aumente a ajuda às nações mais afetadas pelo vírus e decidiram estender a moratória da dívida a esses países.

Reunido virtualmente sob a coordenação da Itália, o G20 das Finanças decidiu “prorrogar a suspensão do pagamento da dívida dos países mais pobres até ao final de 2021”, conforme anunciado pela ministra italiana da Economia, Daniele Franco, após ter especificado que trata-se da “última” extensão.

A economia mundial deve se recuperar da pandemia mais rápido do que o esperado, com crescimento de 6% este ano, informou na terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No entanto, os países emergentes estão ficando para trás devido aos recursos orçamentários limitados e às lentas campanhas de vacinação.

O grupo dos 20 países mais ricos do mundo decidiu, portanto, a moratória do pagamento da dívida até o final do ano.

A moratória, que em outubro foi estendida até 30 de junho de 2021, teve um impacto bastante limitado. Apenas 46 países, dos 73 indicados, solicitaram e obtiveram o diferimento do pagamento de juros, no valor de 5,7 bilhões de dólares.

O G20 também apoiou o uso de uma nova emissão de direitos especiais de saque (SDRs), uma proposta apresentada no final de março pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva.

A proposta consiste em uma alocação de SDR no valor equivalente a 650 bilhões de dólares que daria munição suplementar à instituição para ajudar os países a se recuperarem da crise provocada pela pandemia, “proporcionando liquidez adicional ao sistema econômico”, segundo a líder do FMI. “Pedimos ao FMI que apresente uma proposta concreta”, declararam os ministros no comunicado divulgado ao final da reunião.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, saudou a proposta e pediu “maior transparência”. “Convido todos os países do G20 a publicarem os termos de seus contratos de financiamento e exorto-os a apoiar nossos esforços como Banco Mundial para que os dados de credores e devedores correspondam”, disse ele.

Na véspera, Malpass reconheceu que os países pobres precisarão de um alívio real da dívida a longo prazo, uma vez que, mesmo com a moratória temporária, o peso da dívida em muitos casos é insustentável.

Propostas do FMI e EUA
O FMI anunciou na segunda-feira uma terceira rodada de alívio do serviço da dívida para 28 dos países mais pobres do mundo, no valor de US$ 238 milhões.

A grande maioria dos países beneficiários é da África, embora Haiti, Afeganistão, Ilhas Salomão, Nepal, Tajiquistão e Iêmen também estejam incluídos.

Sobre a proposta da secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, de introduzir um imposto mínimo global sobre a renda das empresas, o G20 limitou-se a declarar que está empenhado em encontrar “uma solução global e de consenso” antes de meados de 2021.

A iniciativa busca acabar com a competição pela redução da carga tributária entre os países e pelo uso de paraísos fiscais pelas empresas, principalmente as de tecnologia.

“É urgente chegar a um acordo” sobre esta questão, reconheceu o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz.

A ideia foi promovida pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e recebeu um novo impulso esta semana, quando Yellen anunciou que buscaria um acordo no G20. Nenhuma taxa foi decidida, mas as estimativas variam de 12,5% a 21%.

AFP

Perpétua Dantas apresenta projeto que proíbe contratação de condenados por Leis Federais no âmbito Municipal

A vereadora Perpétua Dantas vem recebendo muitas demandas da população, que chegam, principalmente, através dos seus canais de comunicação que estão disponíveis desde sua campanha, como a Plataforma “Cidadão Participa”, Gabinete Itinerante, redes sociais e Gabinete Popular. Foram apresentados Requerimentos, Indicações e Projeto de Lei.

Dentre as proposituras, solicitou o serviço de instalação de manilhas de concreto na estrada de acesso à malhada das caveiras, na Zona Rural, realização as instalações de postes no bairro Novo Mundo e requereu a inclusão dos/as funcionários/as do SUAS/SDSDH, Conselheiros e Conselheiras Tutelares e trabalhadores (as) que atuam na política de proteção Socioassitencial em Caruaru, ofertando programas, projetos e serviços, no grupo de prioridades para a vacinação contra a Covid-19. Além disso, a Vereadora apresentou indicações que solicitam o aumento do efetivo da Patrulha Rural para ter ronda nas Comunidades do Sítio Xique Xique e do Residencial Alto do Moura.

Já o Projeto de Lei apresentado, dispõe sobre a proibição de contratação de condenados pelas Leis Federais Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da Pessoa com Deficiência e Estatuto do Idoso, por parte do Poder Público Municipal, bem como impede de prestarem serviços ou recebam incentivos públicos municipais, vedando a nomeação no âmbito da administração Pública de Caruaru, para todos os cargos em comissão de livre nomeação e exoneração, ou aqueles de provimento efetivo mediante seleção simplificada, ou ainda de prestação de serviço em qualquer modalidade, de pessoas que tiverem sido condenadas, nos termos previstos por essas Leis.

Será considerado para efeito de impedimento de nomeação do agressor ou agressora, o acórdão condenatório em segunda instância, por crimes de violência contra a mulher, criança e adolescente, pessoa com deficiência e contra a pessoa idosa.
O combate e a prevenção à violência contra a mulher, a criança e adolescente, a pessoa com deficiência e idosa, são um dever do Estado. Esse enfrentamento deve ser proposto em caráter de urgência, pois os índices de violência só aumentam e essa é mais uma maneira de tentar diminuir esse número alarmante.

Audiência Pública debate sobre Direito Animal e ações do Abril Laranja, em Caruaru

Uma audiência pública foi realizada na manhã desta quarta-feira (7), na Câmara Municipal de Caruaru, com o tema: “Direito dos animais não-humanos e o combate aos maus-tratos no município de Caruaru”. O evento solicitado pelo vereador Anderson Correia (PP), reuniu grandes nomes do Direito Animal no Brasil, que debateram sobre o tema, ressaltando e sugerindo ações alusivas à campanha “Abril Laranja” (mês de prevenção contra a crueldade animal), entre outros assuntos em prol da dignidade e bem-estar dos animais não-humanos.

A audiência pública foi online, transmitida ao vivo pela TV Câmara e também pelo Facebook do Poder Legislativo, com a participação do público em geral, com perguntas feitas aos debatedores, levantando pautas relevantes sobre a causa animal. Participaram do debate o Dr. Vicente de Paula Ataíde Júnior – Juiz Federal e Pós Doutor em Direito Animal; o Delegado Matheus Laiola – Delegado da Polícia Civil do Paraná; o Dr. Francisco Garcia – Advogado e Mentor intelectual do Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, além do vereador Anderson Correia, que também é advogado animalista. Também estiveram presentes outros vereadores caruaruenses.

“Estou muito feliz por este momento tão importante para a causa animal em Caruaru. Foi uma manhã de muito aprendizado, com gente que entende do assunto e são referências do Direito Animal em todo Brasil. Quero agradecer a cada um que participou e a todos que se empenharam para que essa audiência acontecesse. Quem ganha com tudo isso são os animais não-humanos do nosso município, e também Caruaru, que entra de vez no rol das cidades que se preocupam e trabalham em prol da causa animal, com muito trabalho por meio de políticas públicas”, disse Anderson Correia.

Deputados analisam compra de vacinas por empresas sem repasse ao SUS

Em reunião de líderes na manhã desta terça-feira (6), deputados definiram que a semana será dedicada à análise de projetos voltados ao combate à pandemia. Além de pautas remanescentes da semana passada, serão discutidos alguns requerimentos de urgência. Um deles para a apreciação do PL 948, que prevê aquisição e distribuição de vacinas por pessoas jurídicas. O projeto é visto com receio por deputados da oposição por derrubar a obrigatoriedade da doação de doses de imunizantes por empresas ao SUS e ainda não há acordo sobre o texto.

Ainda na agenda da semana, consta a análise dos destaques para o PL 1011, que garante o acesso às vacinas para caminhoneiros e profissionais do transportes de cargas. Os parlamentares também vão discutir o PL 823/2021, que institui medidas emergenciais de amparo a agricultores familiares para mitigar os impactos socioeconômicos da emergência da saúde pública.

Consta na pauta também, o PL 1561, que institui a “Loteria da Saúde” como nova modalidade de jogo com destinação dos recursos do produto de sua arrecadação para o Sistema Único de Saúde e, excepcionalmente, para ações de prevenção, contenção, combate e mitigação dos efeitos da pandemia. Pelas redes sociais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que também devem ser analisadas algumas medidas provisórias.

Também na pauta o PL 1943, que altera artigo das Leis do Trabalho para dispor sobre campanha de divulgação de igualdade de direitos trabalhistas entre homens e mulheres. Além do PL 321/2021, que garante à mulher igualdade nos valores das premiações relativas às competições desportivas realizadas em todo o Brasil.

Congresso em Foco

Relator do orçamento acusa Ministério da Economia de deslealdade

Responsabilizado pelo governo por promover cortes de cerca de R$ 30 bilhões em despesas obrigatórias da Previdência, do auxílio-doença e do seguro-desemprego, o relator do orçamento de 2021, senador Márcio Bittar (MDB-AC), rechaça ter feito qualquer movimento sem o aval da equipe econômica. “Nada foi feito sem conhecimento ou consentimento do Ministério da Economia”, disse o emedebista ao Congresso em Foco Premium. “O que o Ministério da Economia está fazendo agora comigo posso classificar, no mínimo, como deslealdade”, completou.

Os cortes foram feitos para acomodar gastos de R$ 30 bilhões com emendas parlamentares. O senador também retirou R$ 1,9 bilhão que seria reservado para a realização do Censo pelo IBGE. Bittar diz que, com exceção da retirada do dinheiro para o recenseamento, que foi de sua iniciativa, o restante foi excluído a pedido do próprio governo. “Alguém está mentindo”, declarou.

“A fórmula de onde cortar nunca foi coisa da minha cabeça. Eu não ia inventar de cortar da Previdência, do abono. Isso é gasto de energia insuportável e desnecessário”, criticou o senador, que também relatou a PEC Emergencial, que abriu caminho para a retomada do auxílio emergencial. A avaliação de economistas, parlamentares e integrantes da equipe econômica é de que o orçamento aprovado pelo Congresso forçará o governo a estourar o teto de gastos e inviabilizará o funcionamento da máquina administrativa, deixando o presidente Jair Bolsonaro exposto à ameaça de um processo por crime de responsabilidade.

Após integrantes do governo e parlamentares contestarem o corte em despesas obrigatórias, Bittar abriu mão de R$ 10 bilhões de emendas a que tinha direito como relator. A renúncia desse montante, segundo ele, vai retirar recursos da Defesa Civil, de atendimento a dependentes químicos, a estudos de vacina e da fiscalização do Ibama.

O episódio reacendeu a disputa política entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), já que os recursos das emendas foram, em sua maioria, para investimentos em obras indicadas por parlamentares. Obras essas sob o guarda-chuva de Marinho. “Qualquer ajuste eu faria sem necessidade de desgaste, que traz essa briga intestina horrorosa entre ministérios, uma briga de egos que virou patológica”, afirmou Bittar.

O senador ressalta que, como relator da PEC Emergencial, propôs a Guedes a retirada dos R$ 35 bilhões do Bolsa Família do rol de despesas obrigatórias e, por consequência, do teto de gastos. Mas o ministro não aceitou a proposta. Ele temia que a exclusão fosse vista por investidores como um drible ao teto. “Se fizéssemos isso, o problema estaria resolvido”, disse.

Um dos senadores mais próximos de Bolsonaro, Bittar admite estremecimento na relação com o governo. “Não procurei [Guedes] nem vou procurar. Cheguei aqui por conta própria. Não foi Paulo Guedes quem me fez, não foi Bolsonaro quem me fez”.

O Congresso em Foco procurou o Ministério da Economia para comentar as declarações de Márcio Bittar, mas a pasta informou que não vai se manifestar.

Leia a íntegra da entrevista do senador:

Senador, como estão as negociações para destravar o orçamento?

Márcio Bittar – Não estou à frente de negociação alguma. Estão me dando um poder que não tenho. Meu papel, a bem da verdade, encerrou-se na semana passada. Minha surpresa é personagens do governo e do próprio Congresso se mostrarem surpresos com uma conta que era sabida de todo mundo. Era objetivo desde ano passado chegar ao valor de R$ 30 bilhões. Com o orçamento e a PEC Emergencial, que também relatei, a demanda era uma só: dar base legal para o presidente retomar o pagamento do auxílio emergencial. Era que o orçamento tivesse recursos para a saúde e conseguíssemos tirar algum dinheiro para obras e programas importantes, de infraestrutura, não pararem. Sem esse orçamento eles não fecham o ano. Se não resolver isso, significa aumentar o desemprego. Não é só ausência de obras, é mandar para a fila do desemprego pais e mães de família. Me espanta, porque isso não era novidade para ninguém. Agora agem como se tudo isso fosse. Teríamos de cortar em algum lugar para construir isso. Eu defendi publicamente que preferia tirar o programa de transferência de renda do teto de gastos. Se fizéssemos isso, o problema estaria resolvido. A PEC Emergencial possibilitou ao governo voltar com o auxílio emergencial. No orçamento íamos fazer uma engenharia, esse era o desafio para não parar obras e serviços e conseguir algum nível de investimento. Não tem contradição com quem defende uma economia liberal.

O senhor se surpreendeu com a reação do Ministério da Economia?

Nesta época tirar do Estado o mínimo de capacidade de investir é um equívoco. A surpresa minha é essa. O número sempre foi o mesmo, a fórmula ou foi oriunda da Economia ou feita com a concordância da Economia. Foi um corte de R$ 16,5 bilhões da Previdência autorizado pela Economia em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado e representantes do ministro Paulo Guedes, da Casa Civil e da Secretaria de Governo. Foram tirados mais R$ 4 bilhões do auxílio doença e R$ 7 bilhões do seguro-desemprego e mais não sei quanto. O que dá R$ 30 bilhões. Alguém está mentindo. Assumo que fui eu que tomei a iniciativa de cortar o orçamento do IBGE, que não ia fazer Censo mesmo. O valor todo mundo sabia que era esse. A fórmula de onde cortar nunca foi coisa da minha cabeça. Eu não ia inventar de cortar da Previdência, do abono. Isso é gasto de energia insuportável e desnecessário. Mas, quando aconteceu, a economia dizia que era muito, de uma conta que ela fazia. Então eu disse: toma de volta R$ 10 bilhões. Meu problema acabou aí.

O senhor sente como se o governo estivesse jogando a bomba no seu colo?

Não é a primeira vez. A ideia do precatório saiu da minha cabeça? Quando divulgaram que o precatório foi autorizado pela Fazenda, no princípio, negaram. É só juntar uma coisa com outra. Economia fala uma coisa, quando recebe crítica diz que não foi ela. Depois, Paulo Guedes admitiu que tinha o DNA da Economia na proposta.

Por que houve aumento de R$ 621 milhões para R$ 7,3 bilhões nas transferências especiais?

Isso é capacidade de fazer confusão. O valor de R$ 30 bilhões era conhecido de todo mundo.

Mas esses R$ 7,3 bilhões não serão aplicados a critério de políticos, sem necessidade de fiscalização?

Isso não existe em lugar algum do mundo, a não ser em regime comunista. Esse valor é de RP 9. É outra discussão. O relator do orçamento pode, deve ter esse poder ou não? Como sou relator deste ano não vou emitir juízo de valor. Esse momento é para Executivo e Legislativo indicarem, o desafio era arrumar um pouco de recursos. Eu sugeri ao governo fazer corte desses R$ 10 bilhões. Como vai manter programa na Defesa Civil? Vai ver que nó isso vai dar. Nesse pacote está dinheiro para estudar vacina brasileira, está dinheiro para assistência social do Ministério da Cidadania para 50 mil famílias dependentes de drogas, dinheiro para fiscalização do Ibama.

Esse episódio muda a relação do senhor com o governo?

Eu me senti estranho. Nunca participei de reunião para discutir cargo nem no meu estado. Minha atuação com o governo sempre foi com a agenda. Confesso que o que o Ministério da Economia está fazendo agora comigo posso classificar, no mínimo, como deslealdade.

O senhor foi procurado pelo ministro Paulo Guedes ou pretende procurá-lo para tratar desse assunto?

Não procurei nem vou procurar. Cheguei aqui por conta própria. Não foi Paulo Guedes quem me fez, não foi Bolsonaro quem me fez. Defendo o governo porque sou aliado dessa agenda. Tudo que pude fazer eu fiz. Nenhum senador da República tem mais afinidade com as reformas do governo o que eu, nenhum. Por mim, tinha desvinculação das receitas, desindexação, queria colocar o fim dos supersalários no pacote, acabar com um monte de munícipios. Queria mais até do que o ministro. Agora há essa confusão a troco de nada. Relator do orçamento é aliado do governo. Qualquer ajuste eu faria sem necessidade de desgaste que traz essa briga intestina horrorosa entre ministérios, uma briga de egos que virou patológica. O valor da conta de onde tirar esses recursos não foi novidade para ninguém. Muito menos para a Economia.

Estamos perto de uma solução?

Sinceramente, isso não é mais objeto da minha preocupação. É minha preocupação como a de qualquer senador. Mas não mais em um papel importante nisso. Eu nunca fiz questão de estar em certas reuniões. Eu dizia que poderia fazer outro relatório. Na reunião em que se decidiu que poderia tirar R$ 16,5 bilhões da Previdência eu nem estava. Só ouvi que era isso mesmo e disse que estava tudo bem. Nenhum corte foi feito sem ter sido ideia da Economia ou tendo concordância da Economia. Depois eu disse ao ministro Paulo Guedes, perguntei de onde ia tirar. Ele não apresentou cardápio e isso foi saindo com o tempo. Nada foi feito sem conhecimento ou consentimento do Ministério da Economia. Temos áudios, pessoas da Economia, do meu gabinete, da Câmara e do Senado que acompanharam tudo isso. Tem documento manuscrito de gente da Fazenda no meu gabinete. Acho ridículo ter de usar esse tipo de expediente.

Congresso em Foco

Pedidos de impeachment de Bolsonaro disparam e passam de 100

A Câmara dos Deputados recebeu até esta terça-feira (6) 107 pedidos de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro. O levantamento é da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara. Do total, 41 foram protocolados durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara. Seu antecessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é até hoje cobrado por não ter desengavetado nenhum dos 66 pedidos enquanto ocupou a presidência da Casa.

O avanço catastrófico da pandemia de covid-19 no Brasil, já previsto por especialistas em saúde, e a falta de liderança do governo federal no combate à crise sanitária impulsionaram o número de pedidos de afastamento de Bolsonaro. Na última terça-feira, 4.185 brasileiros perderam a vida para a doença em apenas 24 horas. Bolsonaro é o presidente recordista em pedidos de impeachment, superando com folga a segunda colocada, a ex-presidente Dilma Rousseff, cassada em 2016.

Ainda que os pedidos de impeachment denunciem irregularidades cometidas por Bolsonaro em diversas áreas, a postura do presidente na pandemia foi determinante para o salto do número de pedidos de afastamento. Em 2019, primeiro ano do atual governo, foram protocolados cinco pedidos.

Em 2020, ano majoritariamente assolado pela pandemia e que terminou com mais de 270 mil vidas perdidas para a covid, Bolsonaro motivou a apresentação de outros 53 pedidos de afastamento. Porém, com o país batendo recordes semanalmente de casos e mortes registradas pela doença, desde o início de 2021, já foram apresentados 47 novas ações na Câmara.

O levantamento escancara a pressão pelo afastamento ao revelar que, nos últimos sete dias (de 31 de março a 6 de abril) foram 32 pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro. Desses, apenas um não cita a atuação do presidente para boicotar o combate à crise sanitária e denuncia as tentativas de uso político das Forças Armadas.

Os outros 31 apresentados na última semana tem como “ementa” descrita pela Câmara o seguinte texto padrão:

“Alega que o Presidente Jair Bolsonaro se utilizou da autoridade da Presidência e da evidência e do prestígio social atrelados a essa função para boicotar as principais iniciativas de combate à pandemia – seja ao obstruir medidas de comprovada eficácia científica, ao estimular a desobediência sanitária da população, ao atacar as autoridades que tentaram tomar alguma providência ou ao insistir na difusão de informações falsas e teorias conspiratórias entre os brasileiros”.

Os crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro, segundos os pedidos de impeachment, constituem principalmente atentados aos direitos fundamentais à vida e à saúde dos brasileiros, à probidade administrativa, à dignidade, ao decoro e à honra do cargo. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira, dar andamento ou não a esses requerimentos. Aliado de Bolsonaro e líder do Centrão, grupo que dá sustentação ao governo no Congresso, Lira não se posicionou sobre nenhum dos pedidos.

Na tabela enviada pela Câmara, é possível consultar: a data de protocolo do pedido, a quem ele é endereçado (o presidente da Casa em questão), o autor da peça, uma breve descrição do que motivou o requerimento e o estado de tramitação.

Dos 107 protocolados, quatro foram arquivados por serem considerados apócrifos e um foi dado como “concluído” porque a certificação digital utilizada não era do autor. Os 102 restantes constam como “em análise”. No entanto, o termo é apenas uma burocracia, já que cabe ao presidente da Câmara decidir se vai mesmo dar prosseguimento ao processo.

O Congresso em Foco já deixou clara sua posição a favor do impeachment de Jair Bolsonaro em recente editorial. O texto destaca que é desconhecido algum caso de chefe de governo que tenha cometido tantos erros e de forma tão cruel quanto o atual presidente da República.

Pela terceira vez na gestão Bolsonaro, PF tem novo diretor-geral

No mesmo dia em que tomou posse como ministro da Justiça, Anderson Torres decidiu trocar o comando da Polícia Federal. Ele nomeou o delegado Paulo Maiurino como diretor-geral da corporação, no lugar de Rolando de Souza, que ficou menos de um ano no cargo — assumiu o posto após o ex-ministro Sergio Moro deixar o governo. A escolha agradou a setores internos da instituição, por ser considerado um nome técnico, com bom trânsito político, o que pode atrair recursos e apoio do Parlamento.

A troca no comando da PF foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro e é escolha pessoal de Torres. A mudança não deixou de provocar críticas internas, por causa das constantes alterações de gestão — Maiurino será o terceiro chefe da corporação em pouco mais de dois anos de governo.

A direção da PF passou a ser o centro de uma controvérsia no começo do ano passado, quando Sergio Moro deixou o comando do Ministério da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir politicamente na corporação. De acordo com declarações do ex-juiz, a intenção do presidente era proteger aliados de investigações. Numa reunião ministerial, em abril de 2020, o chefe do Executivo afirmou que ia “trocar o pessoal no Rio de Janeiro” antes que a família dele enfrentasse problemas. Depois da repercussão, disse que se referia ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que faz a segurança pessoal dele e dos filhos.

Um inquérito sobre as acusações de Moro foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). As diligências apuram se Bolsonaro, de fato, tentou interferir na atividade policial na Superintendência do Rio. O ex-ministro também é investigado no caso, por suposta falsa comunicação de crime, também a pedido da PGR.

Moro pediu demissão do Ministério da Justiça após Bolsonaro retirar o delegado Maurício Valeixo do comando da PF. O presidente indicou Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao cargo. No entanto a posse foi vetada pelo STF. O chefe do Planalto, então, nomeou Rolando de Souza, em maio.

Torres também fez mudança na Polícia Rodoviária Federal (PRF). No cargo do diretor-geral Eduardo Aggio assume o inspetor Silvinei Vasques.

Mais cedo, Bolsonaro comentou que alterações ocorrem para adequar melhor o ministério. Ele agradeceu a Torres por ter aceitado o convite. “A gente sabe que você, todas as mudanças que efetuará no seu ministério, é para melhor adequá-lo ao objetivo que traçou. Você quer o Ministério da Justiça o mais focado possível para o bem de todos em nosso país”, ressaltou.

Alinhamento
Na posse, ontem, Torres fez um discurso alinhado ao que prega Bolsonaro, um crítico do lockdown, apesar da escalada de casos e mortes pela Covid-19. O novo ministro enfatizou que é preciso “trazer de volta a economia deste país, colocar as pessoas para trabalhar”.

“Neste momento, a força da segurança pública tem de se fazer presente, garantindo a todos um ir e vir sereno e pacífico”, frisou. “Contem com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para dar essa tranquilidade ao povo brasileiro. Estaremos lá, incansavelmente, não só correspondendo, mas superando expectativas.”

Correio Braziliense

Pernambuco será representado por dois alunos da UFRPE em evento da Fundação Nobel

Pela primeira vez no Brasil, a Nobel Prize Outreach (comunicação da Fundação Nobel) vai promover o evento “O valor da Ciência” com participação de dois ganhadores do prêmio Nobel e de estudantes de todo o país. Pernambuco será representado por dois alunos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a estudante de Engenharia de Pesca Julia Catarine Nicodemos e o doutorando em Recursos Pesqueiros Leandro Nolé. O encontro vai acontecer na quinta-feira (8), a partir das 10h com transmissão no YouTube do Nobel Prize.

O evento, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Instituto Serrapilheira, pretende debater sobre a importância da ciência para a sociedade e também de políticas públicas baseadas no conhecimento científico; principalmente em tempos de crise, como o momento atual, e, assim, inspirar estudantes do Brasil a seguirem carreiras científicas.

De acordo com a programação, a primeira atividade do evento será um diálogo entre May-Britt Moser, laureada com o Prêmio Nobel de Medicina em 2014, e Serge Haroche, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 2012. A segunda parte terá a participação dos estudantes da UFRPE em duas mesas-redondas com os ganhadores do Prêmio Nobel para um momento de perguntas e respostas.

“Estamos vivenciando uma precarização do nosso desenvolvimento científico e tecnológico. Além das graves reduções dos investimentos, existe um constante negacionismo político, o que certamente dificulta a situação. Se esse processo não for revertido, em breve teremos um êxodo de cientistas brasileiros para outros países mais desenvolvidos e certamente terá graves consequências sociais e econômicas”, compartilha Leandro Nolé, um dos selecionados no estado.

Na seleção, 90 universidades públicas, confessionais e privadas dos 23 estados e o Distrito Federal foram convidadas a selecionar dois alunos para representar a pós-graduação e a graduação, totalizando 170 indicações. Desse total, 40 alunos foram selecionados para participar do evento. A escolha se deu pelo histórico científico, excelência acadêmica, e fluência na língua inglesa. O evento será conduzido em inglês, com tradução simultânea disponível. As inscrições podem ser feitas no site da ABC.

Diario de Pernambuco