Faepe levanta custos da produção da cana-de-açúcar

A Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) realiza, nesta quarta-feira (8), o levantamento de custos de produção da cana-de-açúcar referente à safra 2016/2017. Na ocasião, produtores e técnicos, mobilizados pelo consultor técnico João Batista, ligados ao Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindicape) e a Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP), deverão repassar informações fidedignas sobre os sistemas de produção e a rentabilidade da atividade no Estado.

De acordo com o presidente da Faepe, Pio Guerra, Pernambuco é o segundo maior produtor de cana do Nordeste, com uma produção média de 13 milhões de toneladas/ano. Porém, a região produz cerca de 47 milhões de toneladas por ano, equivalente a 7% da produção nacional. Produção essa bastante inferior se comparada a Região Sudeste, que chega a produzir 470 milhões de toneladas anualmente

“A capacitação do produtor, aliada ao acesso às informações para a administração de riscos de preços, de custos e de produção são de extrema importância para impulsionar a atividade em Pernambuco”, defende Pio Guerra.

Segundo o assessor técnico da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar, da CNA, Rogério Avelar, durante o levantamento são analisadas despesas aplicadas em insumos, tipos de tecnologia e o processo técnico adotado nas áreas produtoras do Estado. “Essas informações serão monitoradas e comparadas com as principais regiões produtoras do País”, adianta Rogério.

A coleta e geração desses dados são de responsabilidade da Confederação da e Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o CEPEA/ESALQ, o PECEGE/ESALQ e a UFLA/CIM. As informações obtidas a partir do painel, resultam no Boletim Campo Futuro, que servirá de base para orientar o produtor na gestão da propriedade e na tomada de decisões para o segmento.

A iniciativa integra o projeto Campo Futuro, da CNA. O objetivo é consolidar uma rede atualizada, com dados sobre os custos de produção de várias culturas. Além da cana, são contempladas no projeto as seguintes atividades: pecuária de corte e de leite, caprinos e ovinos, arroz, algodão, soja, milho, trigo, café, silvicultura, piscicultura, horticultura e fruticultura.

Tribunal divulga programação pelo Dia Internacional da Mulher

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) promove diversas atividades em homenagem à data. As varas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que atuam na Capital e no Interior do Estado, realizam palestras, rodas de diálogo, mutirão de audiências, ações informativas sobre a Lei Maria da Penha, além de participação em atos realizados pelos órgãos que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Na Capital, a Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que comemora seu 10º aniversário, realiza a Feira de Mulheres Empreendedoras no TJPE: ocupar, produzir, (re)existir, mulheres no empoderamento feminino. O evento acontece na quinta-feira (9/3), das 9h às 16h, no hall monumental do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Ilha de Joana Bezerra, no Recife. Na ocasião, haverá roda de diálogo, feira de artesãs do grupo Mulheres Tecendo Cidadania, além da participação de entidades de defesa dos direitos das mulheres, da Prefeitura do Recife.

A Segunda Vara de Violência contra a Mulher da Capital promove, na quarta-feira (8/3), uma roda de diálogos envolvendo temas como O papel do judiciário na rede de proteção às mulheres vítimas de violência; e O papel da Defensoria Pública na defesa dos acusados em processos envolvendo situações de violência contra a mulher, além da apresentação dos projetos Acolher e Novo Horizonte, desenvolvidos pelo Setor Psicossocial da Unidade. O evento acontece a partir das 15h, na rua Dom Manoel Pereira, 170, bairro de Santo Amaro.

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a Vara de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher de Olinda realiza, de 7 a 10 de março, um mutirão de audiências de processos que envolvem crimes previstos na Lei Maria da Penha. Estão agendadas 60 audiências para os quatro dias do mutirão, que faz parte das atividades da VII Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa. Em todo o Estado, cerca de 530 processos estão pautados.

A equipe da Vara de Violência contra a Mulher do município de Jaboatão dos Guararapes realiza, na terça-feira (7/03), um grupo reflexivo com mulheres para discutir o tema Gênero e Machismo com a Dinâmica “Na sua opinião…”. A atividade é desenvolvida na rua Rosângela da Cunha Wanderley, 173, bairro de Piedade. Durante todo o mês de março, os profissionais participarão de atividades em parceria com diversas entidades.

O setor psicossocial da Vara de Violência contra a Mulher do Cabo de Santo Agostinho participa, na terça-feira (7/3), às 14h, da Marcha das Mulheres do município, distribuindo materiais informativos e realizando orientações e demais esclarecimentos sobre o tema à população. Na quarta-feira (8/3), a equipe promoverá palestras em turmas do ensino médio de escolas municipais sobre o Dia Internacional da Mulher, a Lei Maria da Penha e a igualdade de gênero. Na ocasião, também serão apresentadas aos alunos dados estatísticos sobre a violência contra a mulher no município, obtidos através das audiências de acolhimento realizadas na Unidade.

Em Camaragibe, a data foi inserida na VII Semana pela Paz em Casa, que consiste num mutirão de agilização nas varas de violência e varas criminais. Serão divulgadas ações das secretarias da Mulher de Camaragibe e São Lourenço da Mata, e dos sistemas de atendimento às mulheres. Na ocasião, haverá distribuição de panfletos, esclarecimentos acerca dos serviços prestados pela Rede de Proteção e realização de atendimentos.

A Vara Regional de Violência Doméstica e Familiar localizada em Igarassu adotou o tema Conversando sobre a Lei Maria da Penha para a série de ações que serão realizadas no mês de março. Com o objetivo de divulgar a Lei Maria da Penha nos municípios e distritos atendidos pela Unidade, serão levadas à população informações sobre violência doméstica e as possibilidades de seu enfrentamento e de proteção para a mulher vitimizada.

A equipe técnica da Vara de Igarassu estará nos espaços públicos, abordando as mulheres e conversando sobre os caminhos para se obter proteção e a responsabilização do autor do fato. Na ocasião, serão entregues cartilhas, adesivos e panfletos informativos sobre a Lei e a Rede de Proteção. Os municípios atendidos serão Abreu e Lima (8/3), Igarassu (9/3), Itapissuma (13/3) e Itamaracá (15/3).

CARUARU Em Caruaru, Região Agreste do Estado, a Vara da Mulher participa, durante o mês, de atividades promovidas por entidades parceiras no enfrentamento da violência contra as mulheres. Estão previstas participações em Audiência Pública na Câmara de Vereadores (7/3); Ato público organizado pela Frente Feminista (8/3); Apresentação de Georeferenciamento da Violência contra a Mulher e Exposição Dialogada (9 e 10/3); e Apresentação dos projetos Tecendo Direitos para as Mulheres e Acolher, Fortalecer, Empoderar, nos dias 15 e 29 de março, respectivamente.

O TJPE possui dez Varas de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher instaladas nas cidades do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru e Petrolina.

UPE inaugura sede própria do seu Instituto Confúcio

O​ Magnífico Reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Prof. Pedro Henrique de Barros Falcão, e o Diretor do Instituto Confúcio na UPE, Prof. Héldio Pereira Villar, têm a honra de convidar V. Sa. para participar da inauguração da sede definitiva do Instituto Confúcio Modelo, instituição voltada para a difusão da cultura e da língua chinesa no nordeste brasileiro.

INSTITUTO CONFÚCIO: é uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão promover o idioma mandarim e o ensino na língua e da cultura chinesas e tem como objetivo promover o intercâmbio cultural com o Brasil, fomentar o ensino do mandarim e ajudar a compreender a China contemporânea.

Com sede central localizada em Pequim, o Instituto Confúcio é um órgão ligado ao Ministério da Educação, representado pelo Escritório Nacional da China para o Ensino da Língua Chinesa como Língua Estrangeira e pelo Departamento para Assuntos do Instituto Confúcio, órgão do Conselho Internacional da Língua Chinesa.

Presente em mais de 50 países, nos cinco continentes, a unidade na Unesp é a de número 266, que chegou a São Paulo, em novembro último, como resultado de uma parceria entre a Unesp e a Universidade de Hubei, com a chancela do governo chinês.

Além de incrementar o conhecimento e o diálogo entre os dois países, o projeto possibilita novas formas de cooperação acadêmica e científica, estimulando inclusive a integração econômica, pois o conhecimento mútuo da língua e da cultura cria um ambiente mais favorável para o intercâmbio em todos os campos da atividade humana, inclusive o econômico e empresarial.

Confúcio, ou Kung-Fu-Tze (mestre kong), é uma das figuras históricas chinesas mais conhecidas em todo o mundo. Filósofo moralista e teórico político que viveu entre 551 A.C. – 479 A.C, desenhou uma doutrina – o confucionismo – que ainda hoje exerce forte influência em toda a Ásia oriental.

Seu sistema de governo, criado a partir de uma visão nostálgica das virtudes humanas, busca o bem-estar geral, além de colocar em pauta questões específicas, como o abrandamento das penas. Em sua visão, os critérios para uma vida social harmoniosa estavam ligados a qualidades como o altruísmo, a sabedoria, a cortesia, a integridade, a fidelidade e a justiça.

Dia: 07 de março de 2017

Hora: 17h

Local: Instituto Confúcio

Rua Benfica, 305 – Madalena, Recife / PE

PIB fecha 2016 com uma queda de 3,6%

Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2016 com uma queda de 3,6%. Em 2015, a economia brasileira já tinha recuado 3,8%. Segundo dados divulgados hoje (7), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB de 2016 ficou em R$ 6,3 trilhões. Segundo o IBGE, os números do PIB de 2015 e 2016 representam a maior recessão desde 1947.

Segundo a coordenadora de Contas Regionais do IBGE, Rebeca Palis, já houve anos em que a retração foi maior que 2016, mas nunca a economia brasileira havia somado 7,2% de queda em um biênio. “A magnitude da queda, olhando o biênio, é a maior desde 1948”, disse ela, que explicou que a série histórica do IBGE para o PIB começa em 1947, mas apenas em 1948 há dado de variação anual.

“Em outros períodos, algumas atividades econômicas davam uma segurada na economia. Nesse biênio, foi disseminado na economia toda, o que não é muito comum de acontecer. Serviços foram muito afetados, o que não acontecia muito”, explicou.

O resultado negativo dos dois anos fez o PIB do país voltar para o patamar registrado no terceiro trimestre de 2010, segundo o IBGE. No último trimestre de 2016, o PIB recuou 0,9% em relação ao trimestre anterior e caiu 2,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Agropecuária cai 6,6%

O setor da economia que sofreu a maior queda em 2016 foi a agropecuária, com uma contração de 6,6%. Na indústria, a queda foi de 3,8%. O segmento de serviços teve um recuo de 2,7%, segundo o IBGE.

Se analisado apenas o quarto trimestre, houve queda na indústria (-0,7%) e nos serviços (-0,8%) em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. Nessa base de comparação, houve crescimento de 1% na agropecuária.

Já na comparação do quarto trimestre com o mesmo período de 2015, todos os setores caíram, com destaque para o recuo de 5% na agropecuária. Indústria e serviços apresentaram retração de 2,4%. Durante o ano de 2016, o desempenho negativo da agropecuária se deveu ao desempenho da agricultura. Já a indústria contou com uma queda de 5,2% na construção e de 2,9% na indústria extrativa mineral. Houve resultados positivos nas atividades de eletricidade e gás, esgoto e limpeza urbana com crescimento de 4,7%.

Os serviços foram puxados para baixo pela recuo do comércio, de 6,3%, e pelo resultado negativo dos outros serviços, de -3,1%. Atividades imobiliárias avançaram 0,2%.

TRE-PE iniciou a Semana da Mulher com debate sobre a Igualdade de Direitos

A Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco iniciou as comemorações do Dia Internacional da Mulher, na tarde desta segunda (06/03), com a exibição do filme As Sufragistas, que relata a luta de mulheres, na Inglaterra do século XX, pelo direito ao voto.

Após o filme houve um debate com a cônsul norte-americana para assuntos políticos e econômicos, Paloma González e a advogada Maria Lúcia Barbosa. Elas debateram sobre a desigualdade de gênero no Brasil e compararam com a nos Estados Unidos, também falaram sobre a história da entrada das mulheres no mercado de trabalho e que a igualdade salarial ainda não foi alcançada.

A advogada que também é professora de Teoria do Estado na Universidade Federal de Pernambuco trouxe dados alarmantes da violência contra as mulheres no País, como no caso do Brasil ser o 5º País que mais mata mulheres no mundo, e no setor econômico, a mulher ainda recebe 30% a menos que homens ocupando o mesmo cargo e função.

O encerramento do evento foi com slides mostrando fotos de manifestações pelo mundo de mulheres lutando pela igualdade de direitos. O coordenador da EJE, Eduardo Japiassú ainda convidou os servidores presentes para a palestra do dia 22 sobre o Empoderamento da Mulher nas Relações Internacionais e na Política Brasileira e o debate do dia 24 com a presença da ministra do TSE, Luciana Lóssio. O servidor pode ter acesso ao certificado no site do TRE-PE, no menu Destaque.

Mais de 1 milhão de contribuintes entregaram declaração do Imposto de Renda

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil*
Mais de 1 milhão de contribuintes acertaram as contas com o Leão em cinco dias de entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2017. Segundo balanço divulgado pela Receita Federal, 1.054.321 declarações foram recebidas até as 17h de hoje (6), de um total de 28,3 milhões de documentos esperados.

O prazo de entrega começou na quinta-feira (2) e vai até as 23h59min59s de 28 de abril. O programa gerador da declaração está disponível no site da Receita Federal para download. A declaração do Imposto de Renda é obrigatória para quem recebeu rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 no ano passado.

Neste ano, a declaração do Imposto de Renda teve uma série de mudanças. As principais são a redução da idade mínima, de 14 para 12 anos, na apresentação do CPF de dependentes e a incorporação do Receitanet, programa usado para transmitir a declaração, ao programa gerador do documento.

Precisa ainda declarar o Imposto de Renda quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil; quem obteve, em qualquer mês de 2016, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeito à incidência do imposto ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros.

Quando se trata de atividade rural, é obrigado a declarar o contribuinte com renda bruta superior a R$ 142.798,50; quem pretende compensar prejuízos do ano-calendário 2016 ou posteriores ou quem teve, em 31 de dezembro do ano passado, a posse ou propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, com valor total superior a R$ 300 mil.

A Receita Federal pagará a restituição do IRPF em sete lotes, entre junho e dezembro deste ano. O primeiro lote será pago em 16 de junho, o segundo em 17 de julho e o terceiro em 15 de agosto. O quarto, quinto e sexto lotes serão pagos, respectivamente, em 15 de setembro, 16 de outubro e 16 de novembro. O sétimo e último lote está previsto para ser pago em dezembro.

Ao fazer a declaração, o contribuinte deve indicar a agência e a conta bancária na qual deseja receber a restituição. Idosos, pessoas com deficiência física, mental ou doença grave têm prioridade para receber a restituição.

Ditadura mantinha documentos com informações sobre jornalistas do DF

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil
Na época da ditadura (1964-1985), órgãos da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) monitoravam de perto aqueles que eram considerados ameaça ao regime militar: comunistas e militantes de movimentos de esquerda. A SSP-DF mantinha perfis de vários jornalistas, principalmente os que tinham alguma ligação com partidos de esquerda ou sindicatos.

Ao descrever os jornalistas, a secretaria adotava um vocabulário informal, às vezes, grosseiro, revelando o temor do governo de um levante comunista na capital federal sob liderança dos profissionais de imprensa.

“Elemento nervoso e mal-educado”; “mau caráter” e “arrogante e insolente”, dizem os documentos sobre alguns profissionais. Sobre um deles, disse a SSP: “para encobrir sua qualidade de comunista, costuma exibir uma foto ao lado do papa Paulo VI”. Sobre outro, destacou: “não consta que seja comunista. Ao que parece, [é] um inocente útil”. Um foi descrito como “picareta” e “vaselina”; outro, como “vaidoso e medíocre”, embora escrevesse mal e tivesse seus comentários revisados antes de publicados.

Os documentos, antes confidenciais, agora estão disponíveis para consulta no Arquivo Público do Distrito Federal.

O radialista Honório Dantas foi monitorado pela Divisão de Operações da SSP-DF quando criticou o então secretário de Segurança Pública do DF, Lauro Rieth, em uma reportagem sobre a prisão de despachantes nas imediações do Detran. “Costuma fazer reportagens críticas aos governos federal e do DF, como porta-voz de líderes sindicais e militantes de organizações esquerdistas”, diz o “histórico” de Dantas, produzido em setembro de 1983.

Três meses depois, durante uma entrevista, Dantas desentendeu-se com o então comandante militar do Planalto, Newton Cruz. O general irritou-se com as perguntas e com o gravador de Dantas, muito próximo de seu rosto. O radialista desligou o gravador e se afastou, mas Cruz não gostou e acabou empurrando Dantas, que foi irônico e se disse honrado por ter sido empurrado pelo general. Cruz foi atrás do repórter, pegou-o pelo braço e o fez pedir desculpas publicamente.

A nova lista de Janot

Folha de S.Paulo – EDITORIAL

Nos próximos dias deverá ser conhecida nova relação de políticos e autoridades com foro privilegiado a se tornarem alvos em potencial de inquéritos da Procuradoria-Geral da República, no âmbito da Operação Lava Jato.

Esperam-se nomes de primeira grandeza, como Eliseu Padilha e Moreira Franco, ministros do governo Michel Temer (PMDB), o presidente do Senado, o também peemedebista Eunício Oliveira (CE), e os tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).

Ademais, prevê-se remessa à primeira instância de informações referentes aos ex-presidentes petistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros expoentes da sigla desalojada do poder.

São ingredientes mais que bastantes, não há dúvida, para inflamar a opinião pública e os diversos protestos deste mês de março, em particular as manifestações em defesa da Lava Jato convocadas para o dia 26 por movimentos que militaram pelo impeachment de Dilma.

A motivar tais atos está um sentimento difuso na sociedade de que, a despeito dos formidáveis avanços das investigações sobre a corrupção na Petrobras, persiste a impunidade da elite dirigente.

Se o juízo não é de todo desprovido de fundamento, convém atentar, entretanto, para o real alcance do que se sabe a respeito das autoridades sob suspeita —caso dos nomes listados e a listar pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.

Pedidos de inquérito são submetidos ao Supremo Tribunal Federal, a partir de dados coletados, por exemplo, em operações policiais e delações; quando aceitos, abre-se uma investigação mais aprofundada. Até esse momento, os envolvidos nem sequer são réus.

Apenas depois dessa etapa, a procuradoria decide se existem elementos para a apresentação de denúncias, que, uma vez acolhidas pela Justiça, implicarão a abertura de processos criminais –e só ao final destes, dependendo do julgamento, pode-se falar em culpa.

Deve-se dizer que, mesmo levados em conta todos os ritos e precauções essenciais ao Estado de Direito, permanece indigesta a demora dos trabalhos conduzidos pela PGR e pelo STF.

Levantamento desta Folha mostra que, dos primeiros 25 inquéritos abertos dois anos atrás, somente 10 já resultaram em denúncia; de 47 políticos investigados, não mais que 4 tornaram-se réus até aqui.

Hipóteses para a lentidão incluem a sobrecarga de tarefas, agravada pela amplitude exagerada do foro privilegiado. Quaisquer que sejam, os motivos devem ser expostos e enfrentados com presteza, para que não prospere a ideia de que os poderosos merecem deferências não oferecidas aos demais.

Ex-diretor da Odebrecht afirma a Moro que Palocci era o “Italiano”

O ex-diretor da Odebrecht Fernando Sampaio confirmou ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná, que o apelido “Italiano” era sim uma referência ao ex-ministro Antônio Palocci.  Fernando Sampaio foi arrolado como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht. Palocci foi ministro da Fazenda, no governo Lula, e da Casa Civil, no governo de Dilma Rousseff. Atualmente, ele é réu na Lava Jato e está preso preventivamente desde 26 de setembro de 2016.

Ao ser questionado sobre um e-mail enviado por Marcelo Odebrecht, em que Fernando Sampaio Barbosa era um dos destinatários, o ex-diretor respondeu: “A gente sabia que o Italiano era o Palocci”. Em seguida, Sérgio Moro perguntou:”A gente sabia quem?”. Sampaio respondeu:”Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria [outro ex-diretor da Odebrecht]“.

Mais na frente, Moro novamente questiona sobre a referência ao “Italiano” na troca de mensagens e o ex-diretor responde: “Como eu falei anteriormente, seria o senhor Antonio Palocci”. As declarações foram realizadas por videoconferência de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (6).

Palocci apareceu em uma das planilhas da Odebrecht com o codinome “Italiano”. Preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, o ex-ministro é acusado de ser o elo entre as tratativas da Odebrecht e o centro do poder político brasileiro entre 2008 e 2013. De acordo com a força-tarefa, as vantagens indevidas repassadas pela maior empreiteira do país ao PT, no período, chegam a R$ 128 milhões. Havia, segundo a Polícia Federal, “uma verdadeira conta corrente” para movimentar os valores repassados do grupo para o Partido dos Trabalhadores.

Palocci entrou no alvo da Lava Jato após ter sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada. De acordo com Costa, o doleiro Alberto Youssef lhe contou que Palocci pediu R$ 2 milhões da cota de propina do PP para a campanha da ex-presidente Dilma.

A 35ª fase foi batizadas de “Ometá”, de acordo com a Polícia Federal, o nome é uma referência ao codinome “italiano”, utilizado por dirigentes da Odebrecht para se referir a Palocci.

Temer lança nesta terça pacote com concessões de rodovias, ferrovias e linhas de transmissão

O governo Michel Temer anuncia nesta terça-feira (7) um pacote de 55 concessões que farão parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Os investimentos com a concessão de 35 linhas de transmissão e a renovação da concessão de cinco ferrovias devem chegar a R$ 38 bilhões. A maior novidade será a privatização de 15 companhias de saneamentos estaduais, após aprovação das respectivas assembleias legislativas. A informação é de O Estado de S. Paulo.

Um dos objetivos do governo é enfrentar a queda do Produto Interno Bruto (PIB). Um novo instrumento para destravar investimentos em concessões de rodovias será o fim antecipado dos atuais contratos, com autorização para novos investimentos em rodovias já concedidas. A medida foi barrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) porque os contratos originais não previam a renovação.

As 35 linhas de transmissão terão investimentos de R$ 12,7 bilhões. Já previstas na programação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), elas deverão ser licitadas em abril. Vencerá aquele que cobrar a menor tarifa. A venda das companhias estaduais de saneamento terá por objetivo aliviar a crise financeira dos estados. Também entraram para a lista a BR- 101/SC e quatro terminais portuários.

O governo deve anunciar os estudos para dizer como a relicitação será concretizada em três concessões: Nova Dutra, Rio-Teresópolis e Rio-Juiz de Fora (Concer). É possível que o governo anuncie ainda a antecipação do processo de concessão da Ferrogrão – ferrovia paralela à BR-163, entre o Mato Grosso e o Pará, que transporta grãos do Centro-Oeste para os portos do Norte do país. O Conselho do PPI vai discutir ainda a renovação antecipada de sete terminais portuários