Coro da FAFICA abre seleção para novos integrantes

Se você tem interesse em fazer parte do Coro Universitário da FAFICA, participe da seleção que será realizada no auditório da faculdade nos dias 23 e 24 de agosto, às 18h. Ao todo, serão oferecidas 10 vagas para homens e 15 vagas para mulheres. Estudantes e comunidade em geral podem participar da seleção. O resultado será divulgado até o dia 24/08, no do site e Facebook da FAFICA e do NUPESQ. O primeiro ensaio do grupo ocorrerá no dia 25 de agosto.

O Coral da FAFICA é um grupo de extensão vinculado ao Núcleo de Extensão (NUEXT), que exerce atividade de caráter artístico e cultural. Formado por alunos, ex-alunos, funcionários e pessoas da comunidade, a meta do grupo é divulgar a cultura através da música coral na região. Estudantes participantes do coro recebem um certificado com 40 horas de atividade complementar por semestre.

Para participar da seleção, é necessário atender os seguintes requisitos:

* Ter disponibilidade para frequentar os ensaios, regulares e extras;

* Ter disponibilidade para participar das apresentações do coro, em eventos nas instalações da FAFICA, ou fora dela, inclusive em outras cidades;
* Não ter sido desligado anteriormente do Coro por qualquer motivo;
* Concordar com as regras de funcionamento do Coro, inclusive com os figurinos, arranjos e repertório, considerando o seu caráter leigo e cultural;
* Conhecer e estar de acordo com as normas do Edital de Seleção Para Coro Universitário da FAFICA 2017.2

O processo seletivo é constituído de teste vocal, que será realizado em dois dias (23 e 24 de agosto), no auditório, das 18h às 19h. O candidato poderá comparecer em um dos dois dias, quando ocorrerá uma avaliação de caráter simples, com foco na afinação, timbre, ritmo e enquadramento da voz no devido naipe (soprano, tenor, contralto ou baixo). O candidato deverá cantar um trecho de uma música (da sua escolha). Não será exigida experiência musical anterior comprovada.

Presidente da Compesa recebe prefeito Mota e autoridades de Riacho das Almas

O prefeito Mota e uma comitiva de autoridades de Riacho das Almas foram recebidos nesta segunda-feira (14) no Recife pelo presidente da Compesa Roberto Tavares. Em pauta, o cumprimento do cronograma que fará as águas do sistema Prata- Pirangi abastecerem o município, que vive situação de colapso na distribuição de água desde que a barragem de Jucazinho secou em decorrência do extenso período de estiagem enfrentado no estado de Pernambuco nos últimos anos. “Estamos há mais de um ano lutando para que esta obra chegue em Riacho das Almas”, ressaltou Mota, que também é membro do Comitê Estadual de Recursos Hídricos.

Ainda de acordo com o prefeito, embora o empenho maior seja para que a água beneficie a população riachense, as obras também ampliarão a oferta de água em outros municípios da região: “Com esta obra, não só Riacho mas também Cumaru, Passira e Salgadinho também terão mais água. O nosso esforço é conjunto”, pontuou.

Para o presidente da Compesa Roberto Tavares, a presença dos prefeitos acompanhando de perto esses processos é importante: “O prefeito Mota tem sido ativo na cobrança da Compesa em relação a isso. Nós já temos a adutora do Pirangi concluída e o governador Paulo Câmara assinou uma ordem de serviço para que sejam investidos R$ 2,6 milhões na melhoria das estações elevatórias”, disse ele.

Roberto Tavares explicou também que a capacidade de distribuição da ETA do Salgado em Caruaru, que é responsável pela distribuição de água para Riacho das Almas e demais municípios da região, será ampliada de 600 para 900 litros por segundo: “Com esse acréscimo, conseguiremos fazer uma inversão das bombas que possibilitará o abastecimento dessas cidades”, esclareceu.

De acordo com ele, a previsão é que em dezembro as obras na estação elevatória que contemplará o município de Riacho das Almas além de Passira, Cumaru e Salgadinho deve começar a distribuição de água.

Laura Gomes homenageia Compesa

A deputada Laura Gomes, do PSB, apresentou na Assembleia Voto de Aplauso à Compesa, nesta segunda (14), por ter conquistado o inédito Prêmio de Melhor Empresa de Saneamento do Brasil, em evento ocorrido semana passada, em São Paulo. A Companhia pernambucana concorreu com todas as similares do país, públicas e privadas, passando por rigorosa avaliação da situação econômico-financeira, patrimonial e de planejamento estratégico. O evento envolveu as 300 melhores empresas nacionais, distribuídas em 27 setores especializados.

Ao ato de entrega foi prestigiado pelo governador Geraldo Alckmin e por representantes dos principais setores empresariais brasileiros. Para alcançar a vitória a Compesa passou por rigoroso escrutínio técnico e institucional. Os critérios utilizados para a escolha foram muito além do mero desempenho financeiro da empresa. Foram consideradas as práticas de Recursos Humanos, a capacidade de inovar, a responsabilidade socioambiental, a visão de futuro e a governança corporativa. Foram analisados os dados da companhia no ano de 2016, assim como o planejamento a longo prazo e as estratégias seguidas em 2017.

A edição do Anuário Época Negócio 360º teve as parcerias técnicas com a Fundação Dom Cabral – na metodologia, pesquisa de campo e processamento final das informações – e a Boa Vista SCPC, que coligiu os balanços e fez o processamento dos dados financeiros. A Economática elaborou os rankings de companhias abertas. As campeãs setoriais foram avaliadas por um júri formado pelo diretor de redação da Época Negócios, Dárcio Oliveira, e especialistas em cada uma das dimensões usadas para formar o ranking das 300 melhores empresas.

Nos últimos dez anos a Compesa, investiu mais de R$ 6 bilhões em obras de expansão e melhorias de saneamento em Pernambuco. Só ano passado foram aplicados R$ 491 milhões. Os projetos mais significativos em saneamento no Estado, nos últimos dez anos, foram a construção do Sistema Produtor Pirapama – para atender Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes – e a Adutora do Agreste, a maior obra hídrica estruturadora em andamento no País, que terá, no futuro, mais de 1.500 quilômetros de tubulações assentadas e atenderá 68 municípios do Agreste.

Também no interior de Pernambuco, 4,7 milhões de pessoas serão beneficiadas com a implantação de sistema de esgotamento sanitário por meio do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca e do Projeto de Sustentabilidade Hídrica de Pernambuco, em parceria com bancos internacionais (BID e Banco Mundial).

 

Homenagem a Onildo Almeida no Polo Caruaru entra na programação da X Semana do Patrimônio Cultural

Uma homenagem ao compositor Onildo Almeida, autor de “A Feira de Caruaru”, que será realizado no próximo sábado (19/08) no Polo Caruaru, vai encerrar a X Semana do Patrimônio Cultural de Caruaru. O evento teve início na manhã desta segunda-feira (14/08) e tem como tema as políticas públicas e a gestão do patrimônio.

No Polo Caruaru, Onildo será homenageado com uma exposição biográfica, a exibição do documentário “Onildo Almeida – Groove Man”, de Helder Lopes e Cláudio Bezerra e o lançamento do livro “Onildo Almeida – Cidadão da Feira”, de Marcelo Leal. Tudo acontece no espaço País de Caruaru a partir das 9h. O livro será lançado às 10h30.

“A inclusão de Caruaru no roteiro de eventos da X Semana do Patrimônio de Pernambuco representa uma conquista para todos nós, já que se trata de uma ação educativa e de sensibilização para que tenhamos ainda mais aliados em defesa da causa da salvaguarda dos nossos bens. E ao homenagearmos Onildo Almeida, fazemos justiça a um dos nossos ícones, como autor da música que ajudou a imortalizar nosso patrimônio maior e elevar ainda mais a nossa autoestima”, destaca o historiador Walmiré Dimeron, parceiro para projetos culturais do Polo Caruaru.

A X Semana do Patrimônio Cultural é realizada em alusão ao Dia Nacional do Patrimônio Histórico, que se comemora no dia 17 de agosto. Além da programação no Polo Caruaru, o evento terá ainda palestras, conferências e visitação turística pela cidade. A Semana é uma realização da Câmara Setorial de Arquitetura e Urbanismo da Acic e do Conselho Municipal de Política Cultural de Caruaru e tem o apoio do Polo Caruaru, através do projeto País de Caruaru, da Prefeitura de Caruaru, através da Fundação de Cultura e Turismo, do Instituto Histórico de Caruaru e do Sesc.

Encontro Nacional de Lazer acontece pela 1ª vez em Caruaru

No período de 15 a 18 de novembro de 2017, o Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita), realizará, no município de Caruaru-PE, a 29ª edição do Encontro Nacional de Recreação e Lazer (ENAREL). Nesta edição o tema será ”Lazer e Urbanização: Viver ComUnidade”, em torno da qual será desenvolvida programação científica e cultural diversificada. As atividades acontecem no Centro de Convenções Djalma Cintra, na Asces-Unita e em diversos ambientes públicos na cidade como Parques ambientais e Alto do Moura.

Evento bastante difundido e consolidado Brasil a fora, o ENAREL tem ao longo dos anos com seu caráter itinerante, se constituído como um espaço privilegiado de diversos setores dos estudos e atuação no lazer, tais como animadores, gestores, pesquisadores e professores. Confira a programação completa aqui e participe!

10 anos depois, o ENAREL volta a Pernambuco, desta vez no interior do estado. O evento tem como principal intenção criar um marco para a promoção do lazer em Caruaru e região, de modo a impactar diretamente no cotidiano dos atores locais, ou seja, a população local, gestores públicos e privados, a academia e o terceiro setor.

Raquel Lyra leva programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável para Caruaru

O programa Juntos desembarca na “Capital do Agreste” nesta próxima terça-feira, dia 15. Em Pernambuco, apenas Caruaru e Petrolina entraram neste seleto grupo

A cidade de Caruaru é referência na região – principal polo médico, científico, cultural, acadêmico e turístico do Agreste pernambucano. Da UNESCO, já ganhou o título de centro de arte figurativa das Américas. Do IPHAN, o título de patrimônio imaterial por possuir uma das maiores feiras ao ar livre do mundo e, da população, reconhecimento e valorização histórica.

E é nesse local que o Programa Juntos desembarca, na próxima terça-feira, dia 15, às 14h, no Centro de Convenções do Senac Caruaru. A reunião de lançamento contará com a presença da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, da diretora-presidente da Comunitas, Regina Célia Esteves de Siqueira, secretários e dirigentes municipais, representantes de entidades da sociedade civil e importantes líderes empresariais de todo o estado. Segundo Raquel, a intenção de trazer o Juntos para Caruaru, é de implementar boas práticas do setor privado no setor público em benefício das pessoas.

Em parceria com a Prefeitura de Caruaru, serão desenvolvidas, inicialmente, ações que buscarão o equilíbrio fiscal do município. Para se ter ideia, até 2016, em cada R$ 1 investido pelo Programa Juntos, houve o retorno de R$ 40,87 para a cidade – valores que se materializam em benefícios para a população, principalmente em áreas de maior demanda, como educação, saúde e melhorias urbanas.

“O equilíbrio das contas públicas ainda é um dos grandes desafios dos gestores das cidades brasileiras. A consideramos uma frente introdutória, pois uma relação saudável entre a arrecadação e o custeio tem como consequência resultados fiscais positivos, que poderão ser usados em investimentos em melhores serviços para o cidadão”, explica Regina Esteves.

Merenda escolar

A prefeita Raquel Lyra também convidou para o lançamento do Juntos, a primeira-dama de Paraty (RJ), a chef Ana Bueno, que vem acompanhada do prefeito Casé. A ideia é ela apresentar o programa educativo da Folia Gastronômica, que trata sobre a requalificação da merenda escolar na cidade, além de valorizar a cultura local.

No início de 2014, Ana Bueno visitou todas as escolas municipais da cidade, com o objetivo de produzir um caderno de receitas e memórias com a participação das crianças. Além disso, passou a convidar as merendeiras para participarem das aulas com chefs de todo o Brasil durante a Folia Gastronômica.

Por meio dessas visitas, foi constado que o cardápio da merenda escolar, oferecido para as crianças, era sempre o mesmo. Dessa forma, iniciou-se uma ação para oferecer uma alimentação diversificada, saudável e, ainda, valorizando os ingredientes locais.

Seleção

Participar do programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável requer passar por criteriosa seleção: o prefeito deve ter ficha limpa, a cidade precisa ter características territoriais, geográficas e populacionais heterogêneas e diversificadas e a prefeitura deve ter capacidade de disseminação dos resultados, para a replicabilidade das ações.

Em 2016, cerca de 100 cidades buscaram a Comunitas para formar parceria com o Programa Juntos em busca de uma melhoria efetiva na gestão pública por meio de atuações focadas, principalmente, no cidadão.

Sobre a Comunitas

A Comunitas é uma organização da sociedade civil brasileira que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país.

Dentre suas ações, está o Programa Juntos. De caráter apartidário, o Juntos reúne alguns dos maiores líderes brasileiros do setor privado, empenhados em investir recursos financeiros, experiências e competências técnicas, com a proposta de mostrar que a iniciativa privada, a sociedade e os municípios, unidos, podem investir em inovação, promovendo impactos realmente transformadores na realidade dos municípios brasileiros.

Atualmente, o Juntos está presente nas cidades de São Paulo (SP), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Campinas (SP), Petrolina (PE), Caruaru (PE), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Paraty (RJ), Pelotas (RS), Santos (SP), Teresina (PI), Itirapina (SP) – atingindo mais de 24 milhões de cidadãos.

Serviço:

Lançamento do programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável
Dia: 15/08/2017
Hora: 14h
Local: Centro de Convenções do SENAC (Caruaru)

Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 7 milhões no sorteio de quarta-feira

A Mega-Sena sorteou neste sábado (12) prêmio de R$ 2,5 milhões, no concurso 1.958. Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas, e o prêmio acumulou. A estimativa da Caixa para o próximo concurso (1.959), na quarta-feira (16), é de R$ 7 milhões. A quina teve 32 apostas premiadas e cada uma pagará R$ 52,45 mil.  O prêmio para os 2.670 acertadores é de R$ 898,06.

Confira aqui as dezenas sorteadas:  15, 20, 22, 24, 34 e 55.

A aposta mínima na Mega-Sena custa R$ 3,50 e pode ser feita até as 19h (horário de Brasília), do dia do concurso, nas mais de 13 mil casas lotéricas do país.

Saiba como é calculado o prêmio:

O valor arrecadado com o concurso da Mega-Sena não é totalmente revertido em prêmio para o ganhador. Parte do montante é repassada ao governo federal para investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança, cultura e esporte.

Além disso, há despesas de custeio do concurso, Imposto de Renda e outras, que fazem com que o prêmio bruto corresponda a 46% da arrecadação.

Dessa porcentagem, 35% são distribuídos entre os acertadores dos 6 números sorteados (sena); 19% entre os acertadores de 5 números (quina); 19% entre os acertadores de 4 números (quadra); 22% ficam acumulados e distribuídos aos acertadores dos 6 números nos concursos de final 0 ou 5; 5% ficam acumulado para a primeira faixa – sena – do último concurso do ano de final zero ou 5.

Não havendo acertador em qualquer faixa, o valor acumula para o concurso seguinte, na respectiva faixa de premiação.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

Recessão e instabilidade política inviabilizaram meta fiscal, dizem economistas

Nesta segunda-feira (14), o governo terá a reunião final para definir em quanto vai aumentar a meta de déficit primário para este ano e para 2018. Em nota conjunta enviada na última quinta-feira (10), os Ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que qualquer decisão será anunciada imediatamente depois de tomada.

O déficit primário é o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública. Originalmente, a meta de déficit estava fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para o próximo. No entanto, a arrecadação ainda em queda e uma série de dificuldades políticas tornaram o cumprimento dessa meta praticamente impossível, na opinião de economistas.

Para a professora de economia Virene Matesco, da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro, as atuais condições não permitem o cumprimento de uma meta considerada ambiciosa. “A crise fiscal que se iniciou no governo Dilma [Rousseff] agora se acentuou com a incapacidade do governo atual de cortar gastos e com a liberação de emendas parlamentares nos últimos meses”, diz. “Era uma questão de tempo para chegar à conclusão de que a meta atual não pode ser alcançada.”

Segundo Virene, aumentos de tributos como os dos combustíveis são paliativos e não combatem a sangria nas contas públicas. “Não adianta ficar nesse vaivém. Não é aumento de receita, mas a coragem política para cortar gastos que vai resolver essa crise. O Estado brasileiro envergou de tanto peso. A capacidade de sustentação via aumento de receitas se esgotou”, critica.

A economista considera a atual equipe econômica competente e qualificada, mas ressalta que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, depende das votações do Congresso para mostrar resultado. “Se o governo passasse pelo menos a reforma da Previdência, seria um alento para o futuro”, acrescenta.

Deterioração

Pós-doutorado em macroeconomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o professor do Instituto Federal do Amazonas Luciano D’Agostini diz que a principal crise é do sistema político. Para ele, a alteração da meta fiscal representa um desdobramento da deterioração nas relações entre o Executivo e o Legislativo, que deu origem à pior recessão econômica da história do país.

“A mudança do déficit é mais uma consequência da crise política que se iniciou no fim de 2014. O governo anterior reconheceu que errou e tentou corrigir os rumos num momento onde não tinha mais base política para fazer isso. O atual governo enfrenta a mesma dificuldade, embora ainda tenha algum poder de barganha”, comenta.

Para D’Agostini, as principais reformas que precisam ser feitas para garantir a retomada do crescimento não são econômicas, mas políticas. Segundo ele, somente após reformas que aumentem a transparência e a responsabilização dos políticos, garantam a independência do Poder Judiciário e do Ministério Público e reduzam a burocracia, a economia do país voltará a avançar.

“Os problemas políticos e microeconômicos precisam ser resolvidos primeiro. Caso contrário, a economia continuará se desindustrializando, a população continuará migrando para o emprego informal, que não paga impostos, e as receitas do governo federal continuarão a cair”, afirma.

Dívida pública

As metas fiscais têm como objetivo conter a expansão do endividamento do governo. Pelos cálculos do economista, a dívida pública bruta brasileira, atualmente em 73,6% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) tem crescimento vegetativo de 6 pontos percentuais ao ano. Segundo D”Agostini, caso ela continue a aumentar, e o governo não faça nada, o país poderá enfrentar um calote da dívida pública a partir de 2020.

“Esse é o pior cenário, porque o governo terá de imprimir dinheiro para pagar as dívidas, o que ressuscitaria a inflação e poderia levar a uma crise semelhante, ou até pior que a dos anos 80. Ao todo, 60 milhões de brasileiros podem voltar para a pobreza se nada for feito nos próximos anos”, alerta o professor.

Para Virene Matesco, uma dívida pública bruta ao redor de 80% do PIB é considerada excessiva para um país emergente como o Brasil. “A dívida pública tem dinâmica própria. Chegando a 80% em um país emergente, é uma bomba relógio. O Brasil está quebrado e é preciso que este ou o próximo governo tenham coragem política para não prorrogar um problema que só tende a ficar mais difícil”, adverte.

Frustração de receitas aumenta dificuldade de cumprir meta fiscal

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

 

Com uma meta de déficit primário – resultado negativo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública – de R$ 139 bilhões para este ano e R$ 129 bilhões para o próximo, o governo tem encontrado cada vez mais contratempos para atingir o alvo. Recentemente, a equipe econômica enfrentou várias frustrações de receitas que seriam importantes para garantir o cumprimento da meta original.

Primeiramente, Tribunal de Contas da União (TCU) mandou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) refazer o edital do leilão de renovação de concessão de usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que renderiam R$ 11 bilhões aos cofres federais este ano.

A segunda versão do programa de regularização de ativos no exterior, conhecida como repatriação, arrecadou apenas R$ 1,61 bilhão, contra R$ 13 bilhões inicialmente previstos. As mudanças na medida provisória que criou a renegociação especial de dívidas com a União também podem diminuir a previsão de arrecadação, caso o governo não consiga reverter as mudanças.

Por fim, o governo teve de recuar de duas medidas que elevariam as receitas. O aumento do Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre o etanol foi parcialmente revertido, reduzindo a previsão de arrecadação em R$ 501 milhões.

Na semana passada, o governo revogou a medida provisória (MP) que acabaria com a desoneração da folha de pagamento para 46 dos 52 setores beneficiados pela política. A MP, que trancava a pauta da Câmara dos Deputados, perdeu a validade na última quinta-feira (10) e foi revogada sem passar por votação. O governo enviará um projeto de lei sobre o assunto. A revogação resultará em perda de R$ 4,8 bilhões.

Incertezas

O governo enfrenta ainda incertezas com receitas extraordinárias. Em julho, o TCU emitiu um alerta de que a União terá dificuldades em arrecadar R$ 19,3 bilhões por causa de receitas de concessões que podem não entrar no caixa do governo em 2017. Além dos R$ 11 bilhões dos leilões de hidrelétricas, que não vão mais entrar nos cofres federais este ano, o governo fará um leilão de R$ 8 bilhões de concessões de petróleo e gás no próximo mês.

A equipe econômica também pretende concluir a venda de ações do Tesouro no IRB-Brasil, empresa que detém o monopólio do mercado de resseguros no país, e privatizar a Caixa Seguridade e a Lotex, empresa de loterias. As vendas, no entanto, precisam ser concluídas até outubro para que os recursos entrem no caixa do governo ainda este ano.

Deputado Sergio Zveiter pede desfiliação do PMDB

O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), autor de parecer favorável à continuidade da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, anunciou a desfiliação do PMDB nesta sexta-feira (11). Um dos seis dissidentes do partido que votaram pelo prosseguimento das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), em tumultuada sessão no plenário da Câmara em 2 de agosto, o parlamentar classificou como “ridícula e covarde” a decisão anunciada pelo presidente nacional do partido, senador Romero Jucá (RR), em punir com suspensão das funções partidárias os deputados que votaram contra Temer.

Segundo Zveiter, ameaças e represálias lhe foram endereçadas depois da elaboração de seu relatório contra o presidente. “Após a divulgação do parecer de minha relatoria, passei a sofrer ameaças de represálias e ameaças de expulsão oriundas da direção do partido e de outros membros do PMDB que atuaram em prol do arquivamento sumário das denúncias. Tudo registrado por diversos meios de comunicação, daí meu pedido de desfiliação”, explica o deputado, solicitando que seu nome seja “imediatamente retirado” da lista de filiados a ser encaminhada à Justiça Eleitoral. O comunicado de desfiliação é endereçado ao presidente do diretório fluminense do PMDB, deputado estadual Jorge Picciani, que não tem o nome citado por Zveiter no ofício (leia a íntegra).

Em postura que contraria o próprio estatuto partidário, Jucá tem adotado postura de enfrentamento a parlamentares que se manifestem ou votem contra os interesses do governo. Na decisão de suspender os seis deputados peemedebistas, o senador alegou que quem não está com o governo, encabeçado pelo peemedebista Michel Temer, não pode continuar a usufruir das prerrogativas reservadas à base aliada e devem ser punidos em nível partidário. Peemedebistas históricos têm visto essa mudança de postura na legenda – agora comandada por um congressista famoso pela habilidade de “entendimento” – como perseguição, fisiologismo e política rasteira.

Além de Zveiter, já estão afastados da “atividade partidária em todos os níveis, e também de eventuais funções diretivas partidárias” outros cinco deputados do PMDB: Jarbas Vasconcelos (PE), um dos fundadores do partido, Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Vitor Valim (CE) e Veneziano Vital do Rêgo (PB). Eles não poderão representar o partido em comissões nem falar em nome da bancada. Aqueles que comandam diretórios municipais ou estaduais serão afastados das funções pelos próximos dois meses.

Isso já aconteceu com Zveiter. No comunicado de desfiliação, o deputado fluminense diz que já foi retirado do quadro de vice-líderes do PMDB na Câmara, bem como da coordenação da bancada peemedebista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Neste colegiado, seu relatório foi rejeitado e deu lugar a outro, contra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), elaborado pelo tucano Paulo Abi-Ackel (MG) e aprovado pela maioria montada pelo Planalto. A troca de pareceres foi obtida depois de que 18 deputados foram trocados na CCJ para garantir voto a favor de Temer, em pacote que incluiu negociação de cargos em vários escalões e vultosas liberações de emendas parlamentares. A estratégia governista enfureceu oposicionistas.

Para Zveiter, a conduta da cúpula partidária é “nítida investida visando prejudicar e limitar a minha atuação parlamentar”. “Causa maior espanto o autoritarismo com que esse posicionamento [da cúpula do PMDB] foi adotado, em postura abusiva, como se a Câmara e seus deputados estivessem subjugados ao interesse de outro poder, na tentativa de subtrair a autonomia e independência entre os Poderes concedida pela Constituição da República”, reclama o deputado, dizendo-se vítima de “discriminação pessoal e perseguição política praticada pela Direção Nacional do PMDB”.

“Para aqueles que se dispusessem a empenhar sua biografia para impedir que as investigações avançassem e a sociedade conhecesse a verdade, foram oferecidos nacos na administração federal na forma de cargos comissionados e emendas parlamentares. Aos que se recusaram a manter seus votos de acordo com sua consciência, o caminho foram as intimidações e constrangimentos. Este expediente não é compatível com o ambiente democrático e com a maturidade que as instituições brasileiras devem perseguir”, acrescenta o deputado em seu comunicado de desfiliação.