Estados brasileiros começam a receber vacina de Oxford

Os estados brasileiros começaram a receber as doses da vacina de Astrazeneca/Oxford, chegadas na sexta-feira (22). As doses fazem parte do lote fabricado pelo Instituto Serum, da Índia, e têm uso emergencial autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa confirmou a eficácia global do imunizante em 70,42%, validando estudo publicado no início de dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso na prevenção da covid-19 comparada a quem recebeu placebo (medicamento inócuo).

Rio de Janeiro
O governo do estado do Rio de Janeiro vai iniciar amanhã (25) a distribuição das 185 mil doses da vacina AstraZeneca/Oxford aos municípios fluminense, recebidas ainda neste sábado (23). “Uma grande operação foi montada para que todas as cidades possam dar início a essa nova fase da vacinação assim que receberem as doses e as recomendações técnicas da secretaria, oriundas do Ministério da Saúde”, afirma nota divulgada na noite de ontem.

Assim como as 487 mil doses da vacina Coronavac recebidas na semana passada, as vacinas AstraZeneca/Oxford serão destinadas ao público prioritário, segundo orientação do Ministério da Saúde.

O estado do Rio de Janeiro já vacinou 89.237 pessoas em 85 municípios até as 18h de ontem (23), todos com a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma ter enviado ofício aos municípios recomendando que seja feita uma busca ativa para levantar casos de idosos e pessoas com deficiência vivendo em instituições que não estejam cadastradas no Ministério da Saúde e, por isso, possam não ter recebido ainda doses da vacina Coronavac.

O público prioritário da primeira fase de vacinação são profissionais de saúde, idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência, população indígena aldeada e quilombolas. Algumas vacinas começaram a ser aplicadas ainda ontem.

A Subsecretaria de Vigilância em Saúde informou que todas as doses da vacina AstraZeneca/Oxford enviadas pelo Ministério da Saúde para o Estado do Rio serão distribuídas aos municípios em única remessa, para aplicação imediata, de acordo com as prioridades do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Isso significa que, diferentemente das vacinas Coronavac, que tiveram unidades guardadas para a segunda a dose dos primeiros vacinados, as vacinas AstraZeneca/Oxford serão todas aplicadas imediatamente. A subsecretaria explica que a decisão foi tomada “tendo em vista que a aplicação da segunda dose pode ser realizada em 90 dias após a primeira”.

Amazonas
Também na noite deste sábado (23), o governador do Amazonas Wilson Lima acompanhou no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes a chegada de um lote de 132,5 mil doses da vacina da AstraZeneca. Ainda neste domingo deve chegar ao estado mais um lote de 44 mil doses do imunizante. “Com isso vamos vacinar todos os idosos acima de 60 anos de idade e todos os profissionais de saúde”, explicou o governador, ao lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O estado terá 5% das vacinas, devido a acordo proposto pelo Ministério da Saúde e aceito pelos governadores.

Agência Brasil

Fiocruz negocia mais 15 milhões de doses de vacina da AstraZeneca

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade durante evento que marcou a liberação das vacinas de Oxford/AstraZeneca para serem entregues ao Ministério da Saúde e distribuídas no Brasil.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, disse que a instituição negocia com a AstraZeneca a possibilidade de receber 15 milhões de doses prontas de vacinas para garantir a imunização até que chegue ao Brasil o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) que vai permitir a produção de vacinas em BioManguinhos, da Fiocruz.

“Até que esse gap possa ser superado sempre com o objetivo de trazer de forma mais rápida possível a vacina para nossa população e também de começar a produzir o mais rápido possível”, informou em entrevista à imprensa neste sábado (23), logo antes do início da distribuição de 2 milhões de doses de vacina da AstraZeneca pelos estados brasileiros. O imunizante chegou na sexta-feira (22) ao Brasil, vindo da Índia.

De acordo com Nísia Trindade, as medidas estão estabelecidas no contrato de encomenda e tecnologia e também no memorando de acordo geral da AstraZeneca para encomenda e depois de transferência de tecnologia, quando todas as etapas serão feitas em BioManguinhos. “Isso tudo é contratual. Estaremos recebendo inicialmente 15 milhões de doses”, disse, acrescentando que há um aceno da AstraZeneca para antecipar os envios posteriores, que permitiriam completar até de 110 milhões e 400 mil doses da vacina. “Um aceno de que possa antecipar, não agora nesse momento, mas tão logo esse processo da exportação se resolva, antecipar a vinda de meses seguintes”, revelou.

Para a presidente da Fiocruz, a grande preocupação atual da instituição é com a chegada mais célere possível do Ingrediente Farmacêutico Ativo para a produção de vacinas em BioManguinhos da Fiocruz. Segundo Nísia, a perspectiva é de receber o insumo no início de fevereiro, por volta do dia 8, mas não há ainda uma data definida. A presidente disse que o processo passa por muitas etapas na China, além de por questões diplomáticas, e por isso não é possível saber quanto tempo vai levar para ser concluído.

Ainda na entrevista do sábado, o diretor de BioManguinhos, Maurício Zuma, informou que pelo contrato, a Fiocruz vai receber por mês insumos referentes a 15 milhões de doses em dois lotes equivalentes a 7,5 milhões de vacinas, com intervalo de duas semanas em cada lote. “Se ele [IFA] atrasar um pouquinho estamos discutindo a possibilidade de acelerar mais para frente a chegada dos lotes, para ver se a gente consegue antecipar um pouco, porque certamente teremos mais capacidade de produção do que esse cronograma de lotes. Se a gente puder receber mais IFA a gente vai poder produzir mais e entregar mais rápido “, completou.

Entrega
As vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que chegaram ontem (23) ao Brasil, começaram ontem mesmo a ser distribuídas aos estados. “A vacina chegou muito tarde aqui, mas conseguimos executar todas as atividades com bastante velocidade, agilidade e logo no começo da tarde a gente já estava encaminhando vacinas”, afirmou sobre o processo que antecedeu a preparação para a distribuição das doses aos estados.

Nísia Trindade ressaltou que as vacinas saíram da Fiocruz após cumpridos os procedimentos recomendados de verificação da temperatura e das embalagens, inclusive as avaliações do Centro de Controle de Qualidade em Saúde da instituição.

Índia
O cônsul-geral da Índia, Leonardo Ananda, que estava ontem na cerimônia de liberação das vacinas, disse que era uma honra estar presente naquele momento de extrema relevância para a população brasileira. “Mais um passo está sendo dado no combate a essa pandemia. É também um marco histórico na relação entre Índia e Brasil. Duas nações irmãs que os laços vêm se fortalecendo a cada dia”, disse.

O cônsul disse que é um momento simbólico onde a Índia está auxiliando uma nação irmã. “Temos certeza que em pouco tempo terá milhões de vacinas produzidas nesta casa. A Índia se orgulha muito de ter estabelecido esta parceria muito sólida e muito forte, assim como a do Instituto Serum [da Índia] com a Fiocruz e BioManguinhos” concluiu.

Agência Brasil

Estados Unidos superam 25 milhões de casos de Covid-19

Os Estados Unidos registram mais de 25 milhões de casos de contágio por Covid-19 desde o início da pandemia – informou a Universidade Johns Hopkins neste domingo (24/1), poucos dias depois da posse do democrata Joe Biden.

Esta marca foi superada cinco dias depois de os Estados Unidos, o país mais rico e o mais atingido pelo novo coronavírus, ter passado dos 400.000 mortos.

Em seu último balanço, deste domingo de manhã, a Universidade Johns Hopkins contabilizou 25.003.695 pessoas infectadas e mais de 417.000 mortos.

Após um pico no número de contágios em 12 de janeiro, a média semanal de novos casos está começando a cair, de acordo com dados do Covid Tracking Project. O número de mortos segue a mesma trajetória.

Os Centros para Prevenção e Controle de Doenças (CDC), principal agência federal de saúde pública dos Estados Unidos, estimam que entre 465.000 e 508.000 americanos terão morrido de Covid-19 até 13 de fevereiro.

Nesse contexto, Biden fez do combate à pandemia a prioridade mais urgente de seu mandato. Na quinta-feira, seu governo divulgou um roteiro detalhado para combater a doença, com um aumento da vacinação e dos testes de detecção.

Também propôs um pacote econômico de US$ 1,9 trilhão, que inclui US$ 20 bilhões para vacinas, e US$ 50 bilhões, para testes.

O democrata se comprometeu a distribuir 100 milhões de doses da vacina contra o coronavírus nos primeiros 100 dias de seu mandato.

O país também aposta na esperança da autorização de novas vacinas nas próximas semanas, como a da Johnson & Johnson, que requer apenas uma dose.

AFP

Apostador de Fortaleza acerta os seis números sorteados na Mega-Sena

Um ganhador de Fortaleza foi o único a acertar os seis números da Mega-Sena sorteados neste sábado (23) e receberá 21.898.260,37. Os números sorteados no Espaço Loterias Caixa, em São Paulo. foram 02, 09, 34, 49, 51, 55.

O sorteio 2337 da Caixa também teve 84 apostas ganhadoras de cinco números, que receberão R$ 35.529,81 e 4.321 apostadores acertaram quatro números e ganharão R$ 986,71. A estimativa de prêmio para o próximo concurso, na próxima quarta-feira (26), é de pagar R$ 2 milhões a quem acertar as seis unidades sorteadas.

As apostas na Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio em lotéricas ou pela internet. A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

Agência Brasil

Primeiras doses da vacina AstraZeneca/Oxford chegam a Pernambuco neste domingo

A previsão de chegada em Pernambuco das primeiras doses da vacina da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford é na madrugada deste domingo (24). O Estado deve receber 84 mil unidades do imunizante desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e produzido pelo Instituto Serum, na Índia.

As vacinas devem desembarcar no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, à 0h25. Operado pela companhia aérea GOL, o voo vai partir do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Em seguida, as doses serão levadas para a central de armazenamento de vacinas da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O Comitê Técnico Estadual para Acompanhamento da Vacinação contra a Covid-19 e a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) terão reuniões na tarde de segunda-feira (25), para montar a estratégia de distribuição e de uso.

“Esta nova remessa de vacinas nos dá a possibilidade de ampliar e acelerar o processo de imunização em Pernambuco. Ainda aguardamos informe técnico do Ministério da Saúde, bem como a bula da nova vacina. Além disso, iremos pactuar com o Comitê Técnico Estadual e com a representação dos municípios a estratégia para utilização destas novas doses”, explicou o secretário de saúde estadual, André Longo, em comunicado oficial.

Segundo a Secretária Estadual de Saúde, 34.336 pessoas que fazem parte do público prioritário da primeira fase foram imunizadas contra a Covid-19 em Pernambuco, até a última sexta-feira (22). O Estado já recebeu 270 mil doses da CoronaVac, desenvolvidas em parceria com o Instituto Butantan.

Folhape

Acidente aéreo mata piloto, presidente e quatro jogadores do Palmas-TO

Parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas, do Tocantins, viajava para Goiânia, para a partida da Copa Verde nesta segunda-feira (25), no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, contra o Vila Nova, quando um grave acidente ocorreu com o avião de pequeno porte, vitimando fatalmente o presidente do clube, Lucas Meira, quatro atletas do elenco e o piloto.

Os jogadores que estavam à bordo foram Lucas Praxedes, Guilherme Noé, Ranule e Marcus Molinari, e o comandante da aeronave, Wagner.
O Vila Nova publicou uma nota de pesar pela tragédia.

Confira:

“O Vila Nova Futebol Clube recebe com consternação e profunda tristeza a notícia sobre o acidente aéreo que vitimou fatalmente o presidente do Palmas Futebol e Regatas, Lucas Meira, quatro jogadores da equipe, Lucas Praxedes, Guilherme Noé, Ranule e Marcus Molinari, e o comandante da aeronave, Wagner.

Parte da delegação viajava para Goiânia, para a partida da Copa Verde nesta segunda-feira, 25, no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, contra o Vila Nova, quando o grave acidente ocorreu com o avião de pequeno porte.

O Vila Nova deseja que todos os amigos e familiares das vítimas sejam consolados no colo do Pai neste momento de tamanha angústia e
tristeza. O clube afirma, ainda, que corroborará com o adiamento da partida e fará homenagem aos ocupantes no jogo da próxima quinta-feira, 28, pelo Campeonato Goiano.Vila Nova Futebol Clube”.

Folhape

Inflação não dá trégua, mesmo com o PIB fraco

Apesar de manter a taxa básica da economia (Selic) em 2% ao ano, na primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central revelou desconforto com a inflação. As pressões no custo de vida do brasileiro não diminuíram em janeiro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), colocando por terra os discursos dos diretores da autoridade monetária de que a forte alta dos preços na segunda metade de 2020 era “temporária”. A mudança de opinião é apontada como motivo para a retirada forward guidance, instrumento de sinalização de manutenção dos juros básicos por um período mais prolongado, algo antes esperado apenas para o fim do ano.

O Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), indicador da FGV que é utilizado para a correção dos contratos de aluguel, por exemplo, acelerou 2,37% no segundo decêndio de janeiro, após subir 1,18% no mesmo período de dezembro, acumulando salto de 25,46% em 12 meses.

Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para o cumprimento da meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), avançou 4,52% no ano passado, o IGP-M teve alta de 23,1% em 2020, e, pelas projeções do economista André Braz, analista da FGV/Ibre, esse indicador continuará rodando em dois dígitos por um bom tempo, porque as commodities continuarão valorizadas ao longo de 2021.

Acima da meta
Não à toa, o BC passou a prever IPCA de 3,6% em 2021, taxa acima da mediana das projeções do mercado coletadas no boletim Focus, do BC, de 3,4%. Braz, por sua vez, estima que o IPCA encerrará o ano acima da meta de inflação, de 3,75% anuais, em um cenário básico, mas poderá acumular variação de 4,25% até dezembro, em um quadro mais pessimista.

O economista lembrou que o principal componente do IGP-M, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), é o que vem registrando as maiores variações, em grande parte, devido à alta dos preços das commodities e da valorização do dólar frente ao real, o que impacta diretamente nos preços dos alimentos — os grandes vilões da inflação do ano passado. Segundo ele, as pressões inflacionárias devem persistir neste início de ano, apesar das incertezas sobre a retomada da atividade econômica diante dos tropeços e atrasos no programa de vacinação do governo federal. Ele lembrou que a difusão do IPCA do segundo semestre de 2020 foi crescente e ficou mais forte no último trimestre, encerrando o ano acima de 70%.

“Isso mostra que não são apenas os preços dos alimentos que pressionam a inflação, o que dificulta uma redução, porque a carestia está disseminada em vários setores”, explicou.

Braz prevê reajustes de forma mais intensa a partir de maio, “quando o BC deverá iniciar o aumento dos juros”, pelas estimativas dele. Segundo o analista, até mesmo alguns segmentos do setor de serviços (que deve levar muito mais tempo do que os demais para se recuperar da recessão) já estão repassando a inflação do ano passado para os preços.

Além disso, outros fatores devem pressionar os índices de preços, como a energia, devido aos reajustes anuais programados e também porque a bandeira vermelha, retirada em janeiro, poderá voltar a partir do meio do ano, quando começa novo período de estiagem. “Neste ano, devido ao efeito La Niña, deverá ter menos chuvas, e, portanto, há risco de queda no nível dos reservatórios, o que impacta no custo da energia”, acrescentou.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, prevê alta de 3,8% no IPCA deste ano, acima da expectativa do mercado, avaliando que os preços das commodities não vão cair, o dólar continuará acima de R$ 5, e porque os reajustes represados em 2020 vão ocorrer neste ano. “São diversas pressões pontuais. Os preços dos alimentos devem continuar puxando a inflação, mas com menos intensidade do que no ano passado”, explicou. Ele reconhece que, mesmo com as chances de o Produto Interno Bruto (PIB) apresentar queda no primeiro trimestre, a inflação continuará em alta.

O fim do auxílio emergencial é um fator que ajuda a reduzir a pressão inflacionária, mas deve ajudar na piora do desempenho da economia. O benefício, interrompido em dezembro, injetou R$ 296 bilhões na economia e foi importante para evitar uma queda ainda maior do varejo. Pelas projeções da consultoria, o PIB do primeiro trimestre deverá encolher 0,1%. “Mas deveremos rever para baixo”, adiantou Sergio Vale.

Inep garante reaplicação para barrados no primeiro dia de provas

Candidatos barrados no primeiro dia de provas da versão impressa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 devido à superlotação de salas poderão pedir a reaplicação por meio da Página do Participante, entre segunda-feira (25) e a próxima sexta-feira (29).

A decisão foi informada na tarde desta sexta-feira (22) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O candidato impedido pode, ainda, optar por não comparecer ao segundo dia de provas sem ser prejudicado.

O anúncio, dois dias antes do último dia de provas, pode tranquilizar inscritos que sofreram com os problemas logísticos e não obtiveram resposta sobre a previsão de reaplicação nestes casos.

O problema chegou a ser alvo de ação judicial feita pela Defensoria Pública da União (DPU), a qual pediu à Justiça Federal que obrigasse o Inep a reaplicar as provas para os barrados. O pedido foi aceito, na quinta-feira (21), pela juíza Marisa Cláudia Gonçalves Cucio.

Correio Braziliense

Julgamento de impeachment de Trump começará na segunda semana de fevereiro

US President Donald Trump speaks after touring a section of the border wall in Alamo, Texas on January 12, 2021. (Photo by MANDEL NGAN / AFP)

O julgamento do impeachment do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump começará no Senado na segunda semana de fevereiro, vários dias após a Câmara dos Representantes enviar à Câmara Alta a acusação contra o republicano, disse o senador Chuck Schumer, líder da maioria democrata.

O cronograma reflete um acordo alcançado com a minoria republicana do Senado, que permitirá que a equipe jurídica do ex-presidente se prepare e a Câmara Alta avance em outras questões cruciais, incluindo a confirmação dos indicados a compor o gabinete do presidente Joe Biden.

A Câmara dos Representantes abriu um processo de impeachment contra Trump pela segunda vez em 13 de janeiro, uma semana antes do magnata republicano deixar a presidência. Desta vez, Trump foi acusado de insuflar apoiadores a atacar o Capitólio em 6 de janeiro, incidentes que deixaram cinco mortos, incluindo um policial, e chocaram o país e o mundo.

Schumer disse que a ata de impeachment de Trump será entregue e lida no Senado na segunda-feira às 19h00 locais (21h00 do horário de Brasília). Os 100 senadores prestarão juramentos como jurados do julgamento no dia seguinte.

Membros da Câmara dos Representantes nomeados pela presidente Nancy Pelosi como gerentes do julgamento de impeachment, e os membros da equipe de defesa de Trump ainda não nomeados, terão tempo para redigir seus argumentos e defesas.

“Assim que os textos forem redigidos, a apresentação das partes começará na semana de 8 de fevereiro”, disse Schumer a seus colegas no Senado.

Até lá, o Senado decidirá sobre as nomeações para o gabinete de Biden “e sobre o projeto de lei que proporcionaria alívio a milhões de americanos que estão sofrendo durante esta pandemia”, explicou Schumer.

“A cura e a unidade só virão se houver verdade e responsabilidade, e é isso que este julgamento proporcionará”, continuou.

As partes deliberarão se Trump deve ou não ser condenado pelo que a Constituição dos Estados Unidos descreve como “crimes graves e erros”.

Trump foi acusado de “incitamento à insurreição” durante um discurso em Washington ao meio-dia de 6 de janeiro, antes que uma multidão de seus seguidores invadisse a sede do Congresso durante a certificação da vitória eleitoral do democrata Biden.

“Rapidez sem precedentes”

O atraso no julgamento é o resultado de um acordo que Schumer alcançou com o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.

McConnell foi um aliado próximo de Trump no Congresso durante todos os quatro anos do mandato do republicano, mas repreendeu duramente o então presidente por tentar repetidamente anular os resultados das eleições e por incitar os manifestantes.

O influente senador republicano propôs adiar o julgamento até fevereiro, argumentando que Trump precisa de tempo para contratar advogados e preparar sua defesa.

Na sexta-feira, McConnell lembrou a “rapidez sem precedentes” do processo na Câmara dos Representantes, onde Trump foi indiciado após apenas um dia de debate.

Trump é o único presidente americano a ser indiciado duas vezes pela Câmara dos Representantes. Em dezembro de 2019, o republicano foi indiciado por “abuso de poder” e “obstrução ao bom funcionamento do Congresso”.

Trump foi acusado de pedir à Ucrânia que investigasse uma suposta corrupção ligada a seu então rival político Biden, em troca de desbloquear ajuda militar crucial para aquele país, em guerra.

O Senado, então de maioria republicana, o absolveu em 5 de fevereiro de 2020, após duas semanas de julgamento.

Com o Senado agora composto por 50 democratas e 50 republicanos, e uma maioria de dois terços necessária para condenar Trump, pelo menos 17 republicanos teriam de votar contra o ex-presidente para garantir uma condenação.

Se isso acontecer, uma votação subsequente ocorrerá sobre a proibição de Trump de ocupar cargos públicos no futuro, o que o impediria de concorrer em 2024, como ele deu a entender que pretende fazer.

Além de Trump, dois outros presidentes foram submetidos a julgamentos de impeachment: os democratas Bill Clinton, em 1998, e Andrew Johnson, em 1868. O republicano Richard Nixon, em 1974, renunciou para evitar ser indiciado pelo escândalo ‘Watergate’.

AFP

Cerca de 4 milhões abandonaram estudos no País na pandemia, diz pesquisa

Em 2020, ano marcado pelo novo coronavírus, quarentena e interrupção de aulas presenciais, 8,4% dos estudantes com idade entre 6 e 34 anos matriculados antes da pandemia informaram que abandonaram a escola no Brasil.

O percentual representa cerca de 4 milhões de alunos, montante superior ao da população do Uruguai.

Questões financeiras e falta de acesso a aulas remotas estão entre os principais motivos do abandono e o problema é maior entre os mais pobres.

As informações são de pesquisa do Instituto Datafolha, sob encomenda do C6 Bank, e obtida pela reportagem.

Essa é a primeira sondagem que mostra o impacto da pandemia na permanência de estudantes em escolas e faculdades. A divulgação das estatísticas oficiais ainda leva mais tempo.

O Datafolha realizou 1.670 entrevistas, por telefone (com estudantes ou responsáveis), entre os dias 30 de novembro e 9 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e os resultados têm confiabilidade de 95%.

O pior índice de abandono é registrado entre os que estavam matriculados no ensino superior, com taxa de 16,3%.

Na educação básica, 10,8% dos estudantes do ensino médio informaram ter largado os estudos, e o percentual ficou em 4,6% no fundamental.

As taxas são bastante superiores aos índices oficiais de abandono registrados na educação básica do Brasil, que, por sua vez, já são altos. Em 2019, ano do último dado oficial disponível, o índice médio no ensino fundamental foi 1,2% e, no ensino médio, de 4,8%.

O país acumula 26,9 milhões matrículas no ensino fundamental e 7,5 milhões no médio, segundo os dados do MEC (Ministério da Educação). São 8,6 milhões de matrículas de nível superior.

A amostra da pesquisa do Datafolha guarda relação com a realidade educacional brasileira. Mais de 80% dos estudantes dos ensinos fundamental e médio eram de escolas públicas e, no superior, mais de 70% estavam no setor privado.

Na universidade, 42% daqueles que abandonaram o fizeram por falta de condições de pagar as mensalidades. Já na educação básica a precariedade da manutenção de aulas aparece como principal motivação para largar os estudos.

Ter ficado sem aulas surge como explicação do abandono para quase um terço dos estudantes matriculados no ensino fundamental (28,7%) e médio (27,4%).

A maior proporção, sob este motivo, foi registrada entre crianças e adolescentes de 11 a 14 anos (faixa ideal para os anos finais do fundamental, entre o 6º e 9º anos).

O aumento do abandono escolar em meio à pandemia tem sido uma das maiores preocupações por causa da quebra de vínculo entre alunos e escolas causada pela quarentena.

A desigualdade se impôs como um desafio ainda maior. A taxa média de abandono apurada pela pesquisa é de 10,6% nas classes D e E, contra 6,9% na classe A.

Escolas e faculdades passaram a interromper atividades presenciais em março do ano passado. O ano foi marcado pela ausência do MEC do governo Jair Bolsonaro (sem partido) no apoio às ações educacionais de estados e municípios, que concentram as matrículas.

Mais de 6 milhões de estudantes de 6 a 29 anos não haviam tido acesso a atividades escolares durante outubro. Segundo a pesquisa Pnad Covid-19 do IBGE, divulgada em dezembro, isso representa 13,2% dos estudantes dessa faixa etária.

Até o meio do ano passado 2 em cada 10 redes públicas de ensino não contavam com planos para evitar a perda de alunos, segundo estudo do comitê de Educação do Instituto IRB (Rui Barbosa), que agrega tribunais de contas do país, e do centro de pesquisas Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional).

Entre os que largaram os estudos, 17,4% dizem não ter intenção de retornar neste ano. A taxa sobe a 26% dos que estavam no ensino médio.
Chama-se de evasão essa situação em que um aluno deixa os estudos em um ano e não se matricula no seguinte. O dado oficial mais recente, de 2017-2018, registra uma evasão média de 2,6% no ensino fundamental e 8,6% no médio.

Em 2019, havia 88,6 mil crianças e jovens de 6 a 14 anos fora da escola. Entre jovens de 15 a 17 anos, faixa etária ideal para o ensino médio, eram 674,8 mil excluídos do sistema educacional (7,6% dessa população).

Para Cezar Miola, presidente do comitê técnico da Educação do IRB, o combate ao abandono e à evasão exige um esforço conjunto de governos, redes de ensino, profissionais de educação e órgãos de controle.

“Percebemos muito empenho e dedicação no ano passado, mas foi insuficiente”, diz Miola. “Parte dos problemas que levam ao abandono é que houve verdadeira desconexão da família com a escola, e esse ponto-chave casa com investimentos adequados.”

A Unicef tem um projeto de busca ativa de evadidos. Entre 2017 e 2019, a iniciativa, em parceria com mais de 3.000 prefeituras, conseguiu chegar a 80 mil crianças e jovens que estavam fora da escola -no ano passado, foram 40 mil.

“O cenário é absolutamente preocupante, corremos o risco real de ter uma grande quantidade de crianças e adolescentes fora da escola”, diz Ítalo Dutra, chefe de Educação do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

Dutra afirma ser necessário uma ação coordenada e focada, com o entendimento de que ter crianças e adolescentes fora da escola representa a violação mais extrema do direito à educação. O que implica, diz ele, que outros direitos podem estar sendo violados, como acesso à saúde, proteção à violência e segurança alimentar.

“Nos últimos dois anos não há coordenação efetiva do MEC para essas ações”, diz. “Precisamos ter uma busca ativa, saber o que está acontecendo e atuar com toda rede de proteção.”

“Precisa rematricular e ver fatores de risco para abandonar de novo, por isso todo o sistema de proteção tem de estar funcionando articulado”, afirma Dutra.

Questionado, o MEC não respondeu à reportagem sobre o que fez ou pretende fazer para lidar com a situação.

O levantamento sobre abandono escolar faz parte de uma série de pesquisas encomendadas pelo C6 Bank para entender os impactos da pandemia no Brasil.

Folhapress