Do Diário de Pernambuco – Por Aline Moura
O senador Armando Monteiro Neto (PTB) foi o primeiro précandidato ao governo do estado a anunciar os dois postulantes ao Senado pela sua chapa majoritária. Ele confirmou, nesta sexta-feira, a indicação do deputado federal Bruno Araújo (PSDB) como pré-candidato a senador do seu palanque, ao lado do deputado federal Mendonça Filho (DEM). O anúncio oficial acaba de acontecer neste sábado na sede estadual da legenda tucana. “Nós vamos ter todo o tempo da campanha para fazer o debate. Eles vão querer falar dos rótulos e vamos querer falar de Pernambuco. Sabe o que vamos dizer quando eles falarem dos rótulos? Olhe para o palanque de Paulo Câmara (PSB), que já diz tudo”, declarou.
Armando falou sobre o assunto ao ser indagado se não se preocupava com as críticas do PSB e do governador, que rotularam seu palanque como o da “turma de Temer”, numa alusão ao fato de Mendonça e Bruno terem sido ministros do presidente Michel Temer (MDB). O parlamentar se referiu ao fato de o primeiro candidato ao Senado já anunciado por Paulo Câmara – Jarbas Vasconcelos (MDB) – ter confirmado que votará no presidenciável do PSDB, o exgovernador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O PSDB apoiou o governo de Temer, logo após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), e saiu da gestão no final de 2017.
O vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (MDB), também já foi aliado de Temer e tem simpatia pela candidatura de Geraldo Alckmin. Henry, inclusive, entrou em rota de colisão com o MDB nacional no ano passado, após a filiação do senador Fernando Bezerra Coelho nos quadros da legenda emedebista. Mas o vice-governador costumava chamar o presidente de “estadista”, como fez ainda no início deste ano, em Cabrobó. Isso, aliás, é o que tranquiliza Armando porque todos os palanques têm lideranças que apoiaram Temer. Até mesmo o de Marília Arraes (PT), apoiada por João Fernando Coutinho (PROS).
Segundo Armando, a escolha de Bruno foi fechada sem a chamada “discussão da relação”. O pré-candidato ao governo estava viajando pelo Agreste de Pernambuco, ao lado de Bruno e Mendonça, quando falou com o Diario durante seis minutos, antes de iniciar os tradicionais cumprimentos aos eleitores. Os três seguiram juntos no mesmo veículo para Garanhuns, depois de participarem de um evento organizado pela União dos Vereadores em Pernambuco, em Gravatá. “Esse fechamento da chapa se deu de forma tranquila e como nós imaginávamos”, declarou.
Bruno Araújo, por sua vez, não confirmou se a ameaça de rompimento com Armando surgiu após a visita de Armando Monteiro ao ex-presidente Lula na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR). Indagado se tinha esclarecido com Armando os motivos que o levaram a divulgar uma carta e retirar o nome da disputa do Senado (e depois recuar), o tucano disse que sim. “Isso foi devidamente construído, não só no ambiente nosso internamente, como numa compreensão nacional. Nós temos um propósito único de oferecer alternativa a Pernambuco. As composições de palanque nos mais diversos estados do país apontam para (predominância das) questões locais”.
Em Gravatá, Armando fez críticas à falta de diálogo de Paulo Câmara, em debate no Congresso estadual de Vereadores e Servidores de Câmaras Municipais e prefeituras. Armando foi o primeiro dos postulantes ao Palácio das Princesas a expor suas propostas aos vereadores.
“Estive presente em todos os congressos da UVP. Não estou aqui hoje só porque sou précandidato. Estou aqui porque respeito o vereador”, declarou o petebista. “Hoje, os vereadores nem sequer são atendidos. Precisam ir com um prefeito ou um deputado. A ideia é que possamos dar ao governante a oportunidade de conhecer melhor o cotidiano dos municípios. Vamos dar ao vereador a atenção que ele merece”, afirmou o pré-candidato ao governo. O PSB foi procurado para comentar as declarações e não se pronunciou.